Fanfics Brasil - 1. Detenção Um amor pra recordar Portiñon

Fanfic: Um amor pra recordar Portiñon | Tema: RBD Anahi e Dulce Maria


Capítulo: 1. Detenção

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    Acordei terrivelmente bem. O céu estava azulado e coberto por nuvens brancas, exatamente iguais a algodões, que tampavam o brilhante, ardente e quente sol. – Era um dia lindo! – mas, ainda sim, isso não mudava o fato de que eu não queria levantar daquela cama.


Olhei para o pequeno relógio em cima do meu criado mudo, e marcava 6:30 hrs.


– Dulce! Levanta filha! – berrou minha mãe espancando a porta do lado de fora.


– Que saco! – murmurei – Já estou indo! Só mais cinco minutos? Por favor? – usei meu tom mais dengoso enquanto cobria minha cabeça com o edredom.


– Ok! Só mais cinco minutos! Eu já estou indo trabalhar e, nem pense em faltar na escola. Ouviu bem, garota? – berrou outra vez.


– Tá, tá, tá! Eu vou! Agora me deixe dormir. – enfie minha cabeça em baixo do travesseiro abafando qualquer outro ruído que ousasse me incomodar. Mas na verdade, pressionei tão forte o objeto sobre meu rosto, que fora capaz de quase me sufocar. Empurrei-o para longe de meu nariz, puxando o máximo de ar que conseguisse. Voltei a me virar para o canto a fim de dormir somente cinco minutos.


            Durante esse tempo, até então desconhecido, sonhei com a tarde anterior ao dia que perdia meu pai. Fora um dia tranqüilo e inesquecível. Ele era alto, pele levemente bronzeada, olhos castanhos e cabelos castanho claro. Trabalhava como neurocirurgião na mesma clínica em que conheceu minha mãe até então residente. Ela ainda mantém a mesma aparência jovial das fotos antigas; cabelos longos e lisos, escuros feito a mais bela noite, até a altura do meio das costas. Sua pele quase pálida, apesar do forte sol carioca, faz contraste com a cor dos cabelos. Sou ela literalmente versão dezesseis anos, mas carrego os genes de olhos castanhos de meu pai.


            Voltando ao meu sonho: naquela tarde fomos ao parque, perto do nosso condomínio, fazer piquenique. Depois de quase toda a comida e disposição acabadas, ele nos levou até o Shopping Cassiano Atlântico e pediu, sem mais nem menos, que o esperássemos na praça de alimentação. Como já havíamos comido no piquenique, ficamos eu e minha mãe olhando o movimento em nossa volta. Passados aproximadamente trinta minutos, ele volta dizendo que já poderíamos ir embora. Eu até tentei perguntar o que ele tinha feito, mas disse apenas que logo eu saberia. Como era pequena, não contestei, só aceitei. Voltamos para minha casa, não muito longe, e logo que entramos, meu pai foi dizendo para eu subir para o sótão. – Nessa época ainda morávamos em uma casa – Como era criança, corri feito uma desesperada até lá em cima. Chegando lá, havia um piano de calda preta, lindérrimo, no meio do cômodo. Agradeci com milhões de beijos e abraços quando os vi passado pela porta. Meio sem jeito, caminhei até o banquinho, ainda pequeno para mim, e comecei a apertar todas as teclas, desajeitadamente. No dia seguinte, seria a comemoração do meu nono aniversário. Papai tinha ido buscar o bolo, mas ele demorou mais do que deverei. Fiquei um certo tempo esperando ele voltar até cair em um confortável sono. Os dias foram se passando, mas ele ainda não voltava. E mesmo depois de tanto tempo, agora que eu entendo, sei que não voltará.


            Acordei suando por conta dessa lembrança, passava a mão na testa e me sentei para pegar o mesmo relógio de antes, só que agora marcava 8:50 hrs.


– Droga! – gritei e me lancei para fora da cama – Mas que merda. Eram para ser somente mais cinco minutos! – gritava comigo mesma ao mesmo tempo em que pegava meu uniforme e me trocava em um minuto.


            Terminado de me arrumar, peguei minha mochila e corri fechando a porta do apartamento indo em direção ao elevador. Apertei umas quinze vezes, freneticamente, o botão, mas, não consegui esperar aquela lata velha subir.


