Fanfics Brasil - 027 Fiquei com o seu número [Adp] [Terminada]

Fanfic: Fiquei com o seu número [Adp] [Terminada] | Tema: Anahí e Alfonso


Capítulo: 027

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_Então hoje é a conferência de vocês. —eu digo educadamente quando chegamos ao térreo. — Por que você não está lá?


_Ah, nós dividimos. —ela me guia até o saguão. — Um grupo já está lá, e o segundo sai em alguns minutos. Eu vou nele. Mas o evento principal é amanhã. É quando teremos o jantar de gala e o discurso de Papai Noel. Costuma ser divertido.


_Papai Noel? —não consigo sufocar uma risada.


_É como chamamos o Sir Nicholas. É só um apelido bobo nosso. Sir Nick... São Nick... O bom velhinho. Papai Noel. É um pouco sem graça, eu sei. —ela sorri— Pode me dar seu cartão de visitante?


            Entrego o cartão plastificado e ela o dá para um dos funcionários da segurança. Ele diz alguma coisa sobre a foto estar legal, mas não presto atenção. Uma sensação ruim está tomando conta de mim.


            Papai Noel. O sujeito que ligou para o telefone de Violet não ficou falando de Papai Noel? É coincidência?


            Enquanto Stephanie me acompanha pelo saguão com piso de mármore até as portas principais, eu tento lembrar o que ele disse. Era sobre uma cirurgia. Incisões. Alguma coisa sobre “sem vestígios”...


            Eu paro de repente, com o coração disparado. Foi a mesma expressão que Alfonso usou agorinha mesmo. Sem vestígios.


_Tudo bem? —Stephanie percebe que eu parei.


_Tudo! Me desculpa. —dou um sorriso e continuo a andar, mas minha mente está a mil. O que mais o cara disse? O que foi exatamente que ele falou sobre Papai Noel? Vamos, Anahí, pense.


_Bem, tchau! Obrigada pela visita! —Stephanie sorri mais uma vez.


_Obrigada! —e quando saio do prédio, sinto um choque interior. Lembrei. Adios, Papai Noel.


            Mais pessoas estão saindo do prédio e eu dou um passo para o lado, para onde um limpador de janelas está espalhando espuma em toda a superfície do vidro. Enfio a mão na bolsa e começo a procurar o programa de O rei leão. Por favor, não diga que o perdi, por favor...


            Eu o tiro da bolsa e olho para as palavras que rabisquei.


18 de abril — Scottie tem um contato, cirurgia por vídeo, sem vestígios, tome cuidado, porra.


20 de abril — Scottie ligou. Está feito. Precisão cirúrgica. Sem pistas. Coisa de gênio. Adios, Papai Noel.


            É como se as vozes estivessem tocando na minha cabeça. É como se eu as estivesse ouvindo de novo. Estou ouvindo a voz jovem e aguda e a arrastada, mais velha.


            E, de repente, eu sei, sem sombra de dúvida, quem deixou o primeiro recado. Foi Justin Cole.


            Ai. Meu Deus.


            Estou tremendo toda. Tenho que voltar e mostrar esses recados para Alfonso. Eles significam alguma coisa, não sei o quê, mas é alguma coisa. Empurro as grandes portas de vidro e a recepcionista imediatamente aparece na minha frente. Quando cheguei com Alfonso, ela sinalizou para que passássemos direto, mas agora ela sorri remotamente, como se não tivesse acabado de me ver sair com Stephanie.


_Oi. Você tem hora marcada?


_Não exatamente. —digo, sem fôlego— Preciso ver Alfonso Herrera, da Consultoria White Globe. Anahí Portilla.


            Espero ela se afastar e fazer uma ligação do celular. Estou tentando esperar pacientemente, mas mal consigo me conter. Esses recados têm alguma coisa a ver com o tal memorando. Sei que têm.


_Me desculpa. —a garota olha para mim com amabilidade profissional. — O Sr. Herrera não está disponível.


_Você pode dizer a ele que é urgente? —insisto. — Por favor?


