Fanfic: CORAÇÕES FERIDOS - AyA - Adaptada - Finalizada | Tema: AyA
Alfonso abriu a janela da caminhonete, esperando que o vento o ajudasse a clarear as idéias, mas o que conseguiu foi estremecer.
Sentia-se vivo novamente. Anahi estava linda, e tinha sido difícil refrear-se. Precisara de muito controle para não agarrá-la e beijá-la com paixão antes de dizer o quanto a odiava.
Já a amara profundamente, mas não tinha dúvidas de que agora a odiava. E não conseguia entender por que ela tinha decidido escolher aquele momento em particular para reaparecer e transformar sua vida num caos outra vez. O que poderia estar querendo? Desculpar-se por lhe ter negado o direito de ser o pai de seu filho? Não, ela não parecia arrependida. Pedir dinheiro para os estudos do garoto? Alfonso daria tudo o que tinha, sem pestanejar. Mas Anahi, com um Jaguar novo e vestindo roupas da moda, não parecia estar precisando de dinheiro.
Alfonso riu, lembrando-se de que ela usava jeans gastos e tênis na última vez em que tinham se encontrado. Anahi era meiga, linda, perfeita, e seus hormônios adolescentes haviam implorado que ele a deitasse no banco de trás do carro e fizesse amor com ela.
Porém, aquilo não tinha acontecido. Seu pai acabara de lhe dizer que era muito jovem para levar a sério uma garota e o intimara a terminar o relacionamento, caso contrário o proibiria de usar o carro e de praticar os esportes de que tanto gostava E ele tinha obedecido.
Lembrou-se do lindo rosto de Anahi transformado em pedra, afastando-se sem dizer uma palavra. E ele nunca mais a vira.
Estacionou na garagem e desceu da caminhonete.
No ano anterior, uma revelação tinha virado seu mundo de ponta-cabeça, fazendo-o questionar o que achava ser verdade. Desde então, carregava a suspeita de que, naquela tarde, Anahi havia pedido para encontrá-lo com o objetivo de dizer que estava grávida. E ele tinha rompido com ela friamente, sem nem sequer deixá-la começar a falar.
Riu ao pensar na própria audácia ao querer tomar decisões aos dezesseis anos. Tinha tudo resolvido na cabeça: terminaria o relacionamento com Anahi por algum tempo, até que o pai esquecesse, e reataria o namoro em seguida. Mas não conseguira esperar e, naquela mesma noite, fora à casa dos Portilla, mas ela já tinha partido.
Afastando as lembranças, seguiu pelo caminho de tijolos, observando a suntuosidade do velho casarão. A mansão ainda podia ser considerada o cartão-postal de Persuasion, mas só o que conseguia perceber eram as telhas e o cimento que se soltavam. E uma gigantesca hipoteca.
— Olá, minha linda! Como foi seu dia?
Como sempre fazia, a meiga Loretta esperava pelo dono na escada da varanda. Seus olhos brilhavam com adoração, e o rabo batia com força nas tábuas do degrau.
Abaixou-se e esfregou sua cabeça, alisando as longas orelhas caídas.
— Ela deu o nome de Aidan ao meu filho. Não é irônico?
Os dois entraram. Loretta latiu, como se respondesse ao comentário.
— Verdade! Foi muita sensibilidade da parte dela ter dado a ele o nome do meu pai, não acha?
Loretta latiu novamente.
— Bem que o coração dela poderia ter amolecido um pouquinho nesses anos todos, só para me contar que eu tinha um filho.
Ouviu alguém entrando e não precisou se virar para saber quem era.
— O que pretende fazer, agora que ela está de volta? Tem cerveja aqui? — Matt perguntou, indo direto para a cozinha.
Alfonso meneou a cabeça, irritado, enquanto verificava a correspondência, Apesar de o irmão mais novo não morar mais na casa dos Herrera, ele entrava e saía à vontade.
— Não tem geladeira no seu apartamento?
— Sim, mas não tem cerveja. Então...
Alfonso ouviu o barulho da tampa da garrafa caindo no chão e revirou os olhos. Tinha vontade de chamar os policiais por causa de Matt, e certamente faria isso, caso o irmão não fosse o chefe do Departamento de Polícia de Persuasion.
Jogou a correspondência sobre o aparador e foi até a.cozinha.
— Matt, seria pedir demais que você ao menos tocasse a campainha? E se eu estivesse com uma garota?
Matt terminou de tomar a cerveja e colocou a garrafa vazia na pia. Depois, olhou bem para o irmão e deu um tapinha em seu braço.
— Tenho certeza de que Loretta não se importa com a minha presença.
Matt foi para a sala e jogou-se no sofá. Alfonso apanhou mais duas cervejas e se juntou a ele.
— Você é tão engraçado... Tire essas botas.
