Fanfics Brasil - Campos do Jordão Um amor pra recordar Portiñon

Fanfic: Um amor pra recordar Portiñon | Tema: RBD Anahi e Dulce Maria


Capítulo: Campos do Jordão

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            Acabou! Acabou! Acabou! – Estou livre daquele idiota! – pensei ao deitar em minha cama na mesma noite da apresentação. Agora é só felicidade pela frente. – Lógico que nesse momento eu nem me lembrei da doença da Anahi. Estava feliz demais por tê-la ao meu lado para ficar pensando na parte ruim. Prefiro ser positivista e imaginar que passarei a vida inteira ao lado dela.


            Os dias foram passando e nada de diferente acontecia. A rotina era sempre a mesma: Escola, casa, casa, casa da Anahi. Casa da Anahi e minha casa. Daqui a uma semana completaríamos um mês de namoro, e como prometido, conversei com minha mãe e conseguimos preparar tudo para uma viagem até Campos do Jordão. Lógico que para a minha namorada, tudo seria uma surpresa. Ela só ficaria sabendo no dia de ir. Clarisse se mostrou ser bem a favor do nosso namoro. Não ponderou em nenhum momento quando pedi que ela arrumasse as malas de Anahi sem ela saber.


            Ficaríamos hospedadas uma semana em um dos hotéis da cidade. Anahi mesmo sem saber seria quem conduziria o carro até lá. – Que falta me faz não ter dezoito anos! – Espero que tudo dê certo.


            Beatriz também havia completado um mês de namoro com Juliano. – Eles são fofinhos demais. – Ju e Cris depois do episódio das canalhices de Landon, se aproximaram muito mais de nós. Ao contrário deles, foi o que aconteceu com Letícia. Aquela lá se afastou um pouco. Anahi disse que conversou com ela e que Lê abriu totalmente o jogo dizendo que gostava de mim e tal, mas que não seria capaz de se intrometer em nosso relacionamento de tão bonito que é. Anahi também me disse que Letícia anda tendo uns casinhos aí e que um deles parece que pode dar certo. Eu fiquei feliz por saber disso, até porque eu gosto muito da inspetora e não queria vê-la magoada. – Ainda mais por culpa minha.


– Dulce. Você já ligou para Anahi vir para cá? A estadia no hotel começa hoje. – avisou minha mãe.


– Já sim. Ela deve estar chegando. – disse arrumando minhas malas.


– Pegou casado?


– Peguei mãe.


– E calça?


– Também.


– Lá é frio. Mesmo sendo primavera o clima lá é úmido. Pega bastante casaco.


– Eu peguei mãe.


– Garota, você não sabe arrumar a mala. Olha quanta coisa errada. – veio fuçar nas coisas que eu estava arrumando.


– Que saco mãe! Se eu arrumo tão mal assim, por que não faz isso você? – perguntei passando uma das mãos no rosto em sinal de nervosismo.


– Caramba! Você está nervosinha né? Só porque vai viajar com a namoradinha e vão ficar uma semana no hotel sozinhas. Só não digo pra levar pílula do dia seguinte porque acho que não vai precisar não é? – gargalhou.


– Porra mãe! Dá pra parar? – gritei dando um tapa em seu braço.


– Ai Dulce! – rindo. – Sou sua mãe. Tenho que te prevenir.


– Eu sei me cuidar! – disse nervosa.


– Como você está nervosa. Fique calma porque a Anahi não vai te agarrar. – riu.


– O problema sou eu agarrar ela. – sussurrei.


– O que disse? – indagou minha mãe.


– Nada mãe. Nada. Vou lá na sala ligar pra Bia enquanto você arruma as MINHAS COISAS... – enfatizei o ‘minhas coisas’. – ... E a Anahi não chega.


            Peguei meu telefone e disquei um dos números mais conhecidos.


– E ai lindona. – disse para o aparelho.


– Deixa só Anahi ouvir você falando isso. – disse Bia rindo.


– Você sabe né? Se eu não fosse tão apaixonada pela minha Anahi eu com certeza agarraria uma morena com mechas vermelhas. – ironizei.


– Sai pra lá. Gosto disso não! Prefiro muito mais meu moreno alto, bonito e sensual. – riu.


– Boba. – ri. – Daqui a pouco a Anahi tá chegando e vamos viajar. – disse com um sorriso.


– Ai amiga. Fico feliz por tudo estar dando certo para você. – disse ela. – Vocês vão mesmo para Campos? – indagou.


