Fanfics Brasil - 24º- Reconciliações calorosas One More Day

Fanfic: One More Day | Tema: One Direction


Capítulo: 24º- Reconciliações calorosas

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Hoje era quarta-feira, desde domingo, quando eu dormi na casa do Harry, nunca mais o vi. As vezes no meio da noite nos falávamos pelo celular mas sempre tinha que desligar porque uns dos dois estava muito cansado e tinha trabalho no dia seguinte. Eu fui para a aula de dança com a esperança de que ele fosse me buscar. Fui a pé como sempre e assim que atravessei a porta do estúdio recebi uma mensagem do Harry me avisando que não iria poder ir me buscar. Soltei um longo suspiro decepcionado e depois fui fazer as aulas. A Pe e o Taylor tinham ido para uma fazenda em Nova York, o que me deu uma pontinha de inveja, os dois sozinhos. Acabei, como sempre, as 15:00h, peguei minha bolsa e assim que sai pela porta encontrei o Austin.
- Seu namorado não vem te buscar hoje? – ele parou perto de mim e colocou as mãos nos bolsos da calça jeans. Por um momento eu pensei em me virar e sair andando, deixando ele ali sozinho com suas ironias.
- Ele não é meu táxi – sorri cínica.
- Mas você adoraria uma carona para a casa não é? – ele disse balançando as chaves do carro no dedo.
- Não, eu vou andando.
- A qual é Lu. Eu sou seu melhor amigo lembra? – ele arqueou as sobrancelhas.
- Pelo menos era te começar com graça.
- Graça?
- Olha, não vamos entrar nesse assunto de novo tá?
- Ok – ele levantou as mãos na altura dos ombros – vai querer uma carona ou não?
Eu estava com tanta raiva do Harry por ele ter ficado três dias sem me ver que pensei no quase pedido do Austin e resolvi aceitar. Eu tinha falado que o Harry não era meu táxi mas era quase uma regra, toda quarta-feira ele me buscava. Tudo bem, ele não era obrigado, mas já faziam três dias que nós não nos víamos, belo namoro esse.
Pedi e ele me deixou em frente a casa dos meus pais e eu resolvi sair antes que ele começasse com aquele assunto entre nós dois.
- Obrigada Austin – dei um beijo no rosto dele e desci. Do lado de fora escutei um “De nada, tchau” quase sussurrado.
Passei um tempo com a minha mãe e depois fui para a minha casa. Entrei e o Blue veio correndo, ele tinha crescido um pouco mas continuava sendo a minha bolinha viva. Tomei um banho e assim que sai cheguei meu celular e não tinha nenhuma ligação perdida ou mensagem do Harry.
Quinta e sexta-feira a tarde eu trabalhei que nem louca e sem nenhuma noticia do Harry a não ser umas mensagens de madrugada.
Chegou o sábado e eu não tinha nada para fazer. Resolvi dar uma passada na casa dos meus pais.
Ajudei minha mãe a fazer um bolo e depois fui conversar com a Laura.
- Lau, você já resolveu sobre o apartamento? – disse entrando no quarto dela e me sentando na beirada da cama.
- Eu vi uns anunciados no jornal, tem dois que eu gostei muito. Eles são em um bairro calmo aqui de Londres, é como se fosse um segundo centro, lá tem lojas... tudo o que eu preciso. Os dois que eu separei são um quarteirão de distancia.
- Parece ótimo, posso ir com você ver?
- Eu adoraria, estou pensando em ir segunda-feira. Tá livre?
- To.
Desci e me deitei com a minha mãe no sofá para assistir TV.
- Quem era aquele moço que te deixou aqui quarta-feira?
- Ah, o Austin.
- Quem é ele?
- Meu amigo – ela me olhou com olhar de reprovação – mãe é sério, ele era meu melhor amigo, a gente se afastou um pouco mas ele ainda é meu amigo, e só isso.
- Porque o Harry não foi te buscar?
- Porque ele estava ocupado e assim que estava saindo do estúdio encontrei ele e ele me ofereceu carona, só isso mãe. – disse e voltei a prestar atenção na TV séria.
- Você ta muito nervosa Luiza. Foi só tocar nesse assunto.
- Ta bom, todos sabem que eu namoro o Harry Roberts e esse namoro já deu muita polemica. Nós nunca deixamos isso atrapalhar e agora estou sentindo que o plano esta falhando. Eu não vejo ele a uma semana.
- Filha, vou ser sincera com você. Eu gosto do Harry, ele é um garoto bom e tudo mais, só que eu acho que você teve uma ilusão por ele. Você viu o que toda adolescente vê. Viu um cantor pop, bonito, famoso e deu a sorte de se relacionar com ele, qualquer garota normal se apaixonaria por ele e eu não te culpo por ter se envolvido assim.  Se eu fosse uma menina na sua idade também teria uma queda por ele porque isso é normal. Mas você está tão vidrada nele que eu sinto que a qualquer momento poderia desistir de tudo que conquistou até agora.
- Mãe...
- Lu, eu não estou brigando com você. Estou de dando um conselho. Eu não duvido que ele goste de você, mas você tem que entender que o namoro de vocês nunca será igual aos outros. Sempre vai ter um obstáculo, uma turnê, um show, fãs, boatos... para separar vocês.
- Eu gosto dele e tenho que certeza que ele também gosta de mim igualmente. Em apenas um ano de namoro já enfrentamos muitas coisas mas nunca desistimos, isso é uma fase.
