Fanfic: Fiquei com o seu número [Adp] [Terminada] | Tema: Anahí e Alfonso
Por favor, anel, aparece. Por favor. POR FAVOR, aparece...
Eu me reclino no sofá, fecho os olhos e tento enviar uma mensagem telepática pelo cosmos. Então, quando a voz da Beyoncé começa a tocar novamente, dou um pulo de susto. Talvez seja ele! Meu anel! Alguém encontrou! Nem olho na tela antes de apertar o botão para atender e falar um “alô” empolgado.
_Violet? —Uma voz de homem no meu ouvido. Não é o homem que ligou antes, é um cara com voz mais grave. Ele parece meio mal-humorado, se é que dá para perceber isso ao ouvir apenas três sílabas /Eu acho que dá./. Ele também respira pesado, o que significa que é pervertido ou que está fazendo algum tipo de exercício. —Você está no lobby? O grupo japonês ainda está aí?
Por uma reação automática, olho ao redor. Tem vários japoneses perto das portas.
_Estão sim — respondo.— Mas não sou a Violet. Este celular não é mais dela. Desculpa. Você pode de repente avisar por aí que o número dela mudou?
Preciso tirar os amigos da Violet da jogada. Não dá para eles ficarem me ligando a cada cinco segundos.
_Perdão, mas quem é? —pergunta o homem. — Por que atendeu esse telefone? Onde está Violet?
_Esse celular é meu agora, está em minha posse. —digo com mais confiança do que sinto. Mas é verdade. Dono é quem tem posse de um objeto /Nunca tive muita certeza do que isso quer dizer./.
_Em sua posse? Que porra é essa que você está... Ai, meu Deus. —Ele fala mais alguns impropérios e consigo claramente ouvir passos ao longe. Parece que ele está correndo escada abaixo /Então talvez não seja pervertido./. Só me diz se eles estão indo embora?
_Os japoneses? —Semicerro os olhos para ver melhor o grupo. — Talvez. Não tenho certeza.
_Tem um cara baixinho com eles? Acima do peso? De cabelo volumoso?
_Está falando do cara de terno azul? Sim, ele está bem na minha frente. Parece irritado. Agora está vestindo a capa de chuva.
O japonês baixinho pegou um casaco Burberry da mão de um colega. Está com um olhar de raiva enquanto se veste, e um fluxo constante de palavras furiosas em japonês daí da boca dele, e todos os seus amigos assentem com nervosismo.
_Não! —A exclamação do homem ao telefone me pega de surpresa— Ele não pode ir embora.
_Pois é, desculpa, mas ele está indo.
_Você tem que impedir. Vai lá e não deixa ele sair do hotel. Corre lá agora. Faz qualquer coisa para não deixar.
_O quê? —Eu olho para o celular. — Olha só, desculpa, mas eu nunca nem te vi...
_Eu também não —responde ele. — E quem é você, afinal? É amiga da Violet? Pode me dizer exatamente por que ela decidiu largar o emprego noo meio da maior conferência do ano? Será que ela acha que de repente não preciso mais de uma assistente?
A-rá. Então Violet é assistente dele. Faz sentido. E ela largou o cara na mão! Bom, não estou surpresa, ele é tão mandão.
_De qualquer jeito, não importa. —Ele mesmo interrompe o que estava dizendo. — A questão é que estou na escadaria, no nono andar e o elevador quebrou. Chego aí embaixo em menos de três minutos, e você precisa segurar Yuichi Yamasaki até eu chegar. Seja lá quem você for.
Que coragem.
_Senão o quê? —pergunto.
_Senão um ano de uma cuidadosa negociação vai por água abaixo por causa de uma confusão ridícula. O maior negócio do ano vai desmoronar. Uma equipe de vinte pessoas vai perder o emprego. —A voz dele é incansável. — Gerentes seniores, secretárias, todos. Só porque não consigo chegar aí embaixo rápido o suficiente e a única pessoa que poderia ajudar não que ajudar.
Ah, droga.
_Tudo bem! —digo, irritada,— Vou fazer o melhor que puder. Como é o nome dele mesmo?
_Yamasaki.
_Espera! —Aumento o tom de voz enquanto corro pelo saguão. — Por favor! Sr. Yamasaki? O senhor poderia esperar um minuto?
O Sr. Yamasaki se vira, duvidoso, e alguns funcionários puxa-sacos dão um passo à frente e ficam dos dois lados dele, para protegê-lo. Ele tem o rosto largo, ainda enrugado de raiva, e um pescoço grosso ao redor do qual está enrolando um cachecol de seda. Tenho a sensação de que ele não quer bater papo.
