Fanfic: Fiquei com o seu número [Adp] [Terminada] | Tema: Anahí e Alfonso
Meia hora depois, minas pernas ainda estão tremendo. Nunca passei por uma situação dessas antes. Não tenho certeza se Wanda acredita em mim. Ela fica me lançando olhares desconfiados, e me perguntou quanto a réplica custou e onde mandei fazer, perguntas que eu não queria responder.
O que ela acha? Que eu ia vender o original, por acaso?
Já ensaiamos a entrada na igreja e a saída juntos, e decidimos onde vamos nos ajoelhar e assinar os documentos. E agora o vigário sugeriu que falássemos sobre os votos.
Mas não consigo. Não consigo dizer aquelas palavras mágicas com Antony ali, fazendo comentários muito, muito perspicazes, e debochando de todos os trechos. Vai ser diferente durante o casamento. Ele vai ter que calar a boca.
_Christopher. —eu o puxo para o lado com um sussurro. — Não vamos falar os nossos votos hoje. Não com seu pai aqui. São palavras especiais demais para serem estragadas
_Tudo bem. — Ele parece surpreso. — Não me importo; como queira.
_Vamos apenas dizer uma vez. No dia. —eu aperto a mão dele. — Pra valer.
Mesmo sem levar Antony em conta, percebo que não quero diminuir o grande momento. Não quero ensaiar. Vai tirar a grandiosidade de tudo.
_É, eu concordo. —assente Christopher. — Então... acabamos agora?
_Não, não acabamos! —diz Dulce, parecendo ultrajada. — Longe disso! Quero que Anahí entre na igreja de novo. Você foi rápida demais para a música.
_Tudo bem. —eu dou de ombros e vou para a entrada da igreja.
_Órgão, por favor! —grita Dulce. — Ór-gão! Do começo! Ande como se deslizasse, suavemente, Anahí. —ordena ela quando eu passo. — Você está se balançando! Clemency, onde estão as xícaras de chá?
Clemency acabou de voltar de uma ida a uma Costa Coffee e consigo vê-la com o canto do olho, abrindo rapidamente sachês de açúcar.
_Eu ajudo! —digo, e paro a caminhada— O que posso fazer?
_Obrigada. —sussurra Clemency quando eu chego lá. — Antony quer três de açúcar. O de Christopher é o cappuccino. Wanda pediu biscotti...
_Onde está o meu muffin duplo de chocolate com cobertura extra? —pergunto, franzindo a testa, intrigada, e Clemency pula até o teto.
_Eu não... Eu posso voltar...
_Brincadeira! —digo— Estou só brincando!
Quanto mais Clemency trabalha para Dulce, mais ela parece um coelho apavorado. Não deve mesmo ser bom para a saúde dela.
Dulce pega seu chá (com leite e sem açúcar) com um leve aceno de cabeça. Ela parece muito irritada de novo e abriu uma planilha enorme em cima dos bancos. É uma confusão de áreas com marca-texto e rabiscadas e anotações em Post-its. Fico até impressionada por ela ter conseguido organizar alguma coisa.
_Ai, Deus, ai, Deus. —diz ela baixinho. — Onde está a porra do número do florista? —ela mexe numa planilha de papéis e depois puxa os cabelos em desespero— Clemency!
_Quer que eu procure no Google? —sugiro.
_Clemency vai procurar no Google. Clemency! —a pobre Clemency leva um susto tão grande que derruba chá de um dos copos.
_Deixa que eu seguro. —digo rapidamente, e pego a bandeja de Costa Coffee.
_Se você puder, seria muito bom. —Dulce expira com intensidade. — Porque você sabe, estamos todos aqui por você, Anahí. E o casamento é daqui a uma semana já. E ainda tem um montão de coisas pra fazer.
_Eu sei. —digo constrangida. — Hum... desculpa.
Não faço ideia de onde Christopher e os pais estão, então sigo para os fundos da igreja, segurando a bandeja cheia de copos, tentando fazer aquilo de “deslizar”, me imaginando de véu.
_Ridículo! —ouço a voz abafada de Wanda primeiro. — Rápido demais.
Olho ao redor, insegura, depois percebo que a voz vem de trás de uma porta pesada e fechada na parte lateral. Eles devem estar lá.
_Todo mundo sabe... postura de casamento... —É Christopher quem está falando, mas a porta é tão grosa que só consigo ouvir algumas palavras.
_Não quanto ao casamento em si! —a voz de Wanda se eleva de repente. — A vocês dois! Não consigo entender...
