Fanfics Brasil - O tempo é relativo Um amor pra recordar Portiñon

Fanfic: Um amor pra recordar Portiñon | Tema: RBD Anahi e Dulce Maria


Capítulo: O tempo é relativo

715 visualizações Denunciar


O tempo é algo que podemos considerar relativo. Parece que nunca está ao nosso favor. – ou está e não percebemos. – Quando queremos que algo aconteça rápido, o tempo se arrasta fazendo com que nossa angústia cresça consideravelmente. Já quando queremos que aconteça uma pausa na estação, o tempo definitivamente voa. – e não é no sentido figurado. – Ele simplesmente não obedece aos nossos comandos de avanço; retroceder; pausa ou play.


            Às vezes gostaria que minha vida fosse um filme. Queria tem a capacidade de chefiar os minutos e decidir o que fazer deles. Gostaria de ter a capacidade de reprisar as cenas que eu mais gosto. – estilo quando você sempre dá replay nas cenas de beijos amorosos. – Mas às vezes, eu gostaria de poder avançar fazendo com que o tempo passe ligeiramente rápido para que eu não veja momentos tristes. Ou talvez, simplesmente apertar stop quando aparecer à imagem do rosto sorridente do meu ator preferido. – Almejo poder parar o tempo em todas as vezes que Anahi sorri para mim; Almejo reprisar o tempo, todas as vezes que ela me disse “Eu te amo”; Almejo avançar o tempo, todas as vezes que ameaçamos uma discussão; E almejo mais ainda, parar o tempo para que nunca veja o ponto final de seus meses chegar ao fim.


– No que você está pensando? – indagou Anahi me encarando.


– Oi amor? – balancei a cabeça limpando os meus pensamentos anteriores e fitei minha namorada deitada com a cabeça em meus ombros.


– No que você está pensando? – repetiu a pergunta.


– Em n-nada.


– Sei. – arqueou uma sobrancelha e completou. – Estou aqui há alguns minutos comentando do filme e você nem ao menos me olhou.


– Desculpe. Acho que... que estava distraída. – sorri amarelo.


– Diga-me. No que pensava? – pegou o controle o desligou a TV.


– E o filme? – perguntei. – Era interessante. – disse.


– Super! Do que mesmo falava? – inquiriu.


– Falava de... de...


– Diga pelo menos o nome do filme.


– Era... era... Não me pressiona ok? Eu sei o nome. – ri.


– Viu? – sorriu. – O que é que estava atormentando essa sua cabecinha? – com a ponta dos dedos bateu no topo de minha cabeça.


– Não era nada demais. – respondi.


– Pra você não prestar atenção em mim e em nenhuma palavra que eu disse, com certeza era algo demais. – mordeu o lábio inferior.


– Olha só que namorada convencida que fui arrumar. – inclinei minha cabeça e mordisquei seus lábios.


– Só pra quem pode! – deu de ombros e apertou os lábios em um sorriso.


– Estava pensando na gente. – sussurrei em seu ouvido.


– Na gente é? – riu.


– Sim! Semana passava fez quatro meses que você está morando aqui e, cinco meses que estamos juntas.


– Nossa! Tudo isso? – indagou com os olhos arregalados fingindo espanto.


– Tudo isso! – sorri. – Estou no terceiro ano na escola e você vai se formar na faculdade. Você fez vinte e dois anos e daqui a uma semana farei dezessete.


– Meu amorzinho está ficando velhinha! – mordeu minha bochecha.


– O tempo passa rápido não é? – disse deixando o meu sentido duplo em evidência.


– Eu que o diga! Minha vida sempre me pareceu muito lenta, muito devagar. E nossa, esse tempo que estou com você me parece que passou tão rápido. – completou. –Voando!


– Passou não foi?


– Você ainda me ama como antes? – perguntou ela.


– Não! – suspirei. – Acho que antes eu te amava menos do que agora. – hesitei e ela sorriu. – O tempo é algo relativo não acha? – inquiri.


