Fanfic: Enquanto Houver Razões | Tema: Novela

Cena 1 – Sala 3º B

Fernanda abre a mochila de Lorenna e esconde um pacotinho com algo verde escuro dentro. Renato e Tiago do lado de fora entram na sala, Renato rindo.

Renato: Eu não te disse que aqui...

Tiago: O que você faz aqui?

Fernanda olha para Tiago e Renato com uma cara de preocupada.

Renato: Anda Fernanda, responde. Essa aqui não é sua sala.

Fernanda: Eu... Eu recebi uma denúncia de algo suspeito nessa sala, e gostaria de confirmar antes de ter que relatar ao meu padrinho.

Renato: E o que seria essa “denúncia”? Aliás, o que você faz perto de nossos materiais?

Fernanda: Eu já estava saindo. E vocês não estavam na educação física? Meu padrinho vai odiar saber que vocês estão matando aula. Com licença.

Fernanda empurra Renato e sai da sala.

Renato: Como alguém consegue ser tão insuportável?

Tiago: Temos que ficar de olho nessa daí, desde que cheguei aqui não fui com o tipo dela.

Renato: Ninguém foi com o tipo dela. Então, continuaremos de onde paramos.

Tiago: Eu... Perdi o clima... Vamos voltar pra quadra.

Renato: Odeio mais ainda essa Fernanda. Vamos então né.

Cena 2 – Sala 3º B

Já no quarto horário, toda a turma está na sala de aula. Está tendo aula de gramática, quando a vice-diretora Elena entra na sala.

Elena: Com licença professor, mas o diretor está chamando Lorenna Drummond.

Lorenna que estava copiando o que estava no quadro se assusta.

Lorenna: E-eu?

Tiago e Renato olham um para o outro.

Tiago: Qualquer coisa chama a gente aqui. Fernanda estava aqui na sala fazendo algo suspeito.

Lorenna: O que será...

Elena: Vamos Lorenna? Ah, e, por favor, traga seus materiais.

Lorenna: Já estou indo.

Lorenna coloca seus cadernos na mochila, levanta da sua cadeira e vai com a vice-diretora, antes de sair ela olha aflita para os colegas e amigos.

Marina vira para trás para conversar com os meninos.

Marina: O que será que ela fez?

Renato: Acredito que ela não tenha feito nada...

Tiago: Mas a Fernanda sim. Ela estava aqui na sala na hora da educação física.

Marina: Eu vi os dois saindo... Vocês vieram fazer o quê aqui?

Tiago: Er... Viemos pegar... O meu celular que eu esqueci na sala.

Marina: Ah, entendi.

Marina olha desconfiada para Renato.

Cena 3 – Diretoria

O diretor Afonso está sentado na sua cadeira quando alguém bate na porta de sua sala.

Diretor Afonso: Pode entrar.

Elena e Lorenna entram na sala.

Diretor Afonso: Por favor, sente Lorenna.

Lorenna senta na frente do diretor Afonso.

Diretor Afonso: Elena pode ir. Esse é um assunto que eu quero tratar somente com ela.

Elena: Sim, com licença!

Elena sai e fecha a porta da sala do diretor.

Diretor Afonso: Lorenna, eu nunca acreditei que você pudesse fazer uma coisa como essa... Mas, primeiramente, como diretor eu devo me preocupar com os alunos, você está passando por algum problema pessoal?

Lorenna: Eu não estou entendendo...

Diretor Afonso: Uma pessoa veio me relatar que você está com droga na sua mochila. Isto é verdade Lorenna?

Lorenna: Droga?

Lorenna começa a rir na frente do diretor.

Diretor Afonso: Posso saber o motivo do riso?

Lorenna: Onde eu iria arrumar droga, diretor Afonso? E eu nem gosto disso, tenho alergia até a cigarro comum.

Diretor Afonso: Lorenna, você sai muito em festas, é comum relatos de jovens na sua idade usar certos tipos de drogas.

Lorenna: Não, mas eu não gosto. Não uso não. Sei me divertir sem precisar consumir nenhum tipo de droga.

Diretor Afonso: Eu poderia dar uma olhada na sua mochila?

Lorenna: Claro!

Lorenna entrega a sua mochila para o diretor. O diretor tira os cadernos da jovem e ao fundo, encontra um pacotinho com algo dentro.

