Fanfics Brasil - Musical Um amor pra recordar Portiñon

Fanfic: Um amor pra recordar Portiñon | Tema: RBD Anahi e Dulce Maria


Capítulo: Musical

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            Hoje é quinta-feira, véspera do musical e dia do jantar com o namorado da minha mãe. – Será que ela não poderia prolongar um pouco mais esse momento? – Ainda estou muito abalada com a notícia sobre a doença de Anahi. Não estou emocionalmente preparada para encarar qualquer outra coisa.


– A Anahi vem né? – indagou minha mãe parada na porta.


– Disse que vinha. – estava em pé em frente ao espelho terminando de me arrumar.


            Vesti-me com uma calça jeans preta, uma blusinha branca colada de manga três quartos e um all star também branco. Achei que algo bem casual seria melhor.


– Deve ser ela. – gritei quando a campainha tocou. – Deixe que eu atendo. – segui para onde vinha o som.


            Após abrir a porta, me deparei com uma das mais belas imagens da minha vida. Anahi  usava um vestido branco com contornos de flores em lilás e rosa com menos de um palmo abaixo dos joelhos e em seus pés estava um pequeno salto fino prata.


– Uau! – soprei.


– Oi meu amor. – sorriu ela. – Posso entrar? – pediu ainda parada na porta.


– Ai, desculpe. – disse rindo. – Eu fiquei um pouquinho atordoada, mas pode entrar.


– Atordoada por quê? – indagou rindo.


– Já se olhou no espelho? – sorri lhe dando um leve selinho.


– Hã, hã. – pigarreou minha mãe. – Anahi. – berrou.


– Olá Anita. – se abraçaram.


– Meu Deus, você está linda. – disse dando uma volta de trezentos e sessenta graus em minha namorada. – Tem certeza que veio para o lugar certo? – perguntou minha mãe rindo.


– Sim, sim. – sorriu.


– Isso tudo é para a Dulce? – continuou Anita.


– Mãe. – reprimi-a. – Por que você tem que ser sempre assim? – perguntei abraçando Anahi por trás.


– Eu não vejo problema nenhum. Afinal, ela não é minha nora? Prefere que ela diga a suas amigas como odeia a sogra dela? – riu.


– Com certeza não direi que te odeio. – respondeu Any rindo. – Mas, cadê o motivo para tal evento?


– Ele deve estar chegando. Vou para meu quarto terminar de me arrumar e Dulce, abra a porta caso ele chegue. – pediu.


– Sim senhora. – bati continência e arrastei Anahi para o sofá ao mesmo tempo em que minha mãe fechara a porta do quarto.


– Ela está feliz não é? – indagou Any com a cabeça encostada em meu ombro.


– Está. – sorri para o nada. – Isso me faz feliz. Ela sempre me pôs em primeiro lugar em sua vida, e saber que alguém está fazendo-a sentir-se assim mais jovem, mais feliz, isso me faz bem.


– Eu gosto de vê-la assim. – virou sua cabeça para me encarar. – Ela também é importante para mim, afinal, se não fosse por ela eu não teria você. – sorriu.


– Eu te amo! – disse e me inclinei para dar-lhe um beijo.


            Beijei-a com uma certa delicadeza. Tinha medo de quebrá-la como uma boneca de porcelana. Nossas línguas se embolavam sincronizadas enquanto sugava seus lábios. O medo de machucá-la foi se dissipando e os beijos começaram a aumentar de intensidade. Mordiscava seus lábios e ouvia seus gemidos abafados. Direcionei minha boca para a pele quente de seu pescoço e sentia seu hálito queimar cada pedacinho de meu corpo que ele tocava. As minhas mãos que estavam até então posicionadas em suas cinturas começaram a subir lentamente por sob seu vestido enquanto ela agarrava minha nuca e pescoço com suas mãos. Segurei firme em suas coxas torneadas e beijava seu pescoço roçando minha língua por entre os lábios.


– Dulce. – ofegou com a voz embargada. – Pá-páre. P-por favor. – pediu segurando minhas mãos que estavam em suas coxas.