            Sufocando um óbvio desejo de me mandar sumir, a garota se vira e faz outra ligação, que dura apenas trinta segundos.


_Me desculpa. —outro sorriso gélido. — O Sr. Herrera está ocupado pelo resto do dia, e a maior parte do resto da equipe está na conferência da empresa. Talvez deva telefonar para a assistente dele para marcar uma hora. Agora será que você pode dar lugar a outros visitantes?


            Ela está me guiando para fora do prédio. “Dar lugar” obviamente quer dizer “Dane-se”.


_Olha, eu preciso ver Alfonso. — eu me abaixo, desvio dela e vou em direção à escada rolante. — Por favor, deixa eu subir. Não vai ter problema.


_Por favor! —diz ela, me pegando pela manga— Você não pode simplesmente entrar aí! Thomas?


            Ah, você só pode estar brincando. Ela está chamando o segurança. Que covarde.


_Mas é uma emergência de verdade. —e apelo para os dois. — Ele vai querer me ver.


_Então ligue e marque uma hora! —responde ela enquanto o segurança me encaminha para a porta.


_Tudo bem! —respondo. — Vou ligar! Vou ligar agora! Vejo você em dois minutos. —eu ando até a calçada e enfio a mão no bolso.


            Naquele momento, sou completamente tomada de uma sensação de horror. Não tenho celular.


            Não tenho celular.


            Estou impotente. Não posso entrar no prédio e não posso ligar para Alfonso. Não posso contar a ele sobre isso. Não posso faze nada. Por que não comprei outro celular extra? Devia ser lei, comoo ter um estepe de carro.


_Com licença. —eu me dirijo ao limpador de janelas. — Você tem um celular que possa me emprestar?


_Foi mal, querida. —ele bate os dentes. — Eu tenho, mas está sem bateria.


_Certo. —Eu sorrio, sem fôlego de tanta ansiedade. — Obrigada mesmo assim. Ah!


            Eu paro e olho para dentro do prédio de vidro. Deus me ama! Ali está Alfonso! Ele está de pé a 20 metros de distância no saguão, conversando animadamente com um cara de terno segurando uma pasta de couro.


            Eu abro as portas, mas o segurança Thomas está me esperando.


_Não, senhora. —diz ele, bloqueando o caminho.


_Mas preciso entrar.


_Se a senhora puder sair...


_Mas ele vai querer falar comigo! Alfonso! Aqui! É Anahí! Alfonsooo! —grito, mas alguém está empurrando um sofá na recepção e o som do móvel sendo arrastado no mármore é mais alto do que a minha voz.


_Ah, não! —diz o segurança com firmeza— Para fora. —as mãos dele estão nos meus ombros e, quando percebo, estou na calçada, ofegando de raiva.


            Não consigo acreditar no que aconteceu. Ele me botou para fora! Nunca fui fisicamente expulsa de nenhum lugar na vida. Eu não sabia que eles tinham permissão para fazer isso.


            Uma multidão chegou na entrada e eu dou um passo para o lado para que elas entrem, com meus pensamentos em disparada. Será que corro pela rua e tento encontrar um telefone público? Será que tento entrar de novo? Será que saio correndo para o saguão e vejo até onde consigo ir antes de ser derrubada no chão? Alfonso está de pé na frente dos elevadores agora, ainda conversando com o cara com a pasta de couro. Vai sumir em alguns instantes. É tortura. Se eu pudesse atrair a atenção dele...


_Não conseguiu? —diz o limpador de janelas com uma voz solidária do alto da janela. Ele cobriu um pedaço enorme de janela com espuma e está prestes a começar a limpar com aquele rodinho.


            Naquele momento, tenho a ideia.


_Espere! —grito para ele, desesperada— Não limpa! Por favor!


            Nunca escrevi em espuma na vida, por sorte não estou querendo fazer nada muito ambicioso. Apenas “A L F O N S O”. Em letras de 1,80 metro. Fica um pouco torto, mas quem está reclamando?


