Fanfics Brasil - CAPÍTULO 17 CORAÇÕES FERIDOS - AyA - Adaptada - Finalizada

Fanfic: CORAÇÕES FERIDOS - AyA - Adaptada - Finalizada | Tema: AyA


Capítulo: CAPÍTULO 17

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Tinha se recostado à cadeira, tomando um gole da cerveja que já estava morna, quando Loretta começou a latir novamente.
— Quieta.
A cadela rosnava.
— Chega, Loretta. — Estava prestes a levá-la para dentro quando percebeu o que provocara os rosnados. Um carro estava parado diante da casa.
Sentiu vontade de rosnar também.
Alfonso ficou parado no último degrau da varanda, mais para bloquear-lhe a passagem do que para recebê-la. Não queria Carrie em sua casa.
— Não disse a você para nunca mais voltar?
— Pensei que tivesse se referido ao consultório — disse, sorrindo.
— Eu estava de saída — Alfonso mentiu.
Vendo o copo de cerveja em sua mão, Carrie sorriu com tolerância.
— É só um minutinho.
— Vou acompanhá-la até seu carro enquanto conversamos.
Tomou um gole da cerveja e desceu os degraus, andando em direção à calçada.
— Poderia pôr esse cachorro para dentro, por favor?
Alfonso sorriu. Carrie e Loretta odiavam-se mutuamente.
— Você vai embora. — Alfonso abriu a porta do carro, fazendo um gesto para que ela entrasse. — Dirija com cuidado.
Carrie colocou a mão sobre a dele.
— Por favor, Alfonso.
Ele puxou a mão.
— Por que isto está acontecendo conosco? Fomos feitos um para o outro.
Ele virou as costas e começou a voltar para a casa.
— Não seja cruel! Está deixando um boato estragar tudo o que sempre tivemos. Foi atrás de um filho que não existe! Por que está fazendo isso comigo?
Alfonso chegou à varanda, com Loretta em seus calcanhares.
— Vou chamar a polícia,
— Por que não nos dá outra chance, Alfonso? — Carrie correu pela calçada e caiu no degrau da varanda, chorando. Loretta latia, nervosa. — Mesmo quando praticamente me abandonou no altar eu continuei aqui, esperando que voltasse. Mas você me rejeitou! Por que não quer entender que te amo? Mande esse cachorro calar a boca!
Ele pegou o telefone e começou a discar.
— Alfonso! Olhe para mim! Quero que olhe para mim quando eu falo! — ela gritou.
— Quieta, Loretta! — A cadela obedeceu, sentando-se aos pés dele. — O dia em que cancelei o casamento para ir atrás de Aidan foi o melhor da minha vida.
Carrie parou de chorar.
— Quem é Aidan?
— Meu filho.
— Você o encontrou?
— Nós nos encontramos graças a Anahi.
Carrie pôs-se em pé, ajeitando a roupa.
— Então, foi por isso que ela voltou? Para falar sobre seu filho?
— A polícia já deve estar a caminho.
— Você não enxerga que ela está tentando destruir minha vida?
O tom de voz de Carrie o assustou. Gostaria de realmente ter ligado para a polícia.
— Do que está falando?
— Essa tal de Anahi. — Passou as mãos pelos cabelos e sorriu. — Ela só está tentando afastar você de mim.
Alfonso esfregou o queixo. Carrie estava fora de si.
— Bom, é o seguinte...
— Sim? — Seus olhos se iluminaram.
— Anahi está de volta à minha vida e encontrei meu filho. Só penso neles agora.
O sorriso dela desapareceu. Carrie dirigiu-se lentamente para o carro, falando, antes de entrar:
— Você vai se arrepender.
— Duvido muito. Loretta latiu, contente.
O membro enrijecido era macio e quente. Anahi agia por instinto, guiada pelas reações dele ao toque de sua língua. Quando o colocou na boca, sugando-o, sentiu um gosto levemente salgado. Alfonso segurou seu rosto.
— Pare, amor, por favor. Não estou agüentando.
— Não tem problema — ela disse. Sentia -se em estado de encantamento. Será que todas as garotas tinham aquele talento, ou ela possuía um dom especial? Era incrível como havia conseguido fazê-lo chegar àquele estado ofegante, gemendo de prazer.
Anahi acordou de repente. O ar parecia quente e úmido, cheirando a maresia. Onde quer que estivesse, definitivamente não era na beira da estrada em Persuasion.
Abriu os olhos devagar e levantou os óculos de sol.
— Quer mais uma bebida?
Anahi olhou para a esquerda e viu o rosto sorridente de um homem loiro, cujo nome talvez fosse Jeff. Sua cabeça doía.
Nola e ela tinham viajado para as Ilhas Cayman. Haviam, voado na primeira classe e se hospedado num belo resort. Na noite anterior, tinham conhecido quatro empresários na discoteca do hotel. Anahi lembrava-se vagamente de que Jeff, se esse fosse mesmo seu nome, era um deles.
Entrou em pânico. Por que aquele homem estava sentado ao seu lado, debaixo do mesmo guarda-sol? Onde estava Nola? O que acontecera durante a noite? Por que sonhara com Alfonso? Será que teria... com esse homem...? Não!
