Fanfic: Enquanto Houver Razões | Tema: Novela

Cena 1 - Frente do Prédio de Douglas

Douglas: Ah, entao depois aparece. Agora que você sabe onde eu moro.

Renato: Tá bom, pode deixar que eu apareço.

Douglas: Ei, mas eu não vou ganhar nada?

Renato: Como?

Douglas: Nem deu tempo da gente se conhecer fisicamente melhor ontem...

Renato: Aqui na rua? Agora?

Douglas: Qual o problema?

Renato: Eu não sei se...

Douglas: Anda logo... Perde esse medo!

Douglas puxa Renato e começa a beijá-lo.

Cena 2 - Portaria do prédio

Tiago que está saindo do prédio, ao longe avista dois caras se beijando. Ele de inicio sente um certo desconforto, mas depois que olha bem, ele vê que é o Renato que está beijando com o carinha da academia.

Tiago: Renato?

Tiago, chateado pela cena, sai na direção oposta do casal, sem ser notado. Segundos depois, Renato empurra Douglas.

Renato: Eu não fico confortável em se expor desse jeito. Eu acho que devemos respeitar as outras pessoas que não gostam disso.

Douglas: Respeitar? Não estamos fazendo nada de errado. Se você quiser entrar...

Renato: Não, é melhor eu ir... Minha mãe deve estar preocupada comigo já. Falou.

Douglas: Tchau... Te ligo qualquer dia desses.

Renato: Tá bom.

Renato continua seu caminho para a casa, deixando Douglas com um sorriso no rosto.

Cena 3 - Casa da Manu/Quarto de Manu e Layla.

Layla está no seu quarto procurando uma roupa no meio de tantas dentro de um guarda roupa bem bagunçado. Manu está deitada na sua cama, com fones de ouvido e mexendo no celular.

Layla: MANHÊ! VOCÊ VIU AQUELE SHORT JEANS MEU? O MAIS CURTO QUE EU TENHO?

Manu: Sai pelada, não vai fazer diferença nenhuma.

Layla: Infelizmente, os polícia pega, senão eu saia mesmo. Afinal, o que é bonito tem que ser mostrado.

Manu: Então sai. É bom que você vai se acostumando com a cadeia!

Layla: Olha aqui, Manu, você quis dizer que nóis, funkeiros, somos marginais?

Manu: É senso comum querida!

Layla: Pois eu prefiro ser marginal do que ser satanista! MANHÊ!

Layla sai do quarto.

Manu: Meu Deus, obrigado pela irmã que o Senhor me deu viu!

Cena 4 - Casa da Manu/Lavandeira

A mãe de Manu. Eleusa, está colocando algumas roupas na máquina. Quando ela pega um short, a Layla aparece.

Layla: Ô mãe, tu tá surda? Ahh, é esse mesmo que eu tava procurando.

Layla tira o short da mão de sua mãe.

Eleusa: Eu estou colocando pra lavar, minha filha. Veste outra coisa.

Layla: Vestir outra coisa? Este é o short mais curto que eu tenho, e você sabe que MC gostosa como eu tem que mostrar o corpo, não é?

Eleusa (tirando o short da mão da filha): É, mas esse tá manchado graças ao café que a senhorita derramou hoje mais cedo, lembra?

Layla: Ah, no café da manhã né. Tava quente, queimou minha perna, mas não tão quente quanto eu, MC Brasólia. Tá legal, lava aí que eu vou com outra coisa.

Eleusa: Pera aí, vai aonde?

Layla: Uai, na festa da casa da Sueli.

Eleusa: Em Ceilândia*? Essa hora da noite?

*Nota: Esse é um bairro considerado perigoso à noite em Brasília.

Layla: Olha o preconceito mãe. Você sabe que nunca tive problema comigo lá.

Eleusa: É, mas eu me preocupo com você de qualquer jeito. Você só vai nessa festa se sua irmã for.

Layla: O quê? A Manu? Negativo! Prefiro ser assaltada e roubada lá do que ir pra festa com essa garota.

Eleusa: Então não vai.

Layla: Mas mãe...

Eleusa: Só se a Manu for, aí eu fico despreocupada.

Layla: Tá bom, eu vejo se ela pode fazer esse esforço por mim. Aliás, quem vai fazer esforço vai ser eu pra aturar ela.

Layla sai da lavandeira, deixando sua mãe rindo da filha.

Cena 5 - Quarto de Layla e Manu

Manu: Como é que é? Eu ir num baile funk com você? Nunca!

Layla: Por favor, Manu.. A mãe disse que só vai deixar eu ir se você for junto.

Manu: E o que eu vou ganhar com isso? E outra, eu DETESTO funk!

Layla: Eu fico com seus trabalhos aqui em casa por um mês.

Manu: Continue...

Layla: Eu lavo as vasilhas, limpo o banheiro, arrumo o quarto todo, até mesmo sua parte, tudo... Mas vai comigo, por favor!

Manu: Nossa, pra você tá se oferecendo como uma escrava por um mês, é porque tem alguma coisa boa pra você na festa. O que é?

Layla: É que... Não ri.

Manu: Não ri de você, impossível, você ter nascido já é uma grande piada.

Layla: Bem, é que vai ser a primeira festa que a MC Brasólia vai se apresentar de verdade.

Manu: Você vai cantar nessa festa? Isso é melhor do que um mês de escravidão pra você. Fechado. Mas é pra limpar tudo hein, por um mês.