– Tenho absoluta certeza! Digo pela minha própria experiência. Sem você o mundo era lento e chato. Agora com você, parece que tudo acontece com mais intensidade e mais rápido. – sorriu amarelo. – Mas, o que me importa é que você ainda está comigo.


– Sem dúvida nenhuma! – comecei a fazer cócegas em sua barriga.


            No dia seguinte, a claridade do sol começara a atravessar as brechas da cortina eliminando as penumbras da noite anterior que cobriam o meu quarto. Escutei o despertador roncar e espreguicei o meu corpo esticando a musculatura feito um felino. O aperto do braço que cingia a minha cintura aumentou e o outro corpo se colou ao meu se encaixando perfeitamente em minhas curvas. Continuei deitava até que Anahi se levantasse e me obrigasse a sair da cama. – Livre-me de minha mãe, e arrumei alguém pior.


Depois da aula Anahi foi me buscar, e meus amigos aproveitaram a carona para virem em casa porque tínhamos que fazer um trabalho de escola. Logo após todos almoçarmos, Anahi teve que voltar para a faculdade, pois iria começar a trabalhar em seu TCC.


– O que pretende fazer em seu aniversário? – perguntou-me Cris.


– Provavelmente nada. – respondi.


– Como nada? É lógico que vamos fazer algo. – disse Bia indignada.


– O aniversário é meu! – trinquei os dentes.


– E a amiga é minha! – deu-me a língua.


– Eu concordo com a Bia. – soltou Ju.


– Você sempre concorda com ela! – revirei os olhos.


– Isso é verdade! – apoiou Cris. – Mas, dessa vez tenho que dizer que estou com eles, Dulce.


– Gente, é só um aniversário. – suspirei.


– Sim! Mas é o aniversário de nossa amiga. – replicou a solteira.


– Tenho certeza que Anahi e Letícia não vão deixar isso passar em branco. – disse Bia.


– Falar em Giovanna... – hesitou Cris. – Como ela está?


            Depois de Anahi criar um vínculo com meus amigos, sentiu-se na obrigação de lhes contar sobre a sua doença. Ela surpreendeu-se quando todos eles sorriram para ela dizendo que estariam ali para qualquer ajuda, e que ela poderia contar com eles.


– Ela se faz de forte! – hesitei passando uma das mãos no rosto. – Só que eu percebo muitas vezes as suas caretas de dor mesmo que ela disfarce. Também já reparei que os remédios para dores de cabeça e no corpo andam sumindo. Fora o fato que ela quase não come. – soltei um suspiro cansado.


– Eu percebi mesmo. Ela mal tocou na comida hoje. – disse Bia.


– E de uns dias pra cá eu reparei que havia algumas manchas roxas em sua pele. Eu até perguntei o que era, se ela havia machucado ou algo do tipo. Mas ela me disse que não devia ser nada demais, que devia ter batido em algum lugar e não percebeu.


– Mas, e os desmaios? – indagou Cris.


– Estão cada vez mais constantes. – fiquei cabisbaixa. – Ela desmaiou antes de ontem.


– Por que não vão ao médico? – perguntou Juliano.


– Acha que eu já não tentei? – disse balançando a cabeça negativamente. – Ela não me escuta. E não posso obrigá-la a ir. – sorri amarelo.


– Não fique assim amiga. Eu tenho certeza que vai ficar tudo bem. – disse Bia acariciando meus cabelos sorrindo.


– Eu queria tanto acreditar! Queria tanto que tudo desse certo. – suspirei.


– Vai dar! Eu sei disso! – Beatriz beijou minha face e sorriu mais largamente.


            Olhei para os meus amigos e todos eles me sorriam sinceramente. Senti-me com forças, senti-me forte para enfrentar qualquer coisa com eles por perto.


            Faltavam apenas três dias para o meu aniversário e meus queridos amiguinhos não paravam de falar na minha cabeça. – Já não me basta minha mãe, Anahi, Clarisse, Sueli e Letícia; Ainda tenho que agüentar eles na escola.