_Bom trabalho. —diz o limpador de janelas aprovando de onde está sentado. — Você poderia vir trabalhar comigo.


_Obrigada. —eu digo com modéstia, e limpo a testa. Meu braço dói.


            Se Alfonso não vir isso... Se alguém não reaparar e não cutucá-lo no ombro para dizer “Olha só aquilo”...


_Anahí?


            Eu me viro e olho para baixo da minha posição sobre a escada do limpador de janelas. Alfonso está de pé na calçada, olhando para mim sem acreditar.


_Isso é pra mim?


            Subimos de elevador em silêncio. Vicks está esperando na sala de Alfonso e, quando me vê, bate na testa com a beirada da mão.


_Espero que isso seja bom. —diz Alfonso de forma direta, fechando a porta de vidro depois que passamos. — Tenho cinco minutos. Há uma emergência acontecendo...


            Sinto uma onde de raiva. Será que ele acha que não percebi? Será que ele acha que escrevi “ALFONSO” em letras de quase 2 metros só porque me deu na telha?


_Eu agradeço. —respondo no mesmo tom direto. — Mas achei que você se interessaria pelos recados que chegaram pelo telefone de Violet semana passada. Esse telefone. —estico a mão em direção ao celular, ainda sobre a mesa dele.


_De quem é esse celular? —pergunta Vicks, olhando para mim com desconfiança.


_Da Violet. —responde Alfonso— Minha assistente. Filha de Clive. Que largou tudo para ser modelo.


_Ah, ela. —Vicks franze a testa de novo e aponta para mim com o polegar. — Bem, o que ela estava fazendo com o celular de Violet?


            Alfonso e eu trocamos olhares.


_É uma longa história. —diz Alfonso. — Violet o jogou fora. Anahí estava... tomando conta dele.


_Recebi dois recados e anotei. —coloco o programa de O rei leão entre os dois e leio os recados em voz alta, pois sei que minha letra não é muito clara. — “Scottie tem um contato, cirurgia por vídeo, sem vestígios, tome cuidado, porra.” —aponto para o programa— O segundo recado foi de alguns dias depois, do próprio Scottie. “Está feito. Precisão cirúrgica. Sem pistas. Coisa de gênio. Adios, Papai Noel”. —deixo que eles absorvam as palavras por um momento e acrescento: — O primeiro recado foi de Justin Cole.


_Justin? —Alfonso parece alerta.


_Não reconheci a voz na hora, mas agora reconheço. Era ele falando da “cirurgia por vídeo” e “sem vestígios”.


_Vicks. —Alfonso está olhando para ela. — Olha só. Agora você tem que ver...


_Não vejo nada! Apenas algumas palavras aleatórias. Como podemos ter certeza de que foi Justin?


            Alfonso se vira para mim.


_São recados de voz? Ainda podemos ouvi-los?


_Não. Foram apenas... você sabe. Recados ditos por telefone. Eles deixaram o recado e eu anotei.


            Vicks está perplexa.


_Isso não faz sentido. Você se apresentou? Por que Justin deixaria um recado com você? —ela expira com raiva. — Alfonso, não tenho tempo para isso...


_Ele não percebeu que eu era uma pessoa. —eu explico, ruborizando. — Eu fingi ser o correio de voz.


_O quê? —ela fica me olhando sem entender.


_Você sabe. —faço minha voz de correio de voz. — “Infelizmente a pessoa para quem você ligou não pode atender. Por favor, deixe seu recado.” Ele deixou o recado e eu anotei.


            Alfonso dá uma risada abafada, mas Vicks está sem palavras. Ela pega o programa de O rei leão por um momento, olha para as palavras de testa franzida e folheia as páginas de dentro, embora a única informação que ela vá encontrar seja apenas as biografias dos atores. Por fim, ela o coloca sobre a mesa.


_Alfonso, isso não significa nada. Não muda nada.


_É claro que significa alguma coisa. —ele se mexe com determinação— É isso. Está bem aqui. —ele aponta para o programa com o polegar. — É isso que está acontecendo.