- Será?
Eu resolvi não responder, não tinha o que responder. E se eu estivesse realmente iludida? Minha mãe tinha razão, eu sendo famosa ou não, não mudava o fato de que eu era uma adolescente como as outras apaixonadas pelo Harry.
Terminei de assistir ao programa e fui para casa. Me deitei na minha cama e fiquei pensando. Quando iríamos nos ver? Isso era bizarro, éramos namorados e ficamos uma semana sem nos ver? Eu não devia ligar, mas engoli meu orgulho e dei o primeiro passo.
- Fala? – ele atendeu.
- Fala? Ficamos uma semana sem nos ver, trocando só mensagens e quando eu te ligo você me atende nessa aspereza ? – falei irritada.
- Desculpa, é que eu to indo pra rádio agora gravar.
- Tá. A gente podia sair néh?
- Podemos almoçar amanha? – sim amanha, af.
- Amanha não sei se vou estar disponível, hoje a noite é certeza – fiz jogo duro. Precisei mentir, afinal eu não ia me rebaixar ao ponto de só quando ele pudesse ficaria comigo. Também tinha compromissos e orgulho.
- Eu vou ficar até as 19:00h.
- Pode ser as 20:00h então – falei em tom autoritario.
- Ta, mas...
- Vou desligar, tenho algumas coisas para fazer. Beijos
- Bei...
Desliguei antes dele se despedir direito. Estava na hora de mostrar quem tinha o controle da relação. Se o que eu sentia fosse realmente uma ilusão, eu iria descobrir.
O céu estava nublado e o clima pesado, o vento batia contra a janela do meu quarto e o frio fazia minha pele se arrepiar. Mesmo tendo sido curta e firme com o Harry no telefone, dando a impressão de tanto faz, eu queria estar perfeita essa noite. Querendo ou não eu me importava se ele gostava da minha roupa.
Quando deu 18h30min tomei um banho, sequei o cabelo porque estava frio. Tinha certeza que ia chover, então coloquei uma calça preta de couro, uma camiseta branca e uma camisa jeans por cima, calcei uma ankle boot e deixei o cabelo solto. Fiz uma maquiagem leve e passei um batom vermelho para destacar.
As 20h10min ele passou em casa e fomos jantar. Paramos em frente a um restaurante que tinha as paredes vermelho vinho e a enorme porta de madeira estava aberta mostrando a recepção, o balcão feito de vidro e atrás da recepcionista tinha um quadro da torre do Big Ben em preto e branco, provavelmente uma foto antiga.  O restaurante tinham dois andares, optamos pelo de baixo. Descemos a escada de madeira, provavelmente a mesma da porta da entrada, e pela parede seguia um caminho de fotografias de homens em preto e branco. As mesas eram todas de vidro com o suporte de madeira e as cadeiras marfim.
Eu estava disposta a fazer daquela noite a minha vitória sobre o controle. Deslizei o dedo pelo cardápio na coluna de preços. Estava prestes a pedir o prato mais caro, olhei por cima do cardápio e o Harry ergueu uma sobrancelha pra mim, procurei na coluna de preços de novo e achei um segundo mais caro, mais barato que o primeiro. Porém eu nunca gostei daquele prato, o que me deixou sem alternativas e eu tive que voltar ao preço maior. Juro que tentei, mas fazer o que? Só que preço não era o problema ali.
Fizemos o pedido e logo voltaram com uma garrafa de vinho tinto. A comida chegou e depois de comermos ficamos conversando. Minha taça de vinho estava na metade e aquele foi o momento onde o ditado popular ganhara cena. Deslizei o dedo sobre a borda, fazendo um barulho meio irritante, mas meus pensamentos estavam concentrados em tentar entender se minha taça estava meia cheia, ou meia vazia. Pode parecer bobagem mas é assim que vemos se a sua vida anda como planejava.
A um mês atrás, eu diria que estava meia cheia, o otimismo é sempre bom. Nesse exato momento eu diria que estava meia vazia, pessimismo não faz você se decepcionar se a resposta for negativa.
- No que você esta pensando? – o Harry perguntou.
- Na vida – disse e olhei pra ele – como anda a sua?
- Corrida. Ensaio e passagem de som todos os dias. Essa semana que esta por vir vai ser pior ainda – imaginei se poderia piorar, agora exterminaríamos a fase das mensagens, assim como aconteceu com a dos encontros, as ligações? Qual era o próximo passo? Conversar por redes socais? Ai já seria de mais. Estaríamos mentindo e mantendo uma namoro “fake”- vamos ter uma reunião terça-feira para falar sobre a nova turnê que estamos planejando,quarta iremos fazer o novo photoshop para a revista Vogue, sábado teremos um show em connecticut e domingo uma seção de imprensa.
- Nossa. Imagina? Se essa semana nós não tivemos tempo nem para trocar mensagens – joguei verde.
- Foi muita correria. Mas tenho muito trabalho ainda...
- Tá vendo? Eu fiquei sozinha a semana inteira, e quando finalmente temos um tempo, um único tempo, juntos, você quer falar de trabalho? Eu to me sentindo largada.
- Lu, eu tenho trabalho. Não posso faltar a compromissos importantes.
- Você tem namorada. Não pode fazer uma ligação? Pelo menos pra ela é importante.