– Puta que pariu Dulce! Você é muito chata! – esbravejou Bia.


– Puta que pariu digo eu Beatriz. – cerrei os olhos. – Será que vocês não podem parar de encher o meu saco?


– Mas é seu aniversário. – insistiu Cris.


– E daí? – parei de andar e encarei-os com as mãos na cintura.


– Quer saber? Eu não ligo pra merda nenhuma que você diz. – sibilou Bia apontando para mim e sorrindo.


– Droga! – bufei.


– Para de insistir Bia! – pediu Juliano.


– Obrigada! – agradeci sorrindo.


– Não nos importamos mesmo com o que ela diz. Querendo ou não, vamos fazer alguma coisa! – completou ele rindo.


– Oh? – arregalei os olhos. – Seu traíra. – dei-lhe um tapa. 


– Isso aí amor! – disse Bia acompanhando a gargalhada de Cris.


            Paramos de falar por alguns segundos quando ouvimos o meu celular começar a tocar. Olhei no visor e era minha mãe.


– Alô? – disse.


– Dulce?


– Oi mãe.


– Estou passando aí na escola para te pegar. – avisou ela.


– Por quê?


– O que aconteceu? – sussurrou Bia ao meu lado.


Levantei a palma da mão sussurrando para que ela esperasse. – Diga mãe, o que houve? Aconteceu alguma coisa? – engoli em seco.


– Foi a Anahi. – disse ela.


– A Anahi? O que aconteceu com ela? Diga mãe! – alterei meu tom de voz.


– Calma Anahi. Eu te explico depois. Eu só preciso que você avise Letícia que estou passando ai te pegar.


– Por favor. Fala! O que aconteceu?


– Depois Dulce. Vai falar com a Letícia. Nos falamos daqui a pouco. Tchau.


– Tchau. – sussurrei sem forças.


– O que aconteceu? – perguntou novamente Bia.


– E-eu... eu não sei. Minha mãe está vindo me buscar. Aconteceu alguma coisa com a Anahi, mas ela não quis me dizer. – respondi sem realmente olhar para ela. – Preciso falar com a Letícia.


            Saí correndo atrás da inspetora com meus amigos me acompanhando de perto. Disse a Lê o que minha mãe havia me falado e que precisava ir embora. Ela ficou preocupada e pediu que eu ligasse para avisar do que tinha acontecido. Eu estava impaciente, batia meus pés no chão e olhava de minuto em minuto para o portão da escola esperando que minha mãe aparecesse.


– Mãe! – gritei e corri até ela. – O que aconteceu mãe? O que houve com a Anahi?


– Vamos! Eu te falo no caminho. – disse ela me arrastando.


– Tia. – chamou Bia. – Me deixe ir? – pediu minha amiga.


– Acho melhor não Bia.


– Por favor, mãe. Deixe-a ir. – supliquei.


– Tudo bem. Vamos.


            Letícia ao ver minha mãe, fez o mesmo pedido que havia me feito pouco antes. Ao entramos no carro metralhei minha mãe com perguntas.


– Calma Dulce. – disse ela ligando o automóvel e fazendo-o andar. – Fique calma ok?


– Como calma? Você fica fazendo um baita suspense.


– Ei amiga. Relaxe. – pediu Bia acariciando minha bochecha.


– Olha... Ligaram em casa da faculdade de Anahi dizendo que ela havia desmaiado e que por isso chamaram a ambulância e a levaram para o Hospital Samaritano.


– Hospital? – berrei.


– Por favor, Anahi. É a última vez que eu te peço isso. Fique calma! – assenti tristemente com a cabeça e ela continuou. – Ligaram para mim antes de Anahi ser levada de lá, então pedi que a levassem para o Samaritano por causa da leucemia.


            Senti minha visão ficar turva e meus olhos começaram a arder devido à quantidade de lágrimas que saíam deles.