— Certo. — Matt obedeceu. — Confesso que estou me sentindo mal por ter atirado toda aquela lama em Anahi Portilla.
Matt virou a cabeça lentamente na direção de Alfonso, e os dois puseram-se a rir, acompanhados pelos latidos de Loretta.
— Você fez de propósito, seu imbecil.
— Não, juro que não! Para falar a verdade, nem percebi que era Anahi até descer da caminhonete. — Matt pegou mais uma cerveja. — Minha atenção estava voltada para a morena perto do Jaguar. Por sorte não atropelei Anahi.
Alfonso meneou a cabeça.
— Você não está de plantão? Não devia estar bebendo.
— Cale a boca — Alfonso respondeu.
— Pensei que não pudesse beber quando...
— Cale a boca.
Matt deu de ombros.
— Certo. Bem, Anahi está linda. E, pelo visto, cheia de dinheiro.
Alfonso riu e tirou as botas. Esperava que o plantão daquela noite fosse tranqüilo. Seria muito bom também se Carrie passasse algum tempo sem procurá-lo. Não tinha mais paciência para aturar a ex-noiva maluca. Se descobrisse que a famosa Anahi Portilla estava de volta, aí sim, ela enlouqueceria de vez.
— Acho que vou me tornar um monge budista.
Matt riu.
— Antes de tomar qualquer decisão drástica, saiba que Lisa Forrester tem perguntado de você todos os dias. Lembra-se dela? A do piercing no umbigo?
— Não estou interessado, Matt. — Estava prestes a tomar mais um gole de cerveja quando Loretta pulou no seu braço.
— Está vendo? Até ela sabe que você não deve beber quando tem plantão.
— Matt...
— Eu sei, eu sei... é para eu calar a boca. Pobre de mim, que só estou tentando encontrar um amor para você. Além disso, ajudo na construção quase todos os fins de semana. É assim que me agradece?
— Obrigado, Matt. — Alfonso não conseguiu pensar numa resposta mais criativa.
— Bom, a conversa está ótima, mas preciso ir. — Ergueu-se e apanhou as botas e a cerveja. — Só queria me certificar de que você está bem e de que não está fazendo nenhuma besteira.
— Obrigado por cuidar da nossa comunidade.
— Mais uma coisa... Madeline me disse que as garotas estão hospedadas na pousada.
— Achei mesmo que estariam.
— Você sabe o que isso quer dizer, certo?
Alfonso ergueu a cabeça lentamente e observou a expressão do irmão. Quando percebeu o que ele queria dizer, fechou os olhos.
— Droga...
— Madeline é fofoqueira, mas é boa pessoa e faz uma lasanha maravilhosa. Como nosso caso não deu certo, acho que você deveria convidá-la para sair. Sabe o que se diz das necessidades sexuais de mulheres divorciadas e solitárias...
Alfonso abriu os olhos, ignorando o comentário.
— Alguma chance de Madeline se esquecer de contar a Carrie sobre Anahi?
— Está brincando? As duas são grandes amigas, ela conta tudo a Carrie!
— Que ótimo...
— Você, por acaso, estaria pensando em ir à pousada para ver Anahi hoje à noite?
Por trás do sorriso do irmão, Alfonso percebeu que ele estava preocupado. Matt e Carrie eram as únicas pessoas que sabiam de seu filho.
— Ela lhe deu o nome de Aidan. Não é estranho? E disse que mora em Baltimore.
— Não acredito! — Matt arregalou os olhos. — Nosso pai teria adorado — disse, caminhando para a porta. Porém, deteve-se no meio do caminho. — Baltimore? Em Maryland?
— Conhece alguma outra Baltimore?
— Por isso não a encontramos na Califórnia.
— Sim. Baltimore fica do lado oposto. — Ele recebera informações erradas sobre o paradeiro de Anahi.
Alfonso levantou-se para acompanhar o irmão. Prestes a sair, Matt, de repente, virou-se, com raiva.
— Que diabos está errado com você? — perguntou, empurrando-o pelo peito.
— Ficou louco? — Alfonso encarou-o, perplexo.
— Anahi acabou de voltar do além e você vai conhecer seu filho. Qual é o seu problema? Fica vagando por aí, parecendo um zumbi.
Alfonso ficou surpreso. Matt estava furioso com algo que não era da conta dele.
— Não quero falar sobre isso agora, está bem? Tenho muitas coisas na cabeça.
Matt riu.
— Nunca se sabe o que passa por sua cabeça. Você não compartilha nada com ninguém.
— Chega, Matt. Não quero discutir.
— Dane-se! Você sabe muito bem que é isso mesmo. Quando papai morreu, por exemplo, você não chorou, nem falou uma palavra a respeito dele. Nada.
— Pelo amor de Deus, Matt!