- Isso já ta virando uma discussão?
- Não sei!
- Eu não posso deixar de fazer as coisas, os preparativos para o show, os ensaios... para te ligar só para ouvir se ta tudo bem ou não.
- Ah, então é assim? Não importa se eu to bem ou não.
- Eu sei que você está.
- A é? Sabe como? Ganhou uma bola de cristal?
- Se não estivesse você me ligaria.
- Talvez eu estivesse mal mas você me ignorou tanto que eu poderia sentir vergonha até mesmo de ligar pra você, porque você poderia estar tão ocupado e eu só te atrapalharia. E a última coisa que eu quero ser é uma namorada grudenta, mas um relacionamento a um não da certo– ele ficou em silencio e meus olhos se inundaram de lágrimas, as controlei. Aquela noite era eu quem mandava – quando foi que tudo fico assim?
- Ã? Não to te entendendo hoje!- ele bufou.
- Até domingo tudo estava tão bem, de lá pra cá as coisas mudaram muito – apoiei meus cotovelos em cima da mesa, agradeci pelas pessoas que conversavam alto e as musicas que saiam dos auto falantes encobrirem o som da nossa briga.
- Você sabe que eu te amo, mas tenho outras coisas para fazer.
- Até quando? Parece que esse amor vem se desfazendo porque já faz um tempo que eu estou sentindo você se afastar. Quem diria que sábado seria a última noite digna de namorados que teríamos. Talvez eu esteja sentindo a mesma coisa que o Austin, a única diferença é que eu não corro atrás.
- Porque você é orgulhosa de mais! – seus olhos ganharam um verde escuro, quase cinza, um tom sombrio.
- Eu sou orgulhosa? Se não tivesse te ligado hoje, você me ligaria?
- Você sabe que sim – ele falou como se estivesse entediado da conversa.
- Mentira, você não queria nem estar aqui essa noite. Talvez minha mãe estivesse certa, eu sou só mais uma adolescente iludida por você – peguei minha bolsa em cima da mesa e subi as escadas do restaurante deixando ele lá. Ele não moveu um músculo, seus olhos ainda estavam fixados na cadeira onde eu estava sentada e as duas mãos pousadas sobre a mesa ao lado dos pratos.
Sai pela porta sem olhar para trás, tive medo de que se me virasse e visse ele vindo ao meu encontro desistisse de concertar o relacionamento e deixar ele me controlar de novo. Acenei e entrei no primeiro táxi que eu vi, pedi para ele me deixar em casa.
Eram 22:00h e a Dani estava na sala. Lágrimas encheram meus olhos e logo transbordaram, finalmente eu podia me liberar, podia desabar e chorar até se esgotarem minhas lágrimas. Podia parar de ser forte e me dar um tempo.
- Lu... o que aconteceu? – a Dani me viu chorando e veio até mim.
Eu deslizei pela porta e me agachei no chão, levando as pernas para perto do peito, e chorei mais ainda. Porque tinha que ser assim? Eu só queria um namorado que ficasse comigo, que se importasse. Até pouco tempo eu tinha, mas de uma semana pra cá as coisas mudaram muito, de um jeito quase impossível. Eu podia estar sendo muito exagerada mas depois do jeito que ele falou comigo hoje eu tinha certeza que estava fazendo a coisa certa. E, se como minha mãe tivesse dito, eu estivesse apenas encantada por ele ser lindo e famoso? Eu não queria um namoro assim, eu queria algo verdadeiro, amor. Eu não tive muitos relacionamentos, mas tive o bastante para saber o que era só curtição e não querer mais. Eu queria algo sério agora. Mas e se ele não quisesse? Afinal é famoso e pode ter qualquer uma, porque se prender a uma só?
Eu estava louca, como podia pensar uma coisa dessa dele? Até ontem, quase, eu dizia que ele era o amor da minha vida e agora achava ele um idiota? Ótimo, bipolar.
- Lu? Ta me preocupando! Te machucaram? – a Dani se ajoelhou a minha frente.
- Machucaram Dani – minha voz falhou por causa do choro.
- Onde? Quem?
- O Harry... o meu namoro.
- Ele te bateu?
- Ta doendo aqui – coloquei a mão sobre o peito.
- Ah – ela disse e se sentou ao meu lado e me deitou no colo dela, fazendo carinho no meu cabelo – me conta o que aconteceu?
- Acho que meu namoro ta acabando, eu não esperava que fosse desse jeito.
- Ainda não entendi.
- Desde domingo eu e o Harry não nos falávamos, apenas algumas mensagens “secas” durante a madrugada. Hoje eu praticamente tive que obrigar ele a sair comigo, e se você visse como ele falou comigo. Disse que não tinha tempo só pra me ligar e ouvir que eu estava bem. Ele foi tão grosso! Que idiota – falei cerrando os dentes entre as lágrimas.
- Talvez ele estivesse estressado.
- A semana inteira?
- Uai, talvez fosse por isso que ele não queria sair hoje. Não queria brigar com você.
- Ele ia é me dar o bolo amanhã de novo. O jantar inteiro ele falou sobre trabalho, só existe isso agora.
- O Liam já teve uma fase assim, foi quando nós demos um tempo e você veio morar comigo. Acredite, não foi fácil. Eu também não queria entender o porque ele estava chato e ignorante comigo. Ele agia como se só existisse a banda. Foi um mês difícil – ela falou com calma.