– Tem certeza? – sussurrei roçando meus lábios em sua orelha.


– É m-melhor. – suspirou. – S-sua mãe p-pode entrar. – disse.


            Retirei minhas mãos de seu corpo a contragosto, me afundei no acolchoado do sofá e olhei para uma reta imaginária em minha frente.


– Dulce? – chamou-me ainda com a respiração alterada. – Vai ficar chateada?


– Não Anahi. – respondi.


– Por favor, não fique chateada comigo. – pediu cabisbaixa. – Eu só acho que agora não é a hora certeza, entende?


– Tudo bem.


– Se isso te consola: Eu quero isso tanto quanto você. – sussurrou. – Mas eu queria que fosse especial, entende? – mordeu o lábio inferior.


– Me diz onde seus pais passaram a lua de mel? – perguntei de repente.


– C-como? – indagou confusa com uma sobrancelha elevada.


– Me diga. – pedi.


– Em Campos do Jordão. Uma cidade do interior de São Paulo. – respondeu.


– Pois então vamos para Campos do Jordão. – sorri.


– Não entendi. – fazendo uma careta.


– Se você quer que seja especial, será. Vamos para Campos do Jordão e alcançaremos a penúltima meta. – sorri.


– Está falando sério? – sorriu.


– Por acaso já menti para você? – indaguei.


– Vamos ver. – colocou um dedo no queixo e fez um biquinho como se estivesse pensando. – Por hora não me lembro. – riu.


– Boba. – dei-lhe um selinho.


– Eu te amo tanto. – abraçou-me e ouvimos a campainha tocar.


– Opa. Acho que ele chegou. – levantei-me a contragosto e sorri para a loira sentada no sofá. – Já volto.


– Te espero. – sorriu outra vez.


            Segui para a porta do meu apartamento e a abri.


– Gustavo? – indaguei vendo a forma parada em minha frente.


– Dulce? – perguntou.


– Ué, aconteceu alguma coisa com o Juliano? – perguntei.


– Na verdade, não. É que... Sua mãe se chama Anita? – indagou coçando sua cabeça em sinal de nervosismo.


– Não acredito! – berrei rindo. – É você? É você o namorado da minha mãe? – continuei rindo.


– Se sua mãe se chama Anita, é uma neurocirurgiã linda, mora nesse apartamento, tem os cabelos negros e é a pessoa mais maravilhosa desse mundo: Então acho que sou. – sorriu.


– Caraca! – gritei. – Entra porra. Não dá nem para acreditar. – ri e dei passagem para que ele entrasse.


– Que surpresa. – disse ele. – Quando ela me deu o endereço e reconheci que era o mesmo prédio que o seu, até fiquei de perguntar se não era sua vizinha. – riu.


– Coincidência incrível. – disse. – Venha. – pedi para que ele me seguisse até a sala. – Gustavo, essa é Anahi, e Anahi, esse é o Gustavo namorado da minha mãe.


– Muito prazer Gustavo. – disse Anahi e estendeu sua mão para cumprimentá-lo. – Sou Anahi, namorada da Dulce. – disse convicta.


            Sorri largamente para ela ao escutar com clareza a forma como disse “namorada da Dulce”. Uma forma sem medo, vergonha ou receio. Senti-me nos céus com essa certeza que ela tem.


            Olhei para Gustavo e ela não demonstrara nenhuma mudança de expressão. Continuava a sorrir para a garota loira a sua frente.


– Muito prazer. – respondeu ele apertando a mão de minha pianista.


            Após o susto de descobrir que Gustavo era o namorado da minha mãe, o jantar fluiu perfeitamente. Descobri que ele pode ser a pessoal ideal para ela: Ele é maravilhoso. Vejo os pequenos gestos que ele faz para agradá-la, como acariciar as mãos; elogiá-la; afagar as bochechas; é tanto amor que às vezes me perco pensando se é dessa forma que as pessoas me vêem quando estou com Anahi. Em nenhum momento ele se mostrou desconfortável com esse fato, na verdade, nos apoiou e disse que no amor e na guerra tudo vale. E que não seria um simples preconceito que tem o direito de destruir isso. Descobri também que ele não é tão novo quanto aparenta. Ele na verdade tem a mesma idade que minha mãe: Trinta e sete anos. – E eu que pensei que fossem só vinte e oito! – sorri com o pensamento.


