Fanfics Brasil - Enquanto houver esperança De Fé e de Justiça(Mini-Fanfic)

Fanfic: De Fé e de Justiça(Mini-Fanfic) | Tema: As Cronicas de Narnia


Capítulo: Enquanto houver esperança

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Enquanto houver esperança


Uma semana, ela estava trancada em seu apartamento particular há uma semana, numa tentativa idiota de fugir de Edmund. Ela tinha certeza de que era idiota porque seu irmão conseguiria transpor a guarda a hora que bem entendesse e sem fazer esforço. Era um tipo de talento natural que ele tinha para driblar dificuldades quando queria alguma coisa.


Contra Edmund ela não tinha qualquer esperança de vitória, a menos que Peter interviesse, de preferência junto com Susan, e acabasse com aquela história absurda de casamento. Essa era sua única chance. Teria de convencê-lo a qualquer custo. Chorar, implorar, piscar seus grandes e expressivos olhos em direção ao Grande Rei e conquistar sua piedade. Ela não considerava o plano tão impossível assim. Peter sempre gostou de mimá-la como se fosse sua própria filha.


Depois de tantos dias planejando, ela criou coragem e deixou o quarto. Peter passava a maior parte do dia no gabinete estudando tratados, acordo, requerimentos e afins, então era para lá que ela devia ir. Se Edmund aparecesse no meio do caminho, então ele teria o gosto amargo da adaga dela. Ela não ia ceder tão fácil, nem que ele deixasse as pernas dela frouxas, como sempre acontecia quando ele a beijava.


Ela teria acreditado nele, se a declaração tivesse acontecido antes da maldita noite. Ela se sentiria culpada por causar sofrimento a ele, teria tentado confortá-lo de alguma forma, simplesmente porque ele era Ed, seu melhor amigo e companheiro. Mas ele havia sido traiçoeiro com ela, desleal e vil.


Não, ela não era inocente ao ponto de não saber o que se passava entre um homem e uma mulher, tão pouco ignorava o fato de que Edmund havia se tornado um rapaz muito bonito e às vezes ela se pegava fantasiando. Mas ela resistiu à curiosidade, afastou os pensamentos maliciosos de sua mente e seguiu firme, enquanto ele, sem a menor consideração, a colocou a prova. Edmund a corrompeu e induziu ao maior dos pecados. Agora Lucy se martirizava por tudo o que havia acontecido. Por ter se entregado tão facilmente a algo tão errado.


Era por isso que ela precisava sair de lá. Deixar Nárnia o quanto antes, de preferência casada com um de seus pretendentes, para que tanto ela, quanto Edmund, tivessem a chance de seguir em frente com uma vida saudável. Só Peter poderia ajudá-la agora.


Ela chegou ao corredor onde ficava o gabinete real. Era uma sala de estudos ampla, equipada com uma biblioteca muito bem montada, que ficava na área mais vazia do palácio. Nunca havia ninguém nas proximidades da sala, o que a tornava ideal para o estudo minucioso de assuntos de Estado, mas naquele dia em especial, silêncio era algo que havia abandonado o lugar.


Lucy sempre foi curiosa. Talvez fosse curiosa de mais para seu próprio bem, mas os sons vindos da sala eram tão incomuns que ela não conseguiu se conter.


Vozes roucas pronunciavam gemidos incompreensíveis, respirações pesadas e ofegantes, o som de objetos caindo no chão. O som distinto de carne se chocando contra carne, algo que a fazia recordar a forma como o corpo de Edmund havia se chocado repetidamente contra o dela. Ela devia ter saído dali o quanto antes, mas a curiosidade e o apelo dos sons foi muito maior do que a força de vontade dela.


Silenciosa como um gato a espreita, ela caminhou até a porta do gabinete e abriu com cuidado uma pequena fresta na porta. Seus olhos capturaram imediatamente algumas peças de roupa jogadas pelo chão e seguindo o rastro peculiar ela finalmente encontrou a origem dos sons.


