Fanfic: One More Day | Tema: One Direction

Na quarta-feira faltei da aula de dança e fui para o desfile, cheguei em casa depois meia noite. Quinta-feira passei o dia no escritório do Charlie e ele disse que teria que me preparar para um desfile que teria dali uns meses, passei na agencia para ver as idéias das roupas, tirar medidas e teria que fazer uma dieta especial. Sexta-feira sai com as meninas para jantar e enquanto todas comiam lanches eu tive que comer uma salada. Passou-se sábado e no domingo a galera foi lá em casa porque iriamos fazer pizzas para o jantar. Estávamos na sala comendo e conversando, eu estava no terceiro pedaço, tinha exagerado. Subi para o meu quarto e fui até o banheiro, meu estomago estava se revirando e eu estava passando mal, vomitei tudo. Dei descarga e quando ia lavar a boca o Harry entrou no quarto e me viu no banheiro.

- Luiza você não... você vomitou? – eu não respondi e comecei a chorar, encostei minha cabeça no seu ombro – quantas vezes aconteceu?
- Duas, hoje e uma vez no Brasil.
- E teve a vez em que você passou mal no desfile, você prometeu que ia se cuidar.
- Eu to me cuidando, é que só de pensar que eu tenho desfiles e tenho que estar em forma meus estomago se revira eu sinto vontade de vomitar.
- Amanhã mesmo você vai conversar com o Charlie sobre isso e nós vamos cuidar disso
Ele passou a noite comigo para garantir que eu não ia vomitar de novo. Segunda de manhã fui para o colégio e ele foi para sua casa, depois do colégio passei no escritório do Charlie e ele marcou uma hora na psicóloga pra mim. Ele disse que ela era melhor psicóloga especializada nesse assunto que conhecia, soube de muitas modelos famosas que passaram por ela.
Eu não queria que ninguém soubesse então marcamos da consulta ser na agencia, o Harry queria estar comigo então mais tarde ele passou em casa e nós fomos juntos. Fiquei na sala de visitas e logo ela chegou.
- Boa tarde, você deve ser a Luiza – ela veio até mim e me cumprimentou.
- Sou – ri.
- Oi – ela também cumprimentou o Harry - eu sou a Dra. Sindy, vamos para uma sala mais vazia?
Nós seguimos para a sala de reuniões, não tinha ninguém então fechamos as portas e nos sentamos nas poltronas.
- Charlie me ligou mais cedo e me explicou seu caso. Não chega a ser bulimia mas você tem medo de que possa virar uma, isso? – ela perguntou.
- É isso – eu concordei.
- Bulimia nervosa é um transtorno alimentar caracterizado por períodos de compulsão alimentar seguidos por comportamentos não saudáveis para perda de peso rápido como induzir vômito que é o seu caso. O tratamento mais eficaz é o multiprofissional, envolvendo acompanhamento psicológico e nutricional. Portanto vou te passar uma nutricionista, estou deixando bem claro que você não tem bulimia, ainda.
Ficamos conversando por pelo menos 1h e ela me ajudou a entender o que era a bulimia e o que ela pode causar, me sentia mal só de pensar que eu estava indo por aquele caminho. Ela também me ajudou a organizar minha vida social em questão ao trabalho, afinal era por causa dele que eu estava mal. No dia seguinte fui a nutricionista e ela me passou uma dieta variada, seria fácil controlar pois ainda não tinha começado com a bulimia. Passou-se um mês e eu estava me recuperando muito bem , o Harry me ajudou muito nesse processo. Desde o dia que falei com a psicóloga não vomitei nenhuma vez. Era quinta-feira e na sexta eu iria viajar para o Japão pro desfile. Arrumei minhas malas e passei a noite na internet. Acordei sexta de manhã e embarquei pro Japão, cheguei lá praticamente a noite por causa do fuso horário. Voltaria para Londres do sábado a tarde, sexta passei o dia arrumando as roupas, cabelo, maquiagem... e dessa vez não passei mal. O desfile foi a noite e no sábado de manhã sai com umas meninas quem conheci no desfile para conhecer o Japão, quando começou a escurecer pegamos o avião de volta para Londres e chegamos lá de manhã.
Passou-se mais uma semana e eu estava ótima na faculdade, minhas notas nunca tinham sido mais altas e meu namoro estava maravilhoso. Era sexta e eu estava em casa quando recebi uma ligação do Austin pedindo para sair com a Mandy.
- Como assim? – perguntei.
- É que ela acabou de descobrir que os pais vão se separar e ta muito mal, não tem muitas amigas então resolvi ligar pra você – ele disse.
- Ah, sinto muito por ela. Mas ir onde?
- Sei lá, vocês são mulheres que sabem.
- E ela vai querer sair comigo? – perguntei tendo certeza que a resposta era não.
- Deixa isso comigo, passa aqui daqui 1h que ela vai ta pronta.
- Tá bom – me dei por vencida.
Liguei pro Harry contando as boas novas e ele falou que depois nos buscaria no shopping, ai já aproveitava e conversava com ela sobre a separação dos pais.
Me troquei e coloquei uma saia vermelha soltinha, blusa branca e uma jaqueta de couro preta. Soltei o cabelo, passei uma maquiagem e coloquei um salto preto, arrumei minha bolsa e fui de taxi para a casa do Austin. Toquei a campainha e ele saiu.

