Fanfic: One More Day | Tema: One Direction
Depois do Harry me deixar em casa conversei com a Dani sobre dar uma festa, em casa mesmo. Poderia dizer que era para comemorar o inicio das férias.
Quinta-feira a tarde o Charlie me chamou no escritório dizendo ter uma ótima noticia pra mim.
- Então? – perguntei me jogando na poltrona em frente a sua mesa.
- Vou direto ao assunto. A Chanel quer fazer um comercial com você. Viram as suas fotos do último editorial e gostaram.
- O que? – me endireitei na cadeira – mas eu nunca trabalhei com eles.
- É uma empresa mundialmente conhecida.
- É, por mim tudo bem então.
- Lu... desde o primeiro dia em que te vi sabia que você ia ser uma estrela – ele fez um toque de mão comigo e eu ri.
Na sexta-feira falei com o pessoal que eu conhecia na faculdade, com as meninas, os meninos da banda e outros amigos sobre a festa. Não seria nada muito grande. Final de semana, na minha casa, música e bebida. E quando eu disse que a One Dream compareceria praticamente todo mundo confirmou presença. Era a última semana de aula então deixei combinado para a semana que vem.
~*~
A semana passou rápido e logo era sexta-feira a noite, estávamos de férias, amanhã estava marcada a festa. Essa semana umas fotos para a Chanel e lançaram as fotos na mídia.
Não tinha nada para fazer a noite e eu e a Dani resolvemos fazer então uma “noite de mulheres”.
Fomos para o quarto dela com as cobertas e travesseiros, ligamos o rádio no último e fizemos brigadeiro. Eu fiz um creme de tratamento pro cabelo dela, passei e coloquei a touca térmica para deixar agir, enquanto isso ela colocou Bobs no meu para ele ficar com os cachos perfeitos. Passei um azul escuro nas minhas unhas da mão e no pé um renda. Depois passei rosa fúcsia nela e ainda fizemos um creme para o tratamento da pele do rosto. Enquanto esperávamos o esmalte secar, nos sentamos no pé da cama e comemos o brigadeiro. No rádio começou a tocar uma música dos meninos e eu comecei a cantar usando a colher como microfone. Logo ela entrou na minha loucura e ficou em pé na cama e começou a cantar. Escutamos a campainha tocar, nos olhamos e começamos a rir. Colocamos os roupões pois estávamos vestindo apenas tops e shorts curtos.
A casa estava com todas as luzes apagadas e só a do quarto estava acesa. Descemos a escada usando a luz do celular e olhamos pelo olho mágico da porta, não dava para ver quem estava do outro lado. Bateram de novo.
- Dani? – o Liam perguntou.
- E agora? – perguntei baixinho.
- Agora a gente abre – ela colocou a mão na maçaneta e ia girar a chave.
- Dani, olha como a gente tá. Estamos horríveis.
- Tenho um plano.
Ela destrancou a porta.
- Liam, quem ta ai com você?
- Só o Harry. Veio ver a Lu.
- Ai Deus – resmunguei e ri.
- O que ta acontecendo Dani? – o Harry perguntou.
- Vocês não iam fazer show? – perguntei.
- Não, hoje não. O que ta acontecendo?
- Vocês vão entrar mas nós não vamos acender as luzes, só no escuro tá? – a Dani falou e eu dei um tapa no braço dela e começamos a rir.
- No escuro? Fico louca? – falei baixo e ela fez um “shiu”
- Porque? – o Liam perguntou do outro lado da porta.
- É isso ou ir embora querido. Nós não estamos apresentáveis está noite. Vocês nos pegaram em um momento critico - após ela dizer eu comecei a rir, não dava para nergar que a situação era engraçada.
- Ta bom – eles suspiraram. A Dani abriu a porta e nós nos escondemos atrás da porta – eu não to enxergando nada – o Liam falou.
- É essa a intenção – eu ri.
- Vocês deviam avisar que vinham, nós não estamos em um momento bom. Vamos dizer que estávamos recarregando – a Dani começou a falar e eu comecei a rir que nem louca.
- Um momento de pura beleza – eu falei entre as risadas.
- Luiza para, assim eles vão querer nos ver e vão ter um infarto!