— Não me fala de seus problemas financeiros, há meses não menciona seu filho, não faz comentários sobre a louca da Carrie. Anahi voltou e você não diz nada. E já sei o que vem a seguir. Vai ficar deprimido, saindo de casa apenas para trabalhar.
— É o meu jeito.
— Ótimo. Guarda tanta coisa aí dentro, que um dia vai acabar explodindo.
Alfonso abriu a porta com calma.
— Obrigado pela visita.
— Escute, seu idiota... Eu cresci aqui e, portanto, não sou visita. E o fato de você ter sido nomeado inventariante por nosso pai não significa que a casa é somente sua. Sendo assim, não me esnobe, como se esta mansão pertencesse ao duque de Persuasion. Lembre-se de que nosso tataravô comprou esta casa com dinheiro de contrabando, que escondia embaixo do colchão.
Alfonso teria rido, se aquelas palavras não fossem tão verdadeiras, enchendo-o de culpa. Matt nem desconfiava de que seu irmão, confiável e honesto, tinha hipotecado a casa e estava prestes a perder tudo o que tinham, a não ser que um milagre o salvasse até o Ano Novo.
Engoliu em seco e esperou pela mudança de humor do irmão. As reações de Matt eram contrárias às suas. Ele explodia e logo depois se acalmava, nunca guardando mágoa. Alfonso o invejava por isso.
— Desculpe, Matt, não queria agir como um idiota.
— E eu não tinha o direito de me exaltar com você desse jeito.
— Sem problema. — Jurou a si mesmo que lhe contaria tudo. — Não estou me isolando. É que há muitas coisas acontecendo.
— Está sendo difícil lidar com a volta dela, não?
— Está. — Alfonso tentou sorrir. — E você tem razão, esta casa é sua também. Pode entrar quando quiser, mesmo que eu esteja com uma garota.
Matt assentiu e franziu a testa, retomando o assunto.
— Tem certeza de que ela disse Baltimore?
— Tenho.
— Mas a mãe de Anahi disse que ela estava na Califórnia.
— Ou Betty mentiu ou estava com a cabeça afetada pela medicação.
— Papai dizia que não se pode confiar num Portilla.
— Acho que ele se referia a Virgil.
— É mesmo. Até mais.
Matt tinha acabado de cruzar a soleira da porta quando o pager de Alfonso começou a tocar.
— Boa sorte — Matt disse por cima do ombro, sorrindo.
Autor(a): ayaremember
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A vida tinha se complicado para Anahi na beira da estrada, sobre um cobertor estendido na grama ao lado da caminhonete de Alfonso. Era lá que sempre se encontravam. Na maioria das vezes, ficavam somente deitados, conversando. Em outros momentos, perdiam-se em beijos doces e quentes, deliciosos e incomparáveis. Acariciavam-se mutuamente, explorando a sexualidade ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 77
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traumadarbd Postado em 23/09/2013 - 15:00:39
amei essa web do começo ao fim, parabéns
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traumadarbd Postado em 22/09/2013 - 14:13:28
deixou um gostinho de quero mais...poderia fazer uma outra temporada ein??
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traumadarbd Postado em 22/09/2013 - 14:12:13
ayaremember que web fantástica, arrasou, adorei demais....que lindos os Los As nessa web...a cumplicidade, o amor verdadeiro apesar dos anos afastados...a volta deles, enfim...foi mais do que perfeita...só lamento que tenha acabado, adorei a história, os segredos, as revelações, tudo perfeito!!!
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raya_ponchito Postado em 23/08/2013 - 20:01:38
Noooossa quanta coisa 'o' A web é muuito linda mesmo, adorei acompanha-la! Valeu a pena :) Pena que acabou :( Sentirei saudades Ç.Ç
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lyu Postado em 28/07/2013 - 01:42:12
CHORANDO COM O FIM, PERFEITA! PENA Q ACABOU
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lyu Postado em 27/07/2013 - 22:10:05
TO PASSADA
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isajuje Postado em 26/07/2013 - 08:39:55
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK' filantropia colocar o namorado da amiga como venda Anahí? KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK' Sei u_u isso se chama ''sacanagem com a amiga'', filantropia é outra coisa. Mas tudo bem. Até a Madeline dar uma de Carrie o.O e até a Carrie dar uma de vingativa pro lado do Matt...
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lyu Postado em 26/07/2013 - 02:57:38
maais
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raya_ponchito Postado em 26/07/2013 - 01:13:03
Lindaa demais a reconciliação de AyA *-* Mesmo a briga me tirando do sério ( por culpa da Any ) essa volta deles valeu a pena, enfim se perdoaram de verdade!
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raya_ponchito Postado em 26/07/2013 - 01:10:55
Coitada da Nola! Mais quem disse que era fácil ter homem bonito?! KKKK' Ah, achei tanta graça no drama dela.