            Hoje é sexta-feira. – Chegou! Chegou! Chegou! – É hoje o musical. Acordei maravilhosamente bem. Não precisaria ir para a escola para que eu pudesse me arrumar. Nunca pensei que voltar a subir em um palco me faria bem, na verdade, acho que essa alegria toda não será somente por causa do musical. Minha mãe não iria trabalhar hoje e disse que levaria Gustavo junto dela. Cris e Ju me ligaram dizendo que estavam ansiosos para me ver e para conhecer a minha namorada. – Meu amor. – Ela foi a primeira a me presentear com sua ansiedade. Não era nem nove horas da manhã e ela me ligou dizendo que não esperava mais para me ver hoje à noite. Disse que tinha certeza que mataria várias pessoas só por elas olharem para mim naquele e machucaria vários corações masculinos e femininos de amor. A única coisa que fui capaz de dizer é que somente um coração me importa: O coração de Anahi.


            Beatriz não quis ir à aula só para me incomodar. Menos de meia hora depois da ligação de Any, ela apareceu fazendo o escarcéu no meu apartamento. Assustou até Sueli que fazia meu café. Sorri com a animação da minha amiga.


            Já eram quase seis horas da tarde. Eu havia acabado de chegar ao auditório e encontrei Anahi a minha espera tocando uma suave melodia. – Ela estava linda! – Usava um vestido vinho longo com saltos também vinho. Seu cabelo havia crescido um pouco e estava abaixo dos ombros.


– Oi meu amor. – disse abraçando-a por trás enquanto tocava.


– Ai que susto. – soprou colocando a mão no coração.


– Sentiu saudades? – perguntei em seu ouvido.


– Um segundo sem você me basta para sentir saudade. – virou-se para mim e sorriu.


– Você está linda! – sussurrei. – E muito cheirosa. – inalei profundamente em seu pescoço.


– Você também. Ficou lindo esse babyliss. – sorri passando as mãos em meus novos cachos.


– O que devo fazer? – indaguei selando nossos lábios rapidamente, aproveitando que não havia ninguém por perto.


– Seu vestido está ali junto com minhas coisas. Por hora, apenas se arrume. Está marcado para começar sete e meia.


– Cadê Landon? – perguntei olhando em volta.


– Chegou não faz muito tempo. Deve estar se arrumando. – fez uma careta.


– Tudo bem. Mas tarde eu volto então. – sorri e fui me arrumar.


            Desde a minha primeira prova, fazia mais ou menos uma semana. Agora o vestido estava perfeitamente regulado ao meu corpo. Ele era suspenso somente por duas tiras finas. Olhei para a minha imagem no enorme espelho em minha frente e aprovei o que eu vi. Além de meu longo vestido prata, quase azul cintilante, usava sandálias de salto altérrimo da mesma cor. Os meus cachos negros caiam perfeitamente sobre meus ombros nus. A maquiagem fazia com que meus olhos brilhassem mais, tornando-os um forte azul aquoso.


            Satisfeita com minha produção, saí do vestiário e segui para onde Anahi estava. Estava andando meio apressada olhando para o chão e nem percebi quando esbarrei em um corpo forte.


– Ai, descul... – engoli minhas desculpas quando vi que era Landon.


– Olá Dulce. – sorriu para mim.


            Estava meio atônita, meus reflexos não foram rápidos o suficiente para um abraço descarado que ele me deu.


– Me larga! – rosnei me soltando de seus braços.


– Calma Dulce, só estou cumprimentando minha parceira. – deu-me uma piscadela.


– Poupe-me de seus cumprimentos. Outra coisa. De mim não conseguirá mais do que ser meu parceiro de teatro, e que por sinal, ACABA HOJE! – enfatizei as últimas palavras.


