Fanfic: Fiquei com o seu número [Adp] [Terminada] | Tema: Anahí e Alfonso
De repente, dou uma animadinha. Em oito dias, vai ser a gente! Em uma semana a partir de amanhã a igreja vai estar tomada de seda branca e flores. Todos os meus amigos e a mina família inteira vão esperar com emoção. O trombeteiro vai estar no mezanino do órgão e eu estarei com o meu vestido e Christopher estará de pé no altar usando o fraque de grife./O fraque dele custou quase a mesma coisa que o meu vestido./ Está realmente acontecendo!
Já consigo ver Wanda dentro da igreja, observando uma estátua antiga. Quando ela se vira, eu me forço para acenar com confiança, como se tudo estivesse ótimo, como se fôssemos ótimas amigas e como se eles não me intimidassem.
Christopher está certo, eu digo para mim mesma. Reagi com intensidade demais. Deixei que me afetassem. Eles provavelmente mal podem esperar para me ter na família.
Afinal, eu ganhei de todos no Palavras Cruzadas, não ganhei?
_Pensa só. —eu agarro o braço de Christopher. — Não falta muito!
_Alô? —Christopher atende o celular, que devia estar configurado para vibrar. — Ah, oi, Neil.
Que ótimo. Neil é o aluno mais dedicado de Christopher e está escrevendo uma dissertação sobre “Símbolos no trabalho do Coldplay”./Acho que “Címbalos no trabalho do Coldplay” faria mais sentido, mas o que eu sei?/ Vão ficar no telefone durante horas. ele pede desculpas comm um movimento labial e desaparece da igreja.
Você acharia que ele podia ter desligado o celular. Eu desliguei o meu.
Ah, não importa.
_Oi! —exclamo quando Wanda se aproxima. — Que bom ver você! Não é emocionante?
Não estou exatamente oferecendo a mão. Nem escondendo. Estou deixando-a neutra. É como a política da Suíça aplicada às mãos.
_Anahí. —Wanda faz o movimento dramático costumeiro em direção à minha bochecha. — Querida. Deixe-me apresentar Paul. Para onde ele foi? E como está sua queimadura?
Por um momento, não consigo me mexer.
Paul. O dermatologista. Merda. Esqueci sobre o dermatologista. Como pude esquecer o dermatologista? Como pude ser tão burra? Fiquei tão aliviada de pegar o anel substituto que esqueci que deveria estar mortalmente ferida.
_Você tirou o curativo. —observa Wanda.
_Ah. —eu engulo em seco. — É. Tirei. Porque... a minha mão está muito melhor. Muito melhor.
_Mas nunca se pode ser cuidadosa demais com esses pequenos ferimentos. —Wanda está me guiando pelo corredor e não há nada que eu possa fazer além de andar obedientemente. — Um colega nosso em Chicago bateu o dedão do pé e continuou com a vida normal, mas pouco tempo depois soubemos que estava no hospital com gangrena! Falei pra Antony... —Wanda se interrompe. — Aqui está ela. A noiva. A prometida. A paciente.
Antony e um homem idoso de gola em V roxa param de olhar para uma pintura pendurada num pilar de pedra, se viram e olham para mim.
_Anahí. —diz Antony— Quero apresentar o nosso vizinho, Paul McAndrew, um dos mais famosos professores de dermatologia do país. É especialista em queimaduras. Não é uma sorte?
_Que ótimo! —minha voz sai num gritinho nervoso e levo minhas mãos para as costas. — Bem, como falei, está muito melhor.
_Vamos dar uma olhada. —diz Paul de uma maneira agradável e direta.
Não há como escapar. Tremendo de vergonha, eu lentamente estico a mão esquerda. Todos olham para minha pele macia e intacta em silêncio.
_Onde exatamente foi a queimadura? —pergunta Paul por fim.
_Hum... aqui. —gesticulo vagamente em direção ao polegar.
_Foi com água quente? Cigarro? —ele está segurando minha mão e a está apalpando com o toque de um especialista.
_Não. Foi... hum... num aquecedor. —eu engulo em seco. — Doeu bastante.
_A mão dela estava toda coberta de curativos. —Wanda parece perplexa. — Ela parecia vítima de guerra! E isso foi ontem!