Baixou os óculos sobre o nariz, analisando-o, e logo se sentiu aliviada. Lembrou-se de que ela e Nola tinham voltado alcoolizadas para a suíte, mas ninguém as acompanhara.
Sentou-se na espreguiçadeira, passou os olhos pela praia e viu Nola conversando com os colegas de Jeff.
— Quer a mesma bebida de ontem ou prefere um sal de frutas?
— Obrigada, mas prefiro pagar eu mesma por minhas bebidas — respondeu o mais gentilmente possível.
— Já estão pagas. O pacote do hotel inclui todas as despesas. — O rapaz riu.
— Eu sei. — Gostaria de desencorajá-lo sem ser grosseira.
— Além do mais, estou gostando muito da sua companhia.
— Eu estava dormindo, sinto uma ressaca terrível e você ainda acha que sou boa companhia?
Ele riu novamente.
— Não muito, mas mesmo assim é um prazer ficar olhando para você.
Anahi virou-se para o lado, sem saber se o desejo repentino de vomitar devia-se à ressaca ou a Jeff. Não estava nem um pouco interessada nele. Olhava insistentemente para Nola, na esperança de que ela a visse e retornasse.
— Não respondeu a nenhuma de minhas perguntas ontem a noite. — Jeff tinha deitado de lado para observá-la melhor.
— Você não gostaria das minhas respostas, acredite.
Ele riu. Jeff devia ser uma pessoa feliz.
— Acho que disse a você que sou engenheiro. Viemos participar de uma concorrência.
— Hum.
— Faço projetos de sistemas de ventilação.
— É mesmo? Que interessante.
Encostou a cabeça na almofada enquanto Jeff dissertava sobre ar-condicionado, dutos, filtros de ar...
Suspirou, entrelaçando as mãos sobre o colo. Fazia sete dias que tinha voltado de Persuasion e quase o mesmo tempo que falara com Aidan pela última vez. Mantivera-se ocupada organizando a reforma da casa de Phyllis, com a intenção de se mudar até o final do ano. Também havia se demitido da floricultura.
Que ironia do destino. Era solteira e não precisava trabalhar para sobreviver. O filho estava crescido e freqüentando a universidade. Podia fazer o que bem entendesse: abrir um negócio próprio, voltar a estudar, viver onde quisesse ou viajar pelo mundo.
Então, por que se sentia tão vazia? Por que a possibilidade de viver livremente não significava nada?
Alfonso estava prestes a se casar com outra. Essa era a razão.
— E você? O que faz? É casada, está saindo com alguém?
Anahi percebeu que Jeff tinha parado de falar sobre trabalho e mudado o assunto para vida pessoal.
— Quero avisá-lo de que estou passando por uma fase de completa honestidade. Aconteceram grandes mudanças na minha vida recentemente e decidi que a melhor maneira de viver daqui para a frente é falando a verdade. Acho que seria melhor você pegar sua toalha e fugir enquanto pode.
Jeff inclinou a cabeça, interessado.
— E como está sendo essa nova perspectiva para você?
Anahi riu.
— É uma longa história.
— Eu tenho tempo.
Viu um interesse genuíno em seu rosto, mas meneou a cabeça.
— Acho melhor não.
— Por que não começa do começo?
Anahi franziu a testa.
— Pela minha infância?
— Isso mesmo.
— Não faz idéia do que pode ouvir.
Jeff deu de ombros.
— Tome a mim como exemplo. Tenho dois irmãos, nasci e cresci em Vermont. Meu pai era diretor de um colégio e minha mãe tinha uma creche. Fui para Yale graças a uma bolsa de estudos e me formei em Engenharia. Tenho trinta e dois anos. Nunca me casei. E você?
Anahi suspirou.
— Nasci em West Virgínia, numa pequena cidade do interior. Meu pai era professor de Arte na universidade de lá e gostava de espancar minha mãe. Ela era uma dona-de-casa que tinha medo da própria sombra. Eu tinha dezesseis anos quando descobri que estava grávida. Fui expulsa do colégio e tomei um fora do meu namorado. Chegando em casa, vi meu pai transando com a esposa do governador no seu ateliê.
— Nossa!
— Ele me viu. Mandou a mulher embora, entrou no carro e sumiu. Minha mãe chegou logo em seguida. Encontrou-me no ateliê, destruindo a estátua que meu pai tinha feito.
Jeff ouvia com atenção.
— Ela disse que meu pai ia me matar quando visse o que eu tinha feito. Chorei e contei que estava grávida. Ela me deu todo o dinheiro que tinha escondido e me expulsou de casa.
— Meu Deus...
— Então, peguei carona num caminhão e fui acolhida por uma mulher em Baltimore, que jogava bingo e tinha muitos papagaios. Phyllis me escondeu para que ninguém nunca me encontrasse. Tive meu filho. Agora ele é calouro da universidade Johns Hopkins e quer descobrir a cura para o câncer.
Jeff estava boquiaberto.