– Minha filha, fique calma. Ela deve ter apenas desmaiado. Não se preocupe, tanto é que nem liguei para a Clarisse ainda.


            Não consegui dizer mais nada, as palavras ficaram presas em minha garganta e um nó enorme começava a me incomodar.


            Chegamos ao hospital e minha mãe foi direto para a recepção. A garota atrás do balcão pediu que nós esperássemos que o doutor já iria nos atender. Sentei-me no banco junto a Bia que tentava inutilmente fazer com que eu me acalmasse.


– Alguma de vocês conhece Anahi Portilla? – disse um senhor alto, esquio e com uma certa calvície parado em nossa frente.


– Nós! – respondi rápida me levantando.


– Doutor Thomas? – indagou Anita.


– Anita? Anita Saviñon? – disse ele. – Uma surpresa muito grande encontrá-la aqui minha querida. – disse dando um meio sorriso. – Mesmo que nessas circunstâncias. – completou.


– Vocês se conhecem? – perguntei.


– Sim! Thomas era muito amigo de seu pai.


– Éramos muito amigos. Mas acabei me afastando de sua mãe depois do ocorrido. – disse ele para mim.


– Sim! Tanto faz! Quer dizer... Digo... E Anahi? Como ela está? O que aconteceu? – metralhei.


– Calma, calma! Ela está bem. – disse sorrindo. – Poderia falar com você um minuto? – perguntou a Anita.


– Claro! – respondeu ela.


– Venha até aqui um minuto. – foi até um canto da sala e minha mãe o seguiu.


            Ficamos eu e Bia apenas os espionando tentando fazer alguma leitura labial já que não ouvíamos nada.


– Dulce. – disse o doutor voltando. – Preciso falar com você.


– Diga! – pedi.


– Conversei com sua mãe e ela me disse da doença de Anahi, dos tratamentos que já não fazem mais efeitos e também das constantes dores de cabeça e no corpo, cansaço, falta de fome e desmaios. Você confirma isso tudo?


– Sim! É tudo verdade.


– E, você anda notado mais alguma coisa diferente nela? – investigou.


– Como assim?


– Dores em outras partes do corpo, febre, hematomas...


– Há algumas manchas roxas nela. – cortei-o.


– Então você já havia reparado nisso?


– Sim! Digo, eu até perguntei para ela o que era, mas ela me disse que deveria ter batido em algum lugar. Só que eu achei estranho, porque tem em várias partes.


– Isso é verdade! Há várias machas no corpo dela. – constatou. – Olha... Ela chegou aqui inconsciente, com muitas manchas e febre... – hesitou. – Você sabe me dizer como ando o ciclo menstrual dela?


            Corei ao ouvir a pergunta dele, mas respondi após ver um assentimento de minha mãe.


– Acho que... que ela menstruou duas vezes só nesse mês. – disse.


– Olha... Você sabe que Anahi tem uma doença não é? – procurei a mão de Beatriz e apertei-a com força.


– Sei! Ela tem leucemia. – disse com um nó na garganta.


– Então... O tipo de leucemia dela é chamado de Leucemia Mielóide Aguda. Ela ocorre mais comumente em adultos do que em crianças, sendo mais comuns em homens do que em mulheres. – pausou. – Ela tem tratamento, mas pelo o que eu sei, para Anahi ele não está mais fazendo efeito. – soprou.


– Eu sei! – concordei tristemente.


– Quero deixar vocês ciente de que essa doença nos últimos anos tem um à taxa de apenas quarenta por cento de sobrevivência. – engoli em seco. – Também já estou ciente do prazo que estipularam para ela. Pelos meus exames, diagnostiquei que ela apresentou mais de um sintoma de cada síndrome, elas sendo: Síndrome anêmica, Síndrome trompocitôpenica e Síndrome leucopênica.


– Isso significa que? – indaguei.


– Eu não posso dizer nada ainda. O que eu posso dizer é que fizemos alguns exames que só ficarão prontos semana que vem, aí sim saberemos dizer alguma coisa.