- Mas o que? – o Harry falou e apertou o interruptor acendendo lentamente a luz da sala.
- Não! – eu gritei e peguei uma almofada pra tampar meu rosto. A Dani pegou outra e nós subimos correndo as escadas.
- Eu não to entendendo nada. Qual o problema delas? – o Liam perguntou pro Harry.
- Vamos descobrir - ele deu de ombros e eu quis morrer por isso.
Escutamos eles subirem correndo as escadas e entraram no quarto da Dani, onde nós estávamos sentadas na cama com a panela de brigadeiro.
- Noite de mulheres – o Liam falou e encostou no portal.
- Ai ai – o Harry cruzou os braços e começou a rir.
- Para de rir, eu to horrível – disse e deitei na cama mas me levantei, tinha esquecido dos Bobs - ai - apertei a cabeça.
- Pelo menos não tem homens aqui – o Liam deu de ombros e eu e a Dani nos entre olhamos – porque eu dou ideias... experimentem trazer homens para essa casa...!
- Ah, nem vem. Hoje é o nosso dia, amanhã a noite vocês vem para a festa e nós vamos estar cheirosas, bem vestidas, maquiadas e lindas. Hoje estamos descabeladas, de pijama, com fome e escutando música depressiva então bye bye – a Dani falou e colocou um sorriso no rosto.
- Perdemos a viajem – o Harry falou pro Liam.
- Não... ainda não. Noite de homens? – o Harry fez um olhar do tipo “porque não?”
- Essa noite de homens não inclui prostitutas e stripeers não néh? – perguntei e eles se entre olharam – nós não trouxemos ninguém pra cá e para o bem de vocês é bom que não vão procurar elas – arqueei as sobrancelhas.
- Relaxa. Vamos lá. Tchau garotas – o Liam piscou pra Dani e foi saindo, nós fomos atrás para trancar a porta.
- É bom você tomar cuidado com o que vai fazer – a Dani deu um selinho no Liam, quase nem se encostaram para não tirar o creme do rosto dela.
- E você...
- Já sei, é melhor ter juízo senão... – o Harry completou minha frase.
- Que bom que sabe – ri e ele me deu um beijo no topo da cabeça.
Depois eu e a Dani voltamos para a nossa noite. No dia seguinte descolorimos os pelos do corpo e organizamos o resto das coisas para a festa.
A noite chegou e eu escolhi um shorts jeans branco, desfiado nas pontas e uma blusa preta meio transparente com um top por baixo. Fiz uma maquiagem bem marcada e passei um gloss.
A campainha tocou e o pessoal começou a chegar, logo avistei o Austin. Ele usava uma camisa polo cinza escuro, calça jeans preto e tênis brancos. Parece que depois da nossa conversa no shopping começamos a nos ver mais. O fato dele ser sobrinho do Charlie me preocupava, em qualquer ocasião poderíamos no encontrar e sabendo dos sentimentos dele por mim o clima poderia ficar meio estranho. Ele me viu e fez um aceno com a cabeça, eu fiz um oi com a mão e depois voltei a andar no meio da multidão de corpos. Os meninos da banda só viriam mais tarde, eles tinham ensaio dos próximos shows.
Peguei uma bebida e me sentei no sofá, um casal estava se beijando ao meu lado e eu juro que quase me deu ânsia de vômito ver o agarramento dos dois no meu sofá, o sofá em que eu dormia as vezes durante a tarde. Mudei de sofá e logo o Austin se sentou no lado vazio ao meu.
- A dona da festa não está aproveitando?
- Sei lá... acho que não bebi o suficiente – falei com ironia.
- Uau, essa é forte.
- Foi uma brincadeira – sorri de leve.
- Eu vi as meninas lá fora... você não vai com elas?
- Sei lá... daqui a pouco eu vou – disse e dei um gole na minha bebida.
- Da licença – ele falou e se levantou.
- Onde você vai? – perguntei mas ele não me ouviu, tentei seguir ele com o olho e quando ele passou pela porta de casa vi o Harry entrando. Assim que os dois passaram perto um do outro lançaram um olhar frio. Minha nuca gelou e meu estômago embrulhou ao ver a cena. Porque os dois tinham sempre que estar brigando?
Me levantei do sofá e coloquei o copo sobre a mesa perto da escada.