– Não se preocupe, porque mais do que isso nem eu mais quero. – disse entredentes.


– Que bom Landon. Apesar de que você tirou o meu prazer de ter que te dar mais pés na bunda. – ri.


– Você se acha demais. – cuspiu.


– Aprendi com o melhor! – gargalhei. – Agora se me dê licença. Minha namorada me espera e daqui a pouco tenho um musical para estrelar. – dei-lhe uma piscadela e ouvi o seu grunhido.


            Quando já estava de costas para ele, me permiti bufar algumas vezes de raiva. – Poderia eu ter esbarrado novamente com Anahi? Seria muito melhor. – pensei. Subi novamente no palco que estava fechado por cortinas e me deparei com uma Anahi concentrada deslizando suas mãos sobre as teclas do enorme piano.


 


When i saw your face


(Quando eu vi seu rosto)


It was like a space It


(Era como se um espaço)


In my heart was filled


(No meu coração se encheu)


It`s like i knew


(É como se eu soubesse)


From the very start


(desde o começo,)


That you were every other part of me


(Que você fosse toda outra parte de mim)


 


It`s like I have loved you since


(É como eu tenho amado você desde então)


 


From the moment when


(O momento quando)


Since time began


(Desde o início dos tempos)


You fill my heart


(Você enche meu coração)


 


Oh, love of mine


(Oh, meu amor)


Why did it take so long to find


(Porque demorou tanto tempo para encontrar)


Your touch


(Seu toque)


Hope was never gone


(Espero que nunca tinha ido)


Even though it took so long


(Mesmo que tenha demorado tanto tempo)


To find you


(Para te encontrar)


 


You Fill My Heart (Você Enche meu Coração) – Jason Walker


 


            Fiquei abobalhada com a forma suave como suas mãos dançavam naquele mar branco, como seus lábios se movimentavam delicadamente conforme a letra da música, com a rouca e penetrante voz que faria exércitos se ajoelharem. Era profundamente maravilhoso ouvi-la expressar-se.


– Você é toda perfeita, sabia? – disse.


– Meu Deus Dulce. Será que você pode parar de me assustar? – riu com os olhos dilatados. – Há quando tempo está aí?


– Tempo suficiente para ouvi-la. – sorri. – Não sei definir se você toca melhor do que canta. É uma decisão difícil. – sorri.


– Eu prefiro você! – disse ela sorrindo.


– E eu prefiro você! Estamos quites. – dei-lhe um beijo na bochecha.


– Já disse que você fica linda nesse vestido? – perguntou-me.


– Hum. Acho que só umas mil vezes. – ri.


– Tá. Você fica linda nesse vestido! – sorriu largamente.


– Ok! Já se viu no espelho? – indaguei.


– Prefiro olhar você! – riu. – Agora vamos. Você sabe que horas são?


– Não faço a mínima idéia.


– Pois é. Olhe ali no cantinho da cortina e veja quantas pessoas já estão ali.


            Meu coração acelerou consideravelmente e fiz o que Anahi me pediu. Abri uma pequena fissura entre as cortinas e olhei para as cadeiras que já estavam começando a serem ocupadas.


– Mas não é cedo? – perguntei a ela.


– Na verdade já está quase na hora. – respondeu Landon vindo do vestiário masculino.


– Garoto, você foi pago para me perseguir? – rosnei.


– Eu só estou aqui por causa do musical. – disse ríspido.


– Por mim, nem por isso você estaria. – cuspi.


– Dulce. Vem aqui, por favor. Deixa para lá. – pediu Anahi.


– Vem aqui, por favor. Deixa para lá. – imitou Anahi. – Isso. Faça tudo que ela mandar.


– Cala a sua boca seu idiota! – disse entredentes.


– Dá para vocês dois pararem? Parecem duas crianças. – disse ela ríspida.


– Desculpe. – falei envergonhada.


            Landon apenas bufou e foi para o outro canto do palco nos deixando paradas.


            Os minutos foram se arrastando e de repente já se passava das sete. Estava na hora de apresentar o nosso longo e árduo trabalho.