_Entendo. —o médico solta minha mão. — Bem, ela parece boa agora, não é? Está doendo? Com alguma sensibilidade?
Eu balanço a cabeça sem dizer nada.
_Vou prescrever pasta d’água. —diz ele com delicadeza. — Para o caso de os sintomas voltarem. Que tal?
Vejo Wanda e Antony trocando olhares. Maravilha. Eles obviamente me acham uma hipocondríaca.
Bem... Tudo bem. Sem problemas. Para mim, está bom assim. Serei a hipocondríaca da família. Pode ser uma das minhas peculiaridades. Podia ser pior. Pelo menos eles não exclamaram: “Que diabos você fez com o nosso anel valiosíssimo e que lixo é esse que você está usando?”
Como se tivesse lido meus pensamentos, Wanda olha para a minha mão.
_O anel de esmeralda da minha mãe. Está vendo, Antony? —ela aponta para minha mão. — Christopher deu para Anahí quando a pediu em casamento.
OK. Eu realmente não estou inventando: há um ligeiro tom afiado na voz dela. E agora ela está lançando um olhar intenso para Antony. O que está acontecendo? Será que ela queria o anel? Christopher não podia ter me dado? Sinto que me meti numa situação familiar delicada que é invisível para mim, mas são todos educados demais para explicar, e nunca vou saber o que pensam de verdade.
Mas aí, se ele é tão especial, como ela não reparou que é uma cópia? Perversamente, eu sinto um pouco de decepção pelo fato de os Uckermann não terem percebido. Eles se acham tão inteligentes, mas não conseguem nem identificar uma esmeralda falsa.
_É um superanel de noivado. —diz Paul educadamente. — É uma peça única, posso dizer.
_Sem dúvida! —eu concordo com a cabeça. — É uma antiguidade. Totalmente exclusivo.
_Ah, Anahí! —diz Antony, que estava examinando uma estátua ali perto. — Isso me faz lembrar de uma coisa. Queria fazer uma pergunta a você.
A mim?
_Ah, sim. —digo, surpresa.
_Eu perguntaria a Christopher, mas acho que é mais a sua área do que a dele.
_Pode falar. —dou um sorriso educado, esperando alguma pergunta sobre o casamento, na linha de “quantas damas você vai ter?” ou mesmo “você se surpreendeu com o pedido de casamento de Christopher?”
_O que você acha do novo livro do McDowell sobre os estoicos? —os olhos dele estão fixos nos meus, atentos. — Como ele se compara a Whittaker?
Por um momento, fico perturbada demais para responder. O quê? O que eu acho sobre o quê?
_Ah, é! —assente Wanda vigorosamente. — Anahí é uma grande expert em filosofia grega, Paul. Ela nos logrou a todos no jogo de Palavras Cruzadas com a palavra “aporia”, não foi?
De alguma forma me esforço para continuar sorrindo.
Aporia.
Foi uma das palavras que Alfonso me mandou por mensagem de texto. Eu tinha tomado alguns copos de vinho e estava me sentindo confiantes. Tenho uma ligeira lembrança de colocar as peças no tabuleiro enquanto dizia que filosofia grega era um dos meus grandes interesses.
Por quê? Por quê, por quê, por quê? Se eu pudesse voltar no tempo, seria nesse momento que eu iria até mim e diria: “Anahí! Chega!”
_Isso mesmo! —eu tento dar um sorriso relaxado. — Aporia! Enfim, queria saber onde o vigário está...
_Estávamos lendo o Times Literary Suplement hoje de manhã. —Antony ignora minha tentativa de desviar o assunto. — E tinha uma crítica do novo livro de McDowell, e pensamos, bem, Anahí vai saber sobre esse assunto. —ele olhar para mim com expectativa. — McDowell está certo quanto às virtudes do século IV?
Dou uma chorada por dentro. Por que diabos eu fingi saber sobre filosofia grega? O que eu estava pensando?
_Eu ainda não li o livro do McDowell. —eu limpo a garganta. — Embora obviamente esteja na minha lista de próximas leituras.
_Acredito que o estoicismo é frequentemente confundido com uma filosofia, não é, Anahí?