- Oi – ele colocou uma mão na minha cintura e a outra na minha nuca, me inclinou um pouco e me beijou.
- Oi – sorri. Por cima do ombro do Harry vi que o Austin tinha visto. O Harry tinha feito de propósito. Fiquei com o coração na mão mas o Austin sabia que eu e o Harry tínhamos intimidade, ele querendo ou não, afinal éramos namorados, seria meio bizarro se não pudéssemos nem se quer nos beijar em público – já acabou os ensaios?
- Amanhã tem mais.
- Hm.
- Quanta gente hein...
- Pois é... não conheço nem metade. A Dani invento de chamar uns “poucos amigos” dela – ri.
Fomos para a área externa da minha casa. Passei na cozinha e peguei dois copos com bebidas, um dei pro Harry e o outro ficou pra mim.
Mais tarde todo mundo já estava bêbado e tivemos que abaixar um pouco a música depois que uma vizinha furiosa me ligou, eu não entendi muita coisa e comecei a dar risada no telefone, mas antes dela desligar na minha cara acho que ela disse alguma de que se eu não abaixasse a música ela chamaria a policia. Mas isso não nos impediu de curtir a noite.
Só enquanto eu fui no banheiro no corredor vi uns dois casais se agarrando, e um terceiro que era a Jack e o Niall. A Pe e o Taylor estavam no meio da sala que estava improvisada como pista de dança, a Nadine e o Gabbe estavam sentados nas cadeiras de jardim nos fundos da casa fazendo não sei o que, a Dani e o Liam não sei onde estavam. Depois que voltei do banheiro encontrei o Harry na cozinha. Me sentei na bancada do armário perto da pia e cruzei as pernas.
- Com certeza a cidade inteira deve estar sabendo dessa festa – comecei a rir alto.
- Creio que sim – ele falou e abriu minhas pernas para ficar no meio delas. Colocou as mãos na minha nuca e me beijou, eu abracei seu pescoço e fechei minhas pernas em volta da sua cintura. Ele deixou minha boca e desceu para o meu pescoço dava beijos e cheiros perto da minha nuca. Eu continuei de olhos fechados só sentindo o toque dos seus lábios na minha pele. Logo depois voltamos a nos beijar desesperadamente. Ele segurou no passante do meu short e me puxou pra mais perto e abraçou minha cintura, eu estava mais alta que ele então coloquei minhas duas mãos no seu rosto e o beijei.
- Acho que tem muita gente olhando – falei parando o beijo.
- Pessoas estão fazendo isso pela casa toda – ele voltou a me beijar.
- Não na cozinha, vamos sair daqui.
Desci do balcão e o empurrei para a frente, saindo de dentro da casa e indo para a parte escura do meu jardim.
- Ei! Não vomite nas minhas plantas – escutei a Dani gritando com um menino.
Puxei o Harry até chegarmos embaixo de uma das árvores da casa vizinha que fazia sombra no meu quintal.
- Porque não seu quarto?
- Porque eu tranquei a porta para ninguém entrar e a uma hora dessas, do jeito que eu estou você acha que lembro onde coloquei a chave? – falei irônica e voltei a beijar ele ferozmente. Eu o encostei no muro e coloquei minhas mãos por dentro da sua camisa. Ele também ergueu minha blusa, que já era transparente, e apertou minha cintura contra a dele. Estava tão bêbada que nem lembrei de ficar com vergonha quando senti um volume. Fazia meses que eu não bebia desse jeito, raramente isso acontecia. Mas hoje era uma exceção, eu estava cansada da rotina. Ele enroscou os dedos no meu cabelo e eu arranhei seu abdômen. As mão estavam descendo e as dele estavam posicionadas em uma área entre as minha coxas e a cintura. Até mesmo bêbado ele mantinha o respeito comigo, podia dizer que ele era casual, gostava das regras das pessoas antigas.
- Luiza! Da pra me ajuda? – a Dani em gritou – fica ai lixando o muro e me deixa sozinha com esses loucos!
- Ah não, que droga – dei risada.
- Lixando o muro? Bizarro – ele também riu.
Arrumei meu cabelo que estava todo bagunçado e abaixei meu short para ficar um pouco menos curto.
