Fanfic: CORAÇÕES FERIDOS - AyA - Adaptada - Finalizada | Tema: AyA

— Desde quando você tem uma máquina de fazer waffle? — Nola estava em cima de uma cadeira, arrumando o armário da cozinha.
— Sempre tive. Costumava fazer HYPERLINK "waffl.es"
waffles para Aidan quase todos os domingos, quando ele ainda me tolerava.
— Ele adora você, e logo vai voltar ao normal.
Anahi suspirou. O relacionamento do filho com o pai estava se tornando cada vez mais estreito. Talvez Aidan não fosse precisar mais dela. Voltou a desembalar suas coisas. Era melhor não pensar.
A porta da rua se abriu, e elas escutaram uma voz masculina.
— Olá? Estou procurando a garota mais linda de West Virginia.
— Na cozinha, querido — Nola respondeu sorrindo. Matt, com um sorriso maroto, igualzinho ao de Aidan, apareceu na porta. Anahi sentiu uma imensa saudade do filho.
— Precisam de ajuda? Estou em horário de almoço e resolvi dar um pulo aqui.
Anahi sorriu. Matt já tinha passado ali pela manhã e ligado três vezes para Nola. Também havia convidado as duas para jantar na mansão Herrera naquela noite. Era como se ele não agüentasse ficar longe dela por mais de dez minutos. Por sorte, Persuasion tinha um nível de criminalidade muito baixo.
— Preciso sim, Matt. — Anahi apontou uma caixa de papelão.
— Pode terminar de tirar as coisas dessa caixa enquanto descanso um pouco?
— Claro.
Deu uma piscadela para a amiga e foi para a sala. Mesmo sem móveis, a casa era acolhedora e confortável. Tinha sido a segunda que havia visitado e se decidira por ela assim que a vira. O contrato de aluguel havia sido assinado por um ano, um período que achou razoável para que ela e Alfonso se reaproximassem e tomassem uma decisão. Se não desse certo, voltaria para Baltimore, ou começaria tudo de novo em outro lugar.
Agradeceu outra vez a Phyllis por sua imensa generosidade. O que tinha herdado nada mais era do que a própria liberdade. Respirou calmamente. Iria mergulhar fundo na garota que tinha sido e na mulher que havia se tornado. O mais difícil no processo seria enfrentar Virgil.
Um latido a despertou de seus pensamentos. Pela janela, viu Alfonso e Loretta chegando. Ela veio correndo e balançando o rabo, enquanto ele sorria, exibindo um saco de papel.
— Trouxe o almoço. — Entrou, deu um beijo em Anahi e entregou-lhe o pacote. Loretta correu para a cozinha.
— Matt também trouxe.
Ele balançou a cabeça.
— É melhor comermos lá fora.
Foram para a varanda e se sentaram. Alfonso passou o braço pelos ombros dela.
— Acho que Matt está apaixonado.
Ela ajeitou-se ao seu lado, feliz.
— Nola está bastante envolvida também. Não quero me intrometer, mas detestaria ver qualquer um deles magoado.
Alfonso beijou-a na testa.
— Somos as últimas pessoas no mundo que podem dar conselhos amorosos.
— Tem razão. — Anahi abriu o saco e arregalou os olhos. — Frango frito e torta de maçã? Que delícia! Você gosta de mulheres gordinhas?
— Eu gosto é de você. Coma logo. — Pegou um pratinho de plástico e a serviu. — Você está tão linda hoje, Anahi...
Ela tinha acabado de morder um pedaço de frango e quase engasgou com o elogio. Ele a fitava, embevecido.
— Tenha paciência comigo. Vou agir como um bobo até me convencer de que você é real.
Anahi limpou a boca e beijou-o. Seus olhos se encontraram. Ela compreendeu que aquele amor era, ao mesmo tempo, antigo e novo. O garoto encantador de antigamente ainda vivia ao lado do homem sensual do presente.
Alfonso deu-lhe um sorriso tão repleto de carinho e desejo, que ela se sentiu invadida por uma onda de excitação. Queria tocar cada centímetro daquele corpo musculoso.
Ele pareceu ter lido seus pensamentos.
— As camas já foram entregues?
— Não acredito que esteja pensando em sexo se nem mesmo comemos a sobremesa ainda.
— Você estava pensando a mesma coisa, não tente negar.
— Mais honestidade... — Anahi pegou outro pedaço de frango. — As camas devem chegar esta tarde.
Enquanto comiam, Alfonso, entre outros assuntos, comentou que Matt tinha passado a manhã toda planejando o jantar.
— Ele não deve ser obrigado a bater o ponto no trabalho, não é?
— Matt é o relógio de ponto. Essa é a profissão ideal para ele. Muito tempo livre para pensar em mulheres e comida.
Anahi lambeu os dedos.
— Mudando de assunto, andei vendo alguns catálogos da universidade.
— Interessou-se por algum curso?
— Não ria. Psicologia. Talvez Psicologia Infantil.
Alfonso segurou sua mão.
— Nunca deixe de acreditar em si mesma, Anahity. Você é brilhante e pode ter sucesso no que quiser, ainda mais agora que tem tempo e dinheiro. Não faça um curso qualquer. Já pensou num diploma de bacharel?
— Penso muito nisso.
— Então, vá em frente. Vou apoiar você seja no que for. Ouviram um estrondo vindo da cozinha, seguido pelos latidos de Loretta.
— Está tudo bem! — Matt gritou, Loretta se juntou a Anahi e Alfonso, buscando um local mais tranqüilo.
Alfonso sorriu.
— Não vai adivinhar quem encontrei na lanchonete.
— Carrie?
— Não brinque. Ninguém soube mais dela desde a entrega da ordem judicial.
— Quem, então?
— Sua tia Rita.
Anahi brincou com o prato.
— Eu tinha pretensão de visitá-la da última vez, para lhe dizer umas coisas.
Ele pareceu surpreso.
— Fui à casa dela assim que recebi o resultado dos exames. Ela foi a primeira a saber que eu esperava um filho. Sabe o que me falou? Que eu teria de deixar a escola assim que minha barriga começasse a aparecer. Então, como minha tia, e não como diretora do colégio, aconselhou-me a não contar ao meu pai.
— Que horror. — Ele suspirou. — Anahi, quando se sentir pronta para falar com Virgil, irei com você. Prometa que não vai procurá-lo sozinha.
Anahi viu carinho e preocupação naqueles lindos olhos verdes. A porta atrás deles se abriu.

— Houve uma denúncia de roubo no centro — Matt disse, muito sério. — Vejo vocês à noite.
Nola apareceu logo em seguida, com os cabelos desalinhados e um brinco a menos.
— Vou me mudar para Persuasion — ela murmurou.
— É porque não consegue ficar longe de Anahi? — Alfonso brincou.
— Não. É porque seu irmão é incrível!
Anahi sorriu, lembrando-se de seu dever de amiga. Perguntou em alto e bom som a Alfonso:
— Por acaso Matt coleciona latas de cerveja?
— Latas de cerveja? Por quê?