– Uhum. É a cidade em que os pais dela passaram a lua-de-mel. E a nossa quase vai ser uma. – ri.


– Menina, tu é safada. – gargalhou. – Tenho dó de Anahi. Não estão juntas nem um mês ainda e já está arrastando a mulher pra cama.


– Credo Bia. – protestei. – Quem vê pensa que eu sou uma vadia ou um cafajeste que não pode ver uma menina indefesa que já tira sua virgindade. – disse. – E você sabe muito bem que de tirar a virgindade eu não sei nada. – ri.


– Tá legal! Nessa você me pegou! Mas pelo jeito, isso não vai durar muito mais tempo não é? – gargalhou mais alto.


– Garota! Pelo amor de Deus. – ri. – Eu já estou nervosa, e você ainda fica falando assim.


– Dulce. Para essas coisas você nunca foi santa. E Tenho certeza que não vai ser agora que vai começar. – riu.


– Tá legal! Tá legal! Se você não parar de falar sobre isso, eu juro que desligou essa merda de telefone na sua cara.


– Tá. Parei. Não sabe nem brincar.


– Obrigada.


– Mas quem sabe a Anahi não te dá um jeito hoje. – gargalhou.


– Sua cretina, imbecil. Tchau! – disse.


– Não. Sério. Parei de verdade. Prometo! – segurando o riso.


– Olha lá hein. – disse.


– Falando sério agora. Espero que vocês se divirtam bastante e que dê tudo certo.


– Obrigada amiga. Eu realmente estou bastante nervosa. Até porque ela não sabe ainda.


– Fica tranqüila. Tenho certeza que ela vai gostar.


– Eu espero! E espero que ela saiba chegar até lá. – ri.


– Qualquer coisa, eu te empresto um mapa. – riu. – Mas olha, quando chegar lá, me liga.


– Tá certo MÃE! Eu te ligo! – ri.


– E outra coisa. Quero saber dos detalhes mais sórdidos quando chegar. – gargalhou.


– Depois sou eu que só penso nessas coisas. – ri. – E não. Não vou contar nadinha!


– Qual é Dulce? Sou sua amiga.


– Não Bia. E tenho que ir.  A campanhinha está tocando, e provavelmente é a Anahi.


– Por favorzinho Dulce.


– Não!


– Me conta. Por favor, sua ingrata. Eu quero saber de tu...


– Tchau Bia. Nos falamos quando eu chegar lá.


– Mas, Dulce...


– Beijo. Te amo.


– Tá bom. – bufou. – Beijo. Te amo. Manda beijo para a sua namoradinha.


– Tá bom. Beijo.


            Desliguei o telefone, coloquei-o em cima da mesinha de centro da sala e fui até a porta.


– Oi meu amor. – disse Any me dando um selinho.


– Oi. – sorri. – Que bom que chegou. Espera só um minutinho que já venho. – fui para meu quarto e voltei com as malas e minha mãe.


– Oi Anahi. – minha mãe foi cumprimentá-la.


– Oi Anita. – sorriu. – Que malas são essas Dulce? – perguntou apontando para as mesmas em minha mão.


– São minhas. – disse.


– E você vai viajar? – indagou com um semblante triste e surpreso.


– Uhum. – sorri.


– Por que não me disse?


– Queria te fazer uma surpresa.


– Surpresa?


– Dulce. Anda logo. – protestou minha mãe.


– Vamos indo então porque não agüento mais minha mãe e precisamos ir logo.


– Precisamos? Como assim? Vamos pra onde? – indagou.


– Nem te conto! – gargalhei. – Brincadeira. – sorri.


– Boba. – riu. – Fala logo.


– Lembra que eu te disse que iríamos viajar logo depois do musical? Então. Estamos indo. – sorri pegando as malas outra vez.


– Espera aí. Você está dizendo que estamos indo... indo para Campos do Jordão? – perguntou com um meio sorriso nos lábios.


– Não era lá que queria ir? – sorri.


– Sim. Mas... Temos que resolver como vamos e onde vamos ficar...


– Any. Eu já resolvi tudo.


– Hã, hã. – pigarreou minha mãe.


– Ok. – ri. – Nós arrumamos tudo.


– Nós? – indagou Anita.


– Tá vai. Minha mãe arrumou tudo. – enfatizei o ‘minha mãe’ e Anahi riu.


– Tenho que arrumar minhas coisas. – disse ela.


– Na verdade... Já pedi que sua mãe fizesse isso. Elas estão prontas. É só ir. – sorri.