- Fala Dani? – perguntei chegando até ela.
- Você não acha que ta na hora de mandar esse povo embora? Já to ficando com dor de cabeça.
- Também, deve ter bebido que nem uma porca – comecei a rir.
- Não sou a única porca aqui então – ela mostrou o dedo pra mim.
Lá pelas 02h30min da manhã já tínhamos conseguido esvaziar a casa, pelo menos de pessoas porque a quantidade de sujeira que restou era se de horrorizar. Ficamos só eu e a Dani em casa, trancamos tudo e fomos dormir.
Domingo de manhã começamos a limpar a casa e os meninos foram para o ensaio dos shows. Terminamos de limpar tudo era mais ou menos 13:00h e depois disso fiquei o dia inteiro assistindo TV.
A semana passou torturadamente lenta. Chegou sexta-feira e eu estava embarcando para o Brasil para a formatura da Laura e para ajudar meus pais com as coisas da viajem.
- Se cuida – o Harry disse beijando minha testa enquanto se despedia de mim no aeroporto – e se por um acaso você encontrar aquele Lucas lá, avisa que você tem um namorado e não vai custar nada pra ele embarcar de Londres para o Brasil só para bater um papo.
- Bater um papo? Entendi – ri.
- Quando volta?
- Provavelmente segunda ou terça-feira. A formatura é amanha e depois tenho que ajudar meus pais com os móveis da casa, vou voltar junto com eles.
- É em medicina que a Laura ta se formando?
- É, o orgulho da família.
- Você diz como se não fosse também.
- Não é isso, é que as vezes parece que meu pai valoriza mais um diploma do que a minha felicidade. Ele não gosta muito da ideia da minha faculdade de moda, ele diz que não da para fazer muita coisa com esse curso e mesmo eu sendo conhecida agora um dia isso vai passar.
- Nossa, como ele é...
- Ignorante.
- Eu ia falar antiquado.
- Você sempre educado - sorri - Ele pretendia pagar minha faculdade de medicina também mas assim que o Charlie teve a ideia de me trazer para Londres eu sinto que destruí seu sonho de ter duas médicas em casa. Não estou dizendo que ele não gosta de mim, tenho certeza que ele me ama e ele já deu muitas provas disso. Mas sabe como é néh? Medicina – revirei os olhos.
- Sei... minha mãe queria que eu fizesse administração. Meu pai sempre gostou dessas ideias de musicas e bandas, com o tempo minha mãe também aprendeu a gostar.
- Meu pai é meio antigo. Ele não gosta muito dessas coisas. Aliás tenho quase certeza que ele acha que nosso namoro não vai durar muito, apesar da conversa de vocês quando você foi pro Brasil, ele aceitou numa boa porque achava que não ia durar. Era só “fogo de palha”.
- É, não se pode agradar a todos – ele sorriu tenso.
- Relaxa. É assim mesmo. Imagina vocês dois morando na mesma cidade? Que lindo.
- É, lindo – ele disse irônico. Pelo alto falante anunciaram um voo.
- Hora de ir, até. Ah, e tente não matar o Austin até lá, já percebi o clima entre vocês.
- Que bom que você sabe que a única coisa que me impede de voar nele é a amizade de vocês – ele sorriu forçado com um tom cínico.
- É, e agora que não vou estar aqui para cuidar das crianças, tome cuidado tá?- ri e dei um beijo nele. Peguei minhas mala e fui para o meu portão de embarque.
~*~
Cheguei no Brasil de tarde e meus pais me buscaram no aeroporto. Fomos para casa e eu fiquei no meu antigo quarto. Na hora do jantar minha mãe fez minha comida preferida, macarrão.
- Então filha, como vai lá? – minha mãe perguntou enrolando o macarrão no garfo.
- Vai tudo ótimo. Acabei de fazer uma edição de fotos para a Chanel – quando disse isso juro que percebi um pequeno orgulho brotar no meu pai.
- Chanel? Isso é... – ele escolheu as palavras certas – impressionante. É ótimo. Parabéns – ele sorriu.
- Obrigada.
- Caramba Lu, que tudo – a Laura disse – imagina, você fazendo o comercial e os outdoors da Chanel?
- E você? Finalmente médica. To tão feliz por você – falei e apertei a mão dela em cima da mesa.