_Bastante equivocado... —de repente a voz de Antony soa como o barulho de um trovão.
Estou paralisada a 10 metros da porta, segurando a bandeja de Costa Coffee. Sei que eu não deveria ouvir. Mas não consigo evitar.
_Admita, Christopher... é um baita engano...
_Cancele. Não é tarde demais. Melhor agora do que um divórcio desagradável...
Engulo em seco. Minhas mãos estão tremendo enquanto seguram a bandeja. O que acabei de ouvir? Que palavra foi aquela, divórcio?
Devo estar interpretando errado, digo para mim mesma. São só algumas palavras soltas... podem significar qualquer coisa...
_Bom, a gente vai se casar independente do que vocês dois falem! Então é melhor vocês gostarem, merda! —a voz de Christopher de repente soa alto, clara como um toque de sino.
Um arrepio toma conta de mim. É bem difícil encontrar outra interpretação para aquilo.
Há uma resposta barulhenta de Antony e depois Christopher grita de novo.
_Não vai terminar numa merda de desastre!
Sinto uma onda de amor por Christopher. ele parece tão furioso. Um momento depois, há um som metálico na porta e eu volto uns dez passos rapidamente. Quando ele aparece, volto a andar para a frente, tentando parecer relaxada.
_Oi! Quer chá? —de alguma forma, consigo parecer natural. — Está tudo bem? Eu estava te procurando!
_Tudo bem. —ele sorri com carinho e passa um braço pela minha cintura.
Ele não dá sinal nenhum de que estava gritando com os pais agora mesmo. Nunca percebi que ele era tão bom ator. Ele deveria ser político.
_Deixa que eu levo para os meus pais. —ele rapidamente tira a bandeja das minhas mãos. —eles estão... hum... olhando as obras de arte.
_Ótimo! —consigo dar um sorriso, mas meu queixo está tremendo.
Eles não estão olhando as obras de arte. Estão conversando sobre a péssima escolha que o filho fez. Estão apostando que vamos nos divorciar em menos de um ano.
Quando Christopher volta para dentro da igreja, eu respiro fundo, mas me sinto enjoada, de nervoso.
_E então... o que os seus pais acham de tudo isso? —pergunto no tom mais leve que consigo. —Quer dizer, o seu pai não gosta de igrejas, não é? E... e... nem de casamentos.
Dei a ele a oportunidade perfeita para me contar. Foi tudo plannejado. Mas Christopher só dá de ombros com maus humor.
_Por eles, tudo bem.
Tomos alguns goles do meu chá, olho com tristeza para o antigo piso de pedra e tento me forças a insistir no assunto. Deveria rebater. Dizer “ouvi vocês discutindo agora mesmo”. Devia ser franca com ele.
Mas... não consigo. Não tenho coragem. Não quero ouvir a verdade, que os pais dele me acham péssima.
_Só preciso checar um e-mail.
É imaginação minha ou Christopher está evitando olhar nos meus olhos?
_Eu também. —eu me afasto dele com tristeza e vou me sentar sozinha num banco lateral.
Por alguns momentos, fico só sentada, com os ombros caídos, tentando resistir ao desejo de chorar. Acabo peando o celular e ligando o aparelho. É melhor eu me atualizar com as novidades. Não olho o celular há horas. Quando ligo o telefone, quase me encolho com o número de toques e luzes e sinais que me recebem. Quantas mensagens eu perdi? Rapidamente mando uma mensagem de texto para o concierge do hotel Berrow, avisando que ele pode cancelar a busca ao anel e agradecendo a atenção. Depois foco nas mensagens.
A primeira de todas é uma de Alfonso, que chegou uns vinte minutos atrás.
A caminho da Alemanha para passar o fim de semana. Indo para uma região montanhosa. Vou ficar um pouco fora do ar.
Ver o nome dele me enche de vontade de conversar com alguém, então respondo:
Oi. Parece bem legal. Por que Alemanha?
Não há resposta, mas não ligo. É catártico apenas digitar.
O anel falso já era. Não funcionou. Fui descoberta e agora os pais de C me acham esquisita.
Por um momento fico em dúvida se devo contar a ele que Dulce estava com o anel e perguntar o que ele acha. Mas... não. É complicado demais. Ele não vai querer se meter. Mando a mensagem de texto, mas aí percebo que ele pode pensar que estou reclamando. Rapidinho digito outra coisa.
Mesmo assim, obrigada pela ajuda. Agradeço muito.