– Odeio a lei de Murphy! – gritei enquanto cambaleava entre um degrau e outro. Sorte que meu apartamento ficava no quarto andar.


            Estava ofegante quando passei pelo hall de entrada e o Seu Lucas me deu um bom dia. Acenei para ele e depois para o táxi que passava. – Esse era o lado positivo de se morar em Copacabana, aquele lugar nunca para!


            Durante o trajeto até a minha escola, olhava para meu relógio de pulso de cinco em cinco minutos. O motorista devia ter percebido meu desespero, e sempre olhava de esquio para o retrovisor. Nem mal estacionou o carro em frente ao colégio, e eu joguei um bolo de notas para ele dizendo um breve bom dia.


            Estava totalmente vazio do lado de fora. Meu coração começou a palpitar mais rápido e eu corria feito louca em direção a entrada.


– Bom dia Dulce! – grunhiu a inspetora Letícia me olhando com censura.


            Parei por um momento e pensei se deveria virar-me por completo e encarar seus olhos em mim. Mal parei para cogitar nessa possibilidade que ela me interrompeu.


– Dulce Maria! Bom dia! – soltei um sorriso descarado e já ia me virando novamente até ela perguntar.


– Aonde pensa que vai? – ela apoiou uma das mãos na cintura, e me olhava com uma sobrancelha elevada.


            Fiquei por um momento observando a mulher em minha frente. Letícia era a inspetora da escola desde o começo do ano. Acabamos por virar amigas, devido aos meus constantes atrasos. Ela era realmente muito bonita. Seus cabelos eram de um castanho claro, cacheados nas pontas, uma pele pouco dourada pelo sol e olhos também castanhos. Estagiava, além de inspetora, também substituindo professores faltosos. Ela estava no terceiro ano de pedagogia, ou seja, era super nova; tinha somente vinte anos.


– Dulce? – perguntou ela me cutucando e acabando com minha análise.


– Ah... E-estou indo para a aula. – suspirei – Tchau! – me virei mas ela segurou meu braço.


– Nem pensar, garotinha! Dessa vez você virá comigo! – disse isso me arrastando para a sala da diretoria.


– Porra Lê! Me larga vai! – tentei me soltar sem sucesso – Prometo que será meu último atraso. – choraminguei.


– Você já me prometeu isso umas milhões de vezes. – revirou os olhos – Eu não acredito mais em você! – sorriu maliciosa.


– Por favor. Me deixa ir? – ameacei chorar tremendo meu queixo.


– Isso não vai funcionar de novo. Nem precisa tentar! – bateu no meu ombro com a mão livre. Bufei umas três vezes e trinquei os dentes – Olha Dulce – me virou se colocando frente a mim, já estávamos em frente a sala da diretora – eu não posso mais fazer isto. Os professores já reclamaram com a diretora dos seus atrasos, e se eu te deixar ir, vai sobrar para mim. A Fernanda pediu que caso isso acontecesse, eu deveria te levar para ela. – me soltou e bateu com a ponta do dedo indicador no meu nariz – Me desculpe.


– Que droga! – sussurrei.


– Eu tenho que fazer isso. – ela abaixou a cabeça e me veio uma sensação de culpa. Afinal, realmente a culpada era eu, e não ela.


– Tudo bem Lê! – suspirei – você não tem culpa. Obrigada! – sorri – Mas agora me deixe ir lá enfrentar a fera. – fiz uma careta e ela riu. – A Fernanda está de bom humor hoje? – perguntei.


– Acho que sim! – deu de ombros – Deve ter arrancado a cabeça só de três hoje. – sorri com a piada idiota. Ela se aproximou e me deu um beijo demorado na bochecha.


– Bom dia direito! – sorriu se virando – E o beijo? É pra dar sorte. – gargalhou e acenou se afastando de costas.


– Valeu gata! – foi quase um gritinho.


            Voltei minha atenção para a porta em minha frente. Cogitei algumas vezes o fato de não bater, mas, não poderia fazer isso com a Lê.


            Fechei minha mão direita, elevei até ma certa altura e, bati umas três vezes. O som do daquele toque ecoava na minha cabeça.


– Pode entrar. – ouvi a voz de Fernanda através da madeira.


– Com licença. – abri a porta e entrei em sua sula.


            Fernanda me olhou com um olhar reprovador, mas, depois curvou seus lábios em um sorriso gesticulando para que eu me sentasse.