- Obrigada. Finalmente me formei. Eu conversei com o mentor da minha faculdade e eles fizeram uma reunião com os diretores, essas coisas ai... e eles conseguiram uma vaga em um hospital em Londres pra mim – ela sorri largo.
- Não acredito? Ah meu Deus, que bom que tudo está dando certo Lau.
- Londres... – meu pai suspirou.
- Bem... não é Los Angeles mas já é fora do Brasil néh? – perguntei pro meu pai, como já disse antes o sonho dele era morar em Los Angeles.
- É... ainda sou jovem – ele brincou – posso me mudar de lá depois.
- Nem brinque com isso, já esta dando muito trabalho essa mudança – minha mãe falou.
- E o meu cunhado? – a Laura perguntou e meu pai fingiu limpar a garganta – O Harry! – ela revirou os olhos pela reação do meu pai. Na verdade nem sempre meu pai teve essa cisma com o Harry. Isso começou depois da tal mentira de traição.
- Tá bem, está ótimo – sorri.
Depois de terminar o jantar subi para meu quarto e dormi. No dia seguinte foi uma correria que só, fomos no salão a tarde para fazer maquiagem e cabelo. Saímos de lá faltando 01h30min para a formatura começar. Coloquei meu vestido tomara que caia preto e rosa Pink.
A Laura usou um vestido verde água longo, o que deixou o tom de pele dela lindo, ela era bem mais morena que eu.
Depois nós nos sentamos em uma mesa enquanto ela comemorava com os amigos, senti saudades das minhas migas aqui do Brasil. Não tive a sorte de encontrar com elas, mas tive a de não encontrar o Lucas, pela primeira vez em anos de amizade agradeci por ele não morar na mesma cidade que eu.
Quando ficou muito tarde, e a Laura já estava cansada, voltamos para casa. Domingo o dia foi feito para embalar coisas.
- Ai Lau, to tão cansada – disse me jogando no sofá, o único móvel da sala.
- Nem me diga, preciso de um banho urgente!
- E os namorados hein? – dei um empurrãozinho nela.
- Ah Lu, desisti de procurar aqui. Londres deu sorte pra você, quem sabe não de pra mim também?
- Sorte até demais viu.
- Por que?
- Já te falei sobre o meu amigo, o Austin?
- Porque algo me diz que não é só amigo? – ela olhou pra mim e riu.
- Ah sei lá. Ele era sabe, aquele que quando sofremos o acidente era namorado da Mandy, a que também ficou internada com o Harry?
- Ah sim, me lembro vagamente daquele gato, moreno, alto...
- Sim, vagamente... – ri – ele ta gostando de mim. E agora ele e o Harry ficam em uma disputa de território.
- você gosta dele? – eu olhei pra ela e torci a boca – você gosta néh?
- Não, não é isso. Entre ele e o Harry é lógico que eu escolho o Harry. Mas ele me diverte, poxa é meu melhor amigo. Mas ele não entende isso, e eu também não quero afastar ele de mim.
- Te entendo...
Terminamos de embalar tudo e amanha cedo a empresa que faria a mudança chegaria em casa. Dormimos em 3 colchões na sala e logo na segunda-feira de manhã já tivemos que guarda-los também.
Eu, meus pais e a Laura iríamos primeiro e eles ficariam em um hotel enquanto os móveis não chegassem na casa nova. Por causa da distância, demoraria pelo menos um ou dois dias. Eu não sabia que quando você mudava de país podia levar seus móveis, achava que tinha que comprar novos. Lógico que isso gastou muita grana.
Terça-feira de manhã embarcamos para Londres e chegamos lá no período da tarde. Fomos todos para a minha casa, e da Dani claro, e eles ficariam em um hotel porque na minha casa não tinham quartos de hospedes.
- Danielle, oi querida – minha mãe abraçou a Dani e deu um beijo o rosto dela.
- Olá, que bom que vieram pra cá.
- Oie – a Laura também abraçou ela e depois meu pai.
Comemos alguma coisa e mais tarde eles foram pro hotel. A noite tínhamos combinado de mim e o Harry sairmos com eles para conhecerem melhor Londres. O Harry tinha um show, aqui em Londres mesmo, então iríamos ao show e mais tarde dar um volta.
