Fanfic: Não posso amar, não sei amar. | Tema: Romance/Drama original.
Abri a porta da biblioteca, Alex lia o livro de Filosofia, ela se levantou e veio até mim:
– Oi
– Oi – sibilei
Seu tom de voz estava diferente, meio envolvente. Pegou minha mão e me guiou até a mesa onde se encontrava.
– Preciso de ajuda em Filosofia, Amy.
Impossível, a garota mais inteligente da grade pedindo ajuda e justo em Filosofia.
– Mas...
– Mas nada, por favor. – interrompeu
Abri o livro na página que ela afirmou estar com duvidas, o deixei em frente ao meu rosto, é complicado agir normalmente com alguém encarando.
– Está com dúvidas na parte de filosofia moral? – ri abaixando o livro
No momento que o fiz Alex estava com o rosto quase colado junto ao meu, olhando em meus olhos fixamente, senti o coração acelerar significativamente, o corpo gelar, que diabos de sensações são essas? Tomou o livro de minhas mãos, sorriu e se afastou.
Soltei a respiração arregalei os olhos:
– Tudo bem, posso ajudar com isso outro dia?
– Não! As provas estão chegando!
Quero sair daqui agora, porém minhas pernas travaram numa péssima hora.
– Vamos lá então. Vou repetir a pergunta, está com dúvidas na parte de filosofia moral?
Pude ver sua expressão mudar, só não consigo entender o motivo dessa loucura de hoje.
– Sim é nessa parte.
Abri a boca para começar a explicação, fui interrompida novamente:
– Esqueça essa matéria.
Ela se aproximou, colocou meu cabelo atrás da orelha, nossos lábios estavam quase se encostando quando afastei o corpo e levantei:
– Bebeu garota?
– A qual é?
– Qual é? Muito normal essa atitude vinda de você não acha?
– Tem como me dar uma chance?
– Não. Quero dizer, não que, a dane-se isso. Não é normal, não por ser o que é, se está entendendo... É porque na verdade você não quer.
– Quem disse?
– Eu digo, eu sei, eu te conheço.
Tentei sair da sala, Alex me prendeu na parede, consigo sair só que talvez algo dentro de mim não queira.
– Para Alex. Para com isso.
– Por quê? Não é isso que tanto quer?
– Na verdade não sei, e se for não é pra ser assim.
– Ah é, você não sabe o que é, desculpa, tinha esquecido.
Não pode estar acontecendo, ela nunca faria isso, nunca diria tais coisas, até mesmo por não saber de tais coisas.
– Nunca falei com você sobre isso, como sabe?
– Ingênua... É óbvio, você demonstra, é impossível não saber.
– Deixe-me ir embora, por favor.
– Não, agora vai ouvir o que merece.
– O que foi que eu fiz?
Meus olhos encheram de lágrimas, não iria segurar por muito tempo. De repente tudo sumiu, e minha vista foi clareando pouco a pouco, Alex estava na minha frente. Afastei-me rápido, o que fez com que batesse minha cabeça na cabeceira da cama.
– Calma. Calma, está tudo bem, foi só um sonho. – disse
Sonho? Aquilo tudo foi um sonho?
– Graças a Deus.
– Foi tão ruim assim?
– Não tens nem noção.
– Quer contar?
– Melhor não.
Passei a mão no galo que se formara na parte de trás de minha cabeça, levantei devagar, tomei banho, vesti o uniforme e saí.
Derek me parou perto do laboratório:
– Amy, sua resposta é?
– Não. – abaixei a cabeça – Desculpe-me, bem não quero um relacionamento agora entende? Estou meio bagunçada por dentro, espero que entenda e, por favor, não deixei de conversar comigo, sua companhia faz bem...
Abri um sorriso de canto, ele tentou retribuir, mas não estava feliz, também como poderia? Meio que dei um fora nele.
– Sabe que não posso digerir tudo agora e ficar de boa não sabe?
– Sei... Só espero que entenda leve o tempo que precisar, e mais uma vez, perdão.
– Farei o possível. – terminou tomando a direção contrária da qual estava seguindo
Bati na porta da sala de Geografia, quando na verdade deveria ter entrado na de Filosofia, porém juro por tudo que é mais sagrado não freqüento uma aula de Filosofia sequer nas próximas semanas. Perguntei ao professor se me permitiria assistir a aula, assentiu, adentrei a sala, Kurt se encontrava na penúltima carteira, fez sinal para que sentasse atrás dele, o fiz.
– Não está no horário certo. Como fez o professor lhe deixar entrar?
– Pois é, longa história. Disse que não queria ficar no quarto ou área de lazer e estava de horário vago.
– Esperta, qual a longa hist...
O professor pediu silêncio, tivemos que nos calar, era bondade da parte dele me aceitar na aula, extravasar agora seria devastador.
Após a aula Kurt e eu fomos conversar. Ficamos numa sala interditada, assim não havia risco de sermos ouvidos.
– Amy, conte-me a longa história e tenho um pedido para fazer depois.
– Beleza.
Contei sobre o sonho e o quanto tinha me deixado preocupada, também que estava com vontade de mudar de colega, era só ir à direção e apresentar um motivo convincente, o que pra mim não seria/é problema.
– Fica calma pra começar. Foi só um sonho, não faça tempestade num copo d’água, não vai acontecer. E o que você me contou não faz o estilo da Alex, ela é a “meiguisse” em pessoa, nunca trataria você assim. Mudar de quarto pra quê? Quer mesmo se tornar colega de quarto dos novatos? Pelo amor de Deus se acalma, confia em mim, não vai acontecer.
Confiar em Kurt só me rendeu pontos positivos, devo continuar então, a única coisa que ainda me preocupa é sentir que sim eu deixo óbvio demais...
– Obrigada de novo. Ei, disse que queria falar algo, comece.
– Bem...
Ele revirou os olhos colocou a mão na nuca:
– Preciso de uma ajuda. – continuou
– Diga.
– Simples, ande de mãos dadas comigo, me beije hora ou outra, seja meiga, creio que já tenha entendido.
Espera, isso é um pedido de namoro também? Kurt não era gay? Estou lerda demais para esse planeta, preciso sumir. Meu Deus.
– Quer que eu seja sua namorada?
– Mais ou menos, não de verdade, até porque eu jogo no outro time. Quero que seja minha “amizade colorida.” Preciso tentar provocar ciúmes ou algo no Andrew.
– Entendi, quer que eu finja ser sua namorada. As pessoas não sabem que és gay?
– Suspeitam, certeza ninguém tem, aparecer com você me deixaria titular no time dos héteros, e se der certo consigo fazer ciúmes no Andrew que também suspeita da minha homossexualidade, vai ficar confuso.
– Eu topo.
– Sério?
– Sério. – sorri
– Amy... Lembrei; Richard está “puto” da vida contigo.
– O reforço das crianças! Lasquei-me. Preciso falar com ele.
– Vamos juntos então. – piscou - Iniciando o cronômetro em cinco, quatro, três, dois, um...
Entrelaçamos nossas mãos e saímos da sala. Não é uma má ideia, tenho que ajudá-lo, devo isso a ele e também pode ser proveitoso pra mim, Kurt não é de se jogar fora, tem um corpo e tanto.
Autor(a): Annie Scoot
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Comentários da Fanfic 3
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bella_13 Postado em 21/06/2013 - 16:55:06
To curtindo muito a Historia já to viciada rs
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alicemartiins Postado em 21/06/2013 - 09:44:12
POSTA MAAAAAAAAAAAIS *---*
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sophia_violetta Postado em 20/06/2013 - 10:14:28
e legal