– Bom dia Dulce! Sente-se!


– Bom dia Fernanda! – me sentei em sua frente.


            O seu escritório era bem decorado, não muito grande, apenas super planejado. Sua mesa era de um vidro transparente, com um computador de última geração, além de minha cadeira ainda havia mais uma do meu lado, tinham quadros incrivelmente lindos ocupando as paredes marfim e uma cortina de cor bege que tampava a janela e a protegia do forte sol carioca.


            Da mesma forma que me aproximei de Letícia por causa dos atrasados, aconteceu o mesmo com a diretora Fernanda, ou, simplesmente Fê. Ela não era tão nova como eu e a Lê, mas ela tinha uma aparecia tão jovial quanto minha mãe. Era estranho como ela me lembrava a Letícia, suas feições eram bem parecidas. Seus cabelos eram um pouco mais curtos e mais cacheados, e talvez um pouco mais baixa.


– Então... – disse ela me tirando de me devaneio. É incrível como todos adoram fazer isso.


– Qual é Fernanda? Me deixe ir para a sala e fica tudo bem. – soltei rápido me acomodando mais na cadeira.


– Nossa! Minha presença é tão ruim que você mal troca duas frases comigo e já quer ir embora? – gargalhou e tirou sua atenção do computador se virando para me encarar.


– Não é isso. – tentei corrigir – Adoro você, mas, odeio seu cargo. – mostrei-lhe a língua e ela sorriu.


– Ok! Mas então... – pausou m olhando e depois continuou – atraso de novo? – perguntou com uma sobrancelha levantada.


            Mordi meu lábio inferior e movimentei minha cabeça em positivo.


– Para variar. – sorriu cínica. – Dulce, sinto-lhe informar, mas, desta vez terei que tomar uma decisão...


            Tentei interrompe-la, mas, ela levantou uma das mãos com a palma aberta, em sinal de espera.


– Espere! Deixe-me concluir. – pediu.


            Assenti com a cabeça e ela continuou.


– Muito bem. Como eu ia dizendo... – suspirou – vou ter que tomar uma atitude. E antes que você venha reclamar, ou me xingar, garanto que não será nada demais. Creio que você já estava sabendo sobre o musical, como de costume sempre temos um casal como protagonistas, e como sei que quando criança você participava de todos os tipos de teatros, musicais e coisas do tipo, resolvi que você será nossa querida mocinha.


            Nesse momento deixei meu queixo cair e olhei com olhos arregalados para ela. Tentei falar mais não conseguia, as palavras não saiam, ficaram presas em minha garganta.


– E nem tem como dizer não. Ou é isto, ou... – sorriu maliciosa – dois meses ensinando às crianças do ensino fundamental de primeira a quarta série. Auxiliando as professoras.


– Não! Não! Não! Não e Não! – gritei. – Nada de crianças na jogada! – fazendo um sinal de negativo no ar com as mãos. Ela primeiro se assustou com meu surto, mas logo depois gargalhou.


– Ok! Os ensaios começam semana que vêm. Seu parceiro ainda não foi definido. Caso queira assistir as audições, vão acontecer na próxima terça-feira e logo na quinta será o ensaio.


– Não, obrigada! Vou aparecer somente na quinta mesmo! – revirei os olhos – Que horário devo aparecer?


– Peço para a inspetora Letícia te avisar do horário no decorrer da semana. Agora, pode ir para a sala. E... – ela anotou alto em um papelzinho quadrado e me entregou. – Entregue isto ao seu professor.


– Tudo bem! – peguei o bilhete e apoiei minhas mãos na cadeira para me levantar, mas antes falei outra vez. – Tem certeza que me quer fazendo teatro? Eu sou um desastre. – apontei minhas mãos para mim mesma, ela sorriu – Você poderia esquecer isso, né?. – fiz um biquinho com os lábios e fechei um dos olhos.


– Anda logo Dulce! Para a sala! – sorriu.


– Tá legal! Eu faço essa droga de teatro. – bufei – Não pense que eu vou esquecer disso Dona Fernanda! – apontei para ela com uma mão enquanto girava a maçaneta com a outra.


– Ok! – ouvi sua risada depois que fechei a porta.


– E ai? Como foi com a fera? – perguntou Letícia se aproximando de mim e me acompanhando até a sala.


– Acredita que ela me escolheu para fazer a mocinha da peça de teatro? – perguntei incrédula.