– Está na hora. – avisou Anahi.


– Tem certeza? – indaguei insegura.


– Tenho! E também sei que vocês vão ser maravilhosos. – sorriu pra mim e para o garoto enfezado.


– Tá certo. Vamos começar então. – disse ele.


            Anahi me deu um rápido selinho e seguiu para o seu piano que ficava na parte mais baixa do palco e na frente das cortinas. Encarei Landon mais uma vez e juntos caminhamos até as nossas cadeiras que ficavam atrás dos grandes tecidos.


            O canário era todo baseado em um bar. Landon ficava o musical inteiro sentado em uma cadeira onde do lado havia uma mesa e uma cadeira para mim que ás vezes ficava em pé e ás vezes sentada.


            As luzes ainda estavam apagadas quando inalei muito oxigênio e comecei a me concentrar. Landon me fitava com um semblante sério e preocupado, longe de ser aquele agressivo que tem que se mostrado ser ultimamente.


            Dei uma última olhada para o garoto do meu lado e as paredes de tecido vermelho se abriam a nossa frente. Com as luzes ainda apagadas, consegui observar a quantidade de pessoas a nossa frente. A iluminação se acendeu e Anahi começou a produzir os acordes ensaiados.


            Comecei a cantar com os olhos fixos na platéia. Passava os meus olhos de rosto por rosto. Às vezes desviava o meu olhar para o Landon sentado ao meu lado e construía a imagem de Anahi no seu lugar com o propósito de dizer para ela o significado de cada palavra da música.


 


There`s a song that`s inside of my soul


(Há uma música dentro da minha alma )


It`s the one that I`ve tried to write over and over again


(É uma que eu tentei escrever de novo e de novo)


I´m wake in the infinite cold


(Estou acordada no frio infinito)


But you sing to me over and over and over again


(Mas você canta para mim mais uma vez e mais uma vez )


 


            Levantei-me e comecei a percorrer a estrutura sob meus pés. Caminhava naquele palco alternando meu olhar. Rodeava a cadeira onde Landon estava encarando-o profundamente. Olhava de canto de olho para Anahi que maestrava maravilhosamente a suave melodia que saía do imenso piano.


 


So I lay my head back down


(Então eu abaixo minha cabeça )


And I lift my hands and pray to be only yours


(E junto minhas mãos e oro para ser somente sua )


I pray to be only yours


(Eu oro para ser somente sua )


I know now you`re my only hope


(Eu sei agora você é minha única esperança )


 


            Coordenada meus pés obrigando-os a realizarem os movimentos ensaiados. Perdia-me em meio às luzes, som e olhares. Mergulhada em um mundo só meu em que só existia a harmonia vindo de Anahi. As notas pareciam adentrar meus poros e correrem em minhas veias. Não me importava mais com quem eu estava atuando, o que me importava era só em quem eu pensava. Esqueci completamente onde eu estava e executava o que meu corpo mandava, o que parecia ser perfeito para a cena.


 


Sing to me the song of the stars


(Cante para mim a canção das estrelas )


Of your galaxy dancing and laughing and laughing again


(Da sua galáxia dançando e rindo e rindo de novo)


When it feels like my dreams are so far


(Quando sentir que meus sonhos estão tão longe)


Sing to me of the plans that you have for me over again


(Cante para mim os planos que você tem para mim mais uma vez)


 


            Dizia as palavras como se estivesse as pronunciando para Anahi. Cada uma me lembrava um momento em que estávamos juntas. Queria tentar transmitir, mesmo que sem olhá-las nos olhos, o que aquela canção dizia.