Peter, seu irmãos mais velho, estava ali, nu da cintura para baixo. O cabelo louro caia desordenado sobre os olhos azuis, enquanto alguns fios molhados pelo suor pregavam em sua testa. Seus braços fortes agarravam a cintura delgada de uma mulher, que a principio Lucy não reconheceu, enquanto ele a estocava num ritmo forte, que provocava o som desconfortável de dois corpos se chocando de forma quase selvagem


Lucy sentiu de imediato o calor ascender dentro de si e o desconforto entre suas pernas. Ela permaneceu estática, observando o casal atentamente, sem poder acreditar que seu irmão fosse capaz de tamanha demonstração de luxuria com uma mulher. Ela sempre imaginou Peter como um puritano exemplar e não podia estar mais equivocada.


As pernas da mulher eram alvas e torneadas, estavam cruzadas ao redor do quadril de Peter, incentivando-o a ir mais fundo e mais forte. Lucy moveu o corpo para a direita, numa tentativa de descobrir quem era a amante de seu irmão. Quem sabe a identidade daquela mulher pudesse ser útil numa barganha com o Grande Rei e assim permitir que Lucy atingisse seu objetivo.


Ela não precisou ver o rosto da mulher no fim das contas. O gritou rouco escapou da garganta quando a amante de seu irmão atingiu o orgasmo, chamando pelo nome dele. Lucy reconheceria aquela voz em qualquer lugar, mas precisou ter certeza. Moveu-se mais um pouco e pode ver o rosto de Susan, contorcido numa expressão de puro prazer.


Lucy se afastou da porta de uma só vez, sentindo o grito de pânico se formar em sua garganta e fazer o caminho até sua boca, quando esta foi subitamente tapada por uma mão forte e suas costas foram pressionadas contra um corpo que ela conhecia bem.


Lucy tremeu ao sentir algo definitivamente rígido roçar contra suas várias camadas de saias e um braço forte enlaçá-la pela cintura, puxando-a para a sala vazia mais próxima. Lábios tocaram o lóbulo de sua orelha e uma língua sorrateira a lambeu provocando calafrios por todo seu corpo. Ela não podia gritar, tão pouco estava consciente o bastante para isso.


- Eu tentei avisá-la. – a voz familiar de Edmund soou insuportável e sedutoramente rouca junto ao ouvido dela, enquanto uma das mãos dele buscava suspender a saia e as anáguas que ela estava usando – Agora que viu com seus próprios olhos que Peter está do meu lado, sugiro que façamos melhor que aqueles dois.


O nariz de Edmund percorreu a linha do pescoço de Lucy, sentindo o cheiro da pele perfumada. Num ato reflexo, Lucy jogou a cabeça para trás, repousando-a sobre o ombro dele. Ele a girou entre seus braços, desistindo de suspender as saias para conseguir roubar dela um beijo sedento.


Imprensá-la contra a parede impedia qualquer tentativa de fuga da parte dela. Uma mão de cada lado do corpo, puxando-a para si com uma urgência enlouquecedora. Em dado momento, Lucy conseguiu soltar suas mãos da prisão de músculos, e afundar seus dedos em meio à massa de cabelo escuro, arranhando o couro cabeludo, fazendo Edmund gemer entre seus lábios.


Qualquer pensamento coerente era impossível. Qualquer reação, que não a entrega, estava fadada ao fracasso. E ela o queria, por mais que negasse com todas as suas forças. Desejou em segredo, sonhou inúmeras vezes com as mãos dele sobre cada milímetro de sua pele e a realidade, por incrível que pareça, era melhor. Muito melhor.


As mãos dele desceram até as nadegas dela, apertando com força e então suspendendo o corpo dela, apoiando suas coxas. O vestido era um grande empecilho, mas com algum esforço, logo as pernas dela estavam enlaçando o quadril dele de forma dolorosamente prazerosa.


- Eu realmente odeio... – ele rosnou contra o pescoço dela, sugando-o com força, fazendo Lucy arfar – Odeio essas roupas. – a ereção ainda encoberte dele, roçava contra a virilha dela, provocando ainda mais a urgência do momento – Droga...Você vai me deixar louco, Lu! – aquilo fez ascender às luzes do juízo dentro dela. Num momento as mãos acariciavam o couro cabeludo dele, no outro puxavam os cabelos pela raiz com força, tentando empurrá-lo pra longe dela.