- Só um minutinho Lu – ele disse entrou de novo, logo a Mandy saiu com uma cara de choro porém arrumada para sair comigo, de onde estava escutei ele falando com ela – vai lá e se diverte tá, aquele assunto não tem nada a ver com você, a culpa não é sua – ele deu um beijo na testa dele e ela concordou. Ele nos levou até o shopping e eu avisei que o Harry iria nos buscar depois.
- Então, quer fazer compras? – eu perguntei.
- Tanto faz – ela disse meio triste.
- Ok – fomos andando pelos corredores – olha Mandy, linda essa blusa néh?
- É – ela falou sem animo.
- É a sua cara – falei tentando animar ela que deu um sorriso de lado – vai comprar?
- Olha Luiza, eu sei que você ta tentando ser legal comigo, o que eu acho que não mereço, mas eu to muito mal com essa história da separação e eu não sei se fazer compras vai me animar. Também sei que voce não quer estar aqui então não finga que se importe comigo – ela disse se sentando no banco.
- Não seja tão dura consigo mesma, eu sei que você me provocou muito –ri – mas ta precisando de um ombro amigo feminino agora, e se o Austin acha que você sair comigo pode te animar um pouco porque não tentamos? – ela deu de ombros e se levantou e eu fui atrás dela, ela entrou na loja e comprou a blusa que eu disse que combinava com ela. Depois comemos alguma coisa e o Harry foi nos buscar. Entramos no carro e eu coloquei o sinto.
- E então? As duas estão vivas? – perguntou brincando enquanto dirigia.
- Engraçadinho – eu disse.
- A Lu foi uma amiga pra mim, obrigada – ela disse eu senti animação quando me chamou de Lu.
- Não tem de que.
Estávamos indo deixar a Mandy na casa do Austin quando um caminhão de móveis derrapou na pista e fechou a avenida, não deu muito tempo do Harry desviar então ele girou o volante rápido e outro carro entrou na frente fazendo o Harry girar o volante mais uma vez, a parte de tras do caminhão abriu e uma mesinha escorregou por ele atingindo o parabrisa do carro nos fazendo ir em direção a um muro de uma loja e batêssemos.