            Lê colocou uma das mãos tapando a boca, mas soltou uma gargalhada. – Sério? Você?


– Ei, qual o problema comigo? – resmunguei e senti o sangue ir para as minhas bochechas.


– Nada, problema nenhum. – ainda segurando o riso – Mas então quer dizer que a senhorita vai ter que fazer teatro? – perguntou ironicamente.


– Pois é. A Fernanda disse que ou eu fazia essa droga de teatro ou eu ia ter que ficar dois meses, dois meses entendeu? Dando aula pros pirralhinhos. Aí é lógico que eu preferi o teatro. – revirei os olhos.


– É realmente dois meses é muita coisa. Mas, me conta como vai ser esse teatro? – perguntou.


– Na verdade eu ainda não sei. – disse – Ela me falou que durante a semana iria pedir para que você fosse me avisar sobre o horário do ensaio e tudo mais. Acho que só saberemos quando chegarmos lá.


– Tá certo. Agora vai logo para a sala. – me empurrou para frente da porta.


– Até mais. - bati na porta enquanto Letícia ia se afastando.


– Entre. – a voz rouca de Jorge pediu de dentro da sala.


– Dá licença professor. – andei em sua direção – A Fernanda pediu que eu lhe entregasse isto. – estendi o papel para ele e fui me sentar ao lado de Beatriz, minha melhor amiga.


– Atrasada de novo? – perguntou ela me dando um beijo na bochecha.


– Por que todo mundo me pergunta a mesma coisa? – tirei meu material da mochila. – Não responde. – disse de imediato.


– Ok! – sorriu.


– Tenho que te contar algo, mas deixa para o intervalo. – tinha que contar para ela sobre o teatro.


– Conta agora vai! – pediu.


– Não posso. Vai que o professor fica estressado, eu não posso me ferrar mais.


– Tá bom, chata! Eu espero!


            A droga da aula parecia que não tinha fim. O Jorge falava, falava e eu queria dormir mais. Mas lembrei da pequena falha dos meus cinco minutos de mais cedo, e me forcei a ficar com os olhos abertos. Logo que a tortura acabou, como já tinha perdido as duas primeiras aulas, seria o intervalo.


– Vou fazer teatro! – disse me sentando na mesa da cafeteria do lado de Beatriz.


– O quê? Tá brincando, né? – disse rindo.


– Meu Deus. É só um teatro. O que tem demais eu fazer? – Senti minhas bochechas corarem de novo.


– Ah sei lá, só acho que não combina com você.


– Sinceramente? Eu também acho isso, mas o problema é a Fernanda.


            Contei tudo do ocorrido para ela. Ela ria em todo momento, eu quase desisti de contar. Mas eu não poderia culpá-la, era ridículo o fato de eu, Dulce Maria, fazer teatro. Isso é uma coisa tão... tão... tão sei lá. Mas não era nada bom.


– Vai ter mocinho? – perguntou com os olhos brilhando.


– Pior que vai! – dei-lhe a língua.


– Vai que é um gatinho! – sorriu maliciosa – Eu adoro esses tipinhos cultos, poéticos e tudo mais. Eles são tão românticos e fofos.


– Pensando por esse lado... Você tem razão. – sorri e o sinal tocou – Mas vamos voltar para a sala.


            O dia não passou disso. Nada de mais emoções, nada de mais cochilinhos de cinco minutos e nada de direção. Como não tinha ido de bicicleta, como todos os dias, hoje também teria que voltar de táxi.


– Amiga, hoje nem vou voltar com você. Vou ter que ir de táxi. – revirei os olhos.


– Tudo bem! A gente se vê amanha, ou se fala mais tarde. – me deu um beijo no rosto e foi embora, enquanto eu fui esperar, um pouco, algum táxi solidário passar.


– Suuueeeliii! – gritei entrando no apartamento.


            Sueli era nossa empregada, ela trabalha em casa desde que eu me conheço por gente. Considero-a como minha segunda mãe.


– Dulce, querida! Na cozinha! – berrou do outro cômodo.


            Encontrei aquela velha fazendo uma comida que me deu até água na boca.


– Que fome! – disse pegando um dos pedacinhos de carne pronta.


– Ei, tira a mão daí, garota mal criada. – de um tapa na minha mão.


