Fanfic: Atras da linha do Amor (Adaptada) | Tema: AyA
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Não ouse olhar
(Poncho)
O dia estava pra praia, com um sol que me fazia sentir um calango, mas era primeiro dia de aula no curso e eu não poderia curtir as ondas. Ironia. Primeiro dia do 3º ano de curso, sem qualquer efeito surpresa ou expectativa. Já poderiam me considerar um estudante profissional, aquele que tem como objetivo final estudar. Essa tirada era a preferida do meu pai que, estranhamente, não mencionou nada (ainda) sobre como (dessa vez) eu tenho que (!) passar para alguma universidade (qualquer uma!). Estava já virando uma contra-propaganda: como pode o filho do dono do curso não sair dali? Já tinha feito 18 anos! Ou seja, era a prova cabal de que não valia a pena pagar aquele preço alto acreditando em um diferencial.
_Eu tenho muito medo... _ usou da dramaticidade (e eu revirei os olhos). Parecia a Regina Duarte, na eleição de 2002 confessando “Medo” do Lula. Meu pai tinha um sério pânico de confiar seu voto em mim e se decepcionar mais uma vez. _ ... Em 2030, a doença que mais vai abalar o mundo é a depressão, sabia?
_...? _ fiz uma careta e bati com a mão no volante, buzinando sem querer. E diabos eu com isso? Certamente estaria em uma micareta, com todos os abadás da semana, bebendo todas e pegando quantas mulheres gatas fosse possível por metro quadrado. Depressão seria uma doença que eu teria imunidade. Poderia até engarrafar a minha energia e felicidade e vender! _ Não acredite em tudo que jornalista escreve. Quando não há escândalo eles inventam. Jornalista e cientista. _ acrescentei.
Ele franziu um pouco a testa e se enlaçou na teia lançada. Viu como seu filho tem um pensamento crítico? Eu ia me garantir um bom elogio logo nas primeiras horas do dia, mas a boca ficou entreaberta, a voz parada na garganta. Não tinha ouvido nada do que eu falara, estava fixado em outro ponto de atenção a sua frente.
_Pare aqui. _ ele tocou rapidamente no meu braço. Protestei que havia uma vaga lá dentro para nós. Resmungou um “pára” com toda a força do imperativo e eu argumentei entre dentes que seria pouco ético usar uma vaga dos pais e estudantes, quando podíamos ter uma só nossa lá no pátio, onde não batia sol. _Ok! Então, eu vou descer. Faz bem cumprimentar as pessoas...
_Você não é político. O que foi que eu não peguei ainda? Passou algum fantasma? _ perguntei.
Ele continuava a mirar um carro no acostamento. Meus olhos focaram na placa governamental e, de repente, a solução da equação ficou evidente. Era como aqueles problemas que leva uma página inteira para achar o “x” e, por isso mesmo, nem iniciou a explicação para não se demorar.
_Por que não fica aqui e espera, então? _ sugeri e aceitou. _Ainda que eu ache ridículo esse papel de fugitivos. Nem estou com a roupa ideal de gângster.
De repente, a porta ao lado da calçada se abriu e uma cabeça loira saiu. Tinha cabelo dourado como ouro ao sol cintilando na beira do rio caindo sobre as costas e ombros. Ao virar para bater a porta, ouvia alguma consideração com desdém. Seu rosto era branco e a boca rosada e brilhante com um efeito molhado. Era linda como uma modelo, mas acuada como uma estudante em primeiro dia de aula, agarrada a própria bolsa, querendo proteção.
_Não ouse olhar pra ela. _ a voz do meu pai era sinistra e ameaçadora.
Autor(a): bruubuna
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 2
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bruubuna Postado em 01/07/2013 - 01:33:39
eu acabei de ler hoje esse livro, e ainda vai acontecer tanta tanta coisa, tristes, bonitas. chorei em algumas partes kkkk
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any_kelly Postado em 30/06/2013 - 23:03:36
Oi primeira leitora Amei a história. Parece q vai ser bem interessante e linda. Não vai dar p comentar sempre, pq eu leio pelo celular e nele não consigo comentar. Mas sempre q puder vou deixar um recadinho aq. Posta maisssssssssssssssssssssssssssssssssssssss