Fanfics Brasil - CAPÍTULO 5 CORAÇÕES FERIDOS - AyA - Adaptada - Finalizada

Fanfic: CORAÇÕES FERIDOS - AyA - Adaptada - Finalizada | Tema: AyA


Capítulo: CAPÍTULO 5

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CAPÍTULO II


"Anahi acordou assustada, com o coração aos pulos e sem saber onde estava. Arrepios percorreram seu corpo quando uma voz estridente gritou:
— La-la-la-la bamba!
Sentou-se na cama e acendeu o abajur.
— La-la-la-la-la bamba!
— Meu Deus! Socorro! Alguém me ajude! — Anahi cobriu a cabeça com os braços e gritou o mais alto que pôde. Ouvia barulhos de pios e asas batendo, como se milhares de pássaros estivessem sobre ela.
A porta se abriu e uma senhora vestindo leggings pretos e uma camiseta enorme entrou no quarto.
— Pelo amor de Deus! Parece até que está sendo atacada pelo Fred Kruger, ou coisa assim! São só alguns papagaios inofensivos.
Sonho e realidade se confundiam em sua cabeça, e Anahi levou alguns segundos para voltar a ter plena consciência. O teste de gravidez... O aviso de que só poderia continuar no colégio enquanto sua barriga não aparecesse... Alfonso terminando o relacionamento... Seu pai e aquela mulher... A escultura em pedaços... Sua mãe mandando-a embora... A carona no caminhão... Essa senhora, que lhe dera torradas e a pusera na cama. Qual era mesmo o nome dela?
— Vou vomitar — Anahi disse.


— Aqui não. — A mulher colocou os pássaros de volta nas gaiolas. — Aprenda a ficar de olho neste aqui, o Boris. Ele consegue abrir a gaiola e soltar os outros.
— Onde é o banheiro? — Não tinha tempo para conversa. Phyllis apontou o corredor.
— Segunda porta à esquerda.
Anahi correu, quase não conseguindo chegar a tempo. Sentiu-se tão fraca, que resolveu se deitar no tapete do banheiro e, se possível, não levantar mais. Ergueu a cabeça ao ouvir o barulho da água do chuveiro.
— Vai se sentir melhor com um banho quente e roupas limpas. Como temos quase as mesmas medidas, vou pegar para você uma roupa minha.
Passou os braços por sua cintura e a ergueu do chão.
— Mais tarde vamos ter uma longa conversa. Estou de saída, vou ao salão da igreja. Se eu me atrasar, Josefina Dubrowski vai pegar o meu lugar da sorte. Preciso juntar cada centavo para investir em ações.
— O quê? — perguntou, sem entender nada. Phyllis deu-lhe um abraço e um beijo.
— Tenha fé, meu bem, tudo vai melhorar. Estarei de volta às onze. Hoje é dia de Miami Vice na televisão, pode ligá-la se quiser. E não abra nenhuma gaiola enquanto eu estiver fora. Deixei um prato de comida no forno para você.
Assim que ela saiu e fechou a porta do banheiro, Anahi voltou a se deitar no tapete, sentindo-se tomada por uma imensa tristeza."