Lorenna: O-O que é isso? Não é meu isso não... Alguém colocou aí dentro.

Diretor Afonso: Lorenna... Está dentro da sua mochila. Você está trazendo maconha para a escola?

Lorenna: Diretor Afonso não é meu isso aí... Alguém colocou aí den... A Fernanda! Foi a Fernanda!

Diretor Afonso: Fernanda? Como você tem coragem de colocar a culpa em outra pessoa. Eu peguei dentro da sua mochila.

Lorenna: O Tiago e o Renato viram a Fernanda dentro da sala quando não havia ninguém lá.

Diretor Afonso: Isso é uma acusação séria Lorenna. Elena!

Elena entra na sala.

Diretor Afonso: Por favor chamem o Renato e o Tiago da sala da Lorenna e a professora que estava na sala 3º A no....

Lorenna: Terceiro horário! Terceiro horário não tinha ninguém lá.

Diretor Afonso: Então chame a professora que estava na sala 3º A no terceiro horário, por favor. Ah, e chame a Fernanda também.

Cena 4 – Diretoria

Minutos depois, Renato e Tiago entram na sala do diretor, seguido de Fernanda e a Professora Marta.

Professora Marta: Quase que não me pega mais na escola Diretor... Já estava de saída!

Diretor Afonso: Por favor professora sente-se aqui. Os outros podem sentar naquele sofá ali, por favor.

A professora Marta senta e vê que Lorenna está sentada, chorando.

Professora Marta: Lorenna... Aconteceu alguma coisa grave diretor?

Diretor Afonso: Primeiro me responde essa pergunta: No terceiro horário a Fernanda pediu para sair da sala?

Professora Marta: Sim, ela me disse que queria ir ao banheiro e eu permiti.

Fernanda: E eu fui ao banheiro...

Tiago: Mas primeiro passou na nossa sala.

Professora Marta: Eu posso saber o que está acontecendo?

Diretor Afonso: Calma, todos por favor acalmem-se. A senhorita Lorenna foi pega portando droga ilícita nos interiores da escola.

Professora Marta: Lorenna...

Lorenna: Mas eu já disse que não é minha. Eu sou alérgica a cigarro, como eu poderia estar fumando?

Renato: Foi a Fernanda que colocou nos materiais dela.

Diretor Afonso: Isso é uma acusação séria, rapaz.

Fernanda: O quê? Você acha que eu faria tal absurdo?

Professora Marta: Diretor, pelo que eu conheço a Lorenna ela nunca seria capaz de fazer algo desse jeito.

Diretor Afonso: Eu... Não sei o que fazer com você, Lorenna. Acho que chamarei seus responsáveis aqui.

Tiago: Mas Diretor, quando entramos na sala, a Fernanda estava do lado do lugar onde a Lorenna está sentada.

Fernanda: Eu... Eu só queria ter certeza de que ela estava com drogas na escola antes de reportar para o meu padrinho.

Renato: Como você sabia que ela estava com isso na mochila dela?

Fernanda: Ouvi uma conversa entre alguns alunos.

Diretor Afonso: Então de fato você estava mexendo nos materiais da Lorenna?

Fernanda: Mas era somente para fiscalizar! Você não está insinuando que eu esteja querendo prejudicar uma antiga colega e amiga minha, está?

Lorenna: Amiga? Nunca fomos amigas! Você sempre arrumou um jeito para acabar comigo.

Fernanda: Que grosseria! Eu sou uma pessoa tão boa, sempre querendo o melhor para os alunos dessa escola. Por isso entrei no Clube Estudantil e me tornei líder, para atender as necessidades de todos.

Diretor Afonso: Eu... Eu peço para que vocês não comentem este fato para ninguém. Além de arruinar a reputação de nossa escola, isso daria um processo de ambas as partes. Eu confiscarei esta droga.

Lorenna: Eu deixarei isto quieto. Mas eu não seria capaz de fazer algo desse jeito, diretor.

Diretor Afonso: Podem... Podem voltar para o que vocês estavam fazendo.

Cena 5 – Banheiro

Lorenna, Tiago e Renato estão voltando para a sala.

Lorenna: Eu vou passar no banheiro para lavar meu rosto. Podem ir sem mim.