            Anahi atravessou a sala em duas passadas largas e envolveu-me com seus braços selando nossos lábios.


– Eu te amo... Você é a melhor coisa que me aconteceu... Você é tudo para mim... – a cada frase ela me cobria de beijos e minha mãe ria alto.


– Essa viagem vai render! – ouvi Anita murmurar gargalhando.


            Só o fato de ver o sorriso crescendo no rosto dela ao saber de nossa viagem, valeu qualquer esforço. Nos despedimos de minha mãe e fomos até a casa dela buscar as suas coisas e se despedir de seus pais. Anahi tinha uma noção de como chegar até lá, mas George explicou detalhadamente o caminho.


            Guardamos toda a bagagem em seu carro e entramos no mesmo. O céu ainda estava claro. Olhei para o meu relógio de pulso e marcava quatro e sete da tarde. Selei os nossos lábios delicadamente antes de ela girar a chave na ignição e o carro começasse a andar. Any colocou sua mão em minha coxa e eu posicionei a minha em cima da sua a apertando de leve. Algumas vezes ela desviava o seu olhar para mim com um enorme sorriso, outras vezes ela levava minha mão até a sua boca depositando um leve beijinho.


            Depois de mais ou menos três horas e meia de viagem sem parar, chegamos ao nosso destino. Era por volta de sete e meia, quase oito. O céu estava escuro e um vento gelado vinha do sul congelando todo meu corpo. Estranhamos o tempo, pois quando saímos do Rio provavelmente estava uns vinte e cinco graus no mínimo. E agora, esse frio de arrepiar aqui. Não tínhamos nem colocado blusa durante o caminho. A primeira coisa que passou pela minha cabeça era a minha mãe falando sobre os casacos. – O que eu faria sem ela? – ria com esse pensamento e Anahi me despertou.


– E agora? – disse ela me ajudando a retirar as malas do carro.


– Nossa reserva está no seu nome e começa hoje. – sorri.


– Tem certeza que é aqui? – perguntou ela apontando para o hotel a nossa frente.


– Absoluta. – sorri. – Por quê?


– Parece caro. – disse ela com um sorriso amarelo.


– Na verdade... Eu nem sei. – ri. – Quem resolveu essas coisas foi minha mãe. Disse que é presente.


– Lembre-me de agradecê-la quando voltarmos.


– Nem entramos ainda e você já está pensando em voltar? – indaguei com uma sobrancelha elevada.


– Não é isso... Se eu pudesse, faria com que essa viagem durasse para sempre. – sorriu.


– Então vamos logo para aproveitarmos cada minuto.


            Deixamos o carro com o manobrista e seguimos para dentro do estabelecimento com um empregado levando nossas malas para dentro. Era um hotel muito bonito. Todo decorado em marfim, dourado e pastel. O ar condicionado fazia com que a temperatura fosse mais quente e aconchegante do que lá fora.


– Olá. – disse para a recepcionista atrás do balcão.


– Olá. – disse ela. – Meu nome é Karina. Posso ajudá-las?


– Oi Karina. Pode sim. – sorri.


– Vocês vão querer fazer reservas? – perguntou ela.


– É... Na verdade...


– Um quarto e duas camas de solteiro? – cortou-me antecipada.


– Não. – disse firme segurando mais forte a mão que estava entrelaçada com a de Anahi.


– Não? – disse confusa.


– Temos uma reserva no nome de Anahi Portilla Apenas um quarto com cama de CASAL. – enfatizei a última palavra.


– A sim. – suspirou sorrindo amarelo. – Perdoe-me pelo mal entendido. Deixe-me ver os documentos. – pediu.


            Anahi retirou seus documentos de sua bolsa entregando-os para a recepcionista estranha. Ela olhou atentamente para os papéis e depois, digitando algo no computador comparando as informações.


– Está tudo certo. – sorriu. – O quarto de vocês fica no terceiro andar quarto vinte e nove. Ricardo vai levar as malas de vocês. – apontou para o mesmo empregado que havia carregado nossa bagagem para dentro.


– Assim. Obrigada.


– Tenham uma boa estadia. Qualquer coisa é só me procurar. – sorri em resposta.


– Não liga para ela. – disse para Anahi indo para o elevador.


– Eu não ligo! – sorriu ela.