– E quando ela poderá ir embora daqui? – perguntou Anita.


– Na verdade, ela já está bem. Está apenas com pouca tontura, mas nada demais. Ela poderá ir para casa hoje, mas deverá ficar de repouso até no mínimo amanhã à noite.


– E eu posso vê-la? – perguntei.


– Sim, claro! Venham comigo.


– Vai só você Anahi. Falamos com ela daqui a pouco. Eu vou lá na recepção e depois vou até o quarto para buscar vocês. – avisou Anita.


            Acompanhei o Doutor Thomas por vários corredores. Havia outros médicos, pacientes, visitantes... Tinha de tudo entre um corredor e outro. Após alguns segundos de caminhada, ele parou em uma porta batendo de leve.


– Com licença! – disse ele entrando no quarto. – Trouxe uma visita pra você! – sorriu.


– Oi! – saudei-a.


            Olhei para a mulher que estava deitada naquela cama, dentro de um quarto de hospital, e vi o quanto ela parecia frágil e delicada. Meu peito foi comprimido e apertei a mandíbula por me sentir extremamente impotente nesse momento.


– Oi! – respondeu desenhando um enorme sorriso em seu rosto.


– Bom... Eu vou procurar a sua mãe para entregá-la a alta de Anahi. – disse o doutor já saindo.


– Você me assustou sabia? – indaguei indo até ela.


– Desculpe. – pediu sentando-se com as costas na cabeceira da cama.


– Fiquei preocupada quando minha mãe ligou. – beijei-a de leve. – Não faça mais isso! – dei-lhe um meio sorriso e acariciei os seus cabelos.


– Como sua mãe sabia que eu estava aqui? E por que eu vim direto para cá?


– Ligaram da sua faculdade em casa, e minha mãe pediu para que a ambulância que eles haviam chamado te trazer aqui.


– Ela está aí?


– Uhum. A Bia também. – avisei.


– A Bia?


– É! Minha mãe me buscou na aula.


– Que horas são?


– Quase meio-dia! – respondi olhando para meu relógio.


– E meus pais?


– Minha mãe achou melhor não avisá-los, poderiam ficar preocupados. Mas se você quiser pode ligar para eles. – estendi o meu celular que foi rejeitado.


– Não, obrigada. É melhor mesmo que eles não saibam. O que aconteceu comigo?


– Você desmaiou outra vez. O Doutor Thomas disse que você chegou inconsciente, com febre e manchas no corpo.


– Mas... eu já estava com manchas.


– Any. Essas manchas são... são sintomas da doença. – sussurrei.


– Sintomas? Como assim?


– O Doutor nos explicou. Mas ele disse que você está bem. Você está sentindo alguma coisa?


– Não, nada! Nem dor de cabeça. – deu-me um meio sorriso. – Quando poderei ir embora?


– Hoje! – disse e sorriu mais largamente. – Só que você vai ter que ficar de repouso até amanhã à noite.


– Ufa! – suspirou. – Ainda bem que é só até amanhã. Pelo menos dia vinte e três vamos poder aproveitar. – disse ela.


– Dia vinte e três? – inquiri.


– Seu aniversário meu amor. Não me diga que esqueceu? – riu.


– Ai! – disse dando um tapa em minha testa. – Eu tinha esquecido. Mas não me culpe. Você realmente toma toda a minha atenção. – ri.


            Alguns minutos depois minha mãe aparece com Beatriz e Doutor Thomas dizendo que Anahi já poderia ir para a casa. Pedi que ela ligasse para Letícia e avisasse que ela estava bem. Any disse que nunca viu a voz de Letícia soar tão preocupada como estava quando falou com ela pelo celular.