Lorenna vai ao banheiro e Fernanda, de longe, vê a garota entrando. Lorenna, já dentro do banheiro, começa a lavar seu rosto.

Fernanda: Então agora passou a usar drogas para superar o jeito que o Guilherme te deixou?

Lorenna: Foi você desgraçada, você colocou essa droga na minha mochila.

Fernanda: Não me acuse sem ter provas, eu posso te processar.

Fernanda ri e chega perto de Lorenna. Fernanda começa a falar baixinho para somente Lorenna ouvir.

Fernanda: Fui eu mesmo que coloquei drogas na sua mochila. Isso foi só um sinal para que você não estrague meu relacionamento com o Guilherme, senão posso fazer coisa muito pior.

Lorenna: Vagabunda! Eu não quero mais nada com o Guilherme, pode ficar com ele todinho pra você, piranha!

Fernanda: Nossa, que boca suja. Aproveite que você está aqui no banheiro e limpe a boca e em compensação sua cara também. Até mais, a-mi-gui-nha!

Fernanda sai do banheiro, deixando Lorenna furiosa.

Cena 6 – Casa da Manu

Já é hora do almoço, e Manu, uma jovem colega de Renato e rockeira, está na sua casa almoçando, com sua mãe, Eleusa, e sua irmã Layla, uma jovem que adora andar com roupas provocantes.

Manu: Alguma coisa aconteceu naquela escola hoje, três amigos meus voltaram com uma cara da diretoria.

Eleusa: Espero que você fique longe dessas confusões minha filha.

Manu: Pode ficar calma, mãe. Não é no meu último ano que você começará a ir na escola por minha causa né?

Elisa: Eu nunca fui na escola por conta da Manu mesmo, você sempre foi uma ótima aluna.

Layla: Isso é uma indireta mãe? Por que se for, vamos parar com recalque viu?

Eleusa: Recalque?

Manu: É alguma gíria de funkeiro eu acho. Mãe, às vezes eu acho que você adotou a Layla.

Layla: Ih, só porque eu curto a cultura brasileira. Sou uma pessoa culta tá veno?

Manu: Então eu nasci no país errado, com uma cultura completamente diferente.

Eleusa: Vamos parar as duas.

Layla: “Pode falar à vontade mais vê se não esquece; Porque quanto mais tu fala mais o meu ibope cresce”

Manu: Quê isso?

Layla: MC Lorrany, curtiu?

Manu: Por favor né? Isso só não é pior do que aquela música das meninas super poderosas porque você tem que fazer o favor de escutar das poderosas todos os dias. Isso pra mim é música de barraqueira de facebook. Ou melhor, de orkut, combina mais com o tipo.

Layla: Meninas super poderosas? Tu tá zoando uma música da minha prestigiada MC Anitta? Minha filha, mexeu com MC Anitta, mexeu comigo, Layla, a próxima Poderosa do mundo funk.

Manu: Deus que me livre. Além de ter uma irmã que ama funk, ainda sonha em se tornar funkeira. Mãe, é melhor educar agora, porque depois que começar a roubar ou usar drogas, pergunta onde foi que errou. Bom, vou terminar no meu quarto viu. Já ouvi asneira demais para um dia só.

Layla: “Não olha pro lado quem tá passando é o bonde, Se ficar de caozada, a porrada come”

Cena 7 – Quarto de Lorenna

Lorenna está no seu quarto mexendo no facebook.

Lorenna: Coitado, me pedindo pra ser meu amigo de novo, Guilherme, me esquece cara!

O telefone de Lorenna começa a tocar.

Lorenna: Bem que fala que pronunciar nome de demônio chama. Olha o capeta me ligando.

Lorenna desliga seu celular.

Lorenna: Não atendo! Me esquece!

Lorenna continua mexendo no seu facebook, quando uma mensagem aparece no seu celular. Lorenna pega e lê a mensagem:

“LORENNA, EU ESTOU SOFRENDO POR SUA

CAUSA. VOCÊ ACHA QUE SE EU NÃO TE

QUISESSE MAIS EU ESTARIA ATRÁS DE VOCÊ

DESSE JEITO. A COISA QUE EU MAIS ARREPENDO

É TER TERMINADO COM VOCÊ. EU TE AMO, GAROTA.”