Não tenho ideia do que dizer depois. Não falo japonês, não sei nada sobre negócios japoneses nem sobre cultura japonesa. Além de sushi. Mas não posso exatamente ir até ele e dizer “sushi!” do nada. Seria como chegar perto de um executivo americano bambambã e dizer “hambúrguer”.
_Sou... uma grande fã. —falei de improviso— Do seu trabalho. O senhor pode me dar um autógrafo?
Ele parece perplexo, e um dos colegas sussurra a tradução no ouvido dele. Imediatamente sua testa se desfranze e ele faz uma reverência para mim.
Eu retribuo a reverência com cuidado, e ele estala os dedos e dá alguma instrução. Um momento depois, uma bela pasta de couro está aberta em frente a ele e o Sr. Yamasaki escreve alguma coisa elaborada em japonês.
_Ele ainda está aí? —A voz do estranho emana de repente do celular.
_Está. —murmuro. — Por pouco. Onde você está? —Dou um sorriso largo para o Sr. Yamasaki.
_No quinto andar. Segura o japonês aí. Independente do que tenha que fazer.
O Sr. Yamasaki me entrega o pedaço de papel, coloca a tampa da caneta, faz outra reverência e se prepara para sair andando.
_Espera! —falo, desesperada. — Será que posso... mostrar uma coisa pra você?
_O Sr. Yamasaki está muito ocupado. —Um dos colegas dele, usando óculos de aço e a camisa mais branca que já vi, se vira para mim. — Faça a gentileza de entrar em contato com nosso escritório.
Estão se afastando de novo. O que faço agora? Não posso pedir outro autógrafo. Não posso derrubá-lo como num jogo de rúgbi. Preciso chamar a atenção dele de alguma maneira...
_Tenho um comunicado especial a fazer! —exclamo, correndo atrás deles. —Sou um telegrama cantado! Trago um recado dos muitos fãs do Sr. Yamasaki. Seria muito deselegante da parte dele com os fãs se não quiser me ouvir.
A palavra “deselegância” parece fazê-los parar de repente. Estão franzindo a testa e trocando olhares confusos.
_Um telegrama cantando? —pergunta com desconfiança o homem de óculos de aço.
_Tipo um Gorillagram. —continuo. — Só que cantado.
Não sei se ajudou em alguma coisa associar esses serviços de recado, com alguém fantasiado de gorila, ao que estou querendo fazer.
O intérprete murmura freneticamente no ouvido do Sr. Yamasaki, e depois de alguns minutos ele diz para mim:
_Pode se apresentar.
O Sr. Yamasaki se vira e todos os colegas dele também, cruzando os braços, em expectativa, e formando uma fileira, lado a lado. Ao redor do saguão posso ver alguns olhares interessados partindo de outros grupos de executivos.
_Onde você está? —murmuro desesperadamente ao telefone.
_No terceiro andar. —diz a voz do homem depois de um momento. — Meio minuto. Não deixa ele fugir.
_Comece. —diz o homem de óculos de aço de maneira incisiva.
Alguns outros hóspedes do hotel que estão no saguão pararam para olhar. Ai, Deus. Como eu fui me meter nisso? Primeiro, não sei cantar. Segundo, o que canto para um executivo japonês que nunca vi antes? Terceiro, por que falei telegrama cantado?
Mas se eu não fizer alguma coisa logo, vinte pessoas podem perder o emprego.
Faço uma reverência exagerada só para ganhar mais tempo e todos os japoneses fazem uma reverência em resposta.
_Comece. —repete o homem de óculos de aço, com os olhos brilhando ameaçadoramente.
Eu respiro fundo. Vamos lá. Não importa o que eu fizer. Só precisa durar meio minuto. Depois posso sair correndo e eles nunca vão me ver de novo.
_Sr. Yamasaki... —começo com hesitação no ritmo de “Single Ladies”. — Sr. Yamasaki. Sr. Yamasaki, Sr. Yamasaki. — Balanço os quadris e os ombros para ele exatamente como a Beyoncé /OK, não como a Beyoncé. Como eu imitando a Beyoncé./ — Sr. Yamasaki, Sr. Yamasaki.
Na verdade, isso é bem fácil. Não preciso de letra, posso ficar cantando “Sr. Yamasaki” sem parar. Depois de um tempinho, alguns dos japoneses até começam a cantar junto e a dar tapinhas nas costas do Sr. Yamasaki.
_ Sr. Yamasaki, Sr. Yamasaki. Sr. Yamasaki, Sr. Yamasaki. —Levanto o dedo e fico balançando para ele com uma piscadela. — Ooh-ooh-ooh... ooh-ooh-ooh...
A música é ridiculamente contagiante. Todos os japoneses estão cantando agora, menos o Sr. Yamasaki, que está ali de pé com cara de satisfação. Um pessoal da conferência que estava por perto se juntou à cantoria e consigo ouvir um deles dizendo:
_Isso é um daqueles flash mobs?
