Fanfic: CORAÇÕES FERIDOS - AyA - Adaptada - Finalizada | Tema: AyA

Anahi acordou sobressaltada. Tinha sonhado com veludo, sangue e tinta vermelha.
Jogou as cobertas para o lado, sentou-se na beirada da cama e acendeu a luz. O dia anterior tinha sido um desastre. Alfonso estava certo. Ela se achava uma vítima.
Levantou-se. Como podia exigir perdão, se ela mesma não conseguia perdoar? Ele não tinha tido outra saída para acabar de construir a clínica. O dinheiro não era para algo supérfluo, mas para um projeto nobre. Seu único erro tinha sido o de esconder suas dificuldades do irmão. Devia ter sido muito difícil admitir para ela que estava falido.
Voltara para Persuasion para reparar o passado, mas o principal motivo de sua presença ali era Alfonso. Ele havia ligado a noite toda, e ela não atendera o telefone. Aquilo não estava certo.
Anahi calçou os tênis, desceu as escadas correndo e vestiu o casaco sobre o pijama.
Correu em meio à escuridão, passou direto pela casa do pai e seguiu o mesmo trajeto que fazia quando criança. Entrou no terreno dos Wilmer, pulou a cerca com dificuldade e caiu no quintal dos Herrera. Atravessou o gramado e subiu pelo aparelho de ar condicionado até o telhado da varanda. Segurava-se como podia, com medo de cair. Que loucura! Já não tinha a agilidade de uma menina de doze anos. O que estava fazendo? Uma mulher na sua idade escalando um telhado? Podia ter batido na porta! Mas a briga tinha sido feita, e talvez ele não a deixasse entrar. De qualquer forma, já estava quase lá.
Respirou fundo e se acalmou. Rezando baixinho, subiu pela varanda até a janela.
Tentando fazer o menor barulho possível, ergueu o vidro, sentou-se no parapeito e jogou as pernas para dentro do quarto.
Fechou a janela e foi até a cama. Não sabia se Alfonso ainda dormia no mesmo quarto, mas havia um homem deitado ali.
Tirou os tênis e toda a roupa, escorregando por baixo das cobertas. Ele ainda dormia de lado, como antigamente. Abraçou-o e se aninhou, sentindo seu calor e seu cheiro.
— Olá — ele disse com voz sonolenta antes de se virar. — Por que demorou?
Anahi riu. Ele também estava nu.
— Estou velha, não consigo correr tão rápido quanto antigamente, e escalar o telhado foi uma aventura.
Ele acariciou-a no rosto.
— Para seu conhecimento, a porta da frente está destrancada.
— O quê? — Deu-lhe um tapa no braço. — Quer dizer que eu não precisava ter arriscado a vida para subir aqui?
— Não. — Ele beijou-a no pescoço. — Vamos admitir: entrar assim, sorrateiramente, foi muito mais excitante.
Anahi segurou seu rosto e o beijou profundamente. Queria senti-lo colado a ela, como se tossem um só corpo, um só espírito. Alfonso gemeu.
— Essa foi minha fantasia quase diária durante vinte anos: Anahi Portilla entrando pela janela, deitando-se ao meu lado, implorando que eu fizesse amor com ela.
Ela riu.
— Que tal se eu implorasse para conversarmos?
— Essa seria minha segunda fantasia.
— Quero mais uma chance com você — Anahi disse de repente, antes de perder a coragem.
— Está bem.
— Quero conhecer o homem que você se tornou. Quero que me conheça completamente também, que saiba de meus piores erros e das minhas maiores esperanças.
— Acho ótimo — ele respondeu com ternura.
— Quero saber se existe um futuro para nós. Estou cansada de fantasiar. — Os olhos de Anahi se encheram de lágrimas. — Alfonso, sei que ontem fui estúpida e egoísta e...
— Foi mesmo.
Ela riu.
— É? Você também foi.
— Fui mesmo.
— Desculpe, Alfonso.
— Desculpe-me você também.
As lágrimas corriam pelo rosto de Anahi, e ele as enxugava.
— Anahi, preciso dizer uma coisa.
— Posso falar primeiro?
Alfonso a beijou suavemente.
— Claro.
Ela respirou fundo.
— Peço que me perdoe por manter Aidan longe de você por todo esse tempo por causa de um capricho meu. Você estava certo, e me envergonho de ter agido assim. — Fechou os olhos e continuou: — Por favor, me perdoe por eu ter tirado de você o direito de ser pai.
Anahi abriu os olhos, esperando uma resposta.
— Eu perdôo você, sinceramente.
Ela fechou os olhos novamente, sem parar de chorar.