 


So I lay my head back down


(Então eu abaixo minha cabeça)


And I lift my hands and pray to be only yours


(E junto minhas mãos e oro para ser somente sua)


I pray to be only yours


(Eu oro para ser somente sua)


I know now you`re my only hope


(Eu sei agora você é minha única esperança)


 


I give you my destiny


(Eu te dou meu destino)


I`m giving you all of me


(Estou te dando tudo de mim )


I want your symphony


(Eu quero sua sinfonia)


Singing in all that I am


(Cantando tudo que eu sou)


At the top of my lungs


(Com todo o meu fôlego)


I`m giving him all I have


(Estou te dando tudo o que tenho)


 


            Meus movimentos já não me pertenciam. Pareciam fazer exatamente parte de todo o contexto. Por um breve momento, vi rostos já não mais comuns e desconhecidos, pude ver em rápidos segundos a face de minha mãe ao lado de Gustavo e Sueli, e uma fileira atrás deles os pais de Anahi. Desviei meu olhar para a ponta da platéia e observei as suaves íris castanha de Letícia.


 


So I lay my head back down


(Então eu abaixo minha cabeça)


And I lift my hands and pray to be only yours


(E junto minhas mãos e oro para ser somente sua)


I pray to be only yours


(Eu oro para ser somente sua)


I pray to be only yours


(Eu oro para ser somente sua)


I know now you`re my only hope


(Eu sei agora você é minha única esperança)


 


            Ao final das palavras, ainda ouvindo a melodia vinda do piano, sentei-me ao lado de Landon e encarei-o como havíamos ensaiado. O que eu não esperava era que ele quebraria toda a nossa rotina. Diferente do que havia no roteiro, ele se inclinou e me pegou despercebida depositando seus lábios sobre os meus. Observei atônita ele voltar a se acostar na cadeira. Anahi acabou com a música e as paredes vermelhas voltaram a se fechar abafando o som das palmas que vinha de baixo na platéia. As luzes se apagaram e mesmo sem enxergar, tinha certeza que Landon ainda me fitava.


            Fiquei perdida nos meus devaneios e também no escuro. Senti novamente um hálito quente tocando meu rosto espalmei minha mão no rosto do infeliz a minha frente.


– Você é louco? Você tem algum distúrbio mental que eu não sei? – esbravejei levantando da cadeira enquanto as luzes se acendiam.


– Que eu sabia quem tem distúrbio aqui é você. Não sou eu quem beija alguém do mesmo sexo. – disse ironicamente.


– Cala a sua boca. Saiba que eu prefiro milhões de vezes beijar Anahi a ter que ao mesmo olhar nessa sua cínica cara. Seu covarde. – falei o mais alto que eu pude, mas só para ele ouvir. – Só me beijou aqui porque não teria como eu recusar nem me desviar. E me pegou desprevenida. – joguei as mãos para o ar. – Sabia que eu nunca iria aceitar beijar você de novo.


– Lógico que não. Eu só fiz isso porque vi que sua queridinha namorava nos olhava. – sorriu sarcástico.


– Ora seu... Peraí. Anahi viu? – arregalei os olhos.


– Ela e todas as outras pessoas que estavam na platéia. Até mesmo aquela sua amiguinha Bia.


– Anahi. Preciso falar com Anahi. – disse a mim mesma começando a andar. 


            Eu mal havia saído do lugar e esbarrei em Letícia e Fernanda.


– Você foi maravilhosa. – disse Fernanda sorrindo.


– Foi mesmo. – Letícia me deu um abraço. – O que foi aquilo? – perguntou-me ela sussurrando em meu ouvido.


– Ele é louco. Fez de propósito. – soltei-a. – Viu Anahi? – indaguei.


– Encontrei com ela agorinha. Estava indo para o banheiro. – disse Fernanda.


– Se me dêem licença, preciso falar com ela. – sorri amarelo e me despedi seguindo para onde a pianista estava.


            Não me importei com o fato de a escola inteira ter visto. O que realmente me preocupava era o que se passava na cabeça da minha namorada. – Um dia ainda mato aquele idiota. – pensei abrindo a porta do banheiro.


– Anahi? Meu amor, você está aí? – perguntei.


– Espere um minuto Dulce. – pediu ela.


            Fechei a porta para que ninguém pudesse entrar e fiquei esperando-a encostada na parede. O silêncio era torturante. O único ruído era os abafados soluços vindos de uma das cabines. Só a fato de escutar o seu choro já me matava por dentro.