— Quanto falta para chegar? — A pergunta de Nola fez Anahi voltar à realidade. Estavam a caminho do hospital para ver seu pai.
Observou a paisagem. Era uma pena que não pudesse apreciar melhor a beleza daquela reserva florestal.
— Uns quinze minutos. — Sentiu um aperto no peito. Em quinze minutos estaria no hospital e encontraria seus pais, que não via fazia vinte anos. Provavelmente o pai estaria cheio de tubos e agulhas e a mãe, desesperada.
— Tem certeza de que está bem para dirigir?
— Sim. — Pobre Nola. Anahi a tinha convencido a acompanhá-la num fim de semana de doce vingança e ainda não haviam chegado nem perto daquilo. — Esta viagem está se transformando num pesadelo. Eu devia ter pensado melhor antes de vir.
Nola a interrompeu.
— O importante é que está aqui, lidando com essa mala que carrega há tantos anos. Você é corajosa, querida.
Anahi sorriu, achando graça tanto na maneira de falar da amiga quanto em seu eterno otimismo. Não se tratava de coragem. Queria receber as desculpas que merecia. Estava lá para esfregar seu sucesso no nariz de certas pessoas e dizer algumas coisinhas a outras. Depois, se dedicaria a uma nova vida: maravilhosa, excitante e cheia de aventuras.
— Mala ou bagagem? — Nola pensava alto.
— Bagagem — Anahi respondeu.
— Assisti um programa na televisão, em que diziam que enfrentar os medos é a melhor maneira de encontrar a paz interior e ser feliz. — Nola checou o batom no espelho retrovisor. — Pensei comigo mesma: não é à toa que a maioria de nós anda deprimida o tempo todo. Ninguém gosta de enfrentar seus medos e frustrações.
Anahi riu. Nola a fazia rir desde o dia em que a tinha conhecido na faculdade comunitária de Baltimore, quinze anos e três maridos atrás.
Ela não tivera filhos e, por isso mesmo, havia sido uma das figuras maternas sempre presentes na vida de Aidan. Anahi espantava-se por seu filho ser um garoto normal, já que tinha sido criado pela mãe solteira, adolescente e caipira, por uma senhora que fumava como uma chaminé e tinha vários papagaios, e por uma jovem de sangue italiano um tanto liberal.
Talvez fosse essa a explicação para Aidan se sentir sempre à vontade entre mulheres de idades, origens e personalidades diferentes.
— Gostaria de saber por que foi Alfonso Herrera quem ligou para a pousada.
Anahi tinha se perguntado a mesma coisa.
— Ele deve ter sabido, descobriu onde eu estava hospedada e decidiu me avisar.
— Deve ser difícil guardar segredos numa cidade desse tamanho. — Nola ajeitou os cabelos recém-cortados e tingidos, e Anahi reconheceu que a amiga estava maravilhosa. Aliás, as duas estavam, após terem passado alguns dias sendo mimadas num spa.
— As notícias se espalham rapidamente por aqui.
— Se é assim, seus pais já devem saber que você está de volta.
— Deve ter sido por isso que meu pai enfartou.
Nola admirava a paisagem.
— Este lugar é lindo. Mas acho que ficaria louca se tivesse que viver no meio de toda essa natureza.
Anahi apenas riu.
— Persuasion é um nome estranho para uma cidade. De onde surgiu?
— Aprendemos na escola que um escocês, Harmon McEvoy, ganhou terras nesta região e veio morar no vale no final do século dezoito. Mandou buscar a esposa e, quando ela chegou e viu o lugar, ficou desesperada, pois não queria viver tão longe da civilização.
Nola ergueu as mãos.
— Pelo jeito, não sou a única que não conseguiria viver aqui.
— Harmon construiu uma bela casa e persuadiu a esposa a ficar.
— Sei. Aposto que, se esse escocês fosse como o Alfonso Herrelindo, a garota teria aceitado viver até numa cabana, sem problema algum.
Anahi riu e meneou a cabeça.
— Você precisa parar de chamá-lo assim, Nola. Vou acabar fazendo o mesmo.
— Mas ele é lindo!
Anahi suspirou.
— Alfonso era muito especial. Inteligente, sensível, bonito... Ainda é.
— Tem certeza de que está pronta, querida?
Anahi ficou tensa. Nola se referia ao encontro com seus pais.
— Espero que sim, pois estamos quase chegando.
— Anahi, alguma vez você se sentiu tentada a voltar para casa?
Sim, mais do que gostaria de admitir, pensou. Quantas vezes não tinha se sentido vazia, ansiando pelo carinho de Alfonso, desejando ouvir a voz da mãe... Uma noite, quando Aidan tinha dois anos, esperara Phyllis sair para ir ao bingo, havia feito as malas, pegara o filho e saíra. Tinha esperado pelo ônibus que a levaria até a estação rodoviária por quinze minutos, mas acabara desistindo e voltando. Aquela pequena casa na rua Califórnia era o único lar de verdade que já havia conhecido.
— Phyllis me perguntava a toda hora se eu não gostaria de escrever para minha mãe e eu sempre negava. Acabou percebendo que eu não mudaria de idéia e parou de perguntar.
Nola suspirou.
— Nunca compreendi essa parte. Não me entenda mal, é que não deve ser simples coincidência o fato de que desajuste e D`Agostino comecem com a mesma letra. Mesmo assim, somos uma família. Talvez sejamos todos misóginos, mas vivemos grudados. Não posso me imaginar rompendo com eles, como você fez.
— Eu sei. E a palavra certa é masoquista, não misógeno.
— É, tem razão.
O sol começava a se pôr. Anahi sentia aromas que a lembravam da infância: folhas molhadas, pinheiros, terra.
Esta é uma questão familiar, Anahiharine, e as pessoas entenderiam de maneira errada... Seu pai é um homem bom e não tem intenção de me machucar... Ele está sob pressão no trabalho e se irrita comigo... Por que não vai brincar lá fora... Ele trabalha tanto para nos sustentar... Seu humor estará melhor amanhã...
Anahi estacionou o Jaguar em frente ao hospital. Segurou o volante com força, para que Nola não reparasse que estava tremendo. Havia muitos anos não escutava a voz da mãe ecoando em sua mente daquela maneira. Quase podia sentir a presença de Betty. Virou-se e viu a expressão preocupada de Nola.
— Você está tremendo e pálida como um fantasma.
— Vamos acabar logo com isso.