            Eu tava com tanta fome que nem me importei com o rastro de queimação que o pedaço de carne deixou pela minha garganta.


– Não vai me dar um abraço? Só pensa na comida? – pergunto ela segurando uma colher de pau na mão.


– Oh minha velha, é claro que eu vou. – fui em sua direção.


– Me chamou do que pirralha? – ela franziu o cenho e apertou os olhos.


– De amor da minha vida! – disse a abraçando com toda a força.


– Chega! Chega! – batendo nas minhas costas. – Vai lá se trocar e depois venha almoçar.


– Sim senhora! – bati continência e sai correndo, só ouvindo os gritos dela.


            Fiquei o dia inteiro assistindo TV na sala enquanto Sueli fazia seus afazeres em casa. Quando chegou aproximadamente 17:30 minha mãe aparece entrando na porta.


– Oi meu amor! – ela veio em minha direção e me deu um beijo na testa.


– Oi mãezinha! – me sentei com os pés cruzados em cima do sofá só a observando.


– O que quer me contar? – perguntou ela indo em direção ao quarto.


– Mãe, você tem plantão hoje? – soltei em um sussurro.


– O quê? Eu não escutei, repete. – pediu.


– Você... Tem... Plantão... Hoje? – enfatizei cada palavra.


– Não, não. Você quer conversar? – ela voltou para sala e ficou me avaliando.


– Nem é nada demais! Toma um banho primeiro. É só uma “novidade” – fiz aspas com os dedos.


– Hum. Tá certo. – ela virou, mas ainda perguntou antes de sair – Cadê Sueli?


– Deve estar na cozinha ou sei lá o que. – disse me esparramando outra vez.


– Tudo bem. – saiu andando – Vou lá falar com ela, depois vou tomar um banho, e que tal, assistirmos um filme? – ela já estava no quarto.


– Claro, claro! – ouvi a porta do banheiro sendo batida e um barulho de água logo em seguida.


Eu ainda assistia TV na mesma posição, quando o telefone começou a tocar.


– Alô? – disse.


– Ei gata! – ouvi o tilintar da voz de Bia.


– Oi lindona!


– Liguei para avisar que amanhã vai ter tipo, uma big festa na casa da Jéssica da sala C, ela pediu para chamar todo mundo. Então, estou ligando para avisar. Vai ser umas 21:00. – achei que ela fosse perder o fôlego.


– Eu não sei Bia. Tenho que ver com minha mãe. Esqueceu o que aconteceu hoje? Talvez ela fique irritada com o fato deu ter ido parar na direção. – suspirei.


– É verdade! – ela broxou.


– Mas quem sabe o negócio do teatro não ajude né? – tentei reanimá-la e consegui.


– Verdade, verdade! Então tá amiga. Te encontro amanhã na esquina da sua casa. Vê se realmente aparece e não me deixe esperando. – berrou a última parte.


– Tá, tá, tá. – silvei – Até amanhã. Beijo.


– Beijo.


            Estávamos eu e minha mãe assistindo enquanto Sueli preparava nosso jantar na cozinha. Era uma comédia romântica, minha mãe adorava essas coisinhas e tal. Ela tava deitada com a cabeça em minhas pernas, provavelmente super cansada pela quantidade de trabalho que vem tendo ultimamente. Mas, o bom é que ainda sim, ela não deixa de se fazer presente. – Como hoje!


– O jantar está pronto! – Sueli gritou.


– Já vamos! – gritei em resposta pegando o controle e pausando no que provavelmente era final do filme.


            Logo que sentamos a mesa para comer, Sueli disse que estava indo embora. Ficou somente eu e minha mãe ali sentadas. Resolvi contar para ela sobre o atraso e o teatro.


– Mãe? – perguntei deixando o prato de lado quando percebi que ela havia terminado.


– Pode falar. – sorriu me encarando.


– Sabe hoje cedo? Então, lembra que eu pedi mais cinco minutinhos? – falei fazendo careta.


– Sei. O que é que tem? – se endireitou na cadeira.


– Fui parar na direção! – soltei rápido demais.


– O quê? – perguntou.


– Eu perdi a hora e a Lê me levou para falar com a Fernanda! – dessa vez falei mais devagar.


– Eu não acredito nisso Dulce Maria! – falou irritada.


– Calma, eu não faltei. Mas cheguei um pouquinho atrasada. – aproximei o dedo indicador com o polegar em sinal de pouco.