Lorenna começa a digitar uma mensagem:

“EU NÃO ACREDITO MAIS EM PALAVRAS

AGORA COMIGO TEM QUE AGIR PRA MIM

ACREDITAR. COMO VOCÊ PODE ME AMAR

ESTANDO AINDA COM A FERNANDA. ME

PROVE ESSAS SUAS PALAVRAS E TALVEZ,

AS CHANCES SÃO POUCAS, EU POSSO VOLTAR

COM VOCÊ!”

Lorenna: Idiota!

Cena 8 – Shopping

Kaique e Bruna estão passeando a tarde pelo Conjunto Nacional, um shopping que fica perto dos ministérios em Brasília.

Bruna: Gostei, saiu mais cedo da aula, passou em casa e me trouxe para passear no shopping.

Kaique: Uá, e agora eu não posso fazer mais isso para a pessoa que eu mais amo?

Bruna: Ownt, te amo, amor!

Bruna e Kaique se beijam.

Bruna: Me espera aqui, por que eu estou com vontade de ir no banheiro.

Kaique: Vai lá.

Bruna sai de perto de Kaique.

???: Kaique? Você por aqui.

Kaique vira e encontra uma garota loira, chamada Larissa.

Kaique: Larissa!

Larissa: Olha só, como é pequena essa cidade, hein?

Kaique: Larissa, vamos lá pra fora conversar um pouco.

Larissa: Quem era aquela que estava com você?

Kaique: Aquela? É minha irmã! Eu trouxe ela pra trabalhar.

Larissa: Então vamos.

Cena 9 – Exterior do Shopping

Kaique leva Larissa para fora do shopping, o mais longe possível de Bruna, e começa a agarrar a jovem ali. Seu celular começa a vibrar, porém ele não dá a mínima para se celular e continua no agarramento com a jovem.

Cena 10 – Shopping

Dez minutos depois, Bruna está parada no lugar onde foi deixada com uma expressão de raiva no rosto. De longe, Kaique chega trazendo dois sorvetes.

Kaique: Desculpa a demora amor, a fila do Mc Donalds tava gigante!

Bruna: Eu te pedi pra você me esperar aqui!

Kaique: Então você não quer a casquinha, é isso?

Bruna: Não! Mas da próxima vez nós podemos comprar juntos.

Kaique: Eu só queria fazer uma surpresa pra única mulher da minha vida!

Kaique dá um selinho em Bruna.

Cena 11 – Parque da Cidade

Eduardo está deitado na grama ao lado de Mônica. Sua moto e a bicicleta dele estão encostadas em uma árvore próxima.

Mônica: Virou rotina agora né, vim para o Parque passar a tarde com você!

Eduardo: Essa rotina tá sendo a melhor da minha vida.

Mônica: Tá falando o cara com vinte e tantos anos.

Mônica começa a rir.

Eduardo: Você fica linda quando ri.

Mônica: Você é bem romântico né?

Eduardo: Por causa sua! Você está me mostrando o significado da palavra amor!

Mônica: Eduardo, eu também estou começando a gostar mesmo de você.

Mônica e Eduardo se beijam.

Cena 12 – Casa de Renato

A campainha da casa de Renato toca e sua mãe, Adriana, abre a porta. Marina está parada do lado de fora da casa.

Adriana: Marina?

Marina: Boa tarde, dona Adriana! O Renato está?

Adriana: Ele deu uma saída com um amigo, mas deve estar voltando. Entra.

Marina: Ah sim, obrigada.

Marina entra na casa e fica sentada no sofá.

Adriana: Se quiser pode ir esperar ele no quarto dele. Bom que você vai mexendo no computador pra passar o tempo.

Marina: Muito obrigada, dona Adriana.

Cena 13 – Quarto de Renato

Marina está sentada mexendo no computador de Renato, quando ela escuta Renato gritando.

Renato: MÃE CHEGUEI! VOU PRO MEU QUARTO TÁ!

Marina escuta os passos de Renato chegando perto, e os passos de outra pessoa com ele. Ela também escuta risos de duas pessoas.

Tiago: Espera entrar no quarto!

Marina: Tiago!

Marina levanta do computador e a porta do quarto abre. Tiago e Renato abraçados no quarto. Quando vê a Marina, Tiago já tira Renato dele.

Marina: Renato, Tiago!

Renato: Marina, o que você faz aqui?