Fanfic: CORAÇÕES FERIDOS - AyA - Adaptada - Finalizada | Tema: AyA

— Quer mesmo fazer isso? — As pernas de Alfonso eram muito mais longas que as de Anahi, mas ele precisava se esforçar para acompanhar seu passo.
— Sim. Você está certo. Ele não pode mais me machucar.
Alfonso não tinha um bom pressentimento.
— Virgil sabe que vamos visitá-lo?
— Não.
Tentou outra tática.
— Ele pode não estar se sentindo bem.
— Ele não foi a duas consultas de retorno. Passou por uma cirurgia delicada, precisa ter cuidado com a saúde, mas se recusa. Você falou com Rita?
— Sim. Ela disse que se ofereceu várias vezes para levá-lo ao hospital, mas ele sempre diz que não pode ir, que está ocupado.
— De fato, ser o maior canalha deste mundo deve exigir muito esforço e tempo.
— Anahi? — Alfonso segurou seu braço, fazendo-a parar.
— Que foi?
— Tem certeza de que quer enfrentá-lo desse jeito?
— Que jeito?
— Está agitada, nervosa e ansiosa. Falar com seu pai não é somente um item da agenda, que deve ser eliminado.
— Podia ter falado que não queria vir comigo.
Alfonso ergueu os olhos para o céu, pedindo paciência. Ela segurou sua mão.
— Tem razão. Ando mesmo muito agitada ultimamente. Mas acho que já passou da hora de enfrentá-lo. Como Rita mesmo disse, ele não vai ficar aqui para sempre. Por favor, venha. Preciso do seu apoio.
Alfonso beijou-a.
— Está bem. Mas vá com calma.
— Certo.
Chegaram à casa de Virgil alguns minutos depois. Anahi bateu várias vezes e, como ninguém atendesse, passou a esmurrar a porta.
— Anahi!
Sem dar atenção a Alfonso, atravessou o quintal. Ele correu atrás dela.
Forçaram a porta da cozinha até abri-la. O que viram deixou-os atônitos. Alfonso pegou o celular e ligou para o hospital.
— O que vocês querem? — Virgil estava todo coberto de pó e parecia um fantasma. Seus olhos alucinados saltavam das órbitas.
Anahi virou-se para Alfonso e disse:
— É pó de mármore. — Ele guardou o celular.
— E então? — Virgil os olhava como se fossem estranhos. — Estou muito ocupado, falem logo o que vieram fazer aqui.
— Quero falar com você — ela respondeu.
— Você não marcou hora.
Alfonso reparou que as mãos de Virgil tremiam e que estava sem equilíbrio. Se tivesse voltado a beber, era questão de minutos para que seu coração explodisse.
— Nunca parou de beber, pai? — ela perguntou, com tristeza.
Virgil gemeu, e aproximou-se de Anahi.
— E você, nunca deixou de ser uma vagabunda?
Alfonso estava prestes a acertá-lo quando Anahi segurou a mão do pai e deu-lhe um beijo no rosto. Os dois homens ficaram pasmos.
— Gostaria muito de conversar com você. Talvez possa se unir a nós durante a refeição no Dia de Ação de Graças.
— É mesmo? ótimo feriado para você, madre Teresa, mas acho que vou ter que recusar.
Anahi suspirou e fitou Alfonso com tristeza.
— Vamos — disse ele, dando-lhe a mão.
De repente, Virgil avançou na direção de Anahi.
— Prostituta desgraçada!
Alfonso o deteve, empurrando-o contra a parede.
— Controle-se, Virgil. Se não quer que mande interná-lo, vá dormir até ficar sóbrio de novo.
— Vá para o inferno, Herrera!
— Vamos. — Anahi puxou a manga de Alfonso.
— Fique e lute como um homem! — Virgil gritou, cuspindo no ar. Alfonso o empurrou para dentro da cozinha e fechou a porta.
A volta para casa foi lenta e silenciosa, exceto pelo telefonema de Alfonso a Rita, informando que o irmão estava bêbado, fora de si e precisava ser internado.
Quando chegaram em casa, Anahi puxou Alfonso para o quarto e se deitou.
— Por favor, me abrace.
Os dois dormiram ainda vestidos.