Edmund gritou de dor, mas foi um grito dividido entre penitência e prazer. Lucy aproveitou o momento para empurrá-lo com força e se livrar dele. Edmund a encarou furioso, enquanto Lucy tentava se colocar de forma apresentável.


Quem visse os dois naquele momento, diria que eram dois sobreviventes do maior tornado na história. Cabelos revoltos, roupas desalinhadas, parte dos seios de Lucy estava amostra. Edmund parecia selvagem, de uma forma intimidadora.


- O que diabos você pensa que está fazendo? – ela questionou exasperada. Edmund passou as mãos pele o cabelo, deixando-o ainda mais revolto, para então encará-la com raiva e desejo.


- Exatamente o que você queria que eu fizesse. – ele respondeu rangendo os dentes – Pare de mentir, Lucy!


- PARE DE TENTAR ME FORÇAR A ISSO! – ela gritou a plenos pulmões.


- Forçar? Forçar? Você estava retribuindo, meu bem. Ouso dizer que estava gostando e aposto como te deixei totalmente molhada. – ele disse cínico.


- Eu odeio você! – ela rosnou. Edmund lançou a ela um olhar debochado.


- Uma pena pra você. A data está marcada e você vai se casar comigo de qualquer jeito, na próxima lua cheia. Isso te dá menos de duas semanas pra se acostumar com a idéia de dividir a cama comigo. – ele falou ferino – Garanto que prefiro que você aproveite nossas obrigações conjugais, mas se você se recusa a cooperar, tudo bem. Continuará sendo prazeroso pra mim do mesmo jeito.


Os gritos eventualmente chamaram a atenção do casal na sala ao lado. Logo Peter e Susan estavam abrindo a porta da sala vazia de uma vez, com expressões de alarme.


O Grande Rei não tivera tempo de abotoar o cinto e a camisa estava totalmente desalinha e para fora da calça, enquanto o penteado de Susan estava totalmente desfeito e o vestido fora do lugar. Eles encararam uns aos outros com expressões divididas entre a surpresa, a indignação, a solidariedade e o desgosto.


- O que está acontecendo aqui? – Peter questionou enquanto tentava recuperar o fôlego. Edmund lançou a ele um olhar descrente.


- Uma discussão de casal e vocês estão atrapalhando. – foi à resposta dele.


- Se você mantivesse o mínimo de decência e discrição, eu até poderia cogitar a hipótese. – Peter rebateu – O que você pensa que está fazendo com ela? Você ainda deve respeito à Lucy.


- O que eu estou fazendo é brigar, mas o que eu estava fazendo não foi nada além do que você estava fazendo com a Susan na sala ao lado. Então por que você não vai pro inferno junto com a porra da sua coroa e aproveita pra conquistar mais algum título por lá. QUEM SABE ASSIM VOCÊ PARA DE SE METER ONDE NÃO DEVE! – sim, aquilo foi a gota d`água para um homem sexualmente frustrado. E sem qualquer aviso prévio, Susan e Lucy se viram no meio de uma discussão homérica entre dois reis.


Ultrajada e totalmente confusa, Lucy saiu correndo da sala em direção ao próprio quarto, com o rosto encoberto por lágrimas. Edmund observou a fuga com desespero e ansiedade. Por mais que as coisas estivessem fugindo do controle, ele não queria tornar as coisas ainda mais difíceis.


Ele lançou a Susan um olhar de súplica, pra que a irmã mais velha interviesse junto à rainha Lucy.


- Vou tentar falar com ela. – Susan disse determinada – E vocês, pela Juba do Leão, tentem não se matar.


- Obrigado, Su. – Edmund agradeceu, enquanto a rainha deixava a sala em direção ao apartamento de Lucy. Edmund se virou outra vez para Peter, com olhos determinados – Aposto como Lucy vai tentar se livrar do casamento e vai jogar sujo pra isso. Fique avisado, Peter. NEM PENSE em ceder, não importa a chantagem emocional que ela usar, não importa se ela fizer você se sentir culpado por ser amante de Susan. Se você der o braço a torcer, eu JURO que declaro guerra a você e ai você vai lidar não com uma briga de família, mas com uma guerra civil!