- Será que isso vai passar? – as lágrimas caiam mais lentas.
- Tenho certeza que sim, é só deixar o tempo passar.
- Mas é que eu to com tanta raiva que agora só quero xingar ele!
- Eu sei como se sente.
Ficamos deitadas ali no chão mais ou menos uns 20min depois eu me levantei e passei a mão no rosto para enxugar as lágrimas. A Dani me deu um beijo na bochecha e nós nos levantamos, eu fui para o meu quarto e ela voltou para a TV.
Tirei aquela roupa e deitei na cama só de lingerie e me cobri, dormi. Acordei no outro dia as 09h30min com a porta do meu quarto se abrindo. O Blue entrou e deitou na minha cama, logo depois senti alguém se deitando ao meu lado.
Me odiei por ter deitado direto na cama, sem colocar um pijama ou até mesmo tirar a maquiagem borrada.
Senti dedos deslizarem pela minha face e continuei de olhos fechados. Era o Harry. Eu conhecia o seu toque.
- Até quando vai fingir que está dormindo? – ele perguntou suavemente.
- Até você perceber o tamanho da burrada que cometeu – continuei de olhos fechados.
- Eu já percebi – continuei de olhos fechados – desculpa Lu. É que esses dias eu tava cheio de trabalho e muito estressado. O Spencer fica em cima cobrando e sempre que eu vou a algum lugar é uma correria. Desculpa – ele se deitou na minha cama, o Blue desceu e saiu do quarto. Eu passei a coberta pelos olhos para  tirar o borro da maquiagem, pelo menos um pouco. Eu estava só de lingerie e não puder controlar, meu corpo estremeceu e se arrepiou quando ele se deitou perto de mim.
- Só não desconta em mim, eu não mereço.
- Tá – ele deslizou o dedo pela minha face e depois segurou meu queixo e me deu um beijo – você quer casar comigo? – eu concordei com a cabeça – não, eu to falando de verdade, casar agora.
- Harry – eu olhei nos olhos dele – agora? Está muito cedo, fizemos um ano de namoro a pouco tempo. Eu tenho só 17 anos.
- Essa não seria a forma de dizer aos outros que nada pode nos separar?
- Seria a forma de dizer que eu sou interesseira ou então estou grávida – ele não disse nada, só me olhou com ternura.
Até ontem a noite eu estava o odiando, querendo que ele morresse. Agora eu me sentia culpada por isso, culpada por desejar que ele morresse. Como eu podia querer isso? Mas uma vez estava provado que ele exercia um influencia sobre mim.
Ele deslizou a mão para o meu quadril e percebeu que eu estava só de roupas intimas, selou nossos lábios num beijo de reconciliação. Seu corpo estava um pouco gelado pelo clima lá de fora e o meu quente por ter passado a noite de baixo das cobertas.
- A Dani mandou avisar que foi no mercado – ele disse entre o beijo.
- Você esta dando o recado porque ela pediu ou é só para avisar que estamos sozinhos em casa? – perguntei e ri.
- Acho que a segunda opção – ele voltou a me beijar. Ele passou seus dedos pela minha nuca e segurou no meu cabelo – adoro seu cheiro e a sua boca – ele disse suavemente.
- Eu amo seus olhos – o encarei por um tempo – e a sua voz – fechei os olhos e suspirei – não saberia viver sem isso – um arrepio percorreu meu corpo.
- Não precisa saber, porque não vai precisar – ele se virou e ficou por cima de mim. Colocou uma perna de cada lado do meu corpo e se debruçou sobre mim. Eu deslizei as mãos pelas suas costas até chegar a sua cintura e puxar a sua camisa para cima, tirando-a. Seus lábios percorriam todo o meu corpo e eu estava louca. O meu celular tocou.
- Deixa ele tocar – o Harry disse.
- Eu tenho que atender – disse entre o beijo.
- Estamos no meio de uma linda reconciliação – ele falou rindo.
- Engraçadinho – disse e atendi o celular.
- Lu? Você lembra que hoje tem aquela edição de fotos para os outdoors da Chanel néh? – o Charlie perguntou.
- Claro, como eu iria esquecer... que horas mesmo?
- Sabia que você tinha esquecido. Vamos logo se não, não vai dar tempo. É as 11:00h.
- Ainda são 10:00h.
-Não, são 10h15min. Vem logo!
- Tá, eu já to saindo de casa.
Desliguei e joguei o celular em um canto da cama. Levantei correndo e abri meu closet, peguei um vestido azul escuro e uma sandália cor da pele. Procurei um sobretudo e um lenço.
- Que foi? – ele perguntou e eu me virei pra ele.
- Tenho uma edição de fotos para os novos outdoors da Chanel. E para de me olhar com essa cara porque eu perdi o clima – ele fez uma cara de “você quem sabe” e se deitou na minha cama colocando os braços atrás da cabeça.
Corri pro banheiro e penteei o cabelo, escovei os dentes, arrumei a maquiagem e passei um perfume. Voltei para o quarto, peguei uma bolsa cor creme, de lado, e meu celular, carteira. Desci as escadas correndo e o Harry desceu atrás. Peguei as chaves do carro.
- Eu posso te levar, meu carro já esta na rua.
- Tá bom – coloquei as chaves de volta e nós saímos.
Ele me deixou em frente ao estúdio onde seriam feitas as fotos, eu sai correndo do carro e entrei. Todo mundo já me esperava.