_Ma o que está acontecendo? —a voz dela se eleva de exasperação. — Quem é Scottie, porra?


_Ele chamou Sir Nicholas de “Papai Noel”. —o rosto de Alfonso está pensativo. — O que significa que deve ser alguém da empresa. Mas de que setor? TI?


_Será que Violet tem alguma coisa a ver com isso? —pergunto. — Afinal, era o celular dela.


            Os dois ficam em silêncio por um momento, mas logo Alfonso mexe, quase com tristeza.


_Ela só ficou aqui por uns cinco minutos, o pai dela é amigo de Sir Nicholas... Não consigo acreditar que ela esteja envolvida.


_Então por que eles deixariam recados para ela? Será que ligaram para o número errado?


_Improvável. —Alfonso franze o nariz— Quero dizer, por que este número?


            Olho automaticamente para o telefone em cima da mesa. Eu me pergunto, de um jeito quase distante, se tenho algum recado na caixa postal. Mas, naquele minuto, por algum motivo, minha vida parece a um milhão de quilômetros de distância. O mundo se encolheu e virou aquela sala. Tanto Alfonso quanto Vicks afundam em cadeiras, e eu faço o mesmo.


_Quem ficava com o celular de Violet antes dela? —indaga Vicks de repente— O telefone é da empresa. Ela só ficou aqui por quanto tempo Três semanas? Será que pode ter sido o celular de outra pessoa e os recados foram deixados por engano?


_Sim! —eu olho para a frente, eletrizada. — As pessoas vivem ligando para o número errado sem querer. E mandando e-mails para o endereço errado. Eu mesma faço isso. Você se esquece de deletar o número e aperta o nome do contato, aí o número antigo aparece e você nem percebe. Principalmente se você tem um correio de voz genérico.


            Consigo ver a mente de Alfonso sobrecarregada de pensamentos.


_Só há um jeito de descobrir. —diz ele, pegando o telefone fixo sobre a mesa.


            Ele liga para um número de três dígitos e espera.


_Oi, Cynthia. Aqui é Alfonso. —diz ele com firmeza— Só uma perguntinha sobre o celular que foi dado à Violet, minha assistente. Eu queria saber se alguém o usou antes dela? Esse número foi de outra pessoa antes?


            Enquanto ele escuta, seu rosto se transforma. Ele faz uma gesto intenso e silencioso para Vicks, que dá de ombros debilmente.


_Ótimo. —diz ele— Obrigado, Cynthia...


            Pelo fluxo de som agudo que sai do telefone, fica claro que Cynthia gosta de falar.


_Eu tenho que ir... —Alfonso está revirando os olhos com desespero. — Sim, eu sei que o telefone devia ter sido devolvido. Não, não o perdemos, não se preocupe... Sim, muito antiprofissional. Sem aviso. Eu sei, propriedade da empresa... Vou deixá-lo aí... É... É...


            Por fim ele consegue se livrar. Ele coloca o fone no gancho e fica em silêncio por agonizantes três segundos antes de virar para Vicks.


_Ed.


_Não. —Vicks expira lentamente.


            Alfonso pegou o celular e está olhando para ele com incredulidade.


_Este era o celular de trabalho de Ed até quatro semanas atrás. Depois, foi repassado para Violet. Eu não fazia ideia. —Alfonso se vira para mim. — Ed Exton era...


_Eu lembro. —faço um movimento de cabeça concordando. — Diretor financeiro. Demitido. Está processando a empresa.


_Meu Deus. —Vicks parece genuinamente chocada. Ela se recostou na cadeira. — Ed.


_Quem mais podia ser? —Alfonso parece empolgado pela descoberta. — Vicks, isso não é apenas um plano orquestrado, é uma sinfonia em três movimentos. Nick é vítima de calúnia. Bruce o manda embora porque ele é um idiota covarde. O comitê precisa de outro presidente, e rápido. Ed gentilmente anuncia que vai desistir do processo e voltar para salvar a empresa. O ninho de Justin está feito...