- Não diga bobagens! – Peter disse.


- Experimente me desafiar e vamos ver quanto tempo você dura. – Edmund deu as costas pra ele – Se me der licença, eu preciso tomar um banho.


Susan conseguiu entrar no apartamento de Lucy sem grande esforço. O lugar estava revirado de pernas pro ar. Alguns móveis estavam quebrados, assim como alguns enfeites. Havia peças de roupa espalhadas pelo chão, jóias quebradas e Lucy estava atirada a cama, como um amontoado de trapos. Em todos aqueles anos, a rainha gentil jamais havia visto a irmã em tal estado e aquilo era preocupante.


Susan se sentou ao lado dela e de uma forma maternal acariciou os cabelos desgrenhados da irmã mais nova. Lucy soluçava de tanto chorar.


A rainha mais velha entendia a preocupação de Edmund. Lucy não era dada a demonstrações de fúria, ou descontrole. Era, de todos eles, a mais centrada e sempre amável. Vê-la naquele estado de desespero fez com que Susan se lembrasse de como havia se penalizado em virtude de seus sentimentos por Peter e como havia sofrido enquanto ele estava longe, numa guerra contra gigantes.


Não houve um só dia que ela não desejou que ele estivesse em casa, são e salvo, sendo abraçado por ela. Num esforço de afastá-lo de seu pensamento, ela quase se casou com o bárbaro Rabadash, mas ao chegar à Calormânia ela não teve forças para seguir em frente. Não quando o único homem que ela queria era Peter. Se não fosse por Edmund, seu plano de fuga e uma estratégia rápida de guerra, ela ainda estaria num país estrangeiro, atada a um homem horrendo.


Ela ainda se lembrava do estado de fúria em que Peter ficou quando soube do acontecido. Ele quis ordenar um ataque à Calormânia, com a ajuda do rei Lune, trucidar tudo o que encontrasse pelo caminho para se vingar. Ela não podia permitir, ela não podia perdê-lo em outra guerra estúpida. Tudo o que a rainha desejava era ele, seguro e em seus braços. Naquela mesma noite se tornaram amantes, após anos de negação silenciosa pelo que sentiam.


Era por tudo isso que Susan não se via capaz de reprimir Edmund por tentar, ainda que de uma forma autoritária e desastrosa, conquistar Lucy. Ela teria feito o mesmo por Peter no passado. E sua irmã, sua adorável irmã, estava perdida no meio de tantas coisas belas e torpes. Se a escolha coubesse à Susan, Edmund era de longe a melhor opção por tudo o que ele era. Tudo o que ela podia fazer era tentar convencer Lucy disso.


- Por tudo o que é sagrado. – Susan suplicou – Olhe pra mim, Lu.


- Saia daqui! – ela disse no meio de um soluço mal contido – Não quero ver nenhum de vocês!


- Lu, por Aslam! Perdoe-me, eu imploro! – Susan implorou angustiada.


- Você estava com Peter! – Lucy disse histeria – COM PETER! NOSSO IRMÃO! Tem idéia do quão horrível tudo isso é? Só eu enxergo isso? – Susan abaixou a cabeça numa demonstração de vergonha.


- Sei o que está pensando, Lu. – a rainha gentil disse – Eu demorei muito tempo para aceitar que eu não estava ficando louca, ou que estava me tornando uma pessoa repulsiva. Eu não agüentava mais viver com a culpa de amá-lo como um homem e nunca poder concretizar isso. Eu fiz coisas horríveis e impensadas por causa disso, mas agora é diferente.


- Não é diferente! Vocês estavam JUNTOS! NUS! – Lucy não conseguia nem mesmo verbalizar a cena que presenciara – E agora estão num complô pra permitir que Edmund faça o mesmo comigo!


- É claro que eu estava com Peter, é claro que nós dividimos a mesma cama. Nos amamos e queremos ficar juntos. – Susan disse convicta – Não consigo mais ver como isso pode ser errado. Quanto a Edmund, a situação é delicada.