— Estudei no curso noturno da universidade pública de Baltimore. Trabalhei como florista por dezessete anos, acredita? Phyllis faleceu há alguns meses e me deixou podre de rica. Parece que investia tudo que ganhava no bingo em ações. Fui para Nova York com Nola. — Anahi apontou para a amiga. — Compramos roupas novas, mudamos o visual e passamos alguns dias num spa. Depois tive a brilhante idéia de voltar para minha cidade natal e me vingar. E foi o que fiz uma semana atrás.
— Estava justamente para lhe dizer que gostei muito do seu corte de cabelo.
— Obrigada.
— E aí, o que aconteceu?
— Meu pai sofreu um infarto quando apareci na cidade. Em seguida, soube que minha mãe morreu no ano passado e descobri que ainda amo meu namorado do colegial, o pai do meu filho. E que ele está para se casar com outra mulher.
— Não diga!
— Tivemos uma noite memorável na suíte da pousada em que me hospedei, antes de eu saber que ele estava noivo. Aliás, estava sonhando com ele agora há pouco. — Suspirou. — Só com ele tive sexo e amor ao mesmo tempo. Qual será meu problema? Não pode ser saudável ficar presa a uma pessoa desse jeito, não acha?
Jeff não respondeu.
— Agora vem a melhor parte. Eu sempre disse ao meu filho que não sabia quem era seu pai, que tinha sido uma adolescente sem juízo que fugira de casa.
— Não diga!
— Na semana passada, fui obrigada a contar toda a verdade, pois o pai quer conhecê-lo. E agora ele não quer falar comigo.
Jeff sentou-se.
— Parece um pesadelo.
— Sim, uma bela confusão.
— Não se sente aliviada? — Jeff tinha lágrimas nos olhos. — Não está se sentindo melhor por ter se livrado desse fardo, de todas essas mentiras que carregou durante tanto tempo?
Anahi pensou por alguns instantes. Jeff parecia inquieto com a demora da resposta.
— Não foi bom? — ele insistiu.
— Na verdade, foi uma droga.
— Deus do céu! — Jeff olhou para o mar.
Anahi ficou surpresa com o grau de preocupação que ele demonstrava. Parecia abalado demais com a história.
— Não se preocupe, vou ficar bem.
Ele se virou e fitou-a.
— Não tem nada a ver com você! — Ele se assustou com a própria reação. — Desculpe. Quero sinceramente que fique bem, você parece uma pessoa maravilhosa, mas eu estava pensando em mim. Nas minhas mentiras, na minha vida. Eu sou...
Anahi não conseguia entender.
— Você é?
— Gay — murmurou. — Tenho escondido isso a vida toda, mas agora me apaixonei de verdade e preciso me assumir para a família, os amigos, os colegas de trabalho, senão vou explodir! Mas depois de ouvir o que me contou...
Anahi sentou-se rapidamente.
— Não diga isso. — Colocou a mão no braço dele. — Minha situação é só um pouco incomum. A verdade funciona para a maioria das pessoas.
Jeff olhava para os próprios pés.
— Não sei, não.
— Aliás, por que estava flertando comigo, se é gay?
Ele ergueu o olhar, com ar de incredulidade.
— Tudo bem, mas se pretende continuar fingindo ser heterossexual precisa melhorar as cantadas. Foram as piores que já ouvi até hoje.
— Estou interrompendo algo? — A voz de Nola tinha um quê de desaprovação.
Anahi virou-se, mantendo a mão no braço de Jeff.
— De jeito nenhum, junte-se a nós.
— Preciso ir. — Jeff levantou-se e pegou a toalha. — Quem sabe nos vemos mais tarde.
Anahi se surpreendeu quando ele se inclinou, beijou-a no rosto e sussurrou:
— Obrigado, querida.
Nola jogou sua toalha na cadeira onde ele estava e sentou-se.
— Bonitinho. Será que é mais interessante que os outros três?
— Você parecia bem à vontade com eles.
Nola deu de ombros.
— São muito chatos.
Anahi riu, reclinando-se e fechando os olhos.
— De qualquer forma, você não está procurando um homem.
— Não.
— Na verdade, Jeff é um cara muito legal.
— É? Aposto que o dr. Herrelindo não iria gostar muito dele.
— Ele é gay, Nola.
— Alfonso é gay?
Anahi deu uma gargalhada que fez sua cabeça latejar.
— Estou falando de Jeff.
— Graças a Deus! Agora me diga: por que andou ignorando as ligações de Alfonso todos esses dias?
— Porque não temos nada a respeito do que conversar.
— E se ele quiser lhe dizer que terminou o relacionamento com a futura sra. Herrelindo? Ei! — Levantou-se num salto.
— Talvez ele tenha ficado tão feliz em vê-la que cancelou o casamento!
Anahi fechou os olhos. Sua cabeça doía mais ainda.
— Nola, a única coisa que me importa é que Alfonso e Aidan sabem um do outro, nada mais.
— Você devia pelo menos ouvir o que ele tem a dizer.
— Vamos mudar de assunto? Estou de férias.
— Querida, suas férias agora serão eternas, o que não é nada mau. — Nola esticou-se na espreguiçadeira.



