Fanfic: CORAÇÕES FERIDOS - AyA - Adaptada - Finalizada | Tema: AyA

Nola batia o pé no chão.
— Certo — disse ela, olhando para Anahi. — Explique por que isto não deve me incomodar.
— Porque é filantropia.
— Mas é um encontro! Matt está se vendendo por um encontro!
— Não é um encontro de verdade.
— Ah, não?! Quem me garante?
— Ele. — Anahi parou o que fazia, reparando que a amiga estava prestes a chorar. — Nola, é só uma maneira de atrair pessoas de outras cidades. Matt conhece muita gente de Randolph County.
— Ele conhece muitas garotas, isso sim! De onde acha que veio essa banda? — Nola apontou para o cartaz. — Matt conseguiu que tocassem de graça. Sabe por quê? Porque ele já namorou a vocalista! Acho que vou arrombar um banco para não passar por isso.
Anahi esforçou-se para não rir.
— Já estou morando com ele. Matt não deveria se encontrar com outras mulheres. — Nola foi para a cozinha. — Estou morrendo de fome — gritou.
— Não é fome, é ansiedade. — Anahi juntou-se a ela. — Li uma matéria que dizia que não se deve comer quando se está ansiosa porque os hormônios do estresse transformam as calorias em gordura abdominal.
Nola estava encostada ao batente da porta de braços cruzados.
— Está dizendo que estou gorda? — sussurrou. — Primeiro, oferece meu namorado como prêmio e agora me diz que estou gorda?
Anahi teria caído na gargalhada se a amiga não estivesse com uma expressão tão triste.
— Você conversou com ele, como sugeri? — Levou-a para a sala, fazendo-a sentar-se no sofá.
— Sim, conversamos ontem à noite.
— E o que foi que ele disse? — O telefone começou a tocar.
— Não vai atender? Você jura que estou gorda mesmo?
— O telefone pode esperar e você não está gorda. O que Matt disse?
— Para eu não me preocupar, porque é apenas um leilão beneficente. As pessoas darão lances e a vencedora ganhará um jantar com ele. Parece inofensivo, mas não estou gostando disso.
— Você pode dar o maior lance e ir jantar com ele. O que acha?
O rosto de Nola se iluminou.
— Tem razão! Só não quero que aquela dona de pensão fofoqueira ganhe. Ai, meu Deus...
Anahi viu os olhos da amiga se arregalarem.
— Olá! Espero não estar incomodando. Tentei ligar para avisar que estava chegando.
— Olá, Madeline! — Anahi se levantou.
Madeline entrou, admirando a decoração da casa.
— Trouxe uma torta de abóbora. É uma amostra do que vou servir no evento.
— Obrigada, é muito gentil de sua parte.
Madeline sentou-se e tirou uma prancheta da bolsa.
— Quantas pessoas você espera que apareçam? — perguntou, reparando na lista de convidados para o almoço de Ação de Graças em cima da mesa.
— Por volta de quinhentas. Madeline, antes de tudo, gostaria de esclarecer as coisas entre nós. Estamos trabalhando juntas nisso, moro a apenas um quarteirão da pousada. Seria bom para nós duas esquecermos o passado, não acha?
Surpreendida pela abordagem de Anahi, ela levou alguns segundos para responder.
— Eu é que devo pedir desculpas a você.
Nola respondeu no lugar da amiga.
— Esta é a hora, querida.
Madeline respirou fundo. Como tinha raiva daquela mulher!
— Carrie me pressionou para que lhe dissesse aquilo. Sei que não é justificativa para o que fiz, mas espero que você me perdoe.
Anahi sorriu.
— Claro que sim.
— Você não precisa fazer tudo que ela pede, não é? — Nola disse, servindo-se de um pedaço de torta de abóbora.
Madeline encarou-a com desprezo. Pegou o cartaz e o leu. Seu coração disparou quando chegou à última linha. Carrie poderia ajudá-la a dar o maior lance! Erguendo os olhos, viu que Nola a encarava.
— Vamos falar sobre o evento. Minha equipe cuidará dos doces e salgados, já está tudo arranjado. Algo mais?
— Eu liguei para você há apenas dois dias! Como conseguiu se organizar em tão pouco tempo?
— É uma coisa que adoro fazer, só isso. Então, já decidiu se vai dar a entrevista para Joanna Loveless? Ela é uma das chefes do meu comitê. — Resolveu ser mais incisiva, pois Anahi não reagia. — Joanna tem vinte mulheres na sua equipe, o custo envolvido é muito grande. Sabe como é, carne para quinhentas pessoas...
— E muita carne, querida — Nola disse a Anahi.
Madeline sorria quando saiu. Ligou para Joanna e a informou que a entrevista estava acertada.
Anahi tomou banho, vestiu um pijama quentinho e calçou pantufas. Tirou do armário uma das caixas que a tia lhe dera, a que já estava aberta. Apesar de Alfonso ter dito a ela qual era o conteúdo, sabia que se emocionaria ao tocar aqueles objetos.
Puxou o casaco e se recordou do dia especial com sua mãe. Seu perfume estava impregnado nele. Anahi chorou. Betty devia ter manuseado aquele casaco várias vezes. Ela a amava, e tinha mesmo sentido falta dela. Deixou o casaco de lado e pegou o coelhinho de pelúcia. Cher era seu nome. Na caixa havia ainda muitos livros e desenhos de seu tempo de escola. E um pequeno objeto que brilhava. Uma pulseira de pingentes que a mãe lhe dera no mesmo dia em que comprara o casaco.
Voltou ao armário e pegou outra caixa. Mais livros, discos e fitas. Ficou um pouco desapontada. Talvez a caixa aberta em primeiro lugar fosse a mais importante.
Estava cansada e com sono. Resolveu deixar a última para outro dia. Com o coelhinho Cher e a pulseira no pulso, deitou e dormiu tranqüilamente.