- Eu estou sendo barganhada como um objeto! – Lucy argumentou.


- Tem noção do que pode acontecer se Peter resolver ficar contra ele? Uma guerra civil, um país dividido e sujeito a invasões. – Susan disse temerosa – Peter e Edmund são os únicos que possuem títulos e terras para isso, nós duas não temos defesas próprias, nem mesmo podemos governar sozinhas a menos que estejamos na condição de regentes*. Mas uma coisa eu não posso negar. Edmund ama você e é por isso que ele está disposto a qualquer coisa. É por isso que não podemos arriscar!


- Ele está louco! Todos estão! – Lucy dizia desesperada.


- Eu sei que você também o ama. – Susan disse num tom ameno. Lucy empalideceu – Pode dizer que não, eu mesma fiz isso por anos. Eu vejo como vocês trocam olhares, como se partilhassem um segredo implícito. Ele sabe como agradá-la, como driblar seus momentos difíceis, sabe fazê-la rir e você, dês de que chegamos à Narnia, faz o mesmo com ele. – Susan acariciou os cabelos dela – Eu e Peter não queremos que você se afaste de nós por causa de um casamento qualquer. Entregá-la a um estrangeiro é perigoso de mais. Se aceitá-lo, poderemos ficar todos juntos, como sempre. Você vai poder viver aqui pra sempre como é o seu desejo.


- Me deixe sozinha. – Lucy sussurrou.


- Vou deixá-la, mas antes eu queria te contar uma coisa. – Susan disse tentando disfarçar a felicidade enquanto mostrava para Lucy um novo anel em sua mão, um grande solitário de diamante. A pedra tinha um tamanho escandaloso. Quanto maior o diamante, maior o amor. Era o que diziam na Inglaterra. – Peter e eu vamos nos casar. O plano era que nos casássemos no mesmo dia que vocês. Um casamento duplo.


- Poupe-me. – Lucy resmungou.


- Como quiser. Adorei o seu anel também. – Susan disse resignada – Queria que gostasse de usá-lo como eu gosto de usar o meu. – depois disso, ela deixou o quarto.


Ele tinha esperanças de que com a interseção de Susan as coisas melhorassem, mas ele devia saber que Lucy, quando queria, conseguia ser mais teimosa que uma mula. Ao menos ele estava preparado para as movimentações dela e sua queria noiva lançou mão da mais previsível de todas as chantagens emocionais. Greve de fome era no mínimo uma atitude infantil, mas foi o bastante para deixar Peter e Susan desorientados.


Edmund insistiu para que os preparativos para o casamento seguissem normalmente. O máximo que aconteceria seria Lucy entrar no templo alguns quilos mais magra do que o normal. As costureiras, com a autorização do Grande Rei, entravam e saiam dos aposentos de Lucy o tempo todo para manter o vestido de noiva ajustado.


Apenas por precaução, ele deixou alguns pássaros e gatos de olho nela. Não gostava de recorrer à espionagem quando o assunto envolvia Lucy. Por uma questão de respeito e confiança, a palavra dela sempre foi o bastante para ele, mas naquela situação ele achou melhor prevenir do que remediar.


Até onde ela sabia, a greve de fome estava funcionando bem aos seus propósitos. Susan e Peter estavam desorientados e tentavam a todo custo persuadi-la a comer. Enquanto todos se preocupassem com a saúde dela, Lucy aproveitaria a distração deles para por seu plano em prática.


Nada, nem ninguém a impediria de fugir e ela faria isso nem que tivesse que se casar com um de seus pretendentes. De todos eles, Corin da Arquelândia parecia o mais adequado. Era uma criança ainda, mas sempre foi deslumbrado pelas rainhas de Nárnia. Seu irmão mais velho já estava comprometido com Lady Aravis Tarcaína, mas a família real da Arquelândia não negaria apoio a ela. Lucy estava certa disso.


Ela escreveu cartas. Uma para o rei Lune, com uma resposta de aceitação ao pedido de casamento em nome do filho e uma carta para Corin, dizendo-se perdidamente apaixonada por ele, instigando-o a persuadir o pai para que a acolhesse e lhe desse asilo. Ela disse que o Grande Rei Peter e o Rei Edmund estavam determinados a não permitir que ela se casasse, mesmo que estivesse tomada de amores pelo jovem príncipe.