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Autor(a): ayaremember

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 77



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  • traumadarbd Postado em 23/09/2013 - 15:00:39

    amei essa web do começo ao fim, parabéns

  • traumadarbd Postado em 22/09/2013 - 14:13:28

    deixou um gostinho de quero mais...poderia fazer uma outra temporada ein??

  • traumadarbd Postado em 22/09/2013 - 14:12:13

    ayaremember que web fantástica, arrasou, adorei demais....que lindos os Los As nessa web...a cumplicidade, o amor verdadeiro apesar dos anos afastados...a volta deles, enfim...foi mais do que perfeita...só lamento que tenha acabado, adorei a história, os segredos, as revelações, tudo perfeito!!!

  • raya_ponchito Postado em 23/08/2013 - 20:01:38

    Noooossa quanta coisa 'o' A web é muuito linda mesmo, adorei acompanha-la! Valeu a pena :) Pena que acabou :( Sentirei saudades Ç.Ç

  • lyu Postado em 28/07/2013 - 01:42:12

    CHORANDO COM O FIM, PERFEITA! PENA Q ACABOU

  • lyu Postado em 27/07/2013 - 22:10:05

    TO PASSADA

  • isajuje Postado em 26/07/2013 - 08:39:55

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK' filantropia colocar o namorado da amiga como venda Anahí? KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK' Sei u_u isso se chama ''sacanagem com a amiga'', filantropia é outra coisa. Mas tudo bem. Até a Madeline dar uma de Carrie o.O e até a Carrie dar uma de vingativa pro lado do Matt...

  • lyu Postado em 26/07/2013 - 02:57:38

    maais

  • raya_ponchito Postado em 26/07/2013 - 01:13:03

    Lindaa demais a reconciliação de AyA *-* Mesmo a briga me tirando do sério ( por culpa da Any ) essa volta deles valeu a pena, enfim se perdoaram de verdade!

  • raya_ponchito Postado em 26/07/2013 - 01:10:55

    Coitada da Nola! Mais quem disse que era fácil ter homem bonito?! KKKK' Ah, achei tanta graça no drama dela.


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