            Entramos no cubículo com as mãos ainda entrelaçadas, pouco nos importando com os olhares que nos eram dirigidos. Apertei o botão que indicava nosso andar e esperamos somente ouvindo nossas respirações, o elevador chegar. Passamos pela porta metálica e nos deparamos com um corredor iluminado por luminárias embutidas nas paredes dos dois lados. Andamos até encontrarmos na porta do lado direito o número vinte e nove discreto. Peguei o cartão que Karina havia entregado e abri a nossa porta.


            O quarto era maravilhoso. As mesmas cores da recepção eram utilizadas na decoração. Havia uma janela de vidro em frente à entrada, onde era coberta por duas cortinas lindas em tom pastel. As paredes eram beges e contrastavam com o mogno das mobílias. A enorme cama king-size ficava na parede no lado direito em frente à televisão de plasma de trinta e duas polegadas e um DVD embutidos na parede. Ao lado dos eletrônicos havia uma porta corrediça onde imaginei que ficasse o nosso closet. Caminhei lentamente puxando Anahi com a mão, até a cama. Seus lençóis eram do mesmo tom pastel que os da cortina e de uma seda delicada. Olhei para lado da cama e havia uma porta. Fui andando até ela e me deparei com um enorme banheiro. Sua decoração era de um azul tão lindo, que me lembrava à cor dos olhos da loira no quarto. Havia uma banheira com hidromassagem de um lado enquanto do outro havia uma ducha.


– Obrigada! – ouvi a voz de Anahi no outro cômodo.


            Voltei para o quarto e vi Anahi mexendo em nossa bagagem.


– O rapaz trouxe nossas coisas. – avisou ela.


– Está cansada não é? – perguntei indo me sentar na cama.


– Estou. Quase quatro horas dirigindo é muita coisa. – sorriu. – Mas valeu à pena.


– Pensei que poderíamos ir para algum café. Está frio e imaginei que seria legal. – disse meio envergonhada.


– Claro. Só me deixe tomar um banho. – pediu ela.


– Tudo bem. Eu arrumo nossas coisas enquanto isso. – sorri.


            Ela pegou suas coisas para ir ao banho, mas antes me deu um selinho. Ao vê-la entrar, comecei a arrumar nossas coisas dentro do closet. Puxei uma de minhas camisetas da mala e meu celular caiu no chão.


– Putz. Esqueci de ligar! – bati com a mão na testa.


            Peguei o mesmo objeto e liguei para a minha mãe que fez um monte de perguntas querendo saber como estávamos; se gostamos do lugar; o que iríamos fazer hoje; e pediu pra que não a deixasse sem notícias e disse que Sueli havia me mandado um beijo. Logo depois de ter falado com minha mãezinha, liguei para minha amiga.


– Alô. – disse ela a atender ao telefone.


– E aí menina? Não reconhece mais meu número não? – ri.


– Duuulce. – berrou. – Não deu tempo de ver quem tava ligando.


– Confessa que você tá no maior amasso com o Ju e por isso nem se preocupou em olhar quem era. – gargalhei.


– Pior é que tava mesmo. – riu.


– Ai que horror. Agora não vou dormir essa noite imaginando essa cena. – continuei rindo.


– Palhaça. Aposto que dormir é o que você menos vai fazer. – zombou.


– Olha. Não começa ok? Estou ligando só para avisar que chegamos.


– E aí? Gostou do lugar? – indagou.


– Cara. É muito foda aqui.


– O que estão pensando em fazer?


– Estamos cansadas da viagem e está muito frio. Mas é frio mesmo. – ri. – Aí vamos a algum café próximo.


– Legal. Não esquece o meu presente. – gracejou.


– Tá. Agora me deixe ir. Tenho que terminar de arrumar nossas coisas aqui e depois vou tomar banho.


            A porta do banheiro se abriu e de lá saiu uma Anahi com uma calça jeans preta e uma regata branca. Estava descalça e secando os cabelos com a toalha me deixando boquiaberta.


– É a sua mãe? – sussurrou ela apontando para o aparelho em minha mão.


– Hã? – sacudi a cabeça.


– Dulce? Duuulce? Duuuuuuuuuuuuuulce? – gritou Bia me fazendo acordar.


– É a sua mãe? – indagou Anahi novamente.


– Ah. Não. – sorri. – É Bia.


– Bia? O que tem eu? Com quem está falando? Me responde vaca. – Bia gritava.


– Espera aí Beatriz. – gritei. – Oxe menina apressada. Como você quer que eu responda se você não cala a boca? – indaguei.


– Idiota. – disse ela.


– Era com Anahi. – olhei para a minha namorada e ela sorria.