_Eles realmente se dariam tanto trabalho? —diz Vicks ceticamente.


            A boca de Alfonso se contorce num meio sorriso.


_Vicks, você tem alguma ideia do quanto Ed odeia Nick? Algum hacker recebeu um bom dinheiro para mudar aquele memorando e tirar o antigo do sistema. Acho que Ed seria capaz de gastar 100 mil para acabar com a reputação de Nick. Duzentos, até.


            Vicks faz uma careta de asco.


_Isso jamias aconteceria se a empresa fosse liderada por mulheres. —diz ela. — Nunca. Porcaria de atitude masculina... do inferno.


            Ela fica de pé, vai até a janela e olha para o trânsito com os braços ao redor do corpo.


_A questão é, quem fez isso acontecer? Quem executou? —Alfonso está sentado à mesa, batendo com a caneta nos dedos com urgência, o rosto contraído de concentração. — “Scottie”. Quem é? Algum escocês?


_Ele não parecia escocês. —interrompo. — Pode ser que o apelido seja uma piada?


            Alfonso de repente olha para mim com uma luz no olhar.


_É isso. É claro. Anahí, você reconheceria a voz dele se ouvisse?


_Alfonso! —Vicks interfere com severidade antes que eu possa responder. — De jeito nenhum. Você não pode estar falando sério.


_Vicks, quer sair do estado de negação apenas por um segundo? —Alfonso fica de pé, explodindo de raiva. — O memorando falso não foi acidental. O fato de ele ter sido repassado para o ITN não foi acidental. Isso está acontecendo. Alguém fez isso com Nick. Não é apenas questão de abafar detalhes constrangedores. Coisa de Facebook. É calúnia. É golpe.


_É uma teoria. —ela o olha de frente— Nada mais do que isso, Alfonso. Algumas palavras anotadas numa porra de programa de O rei leão.


_Precisamos identificar esse Scottie. —Alfonso se vira para mim de novo. — Você reconheceria a voz dele se ouvisse? —repete ele.


_Reconheceria. —respondo, um pouco nervosa com a intensidade del.


_Tem certeza?


_Tenho.


_Certo. Bem, vamos lá. Vamos logo encontrar esse cara.


_Alfonso, para agora! —Vicks parece furiosa. — Você está louco! O que você vai fazer, colocá-la pra escutar todos os funcionários falando até descobrir de quem é a voz?


_Por que não? —diz Alfonso com rebeldia.


_Porque é a ideia mais ridícula que eu já ouvi! —continua Vicks, explodindo. — É por isso que não.


            Alfonso olha para ela com firmeza por um momento, depois se vira para mim.


_Venha, Anahí. Vamos falar com cada pessoa do prédio.


            Vicks está balançando a cabeça.


_E se ela reconhecer a voz dele? O que vai acontecer? Vai dar voz de prisão executada por um cidadão?


_Será um começo. —diz Alfonso. — Pronta, Anahí?


_Anahí. —Vicks se aproxima e me encara para me confrontar. As bochechas dela estão coradas e ela respira com intensidade. — Eu não tenho ideia de quem é você. Mas não tem que dar ouvidos a ele. Você não precisa fazer isso. Não deve nada a Alfonso. Isso não tem nada a ver com você.


_Ela não se importa. —diz ele— Se importa, Anahí?


            Vicks o ignora.


_Anahí, eu aconselho de verdade que você vá embora. Agora.


_Anahí não é esse tipo de garota. —diz Alfonso com desdém. — Ela não deixa as pessoas na mão. Deixa? —ele me olha nos olhos, e o olhar dele é tão inesperadamente caloroso que sinto um brilho interno.


            Eu me viro para Vicks.


_Você está errada, tenho um débito com Alfonso. E, na verdade, Sir Nicholas é um paciente em potencial na minha clínica de fisioterapia. Então ele também tem a ver comigo.


            Eu gostei de mencionar isso, embora eu aposte que Sir Nicholas nunca vá a Balham.