                                                            ~*~

Acordei no hospital, e com uma dor imensa no braço direito, ele estava engessado. Demorou uns 2min e uma enfermeira entrou no quarto com uma bandeja que continha remédios e curativos.
- Tudo bem... – ela olhou na ficha – Luiza?
- Na medida do possível – sentia minha cabeça latejando e não conseguia mexer meu corpo – porque não consigo me mexer?
- Está anestesiada, para falar a verdade não esperávamos nem que você acordasse tão cedo – ela colocou a bandeja em cima de mesa ao lado da cama e começou a trocar o curativo na minha testa e depois do meu cotovelo do braço esquerdo, depois com a seringa injetou um remédio no tubo que levava soro até a minha veia – você não vai sentir dor por um bom tempo porque esta anestesiada, pode sentir um pouco de dor de cabeça mas é normal, tente não forçar o braços engessado e nem o pé esquerdo, você torceu ele. Daqui a pouco o médico vem te ver, até mais – ela disse saindo com a bandeja.
Fiquei deitada na cama tentando fixar minha visão em algum lugar mas eu enxergava tudo embaçado, estava com muito sono e acabei dormindo. Acordei com o médico abrindo a porta do quarto.
- Bom dia Luiza, eu sou o Dr. Paul  - ele disse olhando na minha ficha e depois me olhou e sorriu.
- Bom dia – falei baixo.
- Vamos lá, você torceu o pé esquerdo mas em alguns dias poderá andar normalmente, quebrou o osso chamamos de rádio do braço direito e terá que ficar com o gesso pelo menos dois meses. Bateu a cabeça no acidente então pode sentir umas dores de cabeça mas não houve dano nenhum, também pode sentir dores nas costelas pois ficou presa pelo cinto de segurança, fora isso ta joia – ele sorriu.
- Tirando isso – repeti e tentei rir – e o Harry e a Mandy?
- Bom, você deu sorte de ter fraturado só o braço. Sua amiga e seu namorado não tiveram a mesma sorte, a Amanda fraturou duas costelas e quebrou a bacia, esta em coma induzido para não sentir tanta dor. Haroldo bateu a cabeça contra o vidro do carro, por causa da demora na hora de socorrer perdeu sangue, muito sangue. Infelizmente o coma dele é mais sério, damos de dois a quatro meses até ele acordar.
- Mas ele vai acordar néh? – perguntei.
- Tenho Fé que sim, seus familiares querem te ver, com licença – ele saiu e logo as meninas entraram.
- Oi Lu - elas vieram até a minha cama – sinto muito – a Jack disse.
- Eu fiquei sabendo da Mandy e do Harry, eles vão ficar bem tá? – a Nadine disse apertando minha mão.
- Cadê meus pais? – disse quase chorando.
- Já ligaram pra eles e já embarcaram pra cá, devem chegar hoje de tarde – a Pe falou.
- Que dia é hoje? – perguntei.
- Domingo – falaram juntas.
- Fiquei 2 dias dormindo? Nossa – eu estava me sentindo péssima pelo fato de ter escapado dessa e os dois estarem em coma.
As meninas tiveram que sair e depois o Austin veio me ver, ele levou um vasinho de flores roxas e colocou ao lado da minha cama.
- Você ta bem? – ele me perguntou. Dava pra ver que tinha chorado pois seus olhos estava vermelhos e sua voz rouca. Queria tanto tomar a dor dele mas eu não estava nem aguentando a minha como poderia pegar a dele?
- To bem, eu acho – ficamos conversando até acabar o horário de visitas da tarde, a noite meus pais foram me ver e conversaram com o médico que pediu para me deixar em observação a noite e se tudo ocorresse bem teria alta de manhã.
Segunda-feira meus pais foram me buscar e antes de ir embora quis passar no quarto da Mandy e do Harry. Primeiro passei no da Mandy e ela estava tão pálida, dava para ver só na aparência de seu rosto o quanto estava mal.
Depois fui no do Harry, me partiu o coração ver aquela cena. Seus cachos estavam sem vida, a boa seca e pálida, a pele ressecada e o pior era que não podia ver seus olhos verdes. Não tinham sinas do acidente, digo machucados. 
- Desculpa - sussurrei mexendo no seu cabelo e as lagrimas rolaram sem eu ver - eu te amo.