Lucy conhecia Corin bem o bastante para saber que sua vaidade seria um fator determinante para salvá-la daquele desastre. Se o príncipe estivesse tão encantado por ela quanto Lucy supunha, então ele faria qualquer coisa para concretizar sua vontade de tê-la como noiva. Ela poderia enganá-lo depois. Poderia manter um casamento casto por tempo suficiente para que conseguisse uma anulação no futuro.


Uma parte dela se sentia mal por enganar Corin, que sempre foi um garoto amável com ela, mas era a única chance de se livrar de Edmund. Infelizmente, sua determinação ao escrever as cartas era seriamente abalada toda vez que ela olhava para o anel de noivado em sua mão e recordava os momentos de luxuria enlouquecida que havia dividido com Ed nos últimos dias.


Lucy era obrigada a admitir que nas mãos de Edmund ela estava perdida. Ele sempre teve essa capacidade de fazer dela o que bem entendesse. Sem qualquer esforço, ele conseguia fazer o corpo dela queimar por dentro, mas desta vez ela seria forte. Estava certa de que amá-lo daquela maneira era algo muito errado.


Ela enviou as cartas por meio de um mensageiro confiável e esperou quatro dias, o tempo necessário para alcançar a capital da Arquelândia, para por em prática a segunda fase do plano. Mandou que sua égua fosse preparada e mantida trancada na ultima baia do estábulo, onde era mais escuro e ninguém poderia perceber qualquer movimentação suspeita. Preparou uma sacola de viagem com comida, água e sua adaga, a que ganhou em seu primeiro Natal em Nárnia. Deixaria para trás apenas o frasco de diamante contendo o suco da flor de fogo. A cura para qualquer doença ou ferimento era um tesouro que devia ser usufruído por seu povo.


O palácio estava silencioso, todos pareciam estar dormindo. Já passava da meia noite quando ela deixou seu apartamento em direção a estrebaria real, com o máximo de cuidado possível para não ser pega em flagrante.


A estrebaria estava escura e, tirando os cavalos, não havia uma viva alma ali dentro. Ela caminhou até a baia onde sua égua estava. Preparou a cela, jogou a bolsa de viagem sobre o animal. Ela se preparava para montar, quando ouviu a porta da baia ser fechada. Lucy olhou para o lado e deparou-se com Edmund encarando-a.


O rosto dele estava parcialmente oculto pelas sombras, mas ela sabia que seus olhos negros queimavam em fúria. Lucy tentou pensar numa maneira de driblá-lo, mas o espaço era pouco e o cavalo reduzia ainda mais a possibilidade de movimentação. Ele avançou em direção a ela.


Lucy gritou quando ele a agarrou pela cintura e num movimento brusco jogou-a sobre os ombros como se fosse um saco de batatas. Numa tentativa desesperada, ela socou repetidamente as costas dele, enquanto gritava, esperneava e tentava pedir socorro sem receber qualquer resposta.


- ME LARGA! – ela berrava a plenos pulmões – ME PONHA NO CHÃO OU VOU MANDÁ-LO ENFORCAR EM PRAÇA PÚBLICA!


- Você pode até tentar, querida. – a voz dele parecia um rosnado – Quando a lei de sucessão, poderes e competências foi editada e promulgada, foi justamente para evitar problemas diplomáticos, caso você e Susan casassem com um estrangeiro. Quem diria que isso serviria como uma garantia de que você jamais pudesse se livrar de mim dando uma ordem dessas.


- EU VOU FAZER UM ESCÂNDALO, ENTÃO TODOS VÃO SABER O QUÃO LOUCO VOCÊ ESTÁ! – ela continuava gritando.


- Você JÁ está fazendo um escândalo, meu bem. E adivinhe só, EU NÃO ME IMPORTO! – a esta altura, metade do palácio já tinha acordado com a gritaria. Susan e Peter levantaram, usando roupas de dormir e com as caras amassadas. Apenas observaram a cena sem conseguir pronunciar uma única palavra. Ninguém diria qualquer coisa, não com Edmund tão furioso.