_E não importa. —eu empino o queixo com nobreza. — Seja lá quem fosse, quer eu conhecesse ou não, se eu pudesse ajudar de alguma forma, eu ajudaria. O que quero dizer é, se você pode ajudar, tem que ajudar. Não acha?


            Vicks me encara por um momento, como se tivesse tentando me entender... Então dá um sorriso estranho e amargo.


_Certo. Você me pegou. Não posso ir contra isso.


_Vamos. —Alfonso vai em direção à porta.


            Eu pego a minha bolsa e desejo novamente que a minha blusa não estivesse com uma mancha enorme.


_Ei, detetive Wallander. —diz Vicks com sarcasmo. — Não vai adiantar muito. Caso tenha esquecido, todo mundo já está na conferência ou indo para lá.


            O silêncio prevalece, quebrando apenas pelo som de Alfonso batendo com a caneta furiosamente de novo. Não ouso falar. E com certeza não ouso olhar para Vicks.


_Anahí. —diz Alfonso por fim. — Você tem algumas horas? Pode ir até Hampshire?




 


featanahi Daqui a pouco você saberá sobre os pais dele. Podia ter ido abraçar ele, né? *-*


titiz.lisboahotmail.com Seja bem vinda!! Obrigada por comentar.



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Autor(a): AnnRBD

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Comentários da Fanfic 336



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  • Angel_rebelde Postado em 02/04/2014 - 22:45:11

    Posso te dizer que até gostei da história apesar de que os cap ficaram um pouco longos demais. E não sou mto fã de história deles que se passa tanta coisa e só ficam juntos no último cap. Mas teve partes divertidas e gostei mto do irmão do Ucker por ele ter sido sincero com a Anny o tempo todo e achei legal a atitude da mãe dele em se desculpar no final e realmente demonstrar o quanto gosta e admira a Anny. O final foi legal tbm, bem inusitado.

  • Angel_rebelde Postado em 02/04/2014 - 02:02:13

    Comecei a ler sua história hj e confesso que me surpreendi. Já a havia encontrado outras vezes mas não dei a devida atenção. Tô rindo mto com a Anahí loka de pedra ! kkkkkkkkkkkk. Querendo impressionar os outros. Ela nem precisa de nada disso porque é uma mulher mto inteligente. Adorando ler sua fic. Se tiver outras gostaria de ler tbm.

  • franmarmentini Postado em 19/12/2013 - 09:31:31

    vou ler essa também...mas estou aguardando as novas :)

  • raya_ponchito Postado em 09/08/2013 - 19:03:47

    Lindo, lindo, lindo esse final *-* E engraçado também para variar. Alfonso mandando coração OOUNT

  • raya_ponchito Postado em 09/08/2013 - 19:01:51

    O QUE FOI ISSO NESSE FINAL? Lindo, maravilhoso, perfeito, sem palavras! Ele mandou mensagem para todos os convidados para impedir o casamento e o mais lindo ainda foi quando ele disse que pensava nela, queria ouvir a voz dela e tudo mais .. Tudo muito lindo!

  • raya_ponchito Postado em 09/08/2013 - 18:59:23

    No fim, o Ucker não passava de um GRANDE idiota, ah que raiva dele!!

  • raya_ponchito Postado em 09/08/2013 - 18:57:37

    Olha que lindo, até para o dentista ele foi por ela kkk

  • raya_ponchito Postado em 09/08/2013 - 18:56:47

    Gente, eu quase tive um ataque nessa reta final quando a Any aceitou voltar com o Ucker. Sério, pensei que ia acabar desse jeito!

  • raya_ponchito Postado em 09/08/2013 - 18:55:25

    AAAA' até que fim a Any mandou uma mensagem para bruxa Perla, ela tava merecendo! Arrasou.

  • raya_ponchito Postado em 09/08/2013 - 18:54:14

    Amei ver os trechos de algumas mensagens trocadas entre eles imprimida. Só me fez já sentir saudade da web kk


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