Fanfic: T H A T S U M M E R | Tema: amor, sexo, sedução, traição, amizade

— Pietra, vai acorda. - minha mãe disse me sacudindo levemente.
— Que aconteceu ? - eu disse assustada enquanto tirava os fones do ouvido.
— Chegamos. - ela disse saindo da minha frente. A porta estava aberta e eu sentia a brisa do vento no meu rosto, meus cabelos batiam em minhas costas e logo o mal humor veio só de saber que eu teria de ficar lá durante um tempo. 
— Ah. - falei num tom desanimador.
— Desculpa por te fazer passar por isso. - minha mãe disse me encarando e eu apenas sorri pra ela. Peguei minha bolsa de mão e sai do carro, olhei tudo em volta e apenas via mar e areia e casinhas de madeira ou casarões. 
—Tita ! - escutei falarem atrás de mim, eu reconhecerá aquela voz de longe, voz que por muitos anos me dava bom dia todos os dias antes de ir pra aula e logo deu lugar para voz que me fazia chorar em escutar as brigas e as palavras de ofensa.
— Quantas vezes vou ter que dizer que odeio que me chame de Tita. - eu disse me virando. - Oi pai ! - falei desanimada.
— É bom te ter aqui princesa.
— Sem essa de me chamar de princesa, ou de coisas do tipo. Onde é a sua casa ? - falei olhando em volta.
— Aquela. - ele disse apontando para uma casa branca, tão bonita que dava até gosto de ficar ali. 
— Bonita. - falei encarando a casa.
— Eu que reformei. - ele disse parando do meu lado. - Oi Sophia. - ele disse virando-se rapidamente para a minha mãe.
— Olá Eduardo. - ela disse sorrindo. 
— Vejo que a gestação vai muito bem. - ele disse encarando a sua barriga, como quem estivesse decepcionado com algo.
— É. - ela disse e mordeu os lábios. 
— Chega desse bate-papo vamos entrar logo, preciso dormir. - falei os encarando.
— Sempre mal humorada. - os dois disseram juntos me fazendo revirar os olhos.

Entramos na casa e em momento algum o meu "padrasto" saiu do carro, acho que ele não aceitava o fato dos meus pais querendo ou não ainda terem uma amizade um tanto quanto estranha já que várias vezes peguei minha mãe tarde da noite na sacada da sala do andar de cima andando de um lado pro outro falando com ele no celular. Eu nunca conseguia entender o que tanto eles diziam, mas ela sempre choramingava e falava coisas como "voltar" e "o nosso bebê". Sempre desconfiei que o meu irmãozinho não fosse do meu padrasto mas as vezes, as vezes sei lá...
— Onde é o meu quarto ? - falei olhando em volta.
— Andar de cima, segunda porta à esquerda. - meu pai disse sorrindo. Dizer meu pai soava tão irônico ou até mesmo falso, eu tinha um certo rancor dele nunca consegui entender o porque, mas eu tinha. 
Eu subi as escadas puxando uma das minhas malas, as rodas da mesma fazia um barulho estrondante já que a casa era um tanto quanto grande e só morava ele ali, pelo menos era o que eu achava.

Eu cheguei ao quarto e abri a porta rapidamente, a minha vontade de deitar na cama era maior do que tudo nessa vida. Eu me surpreendi com o quarto. O meu pai havia o deixado como se eu morasse ali durante todo aquele tempo que ele estava. Ele era branco com uma parede roxa forte, havia uma cama de casal no centro, dois criados mudos um de cada lado da cama. Uma mesa para o notebook e dois murais para eu colocar fotos. 
— Ele acha que vai me ganhar me dando um quarto desses. - eu disse pra mim mesma. Tirei os sapatos e amarrei o cabelo em um coque bagunçado e fechei a porta, abri a mala que eu havia carregado para lá e peguei um pijama que eu havia deixado ali fácil e caminhei até o banheiro que ali havia, é até um banheiro tinha ali. Juro que não sei o que meu pai queria. Tomei um banho rápido e logo estava de pijama, me deitei na cama um pouco, pois sabia que a minha mãe não ia embora tão cedo, então aproveitei pra descansar enquanto isso.
Eu rolava na cama, tentando dormir porém sem sucesso já que eu escutava gritos vindos da praia e risadas altas que ecoavam na minha cabeça, eu me levantei e fui até a sacada e vi que rolava uma espécie de lual ali o que me deixou furiosa.
— Grande mudança, esse verão será um inferno ! - disse bufando e saindo dali me jogando na cama e colocando o travesseiro encima da minha cabeça enquanto eu segurava o choro e tentava não escutar os gritos e as risadas. 
A minha vida tinha mudado, dessa vez por completa.