Fanfics Brasil - CAPÍTULO 27 CORAÇÕES FERIDOS - AyA - Adaptada - Finalizada

Fanfic: CORAÇÕES FERIDOS - AyA - Adaptada - Finalizada | Tema: AyA


Capítulo: CAPÍTULO 27

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A energia fluía pelas mãos de Virgil. Estava pronto para dar forma humana ao bloco de mármore que havia guardado por anos. Movimentava as mãos com rapidez e o cérebro girava, libertando da pedra tanto as feições femininas quanto os fantasmas do passado que o assombravam. O ruído do cinzel soava como o concerto de uma orquestra. Arriscava-se a trabalhar à mão livre, sem traçar uma linha a lápis sequer. Tirou a máscara e os protetores de ouvido, retrocedendo alguns passos para avaliar melhor. Uma densa camada de poeira se condensava no ar, e ele sentiu o peito apertado. Não podia morrer naquele momento!
Recolocou os apetrechos e voltou ao trabalho. As imagens de todas as mulheres de sua vida se reuniam enquanto esculpia: Betty, a frágil; Eleanor, a voluptuosa; Anahiharine, a sabe-tudo; Carrie, a doutora. Todas se tornando uma só, do cérebro para a pedra, da pedra de volta ao cérebro, do cérebro para as mãos.
Virgil parou novamente. Sentia tonturas. O velho desejo voltava a atacá-lo com intensidade assombrosa. Queria a doutora, queria seu corpo. Precisava tocá-la, fazer dela sua musa. Anahi lhe era proibida.
Sentiu o peito apertar outra vez. Recusava-se a morrer antes de mostrar ao mundo sua obra-prima.
Matt puxou a aba da caixa, revelando parte de um tecido vermelho. Anahi prendeu a respiração.
— Pare.
— Não quer que eu as abra? — Matt parecia surpreso.
— Depois cuidarei disso, estou muito cansada agora. Ele deu de ombros.
— Fique aí e relaxe, eu arrumo isso.
— Não. Não quero que mexa nessas caixas.
Ficou embaraçada pela maneira rude como se dirigiu a Matt. Lembrou Nola de que ela ainda não tinha contado a ele sobre seu emprego. Os dois puseram-se a conversar animadamente, salvando-a da situação.
Ela se levantou e andou pela sala.
— Preciso me distrair, esquecer um pouco tudo isso. Tem alguma sugestão? — perguntou, dirigindo-se a Alfonso.
— Com certeza — ele respondeu, erguendo uma sobrancelha.
— Não acredito! Sexo? Como pode querer fazer amor comigo do jeito que estou? Sou uma bomba emocional, e você fica excitado?
Alfonso aproximou-se de Anahi e a abraçou, rindo.
— Não estava pensando em sexo, mas sim em outra coisa. Vai suar um pouco, aprender coisas novas e ficar exausta quando terminar.
— Parece-se muito com o que fizemos em Cherry Hill.
— Mas não é.
Anahi olhou para suas roupas.
— Tenho que me trocar?
Ele analisou sua roupa. Era muito social e nada adequada para o que iam fazer.
— Lembra-se de como se vestia no colégio?
— Sim, desleixada.
Alfonso riu.
— Jeans e camiseta bastam.
O rosto dela se iluminou.
— Já volto!
Esperando por Anahi, Alfonso resolveu examinar as caixas. Agachou-se junto à que estava aberta e alisou o tecido vermelho. Tinha a impressão de já ter visto aquilo. Erguendo a outra aba, surgiu uma gola em veludo preto. Lembrou-se. Era o casaco que ela usava quando criança.
Vasculhou um pouco mais. Um coelho de pelúcia, alguns livros e desenhos. Sentiu um aperto na garganta. Aquelas coisas estavam estreitamente ligadas às dolorosas lembranças que ela vinha tendo.
Ao ouvi-la descer as escadas, colocou tudo de volta na caixa e foi encontrá-la no hall. Estava vestida com jeans rasgados nos joelhos e um agasalho de moletom. Maravilhosa, como sempre.
— Ainda não tomei coragem para ver o que há nessas caixas — ela disse calmamente, abrindo o armário do hall e apanhando um casaco.
— Foi sua mãe quem as mandou entregar a você?
— Fui visitar Rita no colégio hoje, e ela me levou à sua casa. Disse que minha mãe as tinha deixado com ela para que me entregasse um dia.
— Sabe que é o seu casaco vermelho naquela caixa, não?
— Sei — disse com um sorriso triste. — O que mais tem lá?
— Livros, desenhos, um bicho de pelúcia.
— Vamos logo.
Alfonso passou na mansão, pegou Loretta e partiram na caminhonete. Em alguns minutos, estavam no local da construção da clinica. Anahi ficou impressionada com o progresso das obras em apenas dois meses.
— Está ficando uma maravilha, Alfonso. — O estacionamento e a calçada já tinham sido pavimentados e rolos de carpete e vinil eram descarregados de um caminhão.
— Temos muita gente ajudando. Ele estacionou.
— O problema agora é com o custo dos equipamentos. Uma simples mesa de exame custa seis mil dólares!
Anahi sentiu-se culpada. Era a mesma soma que tinha gastado no sofá de couro para sua sala.
— Temos patrocínios do governo e de comerciantes, muitas doações da população, mas, mesmo assim, não é o bastante.
— E o banco?
— Consegui mais um empréstimo.
A cabeça de Anahi fervia com várias idéias. Uma delas era a de fazer uma grande doação em dinheiro.
— Quero ajudar, Alfonso. Vamos conversar sobre isso mais tarde?
— De jeito nenhum, não quero seu dinheiro. Não foi por isso que a trouxe aqui.