Quando escureceu, coloquei uma meia calça preta, short jeans, uma blusa soltinha e um blazer feminino preto. Nos pés calcei uma ankle boot , deixei o cabelo solto e passei um delineador bem marcado.
Fomos com o meu carro , meu pai não quis se desapegar a nada do Brasil então ele não vendeu a casa mas foi obrigado a abrir mão do carro e disse que assim que possivel compraria um novo com o dinehiro da venda do antigo já que o preço de um automóvel fora do Brasil era relativamente menor.
No local do show se via a fila dobrar quarteirões, assim que abriram os portões seguranças tiveram que se unir para as fãs não saírem correndo. Aos poucos as arquibancadas foram lotando e eu consegui quatro lugares na primeira fileira da parte superior esquerda ao palco. Se fosse comparar de onde eu estava era mais perto dos meninos do que as cadeiras em frente ao palco.
- Nossa quanta gente – minha mãe disse se ajeitando na cadeira.
- você não viu nada ainda – ri.
- Não gosto muito dessa ideia de você ficar no meio dessa multidão – meu pai falou alto por causa do barulho.
- Pai... eu vivo no meio disso – sorri de leve.
Alguns minutos depois, ouviu-se a banda que abriria o show começar a cantar, depois de 15min os meninos entraram no palco e eu só ria da multidão de meninas que gritavam para eles.
No meio do show, ficamos todos de pé e era inevitável ficar parado enquanto o show rolava. As vezes eles paravam para conversar com o público e até mesmo liam uns tweets de fãs, perguntas e curiosidades sobre eles. Foram quase duas horas de show e assim que acabou as arquibancadas começaram a se esvaziar. Saímos quando não tinha mais aquele empurra-empurra.
Ficamos no estacionamento do backstage do lado de fora, e de longe vi uma silhueta alta e encorpada. Reconheci logo pelas pernas, umas das coisas que eu achava mais linda nele, as pernas eram grandes. Estava vestindo um jeans, blusa de frio com o capuz na cabeça e saiu correndo da porta dos fundos eu sabia quem era, ele veio correndo até nós.
- Olá, é bom revela senhora Maria – ele deu um beijo no rosto da minha mãe.
- Ah que isso Harry, senhora? – minha mãe, diferente do meu pai, gostava do Harry. Ela se sentia jovem com seus elogios.
- Laura? – ele cumprimentou ela também.
- Oi Harry.
- Senhor Carlos – ele deu um aperto de mão no meu pai.
- Olá Harry.
- Vamos sair daqui antes que alguma fã louca descubra quem está aqui fora – ri e liguei o carro, o Harry sentou-se ao meu lado e tirou a blusa de frio com o capuz. Por baixo ele estava usando uma camisa polo verde escura, a mesma calça jeans preta e os tênis brancos. Ajeitou o cabelo com a mão e depois guardou a blusa de frio dentro de uma bolsa.
- Onde vamos? – perguntei tirando o carro da vaga.
- Não sei se vocês querem ir em algum outro lugar, mas eu estava pensando naquele restaurante perto da torre do Big Ben? Ele é muito bom e além disso tem uma vista para a torre.
- Perfeito – a Laura disse no banco de trás. Com a mudança eles tiveram que aprender pelo menos o básico de inglês. Meu pai não foi difícil, já disse que ele era apaixonado por coisas internacionais. A Luiza e minha mãe então nem se fale...
Eu não tinha percebido mas o Logan estava em um carro logo atrás da gente. Entreguei o carro para o frentista e o Logan desceu logo atrás da gente. Ele disse que preferia ficar na porta do restaurante. Conversamos com a hostess e ela conseguiu uma mesa para nós. O restaurante estava lotado, pegamos uma mesa encostada em uma das paredes laterais, a mesa era quadrada e havia quatro bancos, para duas pessoas cada, em volta ma mesa, inclusive um na parede. Sentaram-se meus pais em um, eu e o Harry em outro e a Laura no que ficava encostado à parede.
Comemos e ficamos conversando, minha mãe e meu pai se empolgaram em contar como eu e a Laura brigávamos quando crianças. Fiquei feliz em ver todos juntos e rindo, esse era um dos momentos que eu queria eternizar na minha memória.