            Durante os dois dias de repouso, Anahi recebeu visitas dos nossos amigos e de seus pais. Ela era paparicada a todo o momento, cada um queria dar mais atenção do que o outro. Beatriz e Letícia não queriam desgrudar dela um instante. – Eu achava a coisinha mais linda as duas super preocupadas e protetoras com a minha namorada. – Bia até mesmo conseguiu me convencer de dormir lá os dois dias. Acho que só deixei mesmo porque até a Anahi insistiu que ela ficasse. Confesso que nunca me diverti tanto igual à noite que passamos juntas. Era dia vinte de fevereiro, uma quinta-feira. Daqui a três dias seria o meu aniversário. Letícia arrastou Mariana, Juliano, Cris e Gustavo outra vez para casa, com a desculpa de comemorar o bem estar da Anahi e meu aniversário antecipado. Jogamos Imagem&Ação durante boa parte da noite e madrugada. O entrosamento da nossa turma estava ficando cada vez mais evidente. Eles eram o tipo de amigos que qualquer pessoa gostaria de ter.


            O sábado amanheceu maravilhoso. O céu estava azulado, os raios de sol entravam pela minha janela clareando o meu rosto, e o clima estava maravilhosamente agradável.


– Parabéns para a aniversariante mais linda do mundo! – disse Anahi entrando no meu quarto com uma bandeja de café-da-manhã.


– Não exagera Any! – Bia apareceu logo atrás. – Parabéns minha vaquinha preferida! – correu e pulou na cama do meu lado.


– Ai Beatriz! – exclamei com ela em cima de mim. – To ficando sem ar.


– Eu te amo amiga! Você é melhor amiga que alguém poderia ter! Você é linda... – a cada palavra ia dando um beijo em minha bochecha. – gostosa... sarada... fodona...


– Ok, ok Bia! Já deu! – gracejou Any colocando a bandeja no criado-mudo.


– Ê povo ciumento! Eu a conheço há mais tempo que você loira! – disse saindo de cima de mim.


– Mas não vou deixar você ficar agarrando minha mulher assim na minha frente! – replicou rindo.


– Ih, olha, nem te conto o que a gente faz quando você não está perto. – Bia gargalhou.


– Hello! Estou aqui sabia? – sibilei.


– Espera Anahi. – riu. – E o que é que vocês ficam fazendo? Estou curiosa, fala Bia!


– Sabia que essazinha aí se ofereceu para...


– Cala a boca Beatriz! – taquei meu travesseiro nela. – Você está estragando meu momento romântico com a Anahi. Meu primeiro aniversário com ela.


– Sua cachorra! – gritou rindo. – Eu aqui na maior boa vontade...


– Parabéns meu amor. – cortou Any  me dando um beijinho.


            Agarrei Anahi pelo pescoço e aprofundei nosso beijo. Minha língua procurava a dela com ânsia e desespero. Sugava e mordiscava seus lábios com urgência.


– Ei, chega! Eu estou aqui! – suspirou. – Dá para vocês duas pararem, por favor? Não estou a fim de ver um filme pornô lésbico. – berrou pulando no nosso meio.


– Puta que pariu! – exclamei. – Anahi, me segura porque acho que eu vou matar essa garota hoje!


– Garota agressiva, credo! – disse sentando ao meu lado direito enquanto Any sentou ao meu lado esquerdo. – Eu tentando te agradar e você fica de palhaçada! – fingiu desapontamento.


– Ai amiga! Eu te amo! Você também é a melhor amiga que alguém poderia ter. – disse abraçando-a.


– Mas então... Eu e Anahi preparamos uma mega passeio para você hoje. – sorriu.


– Pois é amor. Não consegui evitar. – disse Anahi.


– Cadê a minha filha mais linda do mundo? – Anita apareceu na fissura da porta.


– Ah pronto! Já estou até vendo como vai ser meu dia. – murmurei pra mim mesma. – Bom saber que eu sua ÚNICA filha, sou a mais linda de todas. – ironizei.


– Parabéns meu amor. – disse me abraçando.


