Fanfics Brasil - 27º - Sua bebê One More Day

Fanfic: One More Day | Tema: One Direction


Capítulo: 27º - Sua bebê

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Eu não havia contado para ele que ia para Nova York. Eu não havia explicado sobre eu e o Austin sermos padrinhos. Eu não havia feito nada, nem mesmo falado com ele.
Desde ontem nós não trocamos nem mensagem. A tarde arrumei minhas malas para a viajem. Talvez passar uma semana em Nova York seria bom, respirar novos ares, dar um tempo de tudo. Quem sabe esse tempo afastados não apagaria a discussão de ontem?
Voltaríamos na quinta-feira, ótimo porque sábado era meu aniversário de 18 anos. A Jose tinha prometido cuidar de tudo sobre a festa. Eu e a Laura conversamos pelo Messenger e ela disse estar muito triste pela situação. Meus pais nem deram sinal de vida, assim como o Harry.
Estava na hora de acabar com isso. Nós éramos namorados mas uma briga não podia terminar nosso relacionamento, podia? Eu tinha que avisar que estava viajando, ele sempre me avisava. Só não avisava quando voltava. E era isso que eu ia fazer.
Peguei meu celular e procurei seu numero na agenda telefônica.
- Harry? – disse tentando parecer normal.
- Oi Lu – ele parecia estar normal.
- Eu vou viajar para Nova York com a faculdade. Achei melhor te avisar.
- Nós podemos nos encontrar? Acho que precisamos resolver umas coisas.
- Tá. Quando e onde?
- Bem, hoje a noite não dá. Então podemos almoçar amanha?
- Ta bom.
Marcamos o local e depois eu disse que tinha que terminar de arrumar as malas. A noite eu fiquei sozinha em casa, a Dani tinha saído com o Liam.
- Da hora a vida – disse pro Blue que estava dormindo no sofá. Ele abriu um olho e depois fechou de novo – nem você quer papo néh? – ele suspirou e virou de barriga pra cima.
Domingo acordei cedo. Resolvi correr, coloquei uma roupa de ginástica e fui dar uma corrida pelo quarteirão. Voltei as 11:00h e tomei um banho para me arrumar e ir ao encontro, coloquei um vestido azul bebe com estampa de pequenas flores beges e amarelas com um cinto marrom na altura da cintura. Calcei uma sapatilha bege e peguei minha bolsa.
Fui até o restaurante combinado mas o Harry ainda não tinha chegado, me sentei em uma mesa e depois de uns minutos ele chegou. Vi que o Logan ficou na porta.
Ele chegou na mesa e passou a mão enorme e quente pelo meu braço e depois beijou minha testa e se sentou à minha frente.
- oi.
- oi.
- Já pediu alguma coisa? – ele perguntou lendo o cardápio.
- Não, achei melhor te esperar.
Nós fizemos os pedidos e depois de almoçar o Harry fez questão de pedir a sobremesa. Era uma espécie de sundae, a taça era feita de calda quente e chocolate com castanhas e duas bolas de sorvete de creme e chantili.
- Olha, sobre ontem... eu odeio brigar com você. Mas as vezes eu fico sobrecarregado e os seus ataques de ciúmes não ajudam muito – senti sinceridade.
- Desculpa, mas é que as vezes você parece não enxergar o óbvio. Se você soubesse o que aquela garo... a Mandy vem me dizendo, enchendo minha cabeça...
- Como eu disse ontem, ela ta tentando mudar, é só uma forma dela se defender. Pra ela você é a maior ameaça que existe.
- Harry, ela ta fazendo um jogo. Eu tenho certeza.
- Isso não se limita a ela.
- Você me acha ciumenta? Harry eu juro que não sei o que é ser então. Você viaja e chega a ficar uma semana fora mas eu não piro por causa disso. Eu não odeio suas fãs e muito menos fico te especulando quando você volta de viajem – ele ficou em silencio – eu juro que não quero brigar.
- Eu também não – ele disse firme.
- Olha, amanha eu vou para Nova York com a faculdade. Vou ficar mais ou menos uma semana por lá, talvez seja bom para nós dois. – passei a mão por cima da mesa e segurei a dele – volto antes do meu aniversário – ele apertou minha mão.
- Ta bom, talvez seja bom.
- Vamos fazer assim. Uma semana livres? Vamos analisar nosso relacionamento individualmente e assim que eu voltar vemos no que da?
- Tem certeza? Eu acho melhor não.
- Mas não faça nada que vá se arrepender depois. Se nós quisermos mesmo continuar nesse relacionamento vamos fingir que eu nem dei essa ideia. Tá?
- Ta.
Eu não podia aprisionar ele a um relacionamento, apesar de termos uma história, uma vida juntos eu queria vê-lo feliz. Eu o amava mais do que tudo e se ele me amava como dizia nós iríamos passar essa fase.
Voltei para a casa para descansar. Segunda-feira, acordei 08:00h para me arrumar. As 09:00h em ponto partimos para NY.
No caminho tentei refletir sobre como estava a minha vida hoje. Desde pequena eu me sentia diferente. Mas não ao ponto de ser excluída e sofrer bullying, eu me sentia diferente por dentro. Sempre desejei ter super poderes, conforme fui crescendo descobri que eu tinha um super poder, dentro de mim. Eu via o mundo de uma forma diferente. Para as outras pessoas é tão simples o mundo, a vida, as pessoas, os sentimentos. Cresci e aprendi a gostar de ler e escrever, então por ler muito comecei a intensificar aquele sentimento que me dizia ser diferente. Eu vejo o mundo de uma forma mais bonita, porém mais complicada.
Eu não me sentia mal por ter dito ao Harry que teríamos uma semana livre. Nós temos uma história juntos, quase tivemos um filho e nos casamos. E deixei bem claro: “não faça nada que vá se arrepender depois”.
Chegamos em Nova York e fomos para o Hotel onde ficaríamos hospedados, claro que essa viajem não tinha sido a mais barata que eu já tinha feito com a faculdade mas seria bom, valeria a pena, eu acho.

                                                               ~*~


Os três primeiros dias em NY se resumiram em palestras e pesquisas. Hoje era quinta-feira e eles nos deram uma folga para poder conhecer Nova York, eu e a Jack optamos por dar uma volta no Central Park.
- Lu, desde o ocorrido ninguém mais toca no assunto. Mas eu, como sua amiga sinto a necessidade de conversar com você isso – a Jack disse.
- Eu sei, a gravidez.
- É. Você já superou néh?
- É, acho que já mandei sinais errados de mais, só quero que tudo fique bem – sorri de lado.
- Eu sei que você deve ter achado estranho ninguém ter tocado no assunto mas é que nós sabemos o quanto você deve ter sofrido, e passado é passado néh?
- É.
Nós tomamos sorvete e quando ficou tarde voltamos para o hotel. No dia seguinte, ultimo dia, de manha iríamos fazer uma conclusão da excursão e depois das 13:00h voltaríamos para Londres.
Em Nova York o céu estava nublado e eu não sabia se era por causa de um frio se aproximando ou poluição. Na hora de ir embora foi uma confusão, não havia muitos alunos mas tinham várias malas. Tinha que fazer chamada para conferir se todos estavam ali, conferir malas... conclusão: Chegamos em Londres depois do horário.
Harry: Já chegou? - ele me mandou um sms.
Luiza: Cheguei agora.
Harry: Quer que eu va te buscar?
Luiza: Tá, to te esperando.
A Jack já tinha ligado pro Niall mas ela preferiu ficar esperando comigo, logo o Niall chegou e ela fez ele esperar também.
- Sério, podem ir! Não quero que fiquem aqui por minha causa.
- Não vou deixar você sozinha. Sabe o quanto Londres é uma cidade perigosa? E você tem um talento pra se meter em encrencas que eu nem te conto.
- Nossa, valeu pela parte que me toca.
- Por nada – ela sorriu cínica.
- Alá, ele já chegou ta vendo? – apontei para o carro preto.
- Bem, meu papel como boa cidadã esta cumprido. Depois a gente se fala – ela me deu um beijo na bochecha.
- Obrigada por esperarem comigo – disse.
- Por nada – o Niall respondeu e me deu um abraço – até.
- Até.
Eles foram embora e eu voltei o meu olhar para o carro. O Harry já tinha descido e estava vindo até mim. Prendi a respiração e fiquei tensa, comecei a mexer na costura da minha calça esperando ele se aproximar, não sabia o que ia dizer. Nenhuma palavra me vinha na mente, não sabia nem como agir. Ele veio chegando cada vez mais perto e assim que eu abri a boca para ver se saia alguma coisa ele deslizou a mão direita e me segurou firme pelos quadris e com a mão esquerda seguro minha nuca. Ficamos por uns três segundos nos encarando sem dizer nada e ele juntou nossos lábios num beijo perfeito de saudade. E que saudade, a dias não nos beijávamos assim. Meu coração explodiu de felicidade dentro do peito e minhas pernas ficaram bambas. Ele apertou mais firme minha cintura e me segurou como se eu fosse uma boneca de pano. Segurei firme nos seus braços e me entreguei a sensação de ser manipulada, hoje eu permitia, hoje eu queria que ele mandasse. Estava cansada de brigas.
Paramos o beijo e nos encaramos por mais uns segundos, assim que ia dizer alguma coisa, de novo, ele me deu um selinho.
- Estava morrendo de saudades de você – ele disse sério e eu fiquei imóvel. Ele ainda me segurava como uma boneca e eu passei os braços pelo seu pescoço unindo nossos lábios novamente. Outro beijo desesperado tomou conta dos nossos lábios e eu senti meus pés saírem do chão. Ele segurou firme o pano da minha blusa e eu enrosquei meus dedos nos seus cachos puxando ele mais para mim. Ele mordeu meu lábio inferior e nós paramos o beijo.
- Eu também – disse num tom doce. O abracei e afundei minha cabeça em seu peito, aquele perfume de sabonete invadiu meu consciente e eu me derreti por dentro – a gente tem que parar de brigar – falei baixinho.
- Não vamos mais – ele me apertou.
- Desculpa, eu fui um pouco infantil. Quando brigamos parecemos duas crianças.
- Somos duas crianças – ele riu – me desculpa também, eu sei que você não gosta da Mandy e insisto nisso, apesar de muita coisa ter mudado.
- Não quero falar dela agora.
- Tudo bem – ele respondeu e eu me apertei mais no abraço. Eu sabia que assim que matássemos a saudade um do outro a briga infantil voltaria, mas eu estava feliz agora e queria tanto ficar perto dele.
- Vem, vamos para casa –ele pegou uma das minhas bolsas.
Fomos para o seu carro, colocamos as bolsas no banco traseiro e eu entrei no passageiro.
- Para evitar que você esquente a cabeça... Eu não fiz nada que me arrependo. Digo, não fiz nada além de trabalhar – ele disse gentil, eu passei a mão delicadamente por seus cachos e mordi o lábio levemente.
- Que bom.
- Vamos sair logo daqui, vamos para um lugar com privacidade – ele ligou o carro e do outro lado da rua vi um homem com uma câmera fotográfica.
Ele saiu rápido e quando eu menos esperei já estávamos em frente a minha casa. Ele me ajudou com as bolsas e assim que entramos em casa chamei pela Dani.
- Dani? – gritei e ninguém respondeu, mas o Blue desceu as escadas correndo – oi menino!
- Estamos sozinhos – ele cantarolou e empurrou o pé com a porta, fechado-a.
- É – sorri prendendo o ar. Coloquei a bolsa no pé da escada e corri para os braços do Harry. Começamos outro beijo quente e caminhamos, trombando em tudo, até a cozinha onde ele me sentou no balcão e ficou entre as minhas pernas. Sem perder tempo arranquei sua camisa e ele me ajudou com a blusa. Fiz um coque rápido no cabelo e ele beijava toda a área entre os meus lábios e o meu tórax.
- Ainda temos que conversar sobre você e o Austin serem um par de padrinhos – ele disse entre o beijo.
- Ta com ciúmes? – perguntei gargalhando.
- To. Ele ta pensando que é fácil assim? Você é minha – ele me puxou para mais perto segurando firme meu quadril.
- Possessivo! – mordi o lábio dele.
Continuamos o beijo e ele me pegou no colo me levando até o sofá da sala. Se deitou por cima de mim e começou a deslizar as mãos pelo meu corpo. Então, a campainha tocou.
- Mas que droga, porque sempre que estamos no meio de uma reconciliação alguém atrapalha? – ele disse com dentes cerrados.
- Deixa eu ir atender – sai de baixo dele e peguei minha blusa na cozinha e taquei a dele pra ele.
Olhei pelo olho mágico e vi a Jose.
- Oi – abri a porta.
- Oi Lu – ela me abraçou e eu dei espaço para ela entrar – ops, interrompi? – ela perguntou olhando pro Harry.
- Não – sorri tímida.
- Ok, então vim te dizer algumas coisas sobre sua festa. Mas antes tenho que te contar uma coisa mas você promete que não vai falar pro Charlie que eu te contei?
- Prometo.
- Ok. Ele vai te chamar no escritório dele porque ele conseguiu convites para o desfile da Victória’s Secret!
- Caramba, sério? – sorri.
- É, ele quer te levar lá para você se familiarizar com o ambiente porque futuramente quer você como uma Angel.
- Cara,isso é... demais!
- Não conta pra ele hein!
- Ta bom.
Depois dela me contar como ia ser a festa foi embora e eu voltei para o sofá onde o Harry quase cochilava.
- Acorda – cutuquei ele.
- Não to dormindo, tava esperando ela ir embora – ele me puxou pelo braço e me deu um beijo na bochecha.
- Sei – ri.
- Vamos dormir lá em casa hoje?
- Fiquei uma semana fora de casa já.
- Vamos, amanha é seu aniversário! – ele fez bico.
- um dia a mais um a menos, tem diferença? – brinquei.
- Ah, hoje com certeza vai fazer diferença – ele sorriu malicioso.
- Cala a boca – ri.
- Não manda eu cala a boca – ele falou sério.
- Se não...? – eu respondi e ele se sentou no sofá agarrando a minha nuca e selando nossos lábios.
Foi um beijo tão inesperado que os pelos do meu braço se eriçaram e minha nuca queimou com seu toque. Eu botei minhas mãos no seu peito e de vagar ele foi se deitando em cima de mim e ficamos em uma posição confortável: Eu deitada por baixo e ele ajoelhado em cima de mim com os joelhos em volta do meu corpo.
Eu passei minhas mãos pelo seus ombros e as uni na nuca, ele colocou a mão quente na minha cintura por de baixo da blusa e a deslizou pela lateral do meu corpo.
Os beijos dele eram tão intensos que não importava quantas vezes nos beijássemos, eu sempre teria a mesma sensação, meu estomago vira uma cambalhota e eu me arrepio, minha consciência desaparece e eu fico com as pernas bambas.
- Acho melhor irmos para a sua casa – disse ofegante.
- Também acho – ele respondeu e saiu de cima de mim.
Me ajudou a levar as malas pra cima e eu esvaziei uma bolsa e coloquei uma troca de roupa, pijama, e utensílios de higiene pessoal.
Assim que ia saindo encontrei com a Dani.
- Amiga – ela me abraçou – onde vai?
- vou dormir na casa do Harry.
- Nem vai ficar aqui comigo? – ela fez cara de triste.
- Como se você não fosse aproveitar que esta aqui sozinha pra chamar o Liam néh? – brinquei e ela ficou quieta e deu um sorrisinho.
- Tá bom, ta bom.
Eu e o Harry saímos abraçados pela porta e fomos para a sua casa. Como era de se esperar o jardim da casa estava todo iluminado e a casa escura apenas com a luz da porta acesa.
O Harry morava em uma espécie de “condomínio”. Não era um condomínio em si mas ali todas as casas se pareciam e eram enormes, e como as casas eram todas de pessoas milionárias pagavam guardas para vigiar as casas durante a noite.
- Bem-vinda, de novo, a minha humilde residência – ele abriu a porta e ascendeu as luzes.
- Claro, humilde. Que nem você – brinquei e entrei.
- Você não pode reclamar. Um dia isso tudo vai ser seu – ele trancou a porta.
- Harry – fechei os olhos e suspirei – você sabe que eu não me interesso por isso – franzi a testa.
- Eu sei. Mas se um dia casarmos, você vai legalmente ser dona também – ele me deu um beijo na testa – não precisa ficar ofendida.
- Não fiquei ofendida.
- Que bom – ele me olhou e sorriu.
- Que foi?
- Amanha você faz 18 anos.
- É – suspirei – meu primeiro aniversario sem meus pais. Pelo menos no ano passado conversamos por telefone – o Harry ficou tenso e pensativo – o que foi? Falei alguma coisa que não devia?
- Não, ta tudo bem.
- Não, não ta tudo bem. Você ficou estranho.
- Não foi nada, to bem. Juro – ele respondeu calmo. Finjo que acredito!
- Ta – disse colocando minha bolsa no sofá.
- Então quer fazer o que? – ele bateu as mãos.
- To morrendo de fome, não comi nada depois do almoço.
- Ótimo – ele disse indo até a cozinha e abriu o armário pegando uma frigideira.
- Desde quando cozinha? – perguntei em sentando na cadeira do balcão.
- Mocinha, desse jeito você me ofende – ele abriu a geladeira pegando um monte de coisa – você vai comer o melhor omelete da sua vida – disse colocando tudo sobre a pia. Eu apoiei a mão no queixo e esperei.
Ele fez um omelete de ovo, queijo e salsicha enorme. Dividiu em dois pratos e pra ele pegou uma coca-cola, eu preferi água.
Realmente, era o melhor omelete que eu já havia comido. Comemos assistindo TV e eu me ofereci para lavar a louça. Depois voltamos para o sofá.
- As vezes sinto falta daquele tempo que você ficou aqui comigo – ele passou o braço por cima do meu ombro.
- Sério? – olhei pra ele.
- É uai – ele apertou o abraço.
- Você acha que se aqueles caras saírem da cadeia podem vir atrás de mim?
- Já faz tempo Lu.
- Não pra eles. Eles devem querer me matar. Pode ter passado o tempo mas para eles que estão presos é uma eternidade. Um bom tempo para pensar no que fazer quando sair.
- Deveriam viver lá para sempre – ele falou sério.
- Mas não vão. Um dia vão sair.
- Ta eles vão sair. Mas você acha que eles seriam loucos de vir atrás de você? Você é bastante conhecida além de ser minha namorada.
- Ai, sei lá – balancei a cabeça para me livrar desses pensamentos.
- Para de pensar nisso. Eles ainda vão ficar bastante tempo lá – eu concordei com a cabeça.
- Nossa, eu não paro de pensar sobre o desfile da Victória’s Secret! O Charlie é um ótimo empresário. Ele tem muitas modelos famosas e um dia quero a ser uma Angel e ele pode me colocar lá.
- A você quer ser uma? E ficar andando de lingerie pro mundo todo vê?
- É!
-Você é a única, a única – ele repetiu – modelo que eu conheço, que estuda – ele disse e eu sorri.
- Eu não quero ser só modelo. Vivemos do corpo e um dia tudo vai começar a cair. Vou ficar com a pele flácida, vou ter rugas. Posso engordar, sei lá. Qualquer coisa que mudar no meu corpo é fatal. Eu quero ser algo mais, quero ter uma garantia de que sou independente– sorri.
- Ótimo. Tenho que te contar uma coisa. Não fique chateada tá?
- Fala.
- Amanha eu vou viajar para Boston, tenho show.
- Que horas?
- Tenho que sair de Londres as 02h30min.
- Nossa – fiz cara de triste.
- Mas eu vou no seu aniversário, ficar pelo menos até a 00:00h, depois disso tenho que ir embora pra arrumar as coisas da viajem.
- Ta bom – disse encostando minha cabeça no estofado.
- Quer nadar? – ele bateu a mão na minha perna.
- Nadar? Agora?
- É.
- Eu não trouxe biquíni – dei de ombros.
- Esse é o menor dos problemas – ele me ajudou a me levantar e me puxou até a cozinha onde abriu a porta dos fundos e saímos para a área. Estive ali poucas vezes e nunca usei a piscina mas ela era linda.
Ele tirou a camisa, a calça e os sapatos ficando apenas de cueca Box preta, e pulou na piscina num mergulho perfeito.
- Vem – ele disse quando voltou a superfície e jogou o cabelo pro lado.
Eu tirei minha calça, blusa e sapatilha, ficando só de lingerie e me sentei na beirada da piscina e fiz um coque no cabelo. Eu entrei na piscina com cuidado para não molhar o cabelo e ele veio até mim.
- Fica bonito seu cabelo assim. Mas acho melhor solto – ele tacou água na minha cara molhando tudo.
- Não acredito! Vou te matar – bati a mão na água. Desmanchei o coque e mergulhei para molhar o cabelo.
- Não vai não. Você me ama – ele disse me encostando na beirada da piscina.
- Quem pode garantir? Dizem que amor e ódio andam lado a lado.
- Mas você não faria isso. Tenho certeza – ele chegou mais perto. Perto o bastante para as respirações se fundirem.
- Você tem certeza de muita coisa – falei olhando nos seus lábios.
- Você ta louquinha pra me beijar – ele zombou.
- Pena que sempre erra em ter certeza –falei com desdém.
Ele não falou nada, só chegou mais perto e, bem de leve, roçou nossos lábios. Não chegou a ser um beijo mas teve o mesmo efeito. Colocou as mãos nos meus braços me segurando firme e eu deixei meus braços caídos ao lado do corpo. Então não demorou muito para ele me pegar de verdade.
Eu coloquei minhas pernas sobre a sua cintura e abracei seu pescoço, e ele me segurava pela cintura. Ficamos nos beijando até cansarmos desta brincadeira e partir para o nível dois. Ele tirou meu sutiã e colocou ele na beira da piscina. Não corríamos o risco de alguém ver pois os muros que cercavam sua casa eram enormes. Logo depois as duas últimas peças que tínhamos no corpo também foram parar na borda da piscina e nós nos amamos.
Depois eu peguei minhas coisas e vesti, ele fez o mesmo. Então saímos da piscina e fomos para o chuveiro.
- Estou com tanto sono – disse encostando a cabeça em seu peito e fechando os olhos enquanto estávamos debaixo do chuveiro.
Ele era mais alto que eu, isso porque eu tinha que ser alta para ser modelo, então ele era ainda maior. Mas isso com certeza era um charme a mais.
- Então vamos sair daqui, você esta dormindo em pé – ele desligou o chuveiro e pacientemente pegou duas toalhas e enrolou uma na cintura e depois me enrolou na outra. Fomos até o seu quarto onde peguei minha bolsa e coloquei em cima da cama procurando meu pijama. Peguei ele e minhas escovas de dentes, vesti o pijama e fui até o banheiro escovar os dentes e depois voltei pro quarto pra pentear o cabelo.
- Ta vendo se você não tivesse molhado meu cabelo – disse pro Harry enquanto passava creme para pentear.
- Tadinha da bebê – ele disse imitando meu bico – deixa eu cuidar da minha bebe – ele pegou o pente dentro da minha bolsa e começou a pentear meu cabelo – pronto – ele disse assim que terminou e eu fiz uma cara de criança – agora deita aqui vem – ele retirou a coberta do lado dele pra mim deitar e depois se deitou atrás de mim ficando de conxinha.
Durante  noite toda tive um sono leve, as vezes eu sentia o Harry acordar e passar a mão no meu cabelo, então vendo que eu dormia, voltava a dormir. Só de madrugada conseguir dormir de verdade.
Acordei sozinha na cama, a janela estava aberta e um vento quente entrava por ela bagunçando as cortinas brancas junto com alguns feches de luz do sol. Estava um silencio na casa toda. Nem as empregadas que o Harry disse que contratou faziam barulho.
Levantei da cama e olhei pela porta do quarto que estava aberta. Não tinha ninguém. Voltei para a cama e fiquei sentada pensando no que fazer. Então o Harry entrou no quarto.
- Bom dia maior de idade – o Harry disse vindo até mim e me dando um selinho.
- Bom dia.
Ele foi até o guarda roupas e voltou com uma caixinha preta, de veludo, comprida.
- Seu presente – ele se sentou do meu lado na cama.
- Ah, não precisava.
- Faço questão – ele abriu a caixinha pra mim.
Era uma pulseira. Linda. Ela era dourada com pingentes brilhantes de estrelas bem pequenas.
- É perfeita – disse sem tirar o olho.
- A pulseira é de ouro e cada estrela tem uma pedrinha de diamante – ele disse tirando ela da caixa e pondo em mim.
- Eu... eu amei. É linda, é perfeita – olhei ela no meu pulso e depois abracei ele – obrigada – sussurrei.
- Não tem o porque.– ele respondeu –Achei que ia ser uma boa forma de dizer que você é a maior joia que eu poderia ter, nem as estrelas valem mais – ele disse e eu fiquei em silencio fitando seus olhos cor de esmeralda. Uma lágrima quis descer mas então eu sorri e a melhor sensação do mundo invadiu meu coração. Alguém me amava.
- Você é lindo. Da pra sentir sua alma brilhar – falei doce.
Ele também sorriu e beijou minha testa.
- Se a minha brilha, a sua também. São idênticas – ele respondeu e eu sorri de novo - acho melhor te levar pra casa, as meninas devem estar querendo ver você.
- É ,só vou me trocar.
Escovei os dentes e penteei o cabelo, coloquei uma calça jeans, sapatilhas Pink e uma blusa preta comprida até o quadril e de mangas curtas.
Preferi não tomar café, enquanto saia da casa dele vi as empregadas chegando. Ele me deixou em casa e foi acertar umas coisas da viajem para poder ficar livre a noite e ir à minha festa.
Procurei a chave de casa na minha bolsa e antes de achar a Dani abriu a porta correndo e me puxou pra dentro.
- O que foi? – perguntei.
- Seus pais estiveram aqui.
- O que? Quando? Por que? – perguntei jogando minha bolsa no sofá.
- Devem ter saído daqui a uma meia hora. Não sei o que eles queriam, só perguntaram se você estava.
- E o que você falou? Você disse onde eu estava? – se ela tivesse contado pra eles que eu dormi na casa do Harry estava morta. Eles não precisavam de mais um motivo para me deserdar.
- Achei melhor não contar a verdade. Disse que você tinha acabado de sair para ir na cidade comprar algumas coisas para a casa. Fiquei morrendo de medo de você encontrar eles no caminho e inventar outra história. Acho melhor você ligar pra Laura.
- Tá, obrigada – disse pegando meu celular dentro da bolsa. Liguei pra Laura.
- Alô? – ela disse.
- Lau, é a Lu.
- Oi Lu, fala rapidinho porque eu to trabalhando não posso ficar muito no celular.
- A mãe e o pai vieram aqui hoje.
- Sério? Ontem eu conversei com eles e pedi para conversarem com você, para pararem com essa briga idiota. Que bom que me escutaram.
- É mais eu não estava aqui. Eu dormi na casa do Harry. Sorte que a Dani me acobertou.
- Por pouco hein.
- E agora? Eu vou atrás deles ou deixo me procurarem?
- Não sei Lu. Não sei, lamento.
- Tudo bem. Vou resolver aqui.
- Acho melhor você procurar eles. Só deles já terem ido na sua casa é um sinal de que querem arrumar as coisas, e você que cometeu o erro, então tenta achar eles. Se você quiser.
- Não sei, vou ver. Beijos.
Desliguei o celular e fiquei pensando: ia ou não? Meus pensamentos foram interrompidos com a Dani descendo a escada toda arrumada.
- Com toda aquele desespero de te contar sobre seus pais esqueci de te dar meu presente.
- Não precisava Dani, vocês ficam gastando dinheiro.
- É pra mim também – ela sorriu – nós vamos ao salão! Fazer manicure, pedicure, hidratação, cabelo, esfoliação, maquiagem e depilação.
- Nossa.
- E ainda almoçamos lá, ta tudo incluído.
- Obrigada – sorri.
Saímos de casa e fomos para o salão. Só pela fachada se via que era chique. O salão era de dois andares, sendo o andar de cima todo de vidro, as paredes externas eram de madeira envernizada e uma porta preta enorme ficava na entrada, havia um jardim com plantas pequenas e pedrinhas brancas rentes a calçada.
- Olá, eu reservei um pacote especial  – a Dani disse assim que entramos.
- Nome de quem? – a atendente perguntou.
- Danielle Perez.
- Ah sim, venham comigo por favor – ela disse nos guiando para o interior do estabelecimento – fiquem a vontade – parou em frente a duas cadeiras vazias.
- Bom dia encantadoras jovens – uma mulher morena com mechas loiras, alta e magra, com mais ou menos uns 30 e poucos anos veio até nós – sou a dona do salão, vim garantir que tudo saia como o planejado. Tudo bem? – ela nos cumprimentou com beijinhos no rosto.
- Tudo ótimo – respondemos.
Duas mulheres começaram a fazer nossas unhas, manicure e pedicure. Depois de uns 40min mão e pé estavam feitos.
- O que vamos fazer no cabelo, cortar? – a dona perguntou.
- Ah, não. Eu não queria mexer no corte.
- Tudo bem, vamos tirar essa tintura das pontas então? Deixar ele na cor natural, todo castanho?
- Tudo bem.
- Depois fazemos uma escova e passamos a prancha?
- Ok – sorri.

                                                       ~*~

Saímos do salão vivas as 17:00h Pensei que tinha ficado sem pele com a depilação, porque dói tanto? Pelo menos estava linda, fizeram minhas unhas e recebi uma massagem sensacional. Depois de muito custo conseguiram alisar meu cabelo e tiraram a californiana.
- Pensei que ia sair de lá mutilada – disse assim que entramos no carro.
- Não seja exagerada Lu – ela riu de mim – depilação não dói tanto.
- Estou prestes a começar uma greve contra depilação! – disse e ela riu. Eu já estava acostumada com essa dor, como modelo tinha sempre que estar em forma e pronta para qualquer evento e roupa. Mas nunca aceitaria isso.
Antes de irmos para a casa pedi para ela passar em uma loja onde eu já tinha escolhido meu vestido, tinha apenas que pagar e paga-lo.
- Já volto – disse descendo do carro com a minha bolsa.
Entrei na loja e a vendedora já tinha separado ele, só embrulhou e eu paguei e sai. Na porta me deparo com meus pais.
- Luiza – minha mãe disse doce.
- Oi – respondi sem jeito.
- Nós fomos te procurar hoje, mas você tinha saído – ela continuou.
- É, eu fui comprar umas coisas.
- Eu acho que não podemos mais continuar nesse clima.
- É.
- Sei que erramos, mas sua atitude foi muito irresponsável.
- Eu sei. Mas se quer saber não me arrependo.
- Que bom que não se arrepende.
- O que? – meu pai finalmente falou alguma coisa, mas dirigida a minha mãe.
- Como mãe ela nunca poderia ter se arrependido de um filho Carlos – ela disse para ele – mas como adolescente imatura você deve reconhecer seu erro de não ter tomado cuidado e por pouco não ter feito uma besteira.
- Te entendo.
- Você sabe que nunca foi um desgosto pra mim. Sempre me orgulhei de você, mas isso acabou comigo. – meu pai falou comigo -  Tinha tantos planos para você. Você tinha tantos planos , tinha um vida, sonhos e metas. E uma atitude irresponsável havia acabado com tudo. – apesar de eu discordar dele preferi não o interromper e muito menos contrariar – Apesar de tudo lamento a perda – eu abaixei a cabeça.
- Desculpa Luiza – minha mãe disse com lágrimas nos olhos e me abraçando.
- Desculpa mãe – a abracei forte.
- Feliz aniversário filha – meu pai me abraçou. Ele era duro na queda, e esse era um dos modos de pedir desculpas. Eu sei o que ele pensava, como se sentia em relação a isso e não o culpava. Meu erro foi grande, não que o deles tinha sido pequeno, mas agora estava tudo bem.
- Eu – abaixei a cabeça- tenho que ir, estão me esperando.
- Tudo bem – minha mãe sorriu tímida.
- É, hoje a Jose organizou uma festa pra mim. Apareçam.
- Vamos tentar – meu pai respondeu.
Eu sai andando e fui para o carro da Dani onde ela me esperava impaciente.
- Mas que demora, tava fazendo o vestido? – ela ligou o carro.
- Encontrei meus pais – disse calma.
- Sério? E ai?
- Ta tudo bem, pediram desculpas. Mas eu sei que nunca mais vai ser como antes.
- Ah, Lu. Vai ficar tudo bem – ela passou a mão no meu braço.
- Vai sim.
Chegamos em casa e eu fui tomar banho. Quando deu 19:00h comecei a me arrumar, fiz a maquiagem e passei a chapinha no cabelo mais um vez.
- Dani! – gritei – Dani!
- Que foi? – ela gritou de volta.
- Corre aqui!
- Fala – ela apareceu no quarto.
- Preciso de ajuda! Fecha aqui pra mim -  me virei de costas pra ela. Ela Fechou o zíper e depois me olhou.
- Pronto madame?
- Pronto, obrigada – respondi e ela voltou pro quarto dela.
Meu vestido era vermelho, sem mangas, apenas com alças de larguras de dois dedos e agarrado. Ele batia doze dedos acima dos joelhos e tinha um lindo decote, não muito grande. Os sapatos eram meia pata, prata e de salto.
- Eai, ta pronta? – a Dani disse parando no corredor. Ela usava um vestido azul tomara que caia e com enfeites prateados.
- Como eu to?
- Linda.
 Lá em baixo esperamos os meninos e logo eles chegaram.
- Parabéns Lu – o Liam em abraçou – ta linda.
- Obrigada – sorri.
- Srta. Valentin, está maravilhosa – ele disse colocando as mãos nos bolsos. Ele usava uma calça jeans preta com uma camisa cinza e sapatos sociais brancos.
- Obrigada Sr. Roberts – respondi formalmente – você também esta divino.
- Só acho que o vestido da senhorita esta muito curto e apertado.
- Eu acho que o senhor está reparando demais – disse saindo pela porta e esperando ele em frente ao carro.
- Feliz aniversário – ele disse abrindo a porta para mim e eu me sentei no banco do passageiro. Ele deu a volta e se sentou no motorista.
- Hoje eu encontrei minha mãe e meu pai – disse.
- E ai?
- Acho que ta tudo bem, por enquanto.
- Eu gostaria de falar com eles, explicar tudo.
- Não. É melhor não, deixa como ta.
Percebi que o Harry não ficou contente e muito menos satisfeito, mas preferiu não falar nada, por enquanto. Fomos para a festa que seria em uma casa de shows. Eu não tinha visto nada da decoração e só sabia da festa o que a Jose havia me dito. 
Assim que dobramos a esquina da casa fiquei boquiaberta, carros enchiam as ruas dos dois lados e havia muita gente na rua. Conseguimos uma vaga a uns dois quarteirões de distancia.
Fomos andando até a festa e o volume da musica ia aumentando, vi alguns fleches de câmeras e com certeza eles já sabiam que a festa era para o meu aniversário. Já na entrada havia um arco de bexigas brancas. A musica estava super alta e lá dentro estava lotado.
- Finalmente você chegou! – a Jack veio atém mim.
- Nossa!
- A Jose é demais pra organizar festa néh? Ela contratou até o DJ! Fez tudo sozinha.
- É ela é demais.
Lá dentro era enorme. Tinha um espaço onde tinham mesas e umas poucas lâmpadas ficavam nas paredes iluminando bem de leve, do outro lado do salão esta tudo escuro, apenas com as luzes da balada.
- Luiza! – escutei me gritarem – Lu! – me virei e era a Pe – parabéns! – ela me abraçou.
- Obrigada – sorri.
- Vem, vamos dançar – ela me puxou pro meio da multidão de corpos.
- Quem chamou ela? – perguntei pra Pe.
- Quem? A Mandy?
- É.
- Foi a Jose, ela disse alguma coisa da Mandy estar de rolo com o sobrinho dela.
- Sobrinho? O Austin?
- O Austin é sobrinho dela? – ela me perguntou boquiaberta – bem, eles já namoraram. É possível que estejam voltando – eu fiquei imóvel. Será que eles estavam voltando? Como o Austin podia ser tão burro? – ah não Luiza! Não vai me falar que ficou mexida com isso?
- Fiquei sim ta?! Ele é meu amigo, tenho que ajuda-lo. Ele não pode se envolver com essa cobra.
- Ajuda-lo? Você quer é pegar ele pra você! Você namora!
- Eu sei que eu namoro e estou muito feliz com isso! Como eu disse ele é meu amigo. Vou procurar ele.
- Não, volta aqui! – escutei ela gritar mas não olhei para trás.
Revirei a festa de ponta cabeça e não o achei. Era tolice achar que eu estava gostando dele. Eu amava o Harry, não tinha nenhuma duvida disso. Mas também não tinha duvidas de que havia algo no Austin que me chamava a atenção. Talvez fosse o jeito de ser feliz e não se importar com as opiniões alheias dele ou então seu jeito amigo.
- A Pe disse que estava me procurando – disse atrás de mim e eu em virei.
- Austin!
- Antes de dizer alguma coisa. Parabéns – ele me abraçou e eu o segurei forte.
- Obrigada – fechei os olhos e senti seu perfume.
- Porque me procurava? – ele perguntou. E agora? Onde eu estava com a cabeça? Se logo de cara eu falasse da Mandy ele ia achar que eu estava com ciúmes, e estava. Mas isso não vinha ao caso, eu namorava! Mas oque dizer pra ele agroa?
- É...é.... preciso me sentar.
- Vem – ele me deu a mão e me sentou em uma cadeira de frente pro balcão.
- Obrigada. É... a Jose me falou que você vai ser padrinho do Justin? – improvisei.
- É, e você madrinha da Lauren?
- Pois é.
- Não era isso o que você queria me falar.
- É não era isso – confecei.
- Ta com medo ou vergonha de falar?
- Medo do que você pode pensar e vergonha de falar.
- Pode falar – vi um sorriso brincalhão no seu rosto.
- Para de me olhar assim! To falando sério – me virei pro balcão do bar e pedi uma batida.
- Também to, pode falar – ele se sentou no banco ao meu lado.
- Você voltou com a Mandy? – perguntei envergonhada e ele passou a mão no cabelo.
- Não.
- Mas ta ficando com ela.
- Lu, a gente já namoro. Não é tão absurdo assim.
- Ah, mais sei lá. Ela? – fiz cara de choro.
- você ta com ciúmes? – ele perguntou sarcástico.
- Você é meu amigo Austin! E ela é minha inimiga.
- Quem declarou ela sua inimiga?
- A vida!
- Você viaja – ele riu de mim.
- Não! Ela é um cobra.
- Você implica assim com ela ó porque ela é ex do Harry.
- Não, é que ela me odeia – disse bebendo minha batida.
- Ela não te odeia, é só que a personalidade de vocês duas não bate.
- Eu bato, manda ela vir aqui que eu solto o braço – sorri sarcástica.
- Engraçadinha. Acho melhor você ir curtir seu aniversário, nos vemos depois – ele disse se levantando.
- Não, a gente tem muito o que conversar- segurei no braço dele. Era óbvio que não tínhamos o que conversar mas eu gostava de ficar perto dele.
- A gente se encontra mais tarde, prometo.
- Ta bom – soltei seu braço e ele desapareceu no meio das pessoas. Logo depois a Dani aparece e me agarrou pelo braço me levando para dançar.
Às 23:00 cantaram os parabéns e depois fiquei com o Harry porque dali a pouco ele ia viajar e só voltaria quarta-feira.
- Vem – ele pegou na minha mão e me puxou para os fundos da boate.
Fomos abrindo e fechando portas em silencio, no escuro, subindo escadas até chegarmos nos fundos. Nós estávamos na sacada dos fundos do prédio, sozinhos.
- 18 anos, a bebe ta crescendo, virando criança – ele sorriu.
- Não era eu que já estava velha? – sorri.
- Desde quando você é sempre uma coisa só?
- Faz sentido – e sentei na mureta de cimento e ele se sentou ao meu lado e pegou minha mão, depois ficou mexendo na minha aliança.
- Eu vou viajar hoje e volto quarta-feira.
- É.
- Só que tem mais.
- Como assim? – perguntei sem entender com o “tem mais”.
- Como estamos trabalhando no novo CD, estamos ensaiando todos os dias, passando o som, vendo equipamento para shows... e o CD será lançado mês que vem.
- Que bom néh.
- É. Mas, sempre que lançamos um CD temos que divulgar ele, então faremos um turnê.
- Que legal – sorri largo.
- E vamos ficar cinco meses fora – ele disse de cabeça baixa.
Meu sorriso se desmanchou. Demorei uns 10 segundos para digerir a informação. Na ultima vez foram quatro meses, agora era mais. Muita coisa aconteceria em cinco meses.
- Tudo isso? – perguntei franzindo o cenho.
- É, tudo isso. Eu sei que vai ser difícil mas nós temos que tentar.
- Tentar manter o relacionamento?
- É.
- É – concordei sobre manter o relacionamento – quando vão?
- Vai demorar um pouco. Temos que organizar muitas coisas ainda, mas acho que avisando agora é melhor.
 - É.
- Não fica triste. Vai passar voando.
- Não vai não.
- Já é 00h05min tenho que ir.
- Ta – disse me levantando – por favor, se cuida.
- Ta -  ele me abraçou e depois me deu um beijo.
Descemos de volta para onde todo mundo estava e o Harry se despediu e foi embora junto com os meninos. Depois eu encontrei a Laura e ela me apresentou seu novo namorado.

{Música: http://www.youtube.com/watch?v=wdGZBRAwW74 }
Mais tarde fui pegar outra bebida e encontrei novamente o Austin.
- Eu falei que a gente se encontrava mais tarde – ele sorriu.
- É, falou – sorri.
- Você ta com fome?
- To – respondi.
- Vamos comer alguma coisa?
- Ta. E a Mandy?
- Nem sei onde ela ta – ele deu de ombros.
Saimos da festa e acho que ninguém havia reparado. Fomos com seu carro procurar um lugar pra comer.
- Sinceramente, vou te levar em um dos lugares que eu mais gosto de ir.
- Ótimo – fazia tempo que eu e o Austin não fazíamos isso, riamos e brincávamos.
Quando dei por mim estávamos perto da London eye, e como estava a noite ela estava toda iluminada.
- Ela é linda néh – falei apoiando minha cabeça no vidro.
- É – ele me olhou e falou estranho, depois voltou a olhar pro transito.
Ele estacionou na rua e depois fomos em uma barraca de cachorro quente. Era isso que eu gostava nele, ele era simples. Fazia de um momento uma diversão. Não importa onde estivéssemos, ele sempre me faria sentir bem, mesmo quando estávamos mais afastados me sentia bem perto dele. Ainda bem que ele não falava mais naquele assunto de “me afastei de tudo que lembrava ele” porque no fundo eu sabia que era verdade, mas talvez por gostar tanto da sua companhia não consegui me afastar do mais importante: ele. Lembranças podem ser reconstruídas, momentos não.
Eu sabia que ele não falava mais sentia. Talvezestivesse sofrendo por sentir e não poder nem se quer expressar. E eu me sentia uma bruxa fazendo ele sofrer assim, se bem que ele lidava bem com essa coisa de “sofrer em silencio”. Também me sentia uma idiota por não conseguir namorar o Austin, ele era um cara bacana, bonito, engraçado. Porém eu amava o Harry, ele era perfeito e tinha a mim. Estava feliz com meu namoro mas quantas meninas não queriam um namoro assim também? O Austin merecia uma garota que pudesse ficar com ele e responder seus sentimentos.
Acho que acabei chegando em uma conclusão assustadora: eu amava os dois.
- Luiza! – ele me chamou alto. Então sai daquele transe e vi ele segurando dois cachorros quentes à minha frente.
 - Ã? – perguntei desorientada.
- Tava no mundo da lua? Toma seu lanche – ele me entregou um cachorro quente.
- Desculpa – sorri.
Nos sentamos na mureta de uma arvore que ficava de frente para uma praça toda iluminada. Ficamos em silencio, até chegar ao ponto que eu me senti constrangida e resolvi falar alguma coisa.
- Você sabe que se me acostumar a ficar comendo essas coisas eu posso acabar ficando sem emprego néh? – brinquei.
- Não faz mal sair um pouco da rotina – ele riu.
- É, sair um dia da dieta não faz – sorri amarelo.
Então ficamos recordando o tempo em que estudamos juntos e depois ele me deixou em casa.
- Onde você estava? – a Dani surgiu da cozinha - te procurei na festa que nem louca!
- Estava com o Austin – sorri.
- Hm.
- Hm o que?
- Nada ué.
- Posso conversar com você? – desmanchei o sorriso.
- claro que pode, sobre o que ? – ela perguntou.
- Vem cá – chamei ela pra se sentar no sofá comigo – eu acho que gosto do Austin.
- E o Harry?
- Dele também – abaixei a cabeça - eu amo os dois.
- As vezes você não ama o Austin, só gosta.
- Não sei. Eu sempre quero estar com ele, ele me faz sorrir, me diverte. E sempre que estou perto dele prendo um pouco do ar porque mesmo se quisesse, não consigo respirar normalmente. Sinto vontade de o abraçar e não soltar mais. As vezes quero ficar com ele e me divertir, fazer coisas ilegais, coisas surreais que só ele poderia me convencer a fazer.
- E o Harry?
- O Harry... eu... eu adoro o abraço dele, é tão quente e seguro. Minha barriga sempre gela quando eu o beijo e os olhos dele me encantam. Sua voz, seu cheiro são perfeitos e o jeito cavalheiro, romântico e decidido dele é o que me faz me apaixonar cada dia mais. Toda noite quando eu fecho os olhos é ele quem eu vejo e sinto que ele faz o mesmo quando vai dormir. Eu me arrepio – fechei os olhos e suspirei - só de pensar seus olhos verdes nos meus, seus dedos deslizando por meus braços e os lábios dele na minha pele. Ele é educado. É jovem, é tudo pra mim.
- Nossa, que lindo – ela falou doce.
- Mas o Austin tem um “espírito aventureiro”. Ele não tem medo de se entregar, ele é livre.
- Só sei que não tem como se apaixonar por duas pessoas. De verdade mesmo você só ama um.
- Só tenho que saber quem. Mas eu não quero usar o Harry, eu o amo de mais para fazer ele sofrer. Não quero terminar nosso namoro mas também não quero trair ele, nem que seja só no pensamento.
- Lu, se você ta achando que gosta do Austin é porque seu namoro não ta bem.
- Eu amo o Harry, não quero terminar nosso namoro. Mas é que falta emoção, emoção que existia antes mas agora acabou.
- Se você estiver mesmo gostando do Austin acho melhor dar um tempo com o Harry. É melhor assim do que trair. Sem falar que todo mundo pode ficar sabendo, a mídia ta na nossa cola.
- Eu sei. Não tenho certeza se seria uma decisão sincera terminar meu namoro, eu não quero. Mas também quero estar com o Austin.
- Eu só acho que você tem que pensar bem o que quer pra sua vida. Não vai fazer alguma coisa pra se arrepender depois.
- Ta – ela me abraçou e depois subiu para o seu quarto.
Eu fiquei na sala pensando um pouco na vida e depois também fui para meu quarto dormir. Se é que posso dizer que passar a noite sonhando com dois garotos e acordando de meia em meia hora é dormir.



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Autor(a):

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Hoje era domingo e a Dani me fez acordar cedo, mal sabia ela que eu não havia dormido a noite. Depois do almoço arrumei minhas coisas da faculdade e fui à casa do Charlie pois ele queria falar comigo. - Muito bem Luiza. Temos uma seção de fotos marcada para quarta-feira. - Você avisa muito em cima da hora. - Por isso te chamei no dom ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • wilsonmf Postado em 23/07/2013 - 00:39:28

    Pelo que eu vi na história, parece uma fanfic boa, vou acompanhar! :D


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