Layla: Obrigado, maninha.

Layla dá um abraço na irmã, que não retribui o abraço.

Manu: Tá, tá. Nosso vínculo afetivo não mudou nada. Distância!

Cena 6 - Porta do apartamento da Bruna

O porteiro está acompanhado junto com Kaique que está indo para o apartamento de Bruna.

Porteiro: A senhorita Bruna só liberou dessa vez para pegar suas coisas. Ela disse até onde estaria.

Kaique: Eu não preciso de um guarda do meu lado. Eu sei o caminho.

Os dois chegam no andar de Bruna, e encontram algumas sacolas usada para lixo do lado de fora da porta com um grande papel em cima.

Kaique: Será que...

Kaique pega o papel e lê o que está escrito: AÍ ESTÃO SUAS COISAS, EMBRULHADAS EM ALGO PERFEITO PARA COMBINAR COM VOCÊ. VOCÊ SABE O QUE É TRAÍ A CONFIANÇA DE ALGUÉM A PONTO DELA ACREDITAR QUE NUNCA MAIS VAI CONFIAR EM NINGUÉM DE NOVO? POIS BEM, OBRIGADA POR DESTRUÍ COM MINHA VIDA. ACABAR COM TUDO QUE EU MAIS ACREDITAVA, QUE ERA O AMOR. OBRIGADA KAIQUE. E FAZ MAIS UM FAVOR PRA MIM. SAIA DE VEZ DA MINHA VIDA, NUNCA MAIS VOLTE A ME PROCURAR.

Porteiro: Senhor, agora que já pegou as coisas, por favor me acompanhe para a saída.

Kaique pega a carta e guarda no seu bolso. Abalado, ele pega as sacolas e acompanha o porteiro.

Cena 7 - Lado de fora do prédio

Kaique pega as coisas e senta na calçada. Ela joga as sacolas para o lado e pega a carta novamente. Lágrimas começam a borrar a escrita de caneta da carta, pois Kaique não consegue se segurar e começa a chorar.

Kaique: Eu te amo tanto Bruna. Eu te amo tanto. Foi um erro. Mas eu te amo muito.

Cena 8 - Casa da Mônica/Exterior

Mônica está dentro do carro com o Eduardo do seu lado. Bruna está nos bancos traseiros.

Bruna: Obrigada, Mô. Eu preciso mesmo me distrair.

Mônica: Quê isso... Você acha que eu não iria querer minha melhor amiga comigo num momento desse. Você sabe como é minha mãe.

Bruna: Pior viu.

Eduardo: Obrigado por me animarem!

Mônica: Quê isso! Vai dar tudo certo, você vai ver. Agora vamos!

Eduardo: Vamos.

Cena 9 - Carro de Eleusa

Eleusa está levando as meninas para a festa da amiga de Layla na Ceilândia.

Eleusa: Eu até agora não estou acreditando que você aceitou ir na festa. Achei que você não gostasse de funk, Manu!

Manu: Eu preciso me distrair um pouco.

Eleusa: Aê, o David não te procurou mais?

Manu: Ele manda algumas mensagens, mas eu já tomei minha decisão. Eu acho que o amor acabou.

Eleusa: Amor não acaba, minha filha. O que você sentia então por ele não era isso.

Layla (cantando): Presta atenção no que eu vou dizer, pra que amar se você pode só me ter, me ter, me ter, me ter, meter, meter, meter....

Eleusa: O que é isso?

Manu: Que merda é essa?

Layla: Tô compondo um funk uá... Pra que amar se você pode só me ter... Me ter! Ai, vocês entendem tudo errado viu...

Eleusa: Sei, esses funks seus....

Layla: Olha o preconceito. Porque funk não fala só palavrão não tá. Tem muito funk aí que passa muitas mensagens bonitas sobre amor, sobre a vida, família.

Manu: Só você pra estragar mesmo qualquer clima, vamos mãe, segue... Para de dar papo pra essa maluca.

Cena 10 - Sala de Jantar de Mônica

Muitos estão reunidos em volta da mesa, a mãe de mônica, dona Eliana, seu marido e pai de Mônica, Brandão, seu irmão Mateus, Mônica, Eduardo, Bruna.

Eliana: Então seu nome é Eduardo não é?

Eduardo: Sim senhora.

Eliana: Eduardo, e você faz o quê?

Eduardo: No momento, só estudo mesmo.

Eliana: Estuda... E presumo que seja em alguma faculdade, certo?

Eduardo: Na verdade...

Mônica: Vamos comer mamãe, senão a comida esfria.

Eliana: Espere Mônica, quero conhecer esse jovem com quem você pretende começar um relacionamento.

Eduardo: Como eu ia dizendo, eu estou terminando o ensino médio.

Brandão: O quê? Como assim, terminando o ensino médio?

Eliana: Você tem quantos anos, rapaz?

Eduardo: Achei que a Mônica tivesse dito, eu vou fazer dezessete.

Eliana: O quê? Como assim? Eu escutei direito, Mônica?

Mônica: Mamãe, depois do jantar a gente conversa!

Eliana: Esse garoto é muito mais novo que você e é com ele que você quer se relacionar?

Brandão: Eliana, não se exaulte. Termine sua refeição.

Eliana levanta da mesa, olhando nervosa para Eduardo.

Eliana: Eu proibo você de namorar minha filha.

Eduardo olha para a Eliana e para Mônica sem saber o que fazer.