– Mas o que a Fernanda te disse?


– Na verdade ela nem ficou irritada nem nada. Ela disse que devido aos meus constantes atrasos, eu teria que ficar dois meses ajudando os professores dando aula para o fundamental ou, fazer uma peça de teatro, musical, em que serei a mocinha. – revirei os olhos.


– Até que não foi tão ruim. Qual você escolheu?


– Teatro, lógico! Nada de pivetes na história. Nada de crianças. – sibilei.


– Sério filha? Teatro? Que lindo! – ela se levantou e foi em minha direção para me abraçar – Achei que nunca mais fosse te ver em um palco.


– Pois é. – me soltei de seus braços.


– E como vai ser esse teatro? – ela voltou a se sentar, mas agora na cadeira ao meu lado.


– Na verdade nem sei. A Fernanda disse que a audição para escolher meu parceiro... – dei a língua – vai ser na terça, ai depois que ele for escolhido, os ensaios vão começar na quinta. Acho que só ai vamos saber sobre o que é. A única coisa que ela me disse, era que seria um musical. Odeio musicais. – soltei.


– Musicais são lindos! – seus olhos cintilavam me encarando.


– Ah Lê riu da minha cara quando contei. A Bia no começo também riu, mas depois ficou tentando me confortar dizendo que quem sabe o meu parceiro não seja aqueles tipinhos românticos, fofinhos e tudo mais relacionado à arte. Confesso que esse fato me deixou menos deprimida. – sorri maliciosa.


– Eu concordo inteiramente com a Bia. – ela se levantou e eu fiz o mesmo, recolhendo a louça.


– Eu sei, é que estou toda perdida! Ah muito tempo que não faço teatro, e sinceramente? Preferia não ter que fazer. Larga isso Dona Anita, quem lava hoje sou eu. – tomei de suas mãos o prato.


 – Tudo bem, não irei discutir. – secou as mãos e já ia saindo – Filha?


– Oi?


– Será que a gente pode terminar o filme outro dia? – indagou.


– Claro, mãzinha linda! Vai dormir vai! – fui até ela e lasquei um beijo na bochecha.


– Boa noite! – também me deu um beijo.


– Boa noite!



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Autor(a): Miaagron

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 11



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  • AnBeah_portinon Postado em 02/04/2018 - 18:17:54

    Chorei horrores aqui! DEUS! quase morri por falta de oxigênio pelo meu choro compulsivo, ainda mais porque assisti os últimos capítulos ouvindo only Hope e You re missing It. No epílogo cry. Quase morri kkk. Amei!

    • AnBeah_portinon Postado em 02/04/2018 - 18:18:55

      Quer dizer, li os capítulos kk

  • flavianaperroni Postado em 06/10/2014 - 18:53:57

    Meu Deus eu chorei como um bb..não não eu chorei PIOR que um bb,que susto você me deu cara,Jurei que a Annie tinha morrido mesmo...Mais trando meu choro convulssivo eu AMEI DE PAIXÃO a web..ela é PERFEITA demais..Parabpens

  • brunamachado Postado em 02/09/2013 - 02:59:52

    Muito boa a história,emocionante,chorei igual uma cabrita pq pensei que ela tinha morrido mesmo,mais foi um lindo final feliz.

  • lunaticas Postado em 27/07/2013 - 04:19:25

    Nossa gostei demais ;)

  • Vondyreis Postado em 25/07/2013 - 21:55:03

    Que bom q a Any ñ morreu,vc conseguiu me enganar direitinho não foi?parabéns. pela fic ela é otima,ate a próxima eu espero!!!!

  • Vondyreis Postado em 24/07/2013 - 21:34:01

    Como vc pode matar a minha Any?!!!?!!?brincadeirinha!!serio eu chorei muito...E sua web é muito boa

  • lunaticas Postado em 24/07/2013 - 00:24:35

    amandooooooooo a Fic ;)

  • lunaticas Postado em 19/07/2013 - 03:40:50

    Adorei!!! Posta mais ;)

  • lunaticas Postado em 18/07/2013 - 04:00:09

    Oi adorando sua Fic!!! Espero q haja um milagre :( Ansiosa para os próximos cap.

  • rebecabel19hotmail.com Postado em 16/07/2013 - 10:05:02

    Posta mais...espero que continuem juntas;...


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