_Com certeza. —balanço a cabeça para concordar, tentando parecer dominar o assunto o tanto quanto possível. — É completamente confundido. Muito mesmo.
_Os estoicos não eram desprovidos de emoção, pelo que entendo. —ele gesticula com as mãos como se estivesse fazendo uma palestra para trezentas pessoas. — Eles apenas valorizavam a virtude da bravura. Demonstravam uma impassibilidade tão grande frente à hostilidade que seus agressores se perguntavam se eram feitos de pedra.
_Extraordinário! —diz Paul, com uma gargalhada.
_Está correto, não está, Anahí? —Antony se vira para mim. — Quando os gauleses atacaram Roma, os velhos senadores se sentaram num fórum, esperando calmamente. Os invasores ficaram tão surpresos pela atitude impassível deles que acharam que deviam ser estátuas. Um gaulês até puxou a barba de um senador para ter certeza.
_Isso mesmo. —assinto com confiança. — É exatamente isso.
Desde que Antony fique falando e eu apenas concorde, vou ficar bem.
_Fascinante! E o que aconteceu depois? —Paul se vira para mim com expectativa.
Olho para Antony em busca da resposta, mas ele também está esperando por mim. E Wanda também.
Três eminentes professores. Todos esperando que eu conte a eles sobre filosofia grega.
_Bem! —eu faço uma pausa, pensativa, como se estivesse considerando por onde começar. — Pois bem. Foi... interessante. De muitas, muitas formas. Para a filosofia. E para a Grécia. E para a história. E para a humanidade. Poderia-se dizer, na verdade, que foi o momento mais significativo na Grécia... grega. —concluo a fala, torcendo para ninguém reparar que não respondi a pergunta.
Há uma pausa confusa.
_Mas o que aconteceu? —diz Wanda, com um pouco de impaciência.
_Ah, os senadores foram massacrados, é claro. —diz Antony, dando de ombros. — Mas o que eu queria perguntar a você, Anahí, era...
_Que pintura linda! —grito em desespero, apontando para uma pintura pendurada num pilar. — Olhem lá!
_Ah, sim, essa sim é uma peça interessante. —ele chega mais perto para olhar melhor.
O melhor de Antony é que ele é tão curioso quanto a tudo, que acaba se distraindo com facilidade.
_Só preciso checar uma coisa na minha agenda... —digo rapidamente. — Só vou...
Minhas pernas estão tremendo um pouco quando escapo para o banco mais próximo. Isso é um desastre. Agora vou ter que fingir ser especialista em filosofia grega para o resto da vida. Em todos os Natais e em todas as reuniões de família, serei obrigada a ter uma posição sobre filosofia grega. Sem mencionar a missão de recitar uma poesia de Robert Burns.
Eu nunca, jamais deveria ter roubado. Isso é carma. É minha punição.
Seja como for, tarde demais. Eu roubei.
Vou ter que começar a tomar notas. Pego meu celular, crio um novo e-mail e começo a digitar notas para mim mesma.
COISAS A FAZER ANTES DO CASAMENTO:
1. Me tornar especialista em filosofia grega.
2. Decorar poemas de Robert Burns.
3. Aprender palavras compridas de Palavras Cruzadas.
4. Não esquecer: sou HIPOCONDRÍACA.
5. Strogonoff de carne. Começar a gostar. (Hipnose?) /Wanda fez stogonoff de carne para a gente quando eu a conheci. Como eu poderia dizer a verdade, que é: esse pra me dá vontade de vomitar?/
Olho para a lista por alguns momentos. Está tudo bem. Posso ser essa pessoa. Não é tão diferente de mim.
_Bem, é claro, você conhece a minha opinião sobre artes em igrejas... —a voz de Antony está ressoando alto. — Absolutamente escandaloso...