                                                                    ~*~


 


Como eu tinha ido com o Harry ele teria que ir me buscar, liguei pra ele e logo passou lá.
- Eu estou com um pouco de pressa, preciso passar na gravadora. Eu e os meninos estamos fazendo o novo CD. Você se importaria de ir comigo?
- Não. Tudo bem.
Fomos para a gravadora e o Harry deixou o carro no estacionamento. Todos os meninos estavam lá e o Spencer também.
Era tão lindo ver a amizade dos meninos. Se via de longe que era verdadeira, eles não tinham inveja um do outro. Se um estivesse feliz os outros também estavam, eram como irmãos. Talvez até mais unidos que irmãos. As vezes eu via as fotos das turnês e imaginava a bagunça que devia ser. Eternas crianças.
Me sentei em um sofá de couro preto que tinha dentro da gravadora, os meninos entraram na cabine e o Spencer ficou do lado de fora.
Começou a gravação mas sempre tinham que interromper para fazer os ajustes. Era demorado e complicado, enquanto eles ainda ensaiavam a terceira música eu sai um pouco da sala e comprei um copo de café expresso na lanchonete perto da gravadora.
Voltei correndo, antes que muita gente me visse. Antes de entrar na sala meu celular tocou, era a Laura. Me sentei em um banco do  corredor para conversar com ela.
Ela queria me falar sobre os apartamentos que tinha gostado e combinamos quando eu iria com ela ver eles, segunda-feira ela iria ter plantão. Fiquei um bom tempo lá fora, tempo o bastante para ver o Liam, o Gabbe e o Niall saindo da sala. Desliguei o celular e entrei, meu café já tinha acabado e eu joguei o copo em uma lixeira.
- Onde você tava? – o Harry perguntou.
- Lá fora falando com a Laura – mostrei o celular – já acabou?
- Mais ou menos, me deixaram aqui para terminar de ajudar a editar as músicas. Gravamos nem a metade, todos tinha “compromissos”.
O Spencer e as pessoas que estavam cuidando do som saíram da sala por um tempo. O Harry se sentou em uma cadeira e puxou o microfone para perto dele. Lá fora se escutava gritos, uma multidão se formou rapidamente ao descobrirem onde eles estavam. Eu ri baixinho e o Harry também. Mesmo namorando há um ano era difícil me acostumar com essas “perseguições” . Fiquei reparando e era incrível a facilidade com que o Harry mexia no painel. Ele erguia e descia botões e eu fiquei imaginando se ele realmente sabia o que estava fazendo. Como ele usava um fone de ouvido não dava para escutar a música, só um toquinho. Ele tirou os fones e depois deslizou a cadeira até chegar em frente a um teclado.


 


{Música: http://www.youtube.com/watch?v=d020hcWA_Wg }


 


- Fiz aulas de piano durante muito tempo – ele deslizou os dedos sobre o teclado.
- Você sabe tocar muita coisa – sorri e me sentei na cadeira de couro marrom que ficava quase ao seu lado.
Ele começou a tocar no teclado e logo reconheci a música, Coldplay – Clocks. Ele arqueou as sobrancelhas e me olhou.
- Ah, não. Não mesmo, eu não sei cantar e pode chegar alguém aqui e vai ser meio constrangedor – engasguei tentando me explicar.
- Ah, por favor? Você canta bem, aquela vez que cantou em português pra mim, na sua formatura.
- Chega a ser humilhação. Você é cantor profissional, músicas não são a minha especialidade. Prefiro câmeras, roupas, sapatos e maquiagens.
- Ninguém vai chegar aqui. Você já cantou pra mim uma vez, eu te ajudo.
Ele começou a tocar no teclado novamente e eu cantei:


The lights go out and I can`t be saved


Tides that I tried to swim against


Have brought me down upon my knees


Oh I beg, I beg and plead, singing


 Come out of things unsaid


Shoot an apple off my head and a


Trouble that can`t be named


A tiger`s waiting to be tamed, singing


 You are


You are

Na segunda parte cantamos juntos:

Confusion that never stops


Closing walls and ticking clocks


Gonna come back and take you home


I could not stop that you now know, singing


 Come out upon my seas


Cursed missed opportunities


Am I a part of the cure?


Or am I part of the disease? Singing


 You are, you are, you are


You are, you are, you are

Depois ele me deixou com o solo:

And nothing else compares


Oh nothing else compares


And nothing else compares


 


You are


Home, home where I wanted to go


 


(As luzes se apagam e eu não posso ser salvo
Ondas contra as quais eu tentei nadar
Me trouxeram a baixo, sobre meus joelhos
Ah, eu imploro, eu imploro e suplico, cantando


Me fale as coisas reveladoras não ditas
Atire fora a maçã em minha cabeça
E um problema que não pode ser nomeado
Um tigre está esperando pra ser domado, cantando


Você é
Você é


Confusão que não acaba,
Paredes fechadas e relógios tiquetaqueando
Eu vou voltar e te levar para casa
Eu não poderia parar agora que você sabe, cantando


Apareça sobre meus mares
Malditas oportunidades perdidas
Eu sou uma parte da cura ?
Ou sou uma parte da doença ? cantando


Você é, Você é, Você é
Você é, Você é, Você é


E nada se compara
Ah, não nada se compara
E nada se compara


Você é
Lar, lar onde eu queria ir)


 