Ele a carregou sobre os ombros até seu próprio apartamento. Ordenou aos guardas que não permitissem a entrada de ninguém e mantivessem a porta fechada até que ele dissesse o contrário.


Edmund entrou em seu quarto e sem qualquer cerimônia jogou Lucy sobre a cama. Ela o encarou firme, mas não conseguia negar o medo que estava sentindo naquele momento. Nunca, em toda sua vida, ela vira Edmund tão furioso e descontrolado. Não sabia dizer o que ele faria, mas o mais provável é que ela não gostaria nem um pouco.


- Estou te dando uma chance e uma chance apenas. Aproveite-a muito bem. – Edmund disse entre dentes enquanto atirava contra ela dois pedaços de papel. Lucy não precisou ler para saber do que se tratava. A assinatura e o brasão pertenciam a ela. Eram as cartas destinadas à Corin e ao rei Lune. – O QUE É ISSO?


- Cartas. – ela disse audaciosa – Esqueceu como se lê, irmão? – ela pode notar o quão difícil foi para ele conter uma reação violenta, mas Ed sempre foi o mais controlado de todos eles.


- Príncipe Corin da Arquelândia! – Edmund disse enquanto seu corpo inteiro tremia de raiva – CORIN DA ARQUELÂNDIA! AQUELE FEDELHO!


- Sim, eu sei quem ele é. – Lucy disse em desafio.


- Eu sempre soube que você poderia ser perigosa se quisesse, mas nunca imaginei que chegaria a este ponto! Sua vibora em forma de gente! – Edmund avançou contra ela e a agarrou pelos cabeços da nuca, arrancando um grito de dor da rainha – Quem você pensa que é para me trair desse jeito? Arquitetar uma fuga! Pedir asilo a um rei caduco e ainda por cima seduzir um menino que nem saiu das fraudas!


- Sou uma rainha e estou no meu direito! Há uma proposta de casamento oferecida pela Arquelândia e eu a aceitei! – Lucy resistiu à dor sem desviar o olhar do rosto dele – Corin é um jovem muito amável, tenho certeza de que seria um noivo exemplar.


- EU SOU O SEU NOIVO! – Edmund gritou contra ela – Há um acordo assinado por Peter e eu. Você não pode se comprometer com ninguém enquanto o acordo existir. Em outras palavras, você é minha! – a mão que a puxava pelos cabelos relaxou, enquanto a mão livre de Edmund pousou sobre o rosto dela com carinho. Por um momento ela não acreditou em seus olhos, mas Edmund estava prestes a chorar – Por que? Por que você faz isso comigo? – a voz era dolorosa de se ouvir – Vê-la declarando amor por outro homem, ainda que seja mentira. Tem noção do tanto que isso dói?


Lucy não soube como reagir e ele se aproveitou do momento de dúvida para deitá-la sobre a cama, imprensando o corpo dela contra o dele, apoiando-se sobre os antebraços. Os lábios estavam a milímetros dos dela. Ele parecia tão vulnerável, tão perdido e ainda assim tão certo do que queria. Nada no mundo era capaz de desviá-lo de um objetivo, nada no mundo iria impedi-lo de ter sua rainha.


- Não vou deixar você fugir de mim, nunca mais. – ele sussurrou – Preciso de você, Lu. Sempre precisei.


Ele beijou o rosto dela com carinho. Roçou o nariz contra a pele aveludada do pescoço e se perdeu com o perfume. Lucy sentiu seu corpo inteiro tremer quando ele beijou atrás de sua orelha. Era impossível não sentir a excitação crescente dele pressionando-a.


Por fim Edmund a beijou de forma sedenta e apaixonada, de uma forma que a deixava tonta. Se ela estivesse raciocinando direito, estaria se perguntando se havia alguma possibilidade de resistir a ele, mas para isso ela já sabia a resposta. Não havia chance de escapatória, não havia salvação quando Edmund a beijava. Tudo o que ela queria estava ali, diante dela.