Talvez eu devesse dar uma olhada na caixa de entrada dele. Tenho sido negligente. Há tantos e-mails com o mesmo assunto que olho chocada para a tela, até que me dou conta. É claro. Todo mundo respondeu àquele meu convite para enviarem ideias! Tudo isso é resposta!
Pela primeira vez na noite, sinto um pouquinho de orgulho de mim mesma. Se alguma dessas pessoas tiver tudo uma ideia inovadora que vá revolucionar a empresa de Alfonso, vai ser tudo por minha causa.
Clico no primeiro, cheia de expectativa.
Caro Alfonso,
Acho que devíamos ter aula de ioga no horário do almoço, pagas pela empresa, e muitos outros concordam comigo.
Atenciosamente,
Sally Brewer
Franzo as sobrancelhas, em dúvida. Não é exatamente o que e esperava, mas acho que ioga é uma boa ideia.
Tudo bem, próximo e-mail.
Caro Alfonso,
Obrigado pelo seu e-mail. Você pediu sinceridade. O boato no nosso departamento é que esse suposto exercício de ideias é um processo de seleção para escolher quem vai perder o emprego. Por que você não é sincero e nos conta se vamos ser demitidos?
Atenciosamente,
Tony
Eu olho sem acreditar. O quê?
Muito bem, essa reação é ridícula. Ele só pode ser doido. Passo logo para o seguinte.
Caro Alfonso,
Há algum orçamento para esse programa de “Novas Ideias” que você lançou? Alguns líderes de equipe estão perguntando.
Obrigado.
Chris Davies
Outra reação ridícula. Orçamento? Quem precisa de orçamento para ter ideias?
Alfonso,
Que porra é essa? Da próxima vez que tiver vontade de anunciar uma nova iniciativa de funcionários, se importa de consultar os outros diretores?
Malcolm
O próximo é ainda mais direto:
Alfonso,
Do que se trata isso tudo? Obrigada por avisar. Só que não.
Vicks
Eu me sinto um pouco culpada. Nunca passou pela minha cabeça que eu podia estar arrumando confusão para Alfonso com os colegas. Mas é fato que todo mundo vai ver o lado bom do que fiz assim que as ideias começarem a aparecer, não é?
Caro Alfonso,
Dizem que você está escolhendo um novo “Czar de Ideias”. Talvez se lembre que essa ideia era minha, que apresentei numa reunião de departamento há três anos. Acho válido que a mina iniciativa esteja sendo posta em uso por você e espero que, quando a reunião for marcada, eu esteja no topo da lista. Senão, temo que eu precise fazer uma reclamação para um nível mais alto.
Atenciosamente,
Martin
O quê? Vamos tentar outro.
Caro Alfonso,
Vamos ter uma apresentação especial com todas as nossas ideias? Você pode me dizer o limite de tempo para uma apresentação em PowerPoint? Podemos trabalhar em grupos?
Abçs,
Mandy
Pronto. Está vendo? Uma reação brilhante e positiva. Trabalho em equipe! Apresentações! Isso é ótimo!
Prezado Alfonso,
Peço desculpas por incomodar você de novo.
Mas se não quisermos trabalhar em equipe, vamos ser penalizados? Eu me desentendi com a minha, e agora eles conhecem todas as ideias que tive, o que é muito injusto.
Só pra você saber, eu que tive a ideia da reestruturação do departamento de marketing primeiro. Não a Carol.
Atenciosamente,
Mandy
Certo. Bom, é óbvio esperar que haja alguns problemas. Não faz diferença. Ainda é um resultado positivo...
Caro Alfonso,
Lamento fazer isso, mas quero fazer uma reclamação formal sobre o comportamento de Carol Hanratty.
Ela não tem sido nada profissional no “exercício de ter novas ideias”, e fui obrigada a tirar o resto do dia de folga porque estou com a ansiedade nas alturas. Judy também está perturbada demais para trabalhar até o fim do expediente, e estamos pensando em procurar o sindicato.
Atenciosamente,
Mandy
O quê? O quê?
Caro Alfonso,
Perdoe-me pelo e-mail tão grande. Você pediu ideias.
Por onde posso começar?
Trabalho nessa empresa há 15 anos, durante os quais um longo processo de desilusão tomou conta das minhas veias, até que meus processos mentais...
O e-mail desse cara tem umas 15 páginas. Coloco o celular no colo, de queixo caído.
Não consigo acreditar em todas essas respostas. Nunca quis causar tanta confusão. Por que as pessoas são tão burras? Por que têm que brigar? Em que diabos fui mexer nisso?