- Falei que você sabia cantar – ele puxou a minha cadeira de rodinhas para mais pero da dele e me deu um selinho.
- Sabe mesmo – o Spencer falou entrando e eu fiquei vermelha de vergonha. Ele tinha escutado tudo? Que vergonha, era mais que óbvio que eu não cantava bem. Pelo menos não comparado ao Harry – você tem uma voz macia para cantar. – mas uma vez eu fiquei vermelha.
- Eu também acho – o Harry sorriu pra mim e depois deslizou de volta para o painel.
Ele terminou de fazer algumas coisas e em menos de meia hora me deixou em casa. Eu subi para o meu quarto e tomei um banho. Como eu era estranha, em um dia jurava ódio mortal pelo Harry e hoje até cantamos juntos como se nada tivesse acontecido. Sai do banheiro e deitei na minha cama para ler um livro, acabei dormindo.
Acordei no dia seguinte numa preguiça absurda. Do jeito que levantei me sentei na cadeira do computador e entrei nas minhas redes sociais.
No facebook eu seguia uma página de Fã Clube da One Dream, fiquei feliz ao ver que as Dreamers (seguidoras da banda) já me aceitavam e, de acordo com as legendas das fotos, me achavam “fofa”.
No twitter as ameaças tinham dado lugar a recados amorosos. Os sites de revistas estavam limpos, nada que falasse de mim e do Harry. Pelo menos não estavam falando mal néh?
Desliguei o computador e fui até a cozinha preparar o almoço. Fiz arroz, feijão e bife. Ah que saudade eu sentia desse prato.
Logo a Dani também acordou e nós comemos, depois ela lavou a louça e eu escovei os dentes e deitei no sofá para assistir TV. Como sempre a banda estava em tempo de shows e tinham as coletivas e ensaios de tarde e a noite os shows.
Quarta-feira fiz as aulas de dança e o Harry me levou em casa. Chegou o final de semana de novo, meu ultimo final de semana de férias. Era sexta a noite e a turma toda ia sair. Optamos por um restaurante mais fechado, onde os menino frequentavam.
- Como vai a nossa nova estrela? – o Niall perguntou pra mim.
- Porque nova estrela? – perguntei.
- Ui, não contou pra ela Harry? – o Taylor falou. Estávamos sentados em uma mesa, enorme, e o Harry colocou o braço no encosto da minha cadeira.
- Contou o que?
- Lembra quando você – eu olhei sem entender – nós, cantamos na gravadora? Por uma feliz coincidência...
- Coincidência nada! – o Gabbe riu.
- O gravador estava ligado e gravou sua voz. O Spencer adorou e achou que era uma boa ideia lançar na internet.
- A vocês não fizeram isso néh? Eu não sei cantar.
- Eu gostei – o Liam e o Niall falaram juntos.
- Viu? Teve milhares de acessos
- Em uma semana? – meu queixo caiu.
- Pois é.
-  Ah Lu... eu já disse que eu e você nos parecemos muito. Ta vendo? Até o talento! É das minhas gente – o Gabbe disse e todos riram.
- Eu quero ver esse vídeo depois – a Dani falou.
- Na verdade é só uma gravação.
- Eu não acredito – ri – que vergonha – apoiei o rosto nas mãos – e você Pe? Como foram as férias na fazenda? – perguntei pra mudar de assunto e ela corou e nós rimos.
O celular do Niall tocou e ele disse que era o Spencer, ele queria uma reunião de última hora com os meninos.
- Vou levar você em casa –o Harry disse.
- Ah não, meninas vamos ficar? Depois nós vamos? – pedi.
- Ta – elas falaram.
- Vão embora como? – o Liam perguntou.
- Taxi – a Dani respondeu.
- Ta bom. Se cuida – o Harry me deu um selinho e eu me arrepiei, sentir seus lábios mornos contra os meus era uma sensação maravilhosa.
- Pode deixar, se cuida você também – ele pegou o casaco que estava no encosto da cadeira e saiu com os garotos, as meninas mudaram de cadeira fazendo com que ficássemos uma perto da outra. Enquanto eles se dirigiam até a porta fiquei fitando o Harry, ele usava uma calça Skinning preta que alongava suas pernas, um sapato social marrom e camisa de botões preta com uma jaqueta por cima.
- Nossa, daqui a pouco vou pedir um babador pra você – a Jack brincou. Eu nem me dei conta de que estava fitando ele e mordi o lábio levemente por reflexo.
- Desculpa – ri sem graça.
- Tem uma babinha aqui – a Dani mostrou com o dedo o canto da boca.
- Sem graça – ri e taquei um guardanapo nela, depois passei a mão na boca para me certificar que não tinha nada e elas riram.
Lá fora escutamos uma gritaria.
- Imagina se estivéssemos junto? Acho que tacariam pedras na gente – a Dine disse e riu.
- Ah não é pra tanto, elas gostam da gente. Só tem ciúmes, mas querendo ou não nós que somos namoradas deles – a Dani disse e empinou o nariz.