– Anahi. Me perdoe. Por favor. – pedi ainda do lado de fora começando a entrar em crise com as lágrimas descendo. – Eu juro que não tive nada haver com aquilo. Depois que tudo acabou, nós acabamos discutindo. Eu bati nele de novo. Perdoe-me. Por favor. Perdoe-me meu amor. Eu te amo mais do que qualquer coisa. Por favor. – murmurava cabisbaixa fazendo com que as lágrimas caíssem direto no piso branco.


– Eu te amo! – Anahi em um impulso abriu a porta do banheiro e se jogou nos meus braços.


– Perdoe-me. Eu juro para você. Não existe ninguém nesse mundo, além de você, que desejo beijar. Você é tudo para mim. Eu nunca faria isso com você. – sussurrava.


– Eu... a-acredito em você. – balbuciou ela entre meus cabelos. – Você já me deu p-provas suficientes para me fazer acreditar no s-seu amor por mim.  – soluçava. – Mas só o fato de imaginar qualquer outra pessoa te tocando, te beijando, me machuca. É o mesmo que espremer meu coração. Ele fica apertado e dolorido. Mas pior do que isso é ver e não imaginar.


– Eu juro que eu não sab...


– Shi... Eu já disse que acredito em você. – cortou-me. – Mas... machuca ver aquele garoto com você. Saber que ele te beijou sem ao menos você querer. Se um dia você me deixasse por alguém que ama, eu não me machucaria tanto. Pois seria sua vontade...


– Não fale assim. – pedi ainda abraçada a ela. – Você é a única coisa que eu quero.


– Tudo bem. Não vamos mais falar sobre isso. – beijou meu rosto e fitou-me com um meio sorriso.


– Tem certeza que não está chateada comigo? – perguntei encarando as safiras azuis de seus olhos.


– Com você não. Com ele.


            Aproximei meu rosto para perto do seu e senti seu hálito acariciar minha face. Fechei meus olhos e sorri diante da situação. Sorri por ela acreditar no meu amor. Sorri por saber que ela é minha e que eu sou inteiramente dela. Rocei nossos lábios carinhosamente e depois a beijei com veemência. Levei minhas mãos até seu rosto, e segurei-o delicadamente. Deliciava-me com o gosto de sua boca enquanto acariciava sua língua com a minha. Aos poucos a intensidade foi se dissipando, dando espaço para a tranqüilidade e calma. Separei nossos lábios e pressionei-os novamente mais três vezes em demorados selinhos.


– Vamos? – indagou ela. – Ainda temos pessoas para cumprimentar. – sorriu.


– Verdade. Eu vi seus pais. – sorri. – Minha mãe também arrastou Gustavo e Sueli com ela. Ah... – pausei. –... Meus amigos também vieram só para te conhecer. Estão todos com Bia.


– Falou com Letícia? – perguntou-me entrelaçando nossas mãos e saindo do banheiro.


– Uhum. Antes de vir atrás de você. – sorri com o canto dos lábios e continuamos andando.


            Quando estávamos chegando ao palco, ouvi meu nome ser pronunciado com total escândalo.


– Duuuuuuuuuuuulce!


– Essa não. Ela nos achou. – revirei os olhos enquanto Anahi ria.


– Ai meu Deus. Morri quando eu te vi! – gritou Bia em meu ouvido me agarrando.


– Ai meu Deus digo eu. Menina, eu não sou surda! – disse.


– Cara. Você estava linda! Perfeita! E... Oh meu Deus. O que foi aquilo no final? Por que ele te beijou? Você não me falou nada sobre nenhum beijo no fi...


– Oi gente. – interrompi Bia para cumprimentar os meus outros amigos.


– Você estava linda! – disse-me Cris abraçando-me.


– Ficou muito legal. – disse Ju.


– Então... Vai me deixar falando sozinha? Ei. – chamou Bia passando a palma da mão em frente ao meu rosto.


– Shiu. Quieta. Larga a mão de ser mal educada. Não está vendo Anahi? – reprimi-a.


– Ai. Desculpe Any. É que eu... você sabe né? Ela estava linda, com todo respeito.