Eu me encolho para sair de vista, antes que alguém possa me arrastar para a conversa. Todo mundo conhece as opiniões de Antony sobre arte nas igrejas, principalmente por ele ser o fundador de uma campanha nacional para transformar igrejas em galerias de arte e se livrar de todos os vigários. Alguns anos atrás, ele apareceu na TV e disse: “Tesouros como esses não deveriam ficar nas mãos dos filisteus.” Isso foi repetido em todos os lugares e houve uma grande falação e manchetes como “Professor chama clérigos de filisteus” e “Professor desrespeita reverendos” (esta última foi no Sun). /Ele até apareceu no programa Newnight e tal. De acordo com Christopher, Antony adorou a atenção, embora tenha fingido que não. Ele vem dizendo coisas ainda mais controversas desde então, mas nenhuma chamou a mesma atenção que a história dos filisteus./
Eu só queria que ele falasse baixo. E se o vigário o ouvisse? Não é exatamente diplomático.
Agora consigo ouvi-lo lendo os ritos litúrgicos.
_“Amados convidados.” —ele dá uma risadinha sarcástica. —Amados pro quem? Amados pelas estrelas e pelo cosmos? Alguém espera que nós acreditemos que um ser benevolente está lá em cima nos amando? “Aos olhos de Deus.” Impressionante, Wanda! É uma besteirada para os desprovidos de neurônios.
De repente, vejo o vigário descendo a nave em nossa direção. Está claro em sua expressão de raiva que ele ouviu Antony. Droga.
_Boa noite, Anahí.
Eu rapidamente dou um salto do banco.
_Boa noite, reverendo Fox! Como o senhor está? Estávamos conversando... sobre como a igreja está linda. —dou um sorriso sem graça.
_É verdade. —diz ele friamente.
_O senhor... —eu engulo em seco. — O senhor já conhece meu futuro sogro? O professor Antony Uckermann.
Felizmente, Antony aperta a mão do reverendo Fox de modo educado, mas ainda há uma atmosfera tensa no ar.
_Então o senhor fará uma leitura, professor Uckermann. —diz o reverendo Fox depois de verificar alguns detalhes. — Da Bíblia?
_De jeito nenhum. —os olhos de Antony brilham para o vigário.
_Foi o que pensei. —o reverendo Fox retribui o sorriso agressivamente. — Não é sua “praia”, podemos dizer.
Ai, Deus. Dá para sentir a hostilidade estalando no ar entre eles. Será que devo fazer uma piada para aliviar o clima?
Talvez não.
_E, Anahí, você vai entrar com os seus irmãos? —o reverendo Fox olha as anotações.
_Isso mesmo. —concordo com um movimento de cabeça. — Toby e Tom. Eles vão entrar comigo, um de cada lado.
_Seus irmãos! —diz Paul com interesse. — Que ideia interessante. Mas por que não seu pai?
_Porque o meu pai... —eu hesito. — Bem, na verdade, os meus pais já morreram.
E, assim como a noite chega quando acaba o dia, aqui está ele. O silêncio constrangedor. Fico olhando para o piso de pedra, contando os segundo, esperando pacientemente que passem.
Quantas vezes provoquei o silêncio constrangedor nos últimos dez anos? É sempre a mesma coisa. Ninguém sabe para onde olhar. Ninguém sabe o que dizer. Pelo menos desta vez ninguém tentou me dar um abraço.
_Minha querida garota. —diz Paul consternado. — Sinto muito...
_Está tudo bem! —digo, interrompendo-o com animação. — De verdade. Foi um acidente. Há dez anos. Não falo sobre isso. Não penso sobre isso. Não mais.
Eu sorrio para ele da melhor maneira que consigo, tentando encerrar o assunto. Não vou entrar nessa conversa. Nunca falo. Está tudo dobradinho e arrumado na minha mente. Empacotado bem no fundo.
Ninguém quer ouvir histórias sobre coisas ruins. Essa é a verdade. Eu me lembro do meu professor da faculdade me perguntando uma vez se eu estava bem e se queria conversar. Assim que comecei, ele disse “Você não deve perder a confiança, Anahí!” de uma maneira brusca que significava “Na verdade, não quero ouvir sobre isso. Por favor, pare agora.”
Havia um grupo de orientação. Mas não o frequentei. Era na hora do treino de hóquei. Afinal, o que há para se falar? Meus pais morreram. Minha tia e meu tio nos acolheram. Meus primos já tinham saído de casa, então eles tinham os quartos e tudo mais.
Aconteceu. Não há nada mais a ser dito.
_Que lindo anel de noivado, Anahí. —diz o reverendo Fox por fim, e todo mundo aproveita o momento.