 


 


 



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Autor(a): ayaremember

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 77



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  • traumadarbd Postado em 23/09/2013 - 15:00:39

    amei essa web do começo ao fim, parabéns

  • traumadarbd Postado em 22/09/2013 - 14:13:28

    deixou um gostinho de quero mais...poderia fazer uma outra temporada ein??

  • traumadarbd Postado em 22/09/2013 - 14:12:13

    ayaremember que web fantástica, arrasou, adorei demais....que lindos os Los As nessa web...a cumplicidade, o amor verdadeiro apesar dos anos afastados...a volta deles, enfim...foi mais do que perfeita...só lamento que tenha acabado, adorei a história, os segredos, as revelações, tudo perfeito!!!

  • raya_ponchito Postado em 23/08/2013 - 20:01:38

    Noooossa quanta coisa 'o' A web é muuito linda mesmo, adorei acompanha-la! Valeu a pena :) Pena que acabou :( Sentirei saudades Ç.Ç

  • lyu Postado em 28/07/2013 - 01:42:12

    CHORANDO COM O FIM, PERFEITA! PENA Q ACABOU

  • lyu Postado em 27/07/2013 - 22:10:05

    TO PASSADA

  • isajuje Postado em 26/07/2013 - 08:39:55

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK' filantropia colocar o namorado da amiga como venda Anahí? KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK' Sei u_u isso se chama ''sacanagem com a amiga'', filantropia é outra coisa. Mas tudo bem. Até a Madeline dar uma de Carrie o.O e até a Carrie dar uma de vingativa pro lado do Matt...

  • lyu Postado em 26/07/2013 - 02:57:38

    maais

  • raya_ponchito Postado em 26/07/2013 - 01:13:03

    Lindaa demais a reconciliação de AyA *-* Mesmo a briga me tirando do sério ( por culpa da Any ) essa volta deles valeu a pena, enfim se perdoaram de verdade!

  • raya_ponchito Postado em 26/07/2013 - 01:10:55

    Coitada da Nola! Mais quem disse que era fácil ter homem bonito?! KKKK' Ah, achei tanta graça no drama dela.


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