– Tudo bem. – Anahi abraçou-a rindo. – Ela estava linda mesmo. – todos riram e eu fiquei completamente vermelha.


– Você também estava maravilhosa. – disse Bia para Any.


– Obrigada. – sorriu.


– Hã, hã. – pigarreei chamando a atenção para mim. – Gente, essa daqui é a Anahi. Any, esses são Cris, prima do Landon... – fiz uma careta e eles riram. –... E esse é Juliano, namorado de Bia.


– Muito prazer. – disse ela estendendo a mão para cumprimentá-los.


– Você toca muito bem. – disse Cris para ela.


– Obrigada. – sorriu.


            Olhei de rabo de olho para a minha esquerda e vi minha mãe com um enorme sorriso me chamando com as mãos. Os avisei que ia até ela deixando-os engajarem uma conversa sobre o musical.


            Minha mãezinha estava toda sorrisos. Ao lado dela Gustavo e Sueli também estavam dizendo o quando haviam gostado da apresentação e também curiosos sobre o beijo no final. Expliquei para eles o que realmente havia acontecido e vi em Gustavo a imagem de um pai protetor. Fiquei até com medo dele quando disse que o Landon havia me beijado de propósito. Mas, ao mesmo tempo achei engraçado. Imaginei que seria a mesma reação que meu pai teria. – Eu queria tanto que você estivesse aqui pai! – pensei enquanto ria de Gustavo.


            Logo Anahi apareceu com seus pais que pela primeira vez estavam vendo a minha mãe. Clarisse se encantou com o fato de Anita ser neurocirurgiã. Minha mãe ria com o jeito daquela mulher falar. George começou a falar sobre como os adolescentes hoje em dia não ligam tanto para esse tipo de coisa, como cultura e tudo mais. Fiquei morrendo de dó de Gustavo e Sueli que “fingiam” prestar atenção em tudo que ele dizia. Só os via concordo com a cabeça e olhando para os lados meio sem rumo.



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Autor(a): Miaagron

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 11



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  • AnBeah_portinon Postado em 02/04/2018 - 18:17:54

    Chorei horrores aqui! DEUS! quase morri por falta de oxigênio pelo meu choro compulsivo, ainda mais porque assisti os últimos capítulos ouvindo only Hope e You re missing It. No epílogo cry. Quase morri kkk. Amei!

    • AnBeah_portinon Postado em 02/04/2018 - 18:18:55

      Quer dizer, li os capítulos kk

  • flavianaperroni Postado em 06/10/2014 - 18:53:57

    Meu Deus eu chorei como um bb..não não eu chorei PIOR que um bb,que susto você me deu cara,Jurei que a Annie tinha morrido mesmo...Mais trando meu choro convulssivo eu AMEI DE PAIXÃO a web..ela é PERFEITA demais..Parabpens

  • brunamachado Postado em 02/09/2013 - 02:59:52

    Muito boa a história,emocionante,chorei igual uma cabrita pq pensei que ela tinha morrido mesmo,mais foi um lindo final feliz.

  • lunaticas Postado em 27/07/2013 - 04:19:25

    Nossa gostei demais ;)

  • Vondyreis Postado em 25/07/2013 - 21:55:03

    Que bom q a Any ñ morreu,vc conseguiu me enganar direitinho não foi?parabéns. pela fic ela é otima,ate a próxima eu espero!!!!

  • Vondyreis Postado em 24/07/2013 - 21:34:01

    Como vc pode matar a minha Any?!!!?!!?brincadeirinha!!serio eu chorei muito...E sua web é muito boa

  • lunaticas Postado em 24/07/2013 - 00:24:35

    amandooooooooo a Fic ;)

  • lunaticas Postado em 19/07/2013 - 03:40:50

    Adorei!!! Posta mais ;)

  • lunaticas Postado em 18/07/2013 - 04:00:09

    Oi adorando sua Fic!!! Espero q haja um milagre :( Ansiosa para os próximos cap.

  • rebecabel19hotmail.com Postado em 16/07/2013 - 10:05:02

    Posta mais...espero que continuem juntas;...


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