_Não é lindo? É uma antiguidade.
_É uma peça de família. —diz Wanda.
_É muito especial. —Paul bate na minha mão com carinho. — Único.
A porta da igreja se abre com um ressoar forte de trancas de ferro.
_Me desculpem o atraso. —diz uma voz familiar e aguda. — O dia hoje foi terrível.
Quem percorre a nave carregando várias sacolas de seda é Dulce. Ela está usando um vestido soltinho bege e um par enorme de óculos de sol na cabeça. Está parecendo perturbada.
_Reverendo Fox! O senhor recebeu o meu e-mail?
_Sim, Dulce. —responde o reverendo Fox com ar cansado. — Recebi. Infelizmente os pilares da igreja não podem ser pintados de prateado, de jeito nenhum.
Dulce para de repente e um rolo de seda cinza começa a se desenrolar pelo corredor todo.
_Não podem? Bem, o que eu vou fazer? Prometi ao florista colunas prateadas! —ela afunda no banco mais perto. — Esse maldito casamento! Se não é uma coisa, é outra...
_Não se preocupe, Dulce, querida. —diz Wanda, sentando-se ao lado dela. — Tenho certeza de que você está fazendo um trabalho maravilhoso. Como está a sua mãe?
_Ah, ela está bem. —Dulce balança uma das mãos. — Não que eu consiga vê-la, estou até aqui com isso tudo. Onde está a porcaria da Clemency?
_Reservei os carros, aliás. —digo rapidamente. — Está resolvido. E o confete também. Eu queria saber se deveria encomendar flores para as lapelas dos pajens.
_Se você puder. —sugere ela, um pouco mal-humorada. — Eu agradeceria. —ela ergue o olhar e parece me ver direito pela primeira vez— Ah, Anahí. Tenho pelo menos uma boa notícia. Estou com o seu anel! Estava preso no forro da minha bolsa.
Ela pega o anel de esmeralda e o entrega para mim. Estou tão surpresa que só consigo piscar.
O verdadeiro. Meu anel de noivado de esmeralda, verdadeiro, antigo, de valor incalculável. Bem aqui, em frente aos meus olhos.
Como ela...
Que merda de...
Não consigo olhar para mais ninguém. Mas mesmo assim, percebo os olhares de perplexidade ao meu redor, se cruzando como raios de mira laser, indo do meu anel falso até o verdadeiro e depois voltando ao falso.
_Não estou entendendo... —Paul começa a dizer.
_O que está acontecendo aqui, pessoal? —Christopher está descendo pelo corredor e observa a cena. — Alguém viu um fantasma? O Espírito Santo? —ele ri da própria piada, mas ninguém mais ri.
_Se aquele é o anel... —Wanda parece ter encontrado a voz. — Então o que é isso? —ela aponta para a falsificação no meu dedo, que obviamente agora parece um brinde de caixa de biscoito.
Minha garganta está tão apertada que mal consigo respirar. Alguém tem que salvar a situação. De alguma maneira. Eles não podem nunca saber que perdi o anel.
_Sim! Eu... achei que vocês fossem ficar surpresos! —de alguma forma, encontro as palavras; de alguma forma, consigo dar um sorriso. Sinto como se estivesse cruzando uma ponte que estou tendo que construir enquanto passo, feita de cartas de baralho. — Na verdade, eu... mandei fazer uma réplica! —eu tento parecer casual. — Porque emprestei o original a Dulce.
Olho para ela desesperada, desejando que Dulce acompanhe meu improviso. Felizmente, ela parece ter percebido a gafe que cometeu.
_É! —continua ela rapidamente. — Isso mesmo. Peguei o anel emprestado para... para...
_... para fins de design.
_É! Achamos que o anel podia servir de inspiração para...
_Os aros dos guardanapos! —completo, tirando a fala de sei lá onde. — Aros de guardanapo de esmeraldas! Mas acabamos não gostando da ideia. —acrescento com cuidado.
Silêncio. Eu me encho de coragem para olhar ao redor.
O rosto de Wanda está enrugado e com a testa franzida. Christopher parece perplexo. Paul deu um passo para trás, para sair do meio do grupo, como se dissesse “não tenho nada a ver com isso”.