Depois de um tempo começou uma conversa da Laura morar sozinha. Ela dizia que queria mais privacidade e agora que poderia se virar sozinha seria mais fácil ter suas próprias regras. O resto do jantar girou em torno a esse assunto. Quando meu pai se deu por vencido e considerou a ideia da Laura me envolveu nisso.
- E se a Luiza for morar junto com você? Seria menos uma despesa.
- O que? – perguntei quase cuspindo a água que eu estava bebendo – não. Eu tenho minha independência financeira. E deixo claro: só sairei da casa da Dani quando me casar.
- Casar? – meu pai perguntou – você é muito nova para pensar nisso.
- Pai, você tem que considerar a ideia de que um dia eu vou me casar e ter minha família. Não vou ficar sendo a adolescente modelo pra sempre.
- Mais casar? Você sabe que sempre vai ter a nossa casa, minha e da sua mãe, como seu lar. Já acho errado a ideia de você morar com a Dani sendo que agora nos mudamos para Londres!
- O que? Você acabou de chegar aqui e já ta querendo mudar toda a minha vida. Não é assim que a banda toca. Querendo ou não, vocês me emanciparam e agora eu sou totalmente independente.
- Não estou mudando a sua vida. A Laura tem 20 anos...
- Quase 21 – ela corrigiu.
- 20 anos – ele continuou – e ainda mora conosco. Você tem 17 e eu deixei sair de casa e morar em outro país, agora que estou perto de você só quero que volte a ser como era antes.
- Pai, não tem como voltar a ser como antes! As coisas mudaram, e eu não vou sair da casa da Dani. Como eu já falei, só casada. Agora a minha casa é lá.
- Só quero ver se você vai falar isso quando ela resolver te expulsar de lá. Você querendo ou não tem que considerar essa hipótese – ele falou e eu fiquei quieta. Isso era verdade, querendo ou não tinha que considerar.
- Desculpa pai - disse cerrando os dentes - eu só não quero mudar o que está perfeito agora. Demorei para conseguir me virar sozinha e agora não consigo aceitar a ideia de voltar para a casa dos pais. Não quero aceitar.
- Ta, tudo bem. É que você cresceu antes da hora e eu só queria ter minha menina de volta. Você ficou conhecida por toda a parte e superou minhas expectativas.
- Ok, então podemos começar a escolher minha futura casa? – a Laura mudou o assunto empolgada – pra falar a verdade, estava pensando em um apartamento. Seria perfeito pai!
- Depois resolvemos isso Laura – ele apertou sua mão por cima da mesa.
Depois do jantar, o Harry assumiu o volante e os deixamos no hotel.
- Fiquei até com medo do jantar. Achei que você e seu pai iam trocar balas – ele riu.
- Engraçadinho. Ele acabou de chegar e já ta querendo mudar minha vida. Não é assim, demorei para chegar onde estou e minha meta é sempre adiante.
- Sei lá, acho que você está certa.
- Imagina a Laura morando sozinha? – ri só de pensar.
- Você já viu a casa onde eles irão morar? – o Harry perguntou.
- Não, amanha eu vejo junto com eles.
- Para onde vamos agora?
- Não quero ir para a casa, sei lá. Depois dessa conversa não to me sentindo bem.
Ele só concordou com a cabeça e nós fomos para a sua casa. Ele estacionou o cobalt na sua garagem e depois descemos.
{Música: https://www.youtube.com/watch?v=rtOvBOTyX00 }
- Até que seu pai estava simpático, ele sabe esconder os sentimentos – ele disse se referindo a meu pai não gostar muito dele.
- É, meu pai sabe muito bem esconder os sentimentos. Assim como também sabe esconder muitas armas. Cuidado – brinquei com a cara dele.
- RÁ RÁ! – ele disse trancando a porta e colocando a chave na mesinha do hall e eu tirei meu blazer pondo ele no suporte para casacos.
- Harry, toda vez que eu venho na sua casa encontro ela impecável, mas nunca encontrei ninguém aqui. Quem limpa?
- Ah, eu tenho umas empregadas, elas ficam das 09:00h até as 16:00h, depois eu sou sozinho.
- Ah sim, empregadas no plural – eu disse e ele me abraçou apertado e me derrubou no sofá.