— Eu sei.
— O dinheiro que herdou é seu, não posso aceitar sua ajuda.
Ela se esticou sobre Loretta e beijou-o.
— O dinheiro era da generosa Phyllis. Vou falar com o irmão dela. Talvez nós dois possamos fazer algo.
— Não posso aceitar, Anahi.
— Tenho outras sugestões além dessa. Acho que sei como conseguir dar o último empurrão para que você abra as portas da clínica até o Natal.
Uma expressão de alegria e alívio surgiu no rosto de Alfonso. Anahi percebeu que ele vinha carregando esse fardo sozinho havia muito tempo.
— Nunca me contou por que o Estado suspendeu o envio de fundos.
— Carrie, Cheguei a dizer a você que ela é a responsável pela política de saúde pública do Estado, não?
Anahi as sentiu.
— Já a vi na televisão. Fiquei impressionada com ela.
— Foi impressionante também a maneira como me prejudicou — disse ele, suspirando.
— O que foi que ela fez?
— Não tenho como provar, mas é estranho que o auxílio financeiro tenha sido retirado logo depois que cancelei o casamento e acabei com nosso relacionamento. Contratei um advogado, que está tentando provar, há mais de um ano, que temos direito a essa ajuda. Fui obrigado a pedir um empréstimo pessoal para evitar que as obras parassem.
— O quê?
— Hipotequei a mansão pela segunda vez.
Anahi ficou inquieta.
— Qual seria a contribuição do Estado, Alfonso? Uns duzentos mil dólares?
— Bem mais que isso.
— Quanto? — Ela foi tomada por um súbito temor. — Quanto você está devendo?
— A casa Herrera fica no meio do nada, mas tem muito valor por causa da arquitetura.
Alfonso evitava responder.
— Qual é o valor da dívida?
— É muito dinheiro.
— Honestidade, Alfonso. Você prometeu.
Ele mordeu os lábios.
— Por volta de um milhão e meio de dólares.
— Meu Deus! E o que Matt diz disso?
Alfonso deu de ombros.
— Ele tem condições de ajudá-lo?
— Se ele soubesse disso, o único modo que teria de me ajudar seria dobrando suas apostas na loteria.
— Ele não sabe? — Anahi arregalou os olhos.
— Ainda não. Mas ele precisa saber, não posso adiar mais.
— Não diga! De repente, você tomou consciência disso?
Alfonso ficou perturbado.
— Calma. Sei que foi um erro. Vou contar tudo a Matt e também devolver a parte dele do dinheiro.
Ela estava aturdida. Se Alfonso tinha sido desonesto com o próprio irmão, o que seria capaz de esconder dela?
— Pensei que pudesse quitar o empréstimo sem que Matt soubesse da história. Fiquei na expectativa de que o financiamento do governo fosse aprovado a qualquer momento, o que não aconteceu. Atrasei várias prestações e deixei de pagar outras. Estou tentando negociar com o banco, que está prestes a executar a dívida. Ele precisa saber de tudo por mim, não por outra pessoa.
— Muito nobre de sua parte.
— Não me faça ficar pior do que já estou.
— Você já estava sabendo da execução da dívida antes de me convencer a voltar para Persuasion?
— Sim, mas o que...
— Tem certeza de que não me fez vir para cá por causa do meu dinheiro? — Falou sem pensar, mas já era tarde.
Alfonso ficou boquiaberto.
— Uma das razões da minha inadimplência é que utilizei todas as minhas economias para ir atrás de você e Aidan.
Ela se enfureceu. Com as mãos trêmulas, apanhou a bolsa e tirou o talão de cheques.
— Não se incomode, vou reembolsá-lo. Quanto gastou nessas viagens?
— Não quero cheque nenhum.
— Mas eu quero lhe dar, não vou ficar em débito com você.
— Por favor, Anahity.
— Não me chame de Anahity. — Tirou uma folha do talão. Loretta começou a choramingar.
— Certo. — Alfonso deu uma risada mordaz. — Sou o único ser imperfeito dentro deste carro.
— O que quer dizer com isso?
— Você nunca tomou uma decisão errada na vida? Como, por exemplo, ter me negado o direito de saber que eu tinha um filho?
— Você não contou a Matt o que fez! — Anahi jogou o cheque em cima dele. — Isso é um absurdo!
— E você levou vinte anos para contar seu segredo.
— Eu sabia que ia me arrepender de ter dormido com você. Ainda não perdoou uma pobre adolescente apavorada!
Alfonso riu.
— E você, Anahi? Conseguiu perdoar um pobre garoto tão apavorado quanto você? Pode me perdoar agora por ter hipotecado a casa e escondido o fato de Matt? E meus futuros erros, que, com toda a certeza, vão acontecer? Vai ser capaz de perdoá-los? Veja a situação como um todo, Anahi. O ressentimento foi o combustível que a manteve viva esses anos todos. Acha mesmo que Aidan tinha o dever de perdoá-la no mesmo instante em que soube da verdade?
Os dois se olhavam com raiva, respirando pesadamente. Um homem mostrou o rosto na janela de Alfonso e bateu no vidro.
— Travis! Como vai?
— Melhor parar com essa discussão e vir trabalhar. — O homem notou Anahi sentada ao lado. — Fiquei sabendo que tinha voltado. Lembra-se de mim?
Fitou-o com atenção, ainda sentindo a adrenalina nas veias. Não tinha idéia de quem era aquele caipira.
— Vamos, pense bem — ele insistiu.
Kit sorriu. A figura de um rapaz vinte anos mais novo apareceu num flash.
— Olá, Travis! Como vai?