_Sr. Yamasaki, Sr. Yamasaki, Sr. Yamasaki... Onde você está? —murmuro ao telefone, ainda sorrindo com alegria.
_Assistindo.
_O quê? —Eu levanto a cabeça e percorro o saguão com o olhar.
De repente, meu olhar se fixa num homem de pé sozinho, a uns 30 metros de distâncias. Ele usa um terno escuro e tem cabelo preto e cheio, que está todo bagunçado, além de estar com um telefone no ouvido. Mesmo de longe consigo perceber que está rindo.
_Há quanto tempo está aí? —pergunto, furiosa.
_Acabei de chegar. Não quis interromper. Ótimo trabalho, aliás. —acrescenta ele. — Acho que você convenceu Yamasaki a nosso favor nesse momento.
_Obrigada. —digo com sarcasmo. — Fico feliz em poder ajudar. Ele é todo seu. —Faço uma reverência para o Sr. Yamasaki com um floreio, me viro e sigo rapidamente para uma saída, ignorando os gritos desapontados dos japoneses. Tenho coisas mais importantes com que me preocupar do que estranhos arrogantes e seus negócios idiotas.
_Espera! — a voz do homem me segue pelo aparelho. — O telefone. É da minha assistente.
_Bom, então ela não deveria ter jogado o aparelho fora. —respondo, empurrando as portas de vidro. — Achado não é roubado.
Obrigada por favoritarem e comentarem!
anniesilva A história é bem legal!
raya_ponchito Já marcando presença! uhu uhu Essa história é bem divertida, da pra dar umas boas risadas lendo! Perder um anel de esmeralda, imagina? o.o
lyu Oba!! Postando!
Façam suas apostas... Quem será o homem misterioso no telefone?
Autor(a): AnnRBD
Este autor(a) escreve mais 3 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Há 12 paradas de metrô de Knightsbridge até a casa dos pais de Christopher no norte de Londres, e assim que saio na superfície, olho o celular. Está piscando com novas mensagens, umas dez de texto e uns vinte e-mails, mas só há cinco mensagens de texto para mim ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 336
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Angel_rebelde Postado em 02/04/2014 - 22:45:11
Posso te dizer que até gostei da história apesar de que os cap ficaram um pouco longos demais. E não sou mto fã de história deles que se passa tanta coisa e só ficam juntos no último cap. Mas teve partes divertidas e gostei mto do irmão do Ucker por ele ter sido sincero com a Anny o tempo todo e achei legal a atitude da mãe dele em se desculpar no final e realmente demonstrar o quanto gosta e admira a Anny. O final foi legal tbm, bem inusitado.
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Angel_rebelde Postado em 02/04/2014 - 02:02:13
Comecei a ler sua história hj e confesso que me surpreendi. Já a havia encontrado outras vezes mas não dei a devida atenção. Tô rindo mto com a Anahí loka de pedra ! kkkkkkkkkkkk. Querendo impressionar os outros. Ela nem precisa de nada disso porque é uma mulher mto inteligente. Adorando ler sua fic. Se tiver outras gostaria de ler tbm.
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franmarmentini Postado em 19/12/2013 - 09:31:31
vou ler essa também...mas estou aguardando as novas :)
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raya_ponchito Postado em 09/08/2013 - 19:03:47
Lindo, lindo, lindo esse final *-* E engraçado também para variar. Alfonso mandando coração OOUNT
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raya_ponchito Postado em 09/08/2013 - 19:01:51
O QUE FOI ISSO NESSE FINAL? Lindo, maravilhoso, perfeito, sem palavras! Ele mandou mensagem para todos os convidados para impedir o casamento e o mais lindo ainda foi quando ele disse que pensava nela, queria ouvir a voz dela e tudo mais .. Tudo muito lindo!
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raya_ponchito Postado em 09/08/2013 - 18:59:23
No fim, o Ucker não passava de um GRANDE idiota, ah que raiva dele!!
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raya_ponchito Postado em 09/08/2013 - 18:57:37
Olha que lindo, até para o dentista ele foi por ela kkk
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raya_ponchito Postado em 09/08/2013 - 18:56:47
Gente, eu quase tive um ataque nessa reta final quando a Any aceitou voltar com o Ucker. Sério, pensei que ia acabar desse jeito!
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raya_ponchito Postado em 09/08/2013 - 18:55:25
AAAA' até que fim a Any mandou uma mensagem para bruxa Perla, ela tava merecendo! Arrasou.
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raya_ponchito Postado em 09/08/2013 - 18:54:14
Amei ver os trechos de algumas mensagens trocadas entre eles imprimida. Só me fez já sentir saudade da web kk