– Ah. Deixa-me falar com ela? Por favor. – pediu Bia.


– Ela quer falar com você. – estiquei a mão entregando o celular para ela.


– Oi Bia... Está sim... É lindo... Amei de verdade. – sorriu e olhou para mim. – Acho que em um café... Meu Deus... – sua face ficou enrubescida. –... Não, não, não. É lógico que eu não vou contar. – riu. – Tenho... Absoluta... Sim... Vai ser a melhor de toda a minha vida... Tá... Chega agora... Tchau Bia... Mande um beijo para ele.


– Aqui. – devolveu-me o aparelho.


– Nos falamos amanhã. – disse para minha amiga.


– Tá bom. E olha lá hein. – riu.


– Está bem. Mande beijo para o Ju.


– Ela está mandando beijo. – sussurrou do outro lado da linha. – Ele te mandou outro. – disse agora com a voz mais nítida.


– Então tá. Beijo amiga. Te amo.


– Amo você. Beijo.


– Er... Acho que eu... acho que... vou tomar banho. – disse apontando para a porta do banheiro.


– Tá. Eu vou terminar de me arrumar e de colocar as nossas roupas no closet.


            Peguei as minhas coisas e fui para o banho. Depois vesti uma calça preta bem colada, uma regatinha roxa e colocaria um casaco preto combinando com a bota de salto por fora da calça. Saí ainda descalça com a toalha na cabeça e me deparei com uma Anahi pronta. Ela havia colocado um casaco marrom escuro e também uma bota preta de salto. – Se tivéssemos combinado, não teria dado certo. – Fui então em direção ao meu casaco e botas que eu havia deixado no chão do lado da cama.


            Anahi esperou pacientemente eu terminar de me arrumar. Sequei o meu cabelo com o secador, penteei e saímos fechando a porta atrás de nós.


– Boa noite Karina. – disse para a recepcionista quando chegamos ao hall.


– Boa noite meninas. – disse sorrindo.


– Você poderia nos ajudar? Digo, me informar um bom café que possamos ir.


– Assim. Claro. É só você seguir para o lado direito da praça, você verá um do lado de uma pizzaria. Não me lembro o nome agora. Mas lá é ótimo.


– Ok. Obrigada. Até mais. – dei as costas andando com Anahi segurando em minha mão.


– De nada. Até.


– Você achou ela meio estranha? – perguntei para Any quando saíamos do hotel. – Ai que frio. – apertei mais forte a sua mão enfiando a outra dentro do meu casaco.


– Acho que ela só está meio “surpresa”. Não era para estar tão frio assim. É primavera. – disse ela.


– Mas é bom. Dá pra ficarmos mais juntinhas. – sorri.


– E verdade. – riu com as bochechas ruborizadas, não sei se de frio ou de vergonha.


            O café não era muito longe. Menos de cinco minutos de caminhada. Era muito foda! Havia dois ambientes: Mesas do lado de fora e mesas do lado de dentro com uma suave música que saia das mãos e garganta de um rapaz tocando violão ao lado do balcão. Como era uma sexta – Já havia se passado uma semana desde que o musical aconteceu. – o local parecia bem cheio. Seguimos para dentro do estabelecimento e um garçom nos recepcionou e nos acomodou em uma mesa de dois lugares na parte de dentro.


            Ficamos mais ou menos uma hora curtindo a música e conversando banalidades. Falamos até mesmo sobre Gustavo e minha mãe, e Bia e Juliano. Ela também disse que no meio do ano que vem a turma dela de faculdade vai começar a preparar um teatro para apresentar como TCC (trabalho de conclusão de curso).


– Vamos? – chamou ela olhando para o relógio de pulso. – São quase nove e meia. – avisou.


– Vamos sim. – dizendo isso chamou o garçom e pagamos a conta.


            Voltamos para hotel caladas. O friozinho batia em nossa face fazendo com que ela franzisse lindamente seu fino e pequeno nariz. Entramos na recepção com o ar condicionada ligado, e nos dirigimos outra vez para o elevador.


            Entramos no nosso quarto e segui direto para a cama me sentar com Anahi me acompanhando. Encostei minhas costas na cabeceira enquanto ela sentou-se em minha frente.


– Está gostando? – indaguei olhando fixamente em suas safiras.


– E tem como não gostar? – sorriu. – Não estamos nem cinco horas aqui e já é um dos melhores dias da minha vida.


– Eu queria que fosse especial para você. – disse sentindo o sangue subir para a minha face.


– Estar com você torna qualquer coisa e lugar especial.


            Aproximei-me lentamente para perto dela sem acabar em nenhum momento com o nosso contato visual. Segurei a sua mão e levei-a até meus lábios sussurrando entre a sua palma um “Eu te amo”, para logo depois capturar seus lábios com suavidade e carinho. Não tínhamos pressa para fazer as coisas aconteceram. Elas simplesmente aconteciam. Nossos lábios se entreabriram dando passagem para que nossas línguas se encontrassem em uma dança apaixonante. Levei a sua mão que estava presa entre as minhas até meu peito para que ela sentisse as pulsações de meu coração. Segurei-a ali enquanto levei a minha outra palma até seu rosto acariciando-o com delicadeza. Separamos nossos lábios por uma fração de segundos fazendo com que o ar voltasse aos nossos pulmões, para logo depois voltarmos a colar nossas bocas outra vez. O beijo agora com mais veemência fez com que minhas mãos descessem para segurar a sua cintura enquanto as delas se perdiam no meu emaranhado de cabelos. Puxei seu corpo para mais perto do meu e pude ouvir um gemido abafado ecoar de sua garganta.


            Com delicadeza deslizei minha mão puxando o zíper de seu casaco para baixo e logo depois o jogando em algum canto do quarto. Ela segurou a gola de meu casaco me puxando para ela enquanto se deitava na cama, fazendo com que meu corpo ficasse sobre o seu. Deslizei um caminho de beijos por sua mandíbula até o seu pescoço. Mordiscava sua garganta indo em direção ao seu colo. Seus gemidos começaram a ficar mais nítidos, então ela me puxou novamente fazendo com que nossas bocas se encontrassem com necessidade. Sugava, mordiscava, desenhava seus lábios com os meus. Me soltei de seus braços e desci seu corpo até chegar aos seus pés. Retirei o seu calçado e aproveitei para me livrar dos meus. Joguei meu casaco no chão ficando também só de calça e regata. Voltei a beijá-la com urgência enquanto suas mãos arranhavam minhas costas sob o tecido. Comecei a levantar a bainha de sua regata, e recebi um resmungo em resposta por ter separado nossos lábios. Ela aproveitou esses segundos e também retirou o meu tecido. Sua pele alva e quente em contado com a minha mandava arrepios para meu corpo. Deslizei minha boca passando por seu queixo, mandíbula, colo, barriga, até chegar a sua calça. Abri o botão com as mãos e o zíper com a boca sem acabar com o nosso contato visual. Puxei o tecido jeans escorrendo ele sobre a pele dela. Anahi levantou seu tronco apoiando-se nos próprios cotovelos. Ajoelhei-me deixando seu corpo entre minhas pernas e contemplei-o coberto apenas pelas peças íntimas. Fui subindo meu olhar de suas pernas delineadas para sua barriga esculpida; dos seios no tamanho ideal para seu colo; e por fim, em sua face onde ela sustentava um enorme sorriso. Sorri em resposta e voltei a cobrir seu corpo com o meu. Sugava seus lábios com volúpia enquanto suas unhas se afundavam em minha pele em uma dor terrivelmente sensual e maravilhosa. Desci minhas mãos para o fecho frontal de seu sutiã branco ao mesmo tempo em que ela abria os meu na parte de trás.


– E-eu... eu... não sei o que d-devo fazer. – sussurrei.


– Eu também não. – riu com a voz embargada e respiração alterada. – Descobriremos juntas.


Tomei essa frase como uma iniciativa. Olhei maravilhada para seu colo e, mesmo sem saber muito bem o que fazer, desci meus lábios para um de seus seios. Beijei, mordisquei, suguei-o com carinho. Tinha medo que pudesse machucá-la. Seus gemidos começaram a ficar mais altos, sua respiração mais rápida e seus apertos mais fortes. Escorreguei mais e mais meu corpo para baixo até chegar ao seu abdômen. Puxei para baixo com uma delicadeza incrível o tecido que me impedia de vê-la nua por completo. Deixei meu olhar percorrer aquele corto perfeito. Dei atenção aos seus olhos, e os costumeiros azuis límpidos dessa vez estavam acinzentados de desejo. Ela mordia seu lábio inferior, o que me deu uma vontade imensa de sentir seu gosto outra vez. Deitei-me sobre ela, encaixando nossas pernas. Nossos corpos pareciam ter sido moldados para se encaixar perfeitamente. Beijava-a com urgência e apertava sua cintura. Não fazia a mínima idéia do que fazer, deixei que meu corpo e minhas vontades tomassem conta de mim e de meus movimentos. Desci beijando toda a sua pele até chegar em seu baixo ventre. Toquei-a com a língua e senti seu gosto. Era inebriante. Uma ambrosia, uma droga. Viciante. Ela dizia palavras desconexas enquanto eu sentia o seu sabor. Seus gemidos aumentaram mais ainda e senti seu corpo tremer e depois relaxar quando chegou ao clímax. Escalei seu corpo e beijei-a ainda com a respiração alterada. Com uma de minhas mãos retirei alguns fios de cabelo que cobriam o seu rosto colocando-os atrás da orelha, e contemplei os cantos de seus lábios se puxarem para cima em um acolhedor sorriso.


– Eu te amo! – selei seus lábios e deitei ao seu lado.


            Mal havia tocado as costas no macio colchão, e Anahi se debruçou sobre meu corpo. Sentir seu peso sobre mim era maravilhosamente confortável. Em seu semblante havia um sorriso um tanto quanto malicioso, o que não pude deixar de sorrir em resposta. Beijou-me rapidamente nos lábios e desceu abrindo minha calça e retirando-a junto com minha peça íntima. Agora estávamos completamente expostas uma para a outra. Sem nenhuma parte coberta. Ajoelhada na cama, Anahi inclinou sua cabeça até acariciar-me com sua língua quente. Levantei minha cintura com o forte prazer que me consumiu com esse simples contato. Gemi em resposta as suas carícias, e espasmos começaram a tomar conta de todo o meu corpo. Comecei a tremer e gritei o seu nome quando cheguei ao clímax. Minha respiração estava descompassada quando senti seus lábios sobre os meus. Ela voltou a se deitar ao meu lado me encarando. Fitei seus olhos e rodeei sua cintura com um de meus braços.


– Eu também te amo. – disse ela e sorriu.


            Nos amamos muitas vezes mais durante a noite. Esgotadas e enroscadas uma na outra, adormecemos quando o sol começava a aparecer.


            Na manhã seguinte, a claridade que entrava pelas frestas da janela, começou a incomodar os meus olhos ainda fechados. Tentei inutilmente voltar a dormir colocando o travesseiro sobre o meu rosto, mas aquilo era desconfortável demais. Trinta minutos depois e a insônia me bateu e não conseguia mais me concentrar para voltar para os braços de Morfeu. Espreguicei-me esticando todo o meu corpo e fui puxada bruscamente pela cintura de encontro ao outro corpo. Ela abraçou-me fortemente e se encaixou nas minhas curvas enterrando seu rosto nos meus fios de cabelo. Sorri ao lembrar-me da noite que passei.


– Anahi? – chamei-a e não obtive resposta. – Anahi? – insisti.


– Hum. – resmungou.


            Percebi que ela dormia e seus movimentos foram totalmente involuntários. Com uma de minhas mãos peguei seu braço em volta de minha cintura e retirei-o bem devagar. Tentei fazer os menores movimentos para sair daquela cama sem que ela acordasse. Ao ficar em pé ao lado da cama, descobri que não tinha nada cobrindo meu corpo. Ruborizei-me e sorri vendo minha pianista ressonando e com a cara mais ingênua do mundo sobre aquela cama. Olhei para meu relógio e marcava dez e trinta. Peguei o telefone e liguei para a recepção pedindo que entregassem o café-da-manhã daqui dez minutos. Fui para o banho e deixei que aquela água quente caísse sobre meu corpo e relaxasse todos os meus músculos. Pensei em o quão feliz eu estava. Não só pelas coisas que haviam acontecido, mas por ela estar comigo. E aqui.


            Banho tomado, comecei a me secar ainda dentro do banheiro. Olhei-me no espelho e nunca havia visto um sorriso tão grande quando o que estava ali agora em minha face.


– Dulcee? – ouvi um sussurro vindo do outro cômodo.


– Oi meu amor. – coloquei meu rosto através da porta e olhei-a sentada na cama com o lençol cobrindo seu corpo. Não deixei de perceber agora com a claridade, o quão bonito é seu corpo.


– Bom dia. – disse ela com a voz rouca ainda. Sorri vendo sua cara amassada, seus olhinhos ainda inchados e os cabelos todos bagunçados. Estava linda!


– Oh. Bom dia dorminhoca. – sorri. – Como dormiu? – indaguei vestindo um roupão azul escuro e indo em direção a cama.


– A parte que eu dormi, foi muito boa. – vi um sorriso maroto em seus lábios e fiquei enrubescida com o comentário.


– Que bom. – disse inclinando e lhe dando um leve beijinho.


            Quando ia voltando a levantar meu corpo, ela agarrou-me pelo pescoço e me puxou fazendo com que caísse por cima dela.


– Você está cheirosa. – disse inalando no meio dos meus cabelos.


– Acabei de sair do banho. – sorri e rocei meus lábios em seu pescoço.


– Faz tempo que está acordada? – indagou ainda sentindo meu cheiro.


– Acordei dez e meia. – disse.


            Bateram na porta e eu dei um salto da cama com o susto. Anahi começou a gargalhei enquanto me dirigi e fui buscar o que eu havia pedido.


– Serviço de quarto para a melhor namorada de todas. – disse me aproximando com o café-da-manhã.


– Café na cama. – sorriu. – Que horas você pediu?


– Você ainda estava dormindo. Foi antes de tomar banho. – coloquei uma bandeja em cima da cama com as guloseimas e começamos a nos servir. –Agora... – tomei um gole de suco de laranja. –... depois que terminar de tomar o café, se arruma que vamos dar uma volta. Sei o tour perfeito para hoje. – sorri.


– E aonde vamos? – perguntou.


– Surpresa. – sorri. – Mas a primeira coisa é conhecer a cidade.


– Ah não Dulce. Não vale. Me conta. – pediu.


– Nã na ni na não. – ri.


– Vai criança. Não vale. Você já me fez uma hiper surpresa ontem. Agora me fala. – insistiu.


– Criança? – indaguei e ela gargalhou. – Agora é que não falo mesmo. – bati em seu braço e acabei fazendo o lençol se desgrudar de seu corpo deixando o seu tronco à mostra.


            Olhei descaradamente para seu colo nu deixando Anahi ruborizada e desesperada tentando se cobrir outra vez. Comecei a gargalhar de suas tentativas frustradas o que e só piorou a situação.


– Meu amor. Você não devia tomar café dessa forma. – exclamei.


– Pára com isso Dulce. – gargalhou. – Eu to ficando com vergonha.


– Oxe, vergonha? – sorri. – Eu vi coisas pioras, digo, melhores do que isso ontem a noite. – gargalhei mais excessivamente.


– Que droga! – levantou e saiu correndo do banheiro dando risada.



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Autor(a): Miaagron

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 11



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  • AnBeah_portinon Postado em 02/04/2018 - 18:17:54

    Chorei horrores aqui! DEUS! quase morri por falta de oxigênio pelo meu choro compulsivo, ainda mais porque assisti os últimos capítulos ouvindo only Hope e You re missing It. No epílogo cry. Quase morri kkk. Amei!

    • AnBeah_portinon Postado em 02/04/2018 - 18:18:55

      Quer dizer, li os capítulos kk

  • flavianaperroni Postado em 06/10/2014 - 18:53:57

    Meu Deus eu chorei como um bb..não não eu chorei PIOR que um bb,que susto você me deu cara,Jurei que a Annie tinha morrido mesmo...Mais trando meu choro convulssivo eu AMEI DE PAIXÃO a web..ela é PERFEITA demais..Parabpens

  • brunamachado Postado em 02/09/2013 - 02:59:52

    Muito boa a história,emocionante,chorei igual uma cabrita pq pensei que ela tinha morrido mesmo,mais foi um lindo final feliz.

  • lunaticas Postado em 27/07/2013 - 04:19:25

    Nossa gostei demais ;)

  • Vondyreis Postado em 25/07/2013 - 21:55:03

    Que bom q a Any ñ morreu,vc conseguiu me enganar direitinho não foi?parabéns. pela fic ela é otima,ate a próxima eu espero!!!!

  • Vondyreis Postado em 24/07/2013 - 21:34:01

    Como vc pode matar a minha Any?!!!?!!?brincadeirinha!!serio eu chorei muito...E sua web é muito boa

  • lunaticas Postado em 24/07/2013 - 00:24:35

    amandooooooooo a Fic ;)

  • lunaticas Postado em 19/07/2013 - 03:40:50

    Adorei!!! Posta mais ;)

  • lunaticas Postado em 18/07/2013 - 04:00:09

    Oi adorando sua Fic!!! Espero q haja um milagre :( Ansiosa para os próximos cap.

  • rebecabel19hotmail.com Postado em 16/07/2013 - 10:05:02

    Posta mais...espero que continuem juntas;...


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