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Autor(a): ayaremember

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Anahi acordou sobressaltada. Tinha sonhado com veludo, sangue e tinta vermelha.Jogou as cobertas para o lado, sentou-se na beirada da cama e acendeu a luz. O dia anterior tinha sido um desastre. Alfonso estava certo. Ela se achava uma vítima.Levantou-se. Como podia exigir perdão, se ela mesma não conseguia perdoar? Ele não tinha tido outra sa&iacu ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 77



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  • traumadarbd Postado em 23/09/2013 - 15:00:39

    amei essa web do começo ao fim, parabéns

  • traumadarbd Postado em 22/09/2013 - 14:13:28

    deixou um gostinho de quero mais...poderia fazer uma outra temporada ein??

  • traumadarbd Postado em 22/09/2013 - 14:12:13

    ayaremember que web fantástica, arrasou, adorei demais....que lindos os Los As nessa web...a cumplicidade, o amor verdadeiro apesar dos anos afastados...a volta deles, enfim...foi mais do que perfeita...só lamento que tenha acabado, adorei a história, os segredos, as revelações, tudo perfeito!!!

  • raya_ponchito Postado em 23/08/2013 - 20:01:38

    Noooossa quanta coisa 'o' A web é muuito linda mesmo, adorei acompanha-la! Valeu a pena :) Pena que acabou :( Sentirei saudades Ç.Ç

  • lyu Postado em 28/07/2013 - 01:42:12

    CHORANDO COM O FIM, PERFEITA! PENA Q ACABOU

  • lyu Postado em 27/07/2013 - 22:10:05

    TO PASSADA

  • isajuje Postado em 26/07/2013 - 08:39:55

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK' filantropia colocar o namorado da amiga como venda Anahí? KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK' Sei u_u isso se chama ''sacanagem com a amiga'', filantropia é outra coisa. Mas tudo bem. Até a Madeline dar uma de Carrie o.O e até a Carrie dar uma de vingativa pro lado do Matt...

  • lyu Postado em 26/07/2013 - 02:57:38

    maais

  • raya_ponchito Postado em 26/07/2013 - 01:13:03

    Lindaa demais a reconciliação de AyA *-* Mesmo a briga me tirando do sério ( por culpa da Any ) essa volta deles valeu a pena, enfim se perdoaram de verdade!

  • raya_ponchito Postado em 26/07/2013 - 01:10:55

    Coitada da Nola! Mais quem disse que era fácil ter homem bonito?! KKKK' Ah, achei tanta graça no drama dela.


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