Fanfic: Devia ser mais fácil

Ju narrando.

A Alice não quis me contar o que tanto conversou com o Guto e eu tive que simplesmente respeitá-la. A noite nos encontramos com a mesma galera da praia e como sou muito sortuda para não dizer ao contrário, fui pega por uma pergunta na brincadeira da qual eu nem sabia direito a resposta. Incrível é que foi a mesma pergunta pra Alice um pouco antes e que por acaso me deixou hiper constrangida. Na volta pra casa o inevitável aconteceu: o clima ficou estranho. Acho que devido as brincadeiras, mas enfim... Quando chegamos em casa, foi automático, as duas tentaram abrir a porta ao mesmo tempo e assim que nossas mãos se encostaram, senti meu corpo todo esquentar e esfriar ao mesmo tempo. Era como se fosse uma corrente elétrica. Nossos olhares se cruzaram. O tempo parou, eu senti que parou, íamos nos aproximando até que o tempo que estava parado, resolveu sair da inércia e algo me deu um sacode dizendo que eu não poderia fazer aquilo. Era a razão contra a emoção, digamos assim. Senti vontade, muita vontade inclusive, a oportunidade tivemos e eu disse naquele bendito jogo que se houvesse a oportunidade, não desperdiçaria. Mas eu não podia fazer aquilo, não era justo com Dennis, afinal, ele me amava e eu não podia jogar tudo para o alto. Falando em Dennis, desde que cheguei não o procurei, e acho que se eu fizesse isso assim que saísse daquele momento constrangedor com a Alice, ela ficaria chateada, achando que eu havia dito aquilo no jogo apenas pra não deixa-la passar vergonha na frente do pessoal. A deixei abrir a porta, confesso que mesmo não me aproximando mais dela para lhe dar um beijo, não consegui largar sua mão, mas enfim larguei e ela abriu a porta. Fomos para o nosso quarto, e enquanto ela tomava seu banho, resolvi meter a mão no celular. Muitas chamadas perdidas da minha mãe, do meu irmão e do Dennis.. Tinham mensagens dos 3 também, então pra evitar que Alice me ouvisse conversando com Dennis, resolvi apenas mandar uma mensagem pra eles. Alice saiu do banho, apenas de toalha, foi difícil retornar aos meus sentidos, ainda mais quando passei por ela pra poder entrar no banheiro. Nunca fui de reparar, mas ela é muito cheirosa. Sabe aqueles cheiros únicos que as pessoas têm? Então, ela tinha um inconfundível e maravilhoso cheiro. Tomei meu banho sem pressa alguma, queria encontrá-la dormindo para que não houvesse sequer alguma conversa que me deixasse constrangida. Mas não foi bem assim, saí do banho e ela ainda estava acordadíssima. Fitando o teto mas estava acordada, e fitar o teto significa estar pensando em algo. Deitei ao seu lado um pouco nervosa do que estava por vir, mas iria enfrentar qualquer situação.

Bom, acho que precisamos conversar. – Disse Alice um pouco confusa logo assim que deitei.

É... – Foi tudo o que consegui dizer.

Primeiro, desculpe pelo ocorrido na praia, aquilo era uma brincadeira, mas não me contive e disse a verdade logo, não queria que fosse assim, mas foi. Segundo, desculpas pela situação na porta, quis muito aquilo, mas sei que não devemos e terceiro, não quero que fiquei um clima chato entre a gente. Antes de tudo somos amigas e não quero que nada mude isso! – Ela não disse isso calmamente, ela cuspiu essas palavras sem nem ter tempo pra respirar.

Parei para pensar em tudo o que Alice havia me dito e tentei ganhar tempo pra esboçar alguma resposta.

Sabe Alice, antes de tudo somos amigas, você foi uma das melhores pessoas que já conheci até hoje. Confesso que na brincadeira da praia, também fui muito sincera, estava sentindo aquilo e ainda sinto. Não sei bem ainda o quê, mas sei que sinto algo, se é que você me entende. Não, não devemos fazer nada por impulso, porque tenho um namorado e ele não merece isso. Só quero também que nada mude, mas que possamos deixar as coisas rolarem e veremos no que vai dar! – Falei um pouco receosa, mas falei.

E assim findou-se nossa noite. Cada uma virou para o lado e dormiu. Os dias de carnaval foram extremamente perfeitos. Não rolou nada entre eu e Alice, mas estávamos mais próximas do que nunca. Sim, até passear de mãos dadas passeávamos às vezes.. Lógico que só quando estávamos só nós duas, afinal, ninguém poderia saber do que se passava entre nós!