                                                                      ~*~


 


Acordei sábado com a Laura me ligando.
- Lu, você vai comigo ver os apartamentos néh?
- Vo sim, quando?
- Agora. To passando na sua casa em 10min.
- 15.
- Ta bom.
Ela desligou e eu ratejei para fora da cama, fiz minha higiene matinal e prendi o cabelo num rabo de cavalo. Estava um pouco frio então eu coloquei uma legging e botas na altura dos joelhos com uma blusa azul bebe apertada que cobria até metade das minhas coxas e uma jaqueta. Apesar do frio, lá fora o sol estava alto, então peguei meu óculos de sol e uma bolsa. Logo a Laura passou em casa e nós fomos ver os apartamentos.
- Esse é perfeito – disse a Laura. Estávamos no segundo e último apartamento do qual ela selecionara. Era no quarto andar, ficava em uma espécie de “segundo centro” de Londres, a rua era movimentada e o bairro valorizado. O prédio era cinza quase azul marinho, tinha uma sacada por apartamento e as janelas de vidro fumê. Por dentro ele era perfeito e aconchegante. Tinha uma lareira na sala, dois quartos, um sendo suíte, um banheiro no corredor, cozinha e dispensa unidos em um só. Na cozinha uma parede era de vidro, ela tinha uma porta de correr que dava passagem para uma área externa, cercada por muros altos e virada para os fundos do condomínio de prédios.
- Também adorei esse – falei.
- E ainda está meio que dentro do preço que o pai estabeleceu – ela sorriu.
- Meio que no preço?
- É, umas libras mais caro só que eu dou um jeito – ela sorriu.
Voltamos e ela me deixou em casa, tomei um banho e comecei a fazer minhas unhas.
- Amiga, vai ter uma festa na praia da cidade ao lado. Vamos? – a Dani perguntou entrando no meu quarto.
- Agora? – perguntei com a voz abafada por causa do palito de fazer unha que eu segurava entre os dentes.
- É.
- Mas ta frio – segurei o palito com a mão.
- Bota um monte de roupa, vamos. É tipo um luau, lembra daquele que a gente foi aquela vez?
- Ah, aquele que vocês me deixaram sozinha.
- Sozinha o caramba, você fico com o Harry.
- Ta bom, ta bom – terminei de passar esmalte nas unhas do pé e me levantei para escolher uma roupa. Mandei uma mensagem para o Harry perguntando se ele ia e ele disse que tentaria passar lá.
Escolhi um vestido soltinho branco com renda, meu All Star vermelho e uma jaqueta bem quente. Prendi o cabelo numa trança escama de peixe embutida e passei uma maquiagem leve.
Eu fui de carro com a Dani e assim que chegamos lá a praia estava lotada. Uma fogueira enorme estava localizada no meio da praia e uma multidão de corpos estava em volta dela, talvez por ser a única fonte de calor.
Nos aproximamos da multidão e a Dine, a Jack e a Pe já estavam lá. Ficamos conversando e dançando ao som de uma turma de meninos que tocavam violão. Distribuíram bebidas e eu analisei bem descobrindo que era energético com vodka, peguei um copo misturado com refrigerante para não ficar muito forte. Depois de uns copos misturados comecei a beber puro como todos estavam bebendo. Alguém chegou por trás e tirou o copo da minha mão.
- Ei! – gritei e me virei.
- Já chega néh? – disse o Harry arqueando as sobrancelhas.
- Oi amor – eu disse rindo.
- Já ta bêbada?
- Eu sei que você gosta quando eu to bêbada – segurei no colarinho da camiseta polo dele.
- Porque eu gostaria? – ele sorriu de lado.
- Porque no final você sempre me leva para a sua casa – fiz biquinho e ele riu, cheirou meu copo.
- Vodka?
- Com energético – eu disse e ele bebeu um pouco – eu estava bebendo misturada antes. Juro.
- Sei. Mas não tá tão forte, tem mais energético que álcool aqui.
- Eu avisei – ri. A Dani chegou até mim dançando, estava pior que eu. Nós duas começamos a dançar junto com o resto das pessoas e o Harry ficou rindo enquanto bebia o que estava no meu copo.
- Me tira daqui – pedi me encostando no Harry. Depois de ter dançado eu senti minha cabeça pesar.
- Vem – ele passou o braço pela minha cintura e nós fomos caminhando pela praia escura.
- Bem melhor – sorri. Eu havia tirado meu All Star e o Harry amarrou os cadarços fazendo um cordão para ser carregado, ele também tinha tirado os sapatos.
- Toma – ele me ofereceu uma garrafinha de água.
- Onde comprou isso?
- Na loja de conveniência na rua atrás da praia.
- Obrigada – respondi tomando a água, depois de um tempo senti minha dor de cabeça diminuir. Eu comecei a cantar baixinho e percebi que o Harry me olhou de soslaio e sorriu – lembra aquele dia, na minha casa, que você falou em casamento? – perguntei.
- Sei, o que que tem?
- Porque fez aquilo?
- Pedir você em casamento? – ele arqueou as sobrancelhas e eu assenti – não tem uma explicação. Eu me senti seguro o bastante para lhe fazer o pedido e se você aceitasse eu não recuaria.
- Você... ficou magoado que eu disse não?
- Não. Eu te entendo. Não devemos ser precipitados, temos muito tempo pela frente e não te nada de errado em curtir a vida um pouco.
- Curtir a vida? Hm – brinquei com ele.
- Já até sei no que você pensou – ele riu.
- Desde quando lê pensamentos?
- Ainda duvida dos meus super poderes? – ele brincou.