- Menino mal educado – disse tirando a almofada de baixo das minhas costas.
- Mal educado? Prepare-se para a minha apresentação! – ele fez uma cara de sábio e depois arrancou o tênis e pulou em cima de mim – esse foi um mergulho espetacular do nosso melhor nadador, Harry Roberts! – ele fez uma voz como se fosse de locutor – notas para o mergulho? – me perguntou.
- Esse foi um mergulho arriscado, considerando a hipótese de que a “piscina” – eu – poderia ter um obstáculo, ou quem sabe uma barra – meu joelho – que pudesse ferir o nadador drasticamente e impedir que ele tivesse filhos. Então, pela coragem, nota 9 – sorri cínica.
- Nossa, se a jurada não fosse tão sexy eu acho que teria discutido com ela.
- Ah então você confessa que está perdendo a autoridade para uma mulher?
- Para a minha mulher sim.
- Sua mulher? – sorri envergonhada.
- Sim. Minha princesinha, minha bonitinha, pequenininha, moreninha... – ele mordeu minha bochecha.
- Ai, nem vem com “inha”. Não gosto de diminutivos, são fofos mas não me completam – apertei o local da mordida e ri.
- E existe alguma coisa que te completa?
- Você – falei sem perceber e senti meu rosto corando. Ele fez uma cara de bebe e depois me beijou. Eu segurei no passante da sua calça o puxando cada vez mais pra cima de mim e ele se apoiava no sofá para não soltar todo o peso em cima de mim. Nos deitamos de lado, um de frente para o outro. Ainda bem que o sofá era grande. Eu tirei meus sapatos e depois os empurrei com o pé para fora do sofá e coloquei minha perna em cima da dele e abracei sua cintura por baixo da camisa.
- To com tanto sono – disse fechando os olhos.
- Durma.
- Acho melhor dormir em casa, ainda mais agora que meus pais estão em Londres. Se descobrirem que dormi na sua casa estou m-o-r-t-a.
- Ainda são 23h30min.
- Eu sei, desde que peguei essa rotina, meia noite é como se fosse 21:00h pra mim – ri.
- Então, dorme pelo menos até umas 01:00h.
- Mas ai fica tarde pra mim ir embora sozinha.
- Por favor. Fica aqui comigo, liga pra Dani e fala que se seus pais ligarem lá é pra inventa uma desculpa.
- Como você é insistente – ri e mandei uma mensagem pra Dani falando isso e ela me devolveu um Ok.
Ele me pegou no colo e me levou até o seu quarto. Me deitou na cama e se deitou de frente pra mim. Eu fiquei encarando seus olhos por um tempo e percebi que meu coração começou a bater mais rápido.
- A coisa mais linda que aconteceu comigo, foi quando eu te vi pela primeira vez e senti que finalmente tinha encontrado o que fazia meu mundo girar. Eu pensei "quero para mim" – falei. Ele deslizou o polegar pela minha face e depois segurou meu queixo me dando vários selinhos. Me ajeitei em seus braços e dormi.
Acordei com o sol invadindo o quarto e o vento gelado bagunçando as cortinas fazendo eu me arrepiar. Eu havia dormido com a roupa da noite anterior e meu cabelo estava todo bagunçado. Acordei o Harry e como sempre aquela cara fofa dele me deu vontade de morder. Fiz um coque no cabelo e tentei desamassar um pouco minha roupa, em vão. Enxaguei a boca e passei uma água no rosto.
- Eu vou para casa – disse me encostando no Harry.
- Tá, depois me liga –ele disse com a voz rouca.
- Tá bom – dei um beijinho do rosto dele e fui embora. Nenhum de nós dois acordava de bom humor.
A tarde fui com meus pais conhecer a nova casa e a mobília chegou, passei o resto da tarde ajudando eles e a noite fui para a minha casa.
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Hoje era quarta-feira, desde domingo, quando eu dormi na casa do Harry, nunca mais o vi. As vezes no meio da noite nos falávamos pelo celular mas sempre tinha que desligar porque uns dos dois estava muito cansado e tinha trabalho no dia seguinte. Eu fui para a aula de dança com a esperança de que ele fosse me buscar. Fui a pé como sempre e assim q ...
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