_Então... muito obrigada. —pego o anel da mão de Dulce com as mãos trêmulas. — Vou... colocá-lo de volta no dedo.
Cheguei ao lado oposto e estou agarrada a um arranjo de flores. Consegui. Graças a Deus.
Mas quando tiro o anel falso, coloco-o na bolsa e enfio o verdadeiro no dedo, minha mente está a mil. Como é que Dulce estava com o anel? E a Sra. Fairfax? Que porra que está acontecendo?
_Por que exatamente você fez uma réplica, querida? —Christopher ainda parece completamente desnorteado.
Eu fico olhando para ele, tentando desesperadamente pensar. Por que eu teria o trabalho e o gasto de fazer um anel falso?
_Porque achei que seria bom ter dois. —falei soando baixo depois de uma pausa.
Ah, não. Não. Péssimo. Eu devia ter dito “para viagens”.
_Você queria dois anéis? —Wanda parece quase sem fala.
_Bem, espero que esse desejo não se aplique ao marido assim como ao anel de noivado! —diz Antony,, com humor pesado. — Não é, Christopher?
_Ha ha ha! —dou uma risada alta e bajuladora. — Ha ha ha! Muito bom! Pois é. —eu me viro para o reverendo Fox, tentando esconder o desespero. — Vamos em frente?
Apareceu o anel o/
Autor(a): AnnRBD
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Meia hora depois, minas pernas ainda estão tremendo. Nunca passei por uma situação dessas antes. Não tenho certeza se Wanda acredita em mim. Ela fica me lançando olhares desconfiados, e me perguntou quanto a réplica custou e onde mandei fazer, perguntas que eu n&atild ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 336
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Angel_rebelde Postado em 02/04/2014 - 22:45:11
Posso te dizer que até gostei da história apesar de que os cap ficaram um pouco longos demais. E não sou mto fã de história deles que se passa tanta coisa e só ficam juntos no último cap. Mas teve partes divertidas e gostei mto do irmão do Ucker por ele ter sido sincero com a Anny o tempo todo e achei legal a atitude da mãe dele em se desculpar no final e realmente demonstrar o quanto gosta e admira a Anny. O final foi legal tbm, bem inusitado.
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Angel_rebelde Postado em 02/04/2014 - 02:02:13
Comecei a ler sua história hj e confesso que me surpreendi. Já a havia encontrado outras vezes mas não dei a devida atenção. Tô rindo mto com a Anahí loka de pedra ! kkkkkkkkkkkk. Querendo impressionar os outros. Ela nem precisa de nada disso porque é uma mulher mto inteligente. Adorando ler sua fic. Se tiver outras gostaria de ler tbm.
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franmarmentini Postado em 19/12/2013 - 09:31:31
vou ler essa também...mas estou aguardando as novas :)
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raya_ponchito Postado em 09/08/2013 - 19:03:47
Lindo, lindo, lindo esse final *-* E engraçado também para variar. Alfonso mandando coração OOUNT
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raya_ponchito Postado em 09/08/2013 - 19:01:51
O QUE FOI ISSO NESSE FINAL? Lindo, maravilhoso, perfeito, sem palavras! Ele mandou mensagem para todos os convidados para impedir o casamento e o mais lindo ainda foi quando ele disse que pensava nela, queria ouvir a voz dela e tudo mais .. Tudo muito lindo!
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raya_ponchito Postado em 09/08/2013 - 18:59:23
No fim, o Ucker não passava de um GRANDE idiota, ah que raiva dele!!
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raya_ponchito Postado em 09/08/2013 - 18:57:37
Olha que lindo, até para o dentista ele foi por ela kkk
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raya_ponchito Postado em 09/08/2013 - 18:56:47
Gente, eu quase tive um ataque nessa reta final quando a Any aceitou voltar com o Ucker. Sério, pensei que ia acabar desse jeito!
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raya_ponchito Postado em 09/08/2013 - 18:55:25
AAAA' até que fim a Any mandou uma mensagem para bruxa Perla, ela tava merecendo! Arrasou.
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raya_ponchito Postado em 09/08/2013 - 18:54:14
Amei ver os trechos de algumas mensagens trocadas entre eles imprimida. Só me fez já sentir saudade da web kk