- Que poderes? Ta louco? – brinquei também.
- Minha super força – ele disse e me pegou no colo.
- Força? Eu sou super leve – comecei a gargalhar.
- Você que pensa, tá gordinha – ele me apalpou e depois me colocou no chão.
- Ei! Eu deixei? Eu tenho namorado sabia?
- Ah é? E como ele é?
- Bem... ele é super alto, tem cachos castanhos, os olhos verdes mais lindo que eu já vi, pernas longas e lindas, nariz fino, braço forte...
- Ah ele é perfeito.
- Não, ele é um mala! – ri alto.
- Mala? – eu e ele estávamos abraçados e andando ao mesmo tempo, eu o empurrava e ele andava para trás.
- É, se acha de mais. Só porque tem uma namorada linda, morena, dos olhos castanhos profundos, bochechas vermelhas, corpinho, cachos definidos... humilde.
- Marrenta, orgulhosa, metida...
- Ei! – eu o empurrei e ele segurou meus braços fazendo com que caíssemos de costas na areia úmida e gelada.
- E bêbada – ele completou.
- Não estou bêbada – ele me virou ficando por cima e ficou tão perto da minha boca que eu pude sentir o cheiro de sabonete e perfume .
Ele foi chegando cada vez mais peto até encostar nossas bocas. Estávamos em uma parte da praia que eu nunca tinha visitado antes. Era escura e fria, o silencio só era rompido pelo barulho das ondas batendo contra as rochas. Um vento frio bagunçou minha franja e meu corpo se arrepiou. Ele colocou minhas mãos a cima da cabeça e beijava meu pescoço ferozmente. Momento algum ele tocou no meu vestido, as vezes eu o achava muito certinho. Me respeitava de mais, não que isso fosse ruim mas as vezes era bom um pouco de controle. Eu girei nossos corpos de forma com que eu ficasse por cima e me sentei de frente pra ele, meu vestido se ergueu até a minha cintura e a renda caiu sobre minhas pernas tampando tudo. Ele colocou a mão na minha coxa e apertou com força, eu mordi seu lábio inferior e ele me apertou mais ainda.
Não demorou muito e começamos a nos amar, ali, na praia. O vento jogava meu cabelo para trás e eu era aquecida pelo calor do corpo dele. Minhas unhas roçavam nas suas costas e nossos lábios não se desgrudavam.
Deitei-me ao seu lado na areia e o frio úmido atravessou meu vestido e fez minha perna gelar. Enfiei meu rosto do peito do Harry e novamente o calor dominou meu corpo, a areia entrou no meio dos meus dedos do pé fazendo cócegas e eu fechei os olhos por um momento, só para poder sentir melhor o momento. Senti carinhos no meu rosto e pelo arrepio que percorreu meu corpo soube que eram lábios. Ele beijou a ponta do meu nariz e eu sorri. A quanto tempo não me sentia feliz assim.
- Acho melhor voltarmos para a festa – ele disse baixinho.
- É – disse e ele me ajudou a me levantar. Limpei a areia do vestido e da minha jaqueta, calcei os tênis e tirei a areia do cabelo. Ele me deu a mão e nós fomos andando lentamente pela praia de volta a festa. De mãos dadas, caminhando pela praia, parecíamos duas crianças que se gostavam mas tinham vergonha de assumir o sentimento.
Chegando perto das pessoas escutamos gritos. O Niall e o Gabbe tocavam violão como se fosse guitarras no meio da festa, as meninas que estavam presentes cantavam e a Dine e a Jack só as encaravam feio.
Vi uma silhueta alta, forte, vestindo uma calça jeans preta e camisa de gola V preta também. Estava de costas mas mesmo assim reconheci as costas largas e os cabelos arrepiados. Austin.
Resolvi não falar nada pro Harry, até porque ele iria querer ir embora na hora. Atravessamos a multidão até chegarmos onde os meninos tocavam.
Fiquei junto da Dani enquanto o Liam e o Harry também entraram na farra.
- Você viu quem acabou de chegar? – ela disse.
- Vi – suspirei e me abracei para conter o frio.
- E você viu que esse mesmo alguém está vindo pra cá? – ela soltou uma risada brincalhona olhando para a frente.
- Sério? – não teve tempo dela responder. Senti uma mão quente no meu braço.
- Lu – ele disse.
- Oi Austin – sorri de lado.
- O que está fazendo aqui?
- A mesma coisa que você – sorri.
- Eles são mesmo as atrações por onde passam – ele apontou com o copo de bebida para onde os meninos tocavam. Eu não respondi – eu não disse isso para provocar – ele disso vendo a minha expressão.
- Desculpa.
- Por?
- Por tratar você assim.
- Já ouviu aquele ditado: Onde a implicância ha amor? – ele sorriu sarcástico.
- Retiro o que disse – revirei os olhos.
Conversamos por um tempo e depois eu fui até o Harry. Ele em abraçou de lado. Meu celular tocou.
- Alô – tampei um ouvido por causa do barulho.
- Luiza? – a Laura chorava – onde você tá?
- Estou na cidade vizinha, uma festa.
- O Pai sofreu um acidente de carro, vem logo.
- O que? - quase deixei meu celular cair na areia – qual hospital? – ela me passou o endereço – já to indo me espera!
- O que foi? – o Harry me olhou - Hospital?
- Meu pai – lágrimas caíram dos meus olhos – ele sofreu acidente de carro.


 


 


 







 



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • wilsonmf Postado em 23/07/2013 - 00:39:28

    Pelo que eu vi na história, parece uma fanfic boa, vou acompanhar! :D


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