— E você, Anahi, peço que me perdoe por tê-la mandado embora daquele jeito e por não ter-lhe dado oportunidade de me dizer que estava grávida. Agora eu entendo como você me amava e precisava de mim, e como deve ter sido doloroso me ouvir dizer que não a queria mais.
— Eu perdôo você, do fundo do coração. Alfonso a beijou. Sentia-se agradecido e aliviado.
— Vamos ser capazes de enfrentar qualquer coisa juntos — ele afirmou.
— Gostei disso.
— Quem você ama?
— Essa é fácil: Alfonso James Herrera, para todo o sempre.
— E quem Alfonso ama?
— Anahiharine Ann Portilla, para todo o sempre.
— Que tipo de carro você quer?
— Um Jaguar prateado comprado à vista. — Anahi riu, Alfonso deslizava a mão pelas pernas de Anahi.
— E qual é a primeira casa que vamos comprar?
— Uma casa velha em Baltimore. Ele riu.
— E depois?
— Talvez uma casa na praia. Ou um chalé nas montanhas. Ou talvez uma velha casa vitoriana hipotecada.
— Hum. Vamos à próxima. Quantos filhos quer ter?
— Um já está bom, e o nome dele é Aidan.
— Certo. — Alfonso ergueu o rosto de Anahi, olhando em seus olhos.
— Obrigado pelo filho que me deu e por tê-lo amado e protegido.
— Obrigada por tê-lo aceitado em sua vida. — Anahi acariciou seu braço musculoso. — Acho que não lhe contei. Falei com ele ontem!
Alfonso abraçou-a.
— Tinha certeza de que ele logo voltaria a falar com você. Agora quero pedir um favor.
— Qualquer coisa.
— O que acha de me dar mais um?
Anahi demorou alguns segundos para entender, e então abriu um largo sorriso.
— E uma boa idéia.
— Eu gostaria demais, Anahity.
— Acho que devíamos começar a tentar agora mesmo.
— Jura?
— Já estou pronta para repetir a noite de Cherry Hill.
— Até que enfim — Alfonso disse, sorrindo.
Ele beijou-a, e deslizou os lábios pelos seios fartos, percorrendo com as mãos todo o seu corpo, lendo-o, ouvindo-o, adivinhando suas necessidades e desejos, perscrutando suas sensações.
— Quero você, Alfonso. Preciso de você dentro de mim.
— Estou quase chegando lá — ele murmurou, sorrindo.
As carícias foram ficando mais intensas. Alfonso a tocava com os dedos, sentindo-a úmida e quente, pronta para recebê-lo.
— Você está me deixando louca, Alfonso. — Anahi gemeu.
— Vou fazer amor com você como nunca. E vou lhe dar outro filho.
Ela sorriu e estremeceu de prazer. Alfonso penetrou-a. Moviam-se em sincronia, como se fossem um só. O sol começava a nascer e seus raios incidiam sobre Anahi. Ela era sua mulher, seu grande amor, e vê-la totalmente entregue, abandonada aos seus carinhos, o enlevava.
Chegaram ao clímax ao mesmo tempo. Naquele momento, souberam que nunca se cansariam um do outro. O amor e a magia entre eles sempre existiriam. Estavam finalmente unidos.
Anahi tinha quatro projetos em andamento, e o estresse a deixou com dor de cabeça. Mas não podia reclamar. Tinha Alfonso e Aidan. Sua vida estava completa.
O projeto mais simples era a criação de uma fundação filantrópica que levaria o nome de Phyllis, visando angariar fundos para o término das obras da clínica. Cliff tinha gostado muito da idéia.
O segundo era descobrir uma maneira de impedir que a mansão Herrera fosse levada a leilão. O gerente do banco mostrara interesse em renegociar a dívida, pois um processo legal para tomar a casa teria impacto negativo na imagem da instituição,
O item seguinte referia-se ao almoço de Ação de Graças para doze pessoas, além de si mesma: Nola e Matt; tio Cliff, a esposa e duas netas; Aidan e Rachel; Jeff e seu companheiro, Richard; Alfonso e ela.
O último projeto era um pouco mais complicado: uma festa no terreno da clínica no dia seguinte ao de Ação de Graças. Cartazes já tinham sido espalhados pela cidade. Nola tinha um deles.
Agradeça a Deus pelas graças conseguidas e venha ajudar no evento beneficente da Clínica de Saúde de Persuasion.
Traga ferramentas, pincéis, disposição, talão de cheques e cartões de crédito. Nossa clínica somente poderá ficar pronta até o Natal se VOCÊ fizer a SUA parte.
Música ao vivo, comida e jogos. Entretenimento para as crianças.
E você poderá ganhar um encontro especial com o delegado Herrera!