Ele parou o beijo, se sentou sobre a cama e a puxou para si. Com as saias suspensas, Lucy se viu sentada sobre ele, num contato súbito e enlouquecedor. Edmund deslizou as mangas do vestido pelos ombros dela, cobrindo-os em seguida de beijos. O vestido caiu até a altura da cintura e enquanto se beijavam o jovem rei desatava os laços do espartilho.


Os beijos desceram até o vale dos seios dela quando Edmund finalmente conseguiu desatar o espartilho e jogá-lo do outro lado do quarto. Ele usou uma das mãos para acariciar o seio exposto, segurando o mamilo entre o indicador e o dedão, sentido-o enrijecer. Lucy gemeu languidamente, enquanto ela a puxava para ainda mais perto, de modo que a entrada dela roçasse contra sua excitação latente.


Foi quando Lucy percebeu que ele usava roupas de mais. Suas mãos deixaram os cabelos dele para desabotoar o colete que ele usava. A camisa de linho por baixo das vestes era finíssima e folgada, muito mais fácil de ser removida e ela cuidou disso em segundos. Agora ele usava apenas a calça presa por um laço frouxo e as botas de montaria.


Edmund a jogou de uma vez sobre a cama, fazendo-a gritar de susto. Numa urgência descoordenada, ele puxou o vestido dela até os joelhos, para que caíssem no chão, junto com o restante da roupa de baixo que ela usava. Afoito, ele arrancou as próprias botas e desfez o nó da calça, ficando totalmente nu diante dela.


Lucy tremeu involuntariamente ao vê-lo diante de si, totalmente exposto. Edmund se sentia desesperado, ansioso, como se fosse a primeira vez que dividia a cama com uma mulher. Subiu até o leito e a puxou pelas pernas até que a entrada dela estivesse a milímetros dele. Deitou-se sobre ela e deixou que sua mão buscasse as áreas mais quentes daquele corpo macio.


Lucy mordeu os lábios quando sentiu os dedos dele dentro de si, estimulando-a e provocando reações involuntárias de seu corpo. Ela estava tão úmida e quente que Edmund não se sentia capaz de seguir com a exploração intima, enquanto sentia seu próprio desejo por ela de forma tão dolorosa.


Ele retirou os dedos de dentro dela, ouvindo o protesto de Lucy. Sem qualquer cuidado, sem qualquer sinal de calma, ele a penetrou de uma vez, fazendo-a gritar. Queria descontar nela toda raiva e todo medo que havia sentido por aquela tentativa absurda de fuga, mas nunca imaginou o quanto isso poderia ser prazeroso.


O ritmo imposto por ele era forte, selvagem, enquanto a boca de Edmund a devorava sem pudor ou misericórdia. Lucy arfava e gemia alto, quase gritando à medida que ele a estocava buscando seu próprio alívio.


Em dado momento ele a agarrou firme pela cintura, estocando-a o mais fundo possível e num movimento que custou todo seu controle, inverteu as posições, deixando-a sentada sobre a virilha dele. Lucy tinha o controle e ele uma visão privilegiada do corpo dela. Agora era a vez dela buscar o prazer por conta própria, uma forma constrangedora que Edmund havia encontrado para provar a ela que o desejo era mutuo.


Lucy começou a dançar sobre ele, cavalgando-o com alguma dificuldade a princípio, até conseguir encontrar o ritmo que mais lhe agradava. Edmund a incentivava nos movimentos, apertando-a no traseiro com vontade, arranhando as coxas, fazendo de sua rainha uma amazona impetuosa, em meio a uma cavalgada alucinada, sobre um cavalo selvagem.


Não conseguindo mais conter o orgasmo, Lucy arranhou o tórax exposto dele enquanto se permitia a mais completa entrega ao prazer, emitindo um gemido rouco. Não demorou muito para que ela sentisse o alívio de Edmund escorrendo entre suas pernas.


Ainda montada nele, Lucy deitou sobre o corpo languido de Edmund, exausta de mais para conseguir fazer qualquer coisa. Edmund beijou o topo da cabeça dela com carinho, enquanto a abraçava com força. A rainha começava a se render ao sono, sem perceber que ele continuava dentro dela.



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Autor(a): duda_esposito

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