Só li os primeiros e-mails. Há mais uns trinta. Se eu encaminhar todos eles para Alfonso e ele sair do avião na Alemanha e receber todos de uma vez... De repente, ouço a voz dele de novo: E-mails para um monte de destinatários é coisa do demônio.
E eu mandei um no nome dele. Para a empresa toda. Sem perguntar se podia.
Ai, Deus. Queria muito poder voltar no tempo. Pareceu ser uma ideia tão boa. No que eu estava pensando? O que sei é que não posso simplesmente jogar essa informações em cima dele, do nada. Preciso explicar a história toda primeiro. Dizer para ele o que eu estava tentando fazer.
Minha mente está a mil agora. Isto é, ele está dentro de um avião. Está fora do radar. E, afinal de contas, é sexta-feira à noite. Não faz sentido encaminhar alguma coisa para ele. Talvez fiquem todos mais calmos na segunda. Isso.
De repente o celular toca com a chegada de uma nova mensagem de texto e eu dou um pulo.
Decolo em breve. Tem alguma coisa que eu precise saber? Alfonso.
Olho para o aparelho, com o coração pulsando numa leve paranoia. Ele precisa saber sobre isso agora? Precisa?
Não. Não precisa.
Agora não. Boa viagem! Anahí
anniesilva ainda bem ne :p
raya_ponchito tem bastante coisa estranha ainda, mas já já serão esclarecidas.
isajuje Obrigada pelo comentário! Como mesma disse, bora lá!!
lyu Será que ai tem mesmo... ou ela esqueceu mesmo....
Pelos comentário de vocês, quem é pior? Angel ou Dulce? :P
Autor(a): AnnRBD
Este autor(a) escreve mais 3 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
OITO Não sei o que fazer em relação a Antony, Wanda e a Porta Lateral, como a chamo em pensamento. Então não faço nada. Não digo nada. Sei que estou fugindo do problema. Sei que é fraqu ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 336
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
Angel_rebelde Postado em 02/04/2014 - 22:45:11
Posso te dizer que até gostei da história apesar de que os cap ficaram um pouco longos demais. E não sou mto fã de história deles que se passa tanta coisa e só ficam juntos no último cap. Mas teve partes divertidas e gostei mto do irmão do Ucker por ele ter sido sincero com a Anny o tempo todo e achei legal a atitude da mãe dele em se desculpar no final e realmente demonstrar o quanto gosta e admira a Anny. O final foi legal tbm, bem inusitado.
-
Angel_rebelde Postado em 02/04/2014 - 02:02:13
Comecei a ler sua história hj e confesso que me surpreendi. Já a havia encontrado outras vezes mas não dei a devida atenção. Tô rindo mto com a Anahí loka de pedra ! kkkkkkkkkkkk. Querendo impressionar os outros. Ela nem precisa de nada disso porque é uma mulher mto inteligente. Adorando ler sua fic. Se tiver outras gostaria de ler tbm.
-
franmarmentini Postado em 19/12/2013 - 09:31:31
vou ler essa também...mas estou aguardando as novas :)
-
raya_ponchito Postado em 09/08/2013 - 19:03:47
Lindo, lindo, lindo esse final *-* E engraçado também para variar. Alfonso mandando coração OOUNT
-
raya_ponchito Postado em 09/08/2013 - 19:01:51
O QUE FOI ISSO NESSE FINAL? Lindo, maravilhoso, perfeito, sem palavras! Ele mandou mensagem para todos os convidados para impedir o casamento e o mais lindo ainda foi quando ele disse que pensava nela, queria ouvir a voz dela e tudo mais .. Tudo muito lindo!
-
raya_ponchito Postado em 09/08/2013 - 18:59:23
No fim, o Ucker não passava de um GRANDE idiota, ah que raiva dele!!
-
raya_ponchito Postado em 09/08/2013 - 18:57:37
Olha que lindo, até para o dentista ele foi por ela kkk
-
raya_ponchito Postado em 09/08/2013 - 18:56:47
Gente, eu quase tive um ataque nessa reta final quando a Any aceitou voltar com o Ucker. Sério, pensei que ia acabar desse jeito!
-
raya_ponchito Postado em 09/08/2013 - 18:55:25
AAAA' até que fim a Any mandou uma mensagem para bruxa Perla, ela tava merecendo! Arrasou.
-
raya_ponchito Postado em 09/08/2013 - 18:54:14
Amei ver os trechos de algumas mensagens trocadas entre eles imprimida. Só me fez já sentir saudade da web kk