Fanfic: CORAÇÕES FERIDOS - AyA - Adaptada - Finalizada | Tema: AyA

— Já passa das sete da manhã e só agora ele está saindo? E nem se deu ao trabalho de se vestir direito? Meu Deus, Maddie, como você é incompetente!
Madeline não respondia.
— Madeline, você está aí?
— Estou fazendo uma fornada de bolinhos de laranja. Falo com você mais tarde.
Carrie queria esganá-la.
— Bolinhos de laranja? Meu homem, meu noivo passou a noite toda no quarto de uma mulher e você está preocupada com seus bolinhos?
Após alguns segundos de silêncio, Madeline suspirou.
— Por favor, não me diga que ainda está aí fora. Você passou a noite no carro? Carrie, isso é obsessão.
— Por ele eu ficaria acampada no gelo do Pólo Norte.
— Carrie? — O som de pratos sendo lavados quase abafou a voz de Madeline. — Detesto ter que lembrá-la de que Alfonso não é mais seu noivo faz mais de um ano. Tem mais: ele não pediu para que passasse a noite na rua. E já está na hora de você ir para o trabalho.
Carrie não podia acreditar. Depois de tudo que tinha feito por aquela mulher! Madeline Bowman tinha experimentado o gostinho do sucesso e estava lhe virando as costas?
— Como vão as coisas com Matt?
— Como assim?
— Está gostando de namorar o segundo homem mais gostoso da região? E já se esqueceu de quem a ajudou a levar seus negócios ao ponto em que estão?
— Espere um minuto.
Carrie ouviu passos e o som de uma porta se fechando antes de Madeline voltar a falar:
— Por Deus, Carrie! Não posso impedir Alfonso de fazer o que quer que seja. Sou dona da pousada, não guarda de um presídio! Sei muito bem que você incentivou Matt a sair comigo depois do meu divórcio. Você age como se tivesse sido a responsável por nos ter apresentado, como se já não nos conhecêssemos desde criancinhas! Além do mais, ele já me esqueceu. Há meses não me chama para sair.
— Que pena. — Carrie estava se cansando daquela conversa. — Onde você está agora, Madeline?
— Na despensa. Há um casal esperando que eu sirva o café da manhã. Não queria que me ouvissem.
— Sei.
— Podemos terminar esta conversa mais tarde?
Carrie ficou boquiaberta com o que estava vendo. Inacreditável. A rainha adolescente abandonada em pessoa saía da pousada, vestindo calças de ioga pretas, uma jaqueta muito elegante e exibindo um sorriso de quem acabara de fazer sexo. Só podia ser ela. Tinha visto fotos da sem-vergonha nos álbuns de Alfonso. Parecia rica. E se fosse garota de programa? Precisava avisar Alfonso de que estava nas garras de uma profissional.
— Carrie?
— Sim?
— Preciso desligar!
— Já falei que estou organizando uma conferência regional de saúde pública para abril? Pretendo apresentar os resultados da minha pesquisa na nova clínica comunitária.
— Verdade?
— Sim.
— Que bom. Falo com você depois de...
— Como sempre, você não está entendendo direito, Maddie. A conferência vai durar uma semana. — Enquanto falava, Carrie observava Anahi dobrando a esquina. Achou-a bonita, tanto de rosto como de corpo. Queria vê-la morta.
— Uma semana?
— Todos os quartos da pousada serão reservados. — Carrie esperou Anahi se distanciar por meio quarteirão antes de ligar o carro e segui-la. — Convidei palestrantes de toda a Costa Leste. Seria uma ótima propaganda para a pousada.
Olhou o relógio. Teria que ligar para Alice e dizer que só chegaria depois do almoço, e que precisariam organizar uma conferência para o mesmo período da publicação de sua pesquisa.
— Está bem, Carrie. — Madeline rendeu-se. — O que você quer?
— Só um favorzinho.