            Confesso que meu dia foi maravilhoso. Recebi várias ligações dos meus amigos, de alguns que até mesmo não lembrava. Bia disse que não poderia ir fazer o passeio comigo e com Anahi, mas disse que de noite iria aparecer em casa me levar o meu presente. – Falar em presente... – Anahi  me deu um ursinho que a é à coisinha mais linda desse mundo. É um urso branquinho, com as patinhas e orelhinhas marrom e uma gravata borboleta da mesma cor. Minha mãe me deu um vestido simplesmente MARAVILHOSO. É preto franzidinho de alças finas e um palmo acima dos joelhos. Usei-o para sair com a Anahi.


            Depois de ter passado o dia inteiro fora, Anahi resolveu que já era hora de voltarmos para a casa. Olhei para o relógio e notei que já se passava das dezenove horas. Por um lado eu estava feliz de voltar para a casa porque poderia passar o resto do meu aniversário aproveitando Anahia, mas por outro lado, seria ruim. Minha mãe não conseguiu folga e vai ter que fazer plantão, Bia disse que só vai dar uma passadinha para me levar o presente, Letícia disse que teria que viajar, então não teria nem mesmo uma sessão pipoca para comemorar meu aniversário. Eu não queria uma festa, eu queria apenas tê-los perto de mim, mas já que não vai dar, não me fazer de rogada e vou aproveitar bastante a minha namorada.


            Chegamos ao apartamento, e como esperado, as luzes estavam todas apagadas e não havia ninguém lá. Apalpei a parede do lado direito até achar o interruptor. Quando consegui ligar a luz, quase morri do coração.


– Surpresa! – gritou um bando de gente amontoada em minha sala.


            Sorri com a baita surpresa que me deram e me pus a reparar em cada pequeno detalhe daquele lugar. As paredes estavam enfeitadas com balões coloridos em prata e roxo, na verdade, toda a decoração estava feita nessas cores. Além dos objetos flutuantes, havia fitas, cartazes e tudo o mais me parabenizando. Olhei para cada rosto que estava naquele lugar. Além dos meus amigos habituais de sempre: Bia, Juliano, Cris, Letícia, Mariana e Gustavo, também estavam Sueli, minha mãe, os pais de Anahi e vários outros colegas de escola. Meu apartamento estava abarrotado de gente.


– Parabéns minha vida! – disse Anahi ao meu lado.


– Eu te amo tanto! – disse abraçando-a com força. – Obrigada.


– Você merece cada esforço. – beijou meu rosto.


– Achou mesmo que não faríamos nada? – perguntou Bia em minha frente.


– Eu... eu... realmente não imaginei.


– Depois diz que a lerda sou eu. – gargalhou. – Parabéns, amiga. Você sabe que é muito importante pra mim não é? – indagou me abraçando. – Podemos não ter o mesmo sangue, mas creio que eu te amo mais do que muitos irmãos biológicos que tem por aí. Você é muito especial pra mim! Eu não vivo sem você!


– É recíproco Bia. – apertei-a com mais força e senti meus olhos começarem a marejar.


– Oh, não chore amiga! – soltou-se de meus braços e começou a secar minhas lágrimas. – Fizemos isso tudo porque você é uma pessoa muito importante pra cada um de nós.


            O meu aniversário não era um grande dia que eu pudesse me orgulhar. O fato de saber que perdi meu pai há exatamente oito anos atrás, me machuca. Saber que o perdi por causa desse – terrível – dia, é algo massacrante, doloroso. Faz anos que eu me pergunto o porquê de ser nesse dia. Ele era importante para mim, mas depois do ocorrido, se tornou uma lamentável e insignificante data.


Perdi a linha de raciocínio quando comecei a ser cumprimentada por todos que estavam lá, repentinamente sentia-me completamente feliz. Tentei por instantes esquecer o ocorrido de anos atrás e me concentrei no hoje. Tinha todas as pessoas que me amavam no mesmo lugar, comemorando mais um ano em minha vida e compartilhando de minha alegria. É maravilhoso o fato de saber que se é importante para alguém, é algo extraordinário saber que tenho algum significado na vida dessas pessoas.


            Olhei para a minha mãe e a vi sorrindo para mim, fui até ela e lhe dei um forte abraço.


– Obrigada! – agradeci.


– Você merece meu amorzinho! – disse beijando meus cabelos.


– Eu sinto falta dele! – sussurrei sentindo outra vez as lágrimas virem.


– Eu também sinto filha! Eu também!


– Hoje fazem oito anos. Por que mãe? – indaguei soluçando.


– Não chore Dulce. Por favor. É seu aniversário, você tem que se divertir.


– Mas eu sinto tanta falta. Você sabe como eu não gosto desse dia. – reclamei. – Dói mãe. Dói muito!


– Não fale assim! Olhe em volta e veja quantas pessoas estão aqui por sua causa, por gostarem de você. – suspirou. – Olhe para Anahi, para a Beatriz... Veja como elas estão sorrindo comemorando “o seu aniversário”. Elas tiveram tanto trabalho meu amor. Comemore com elas, sorria com elas, se divirta com as pessoas que te amam.


– E...eu te amo muito! – disse e beijei a sua face.


– Agora vá para lá se divertir. – sorriu.


A festa rolou até boa parte da madrugada, via as pessoas se divertindo, sorrindo, alegres. Os meus amigos faziam questão de estarem ao meu lado e me dando toda atenção e carinho. Recebi presentes, abraços, beijos e tudo o mais.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): Miaagron

Este autor(a) escreve mais 4 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

           Vocês já perceberam que quando parece que tudo está melhorando, vem um tsunami gigante que estraga e destrói tudo? Quando tudo está se encaixando e você está feliz, vem algo e bagunça a sua vida? Pois é. Nem tudo na vida é um mar de rosas. – Eu bem sei disso. &n ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 11



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • AnBeah_portinon Postado em 02/04/2018 - 18:17:54

    Chorei horrores aqui! DEUS! quase morri por falta de oxigênio pelo meu choro compulsivo, ainda mais porque assisti os últimos capítulos ouvindo only Hope e You re missing It. No epílogo cry. Quase morri kkk. Amei!

    • AnBeah_portinon Postado em 02/04/2018 - 18:18:55

      Quer dizer, li os capítulos kk

  • flavianaperroni Postado em 06/10/2014 - 18:53:57

    Meu Deus eu chorei como um bb..não não eu chorei PIOR que um bb,que susto você me deu cara,Jurei que a Annie tinha morrido mesmo...Mais trando meu choro convulssivo eu AMEI DE PAIXÃO a web..ela é PERFEITA demais..Parabpens

  • brunamachado Postado em 02/09/2013 - 02:59:52

    Muito boa a história,emocionante,chorei igual uma cabrita pq pensei que ela tinha morrido mesmo,mais foi um lindo final feliz.

  • lunaticas Postado em 27/07/2013 - 04:19:25

    Nossa gostei demais ;)

  • Vondyreis Postado em 25/07/2013 - 21:55:03

    Que bom q a Any ñ morreu,vc conseguiu me enganar direitinho não foi?parabéns. pela fic ela é otima,ate a próxima eu espero!!!!

  • Vondyreis Postado em 24/07/2013 - 21:34:01

    Como vc pode matar a minha Any?!!!?!!?brincadeirinha!!serio eu chorei muito...E sua web é muito boa

  • lunaticas Postado em 24/07/2013 - 00:24:35

    amandooooooooo a Fic ;)

  • lunaticas Postado em 19/07/2013 - 03:40:50

    Adorei!!! Posta mais ;)

  • lunaticas Postado em 18/07/2013 - 04:00:09

    Oi adorando sua Fic!!! Espero q haja um milagre :( Ansiosa para os próximos cap.

  • rebecabel19hotmail.com Postado em 16/07/2013 - 10:05:02

    Posta mais...espero que continuem juntas;...


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais