Fanfics Brasil - Parceiro Um amor pra recordar Portiñon

Fanfic: Um amor pra recordar Portiñon | Tema: RBD Anahi e Dulce Maria


Capítulo: Parceiro

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    Acordei com uma maldita dor de cabeça. Minhas têmporas doíam com as pulsações. Parecia que havia uma dinamite implantada debaixo de minha pele que a qualquer momento poderia explodir. Fui abrindo lentamente um de meus olhos.


– Que merda de dor! – resmunguei.


            Tentei me levantar, mas a dor era tão forte que me desequilibrei caindo sobre a macia cama. Forcei-me a tentar uma segunda vez. Já estava preparada pela inconveniente dor aguda que iria aparecer a partir do momento que levantasse. Caminhei em passos, analisados, até o meu banheiro.


– Nunca mais vou beber! – sibilei após ver o corpo de Bia esparramado no sofá.          


– Espero mesmo que não beba nunca mais. Pelo menos não desse jeito. – sentou-se e apalpou o lugar ao seu lado. Joguei-me com tudo no sofá e a pulsação foi mais forte ao sentir o impacto.


– Minha cabeça! – resmunguei encostando-a nos ombros de Bia.


– Agora reclama né bobona? Na hora tava bom! – acariciando os meus cabelos.


– Por favor, Bia. Agora não. Deixa passar a dor primeiro. – disse abraçando seu pescoço.


– Oh meu Deus. Garota, você não vale nada sabia? – disse se levantando. – Vem, vamos tomar café. Depois eu te dou sermão. – sorriu e me ajudou a levantar.


– O que temos para o café? – perguntou mexendo nos armários.


– Sei lá. Quem faz essas coisas é a Sueli.


– Mas hoje é sábado menina, ela não trabalha. Então como você está impossibilitada... – fez aspas ao dizer a palavra impossibilitada – eu que pago o pato né. – sorriu. – Vou te fazer chá. – pegou um saquinho verde.


– Tá louca? Chá? Isso é horrível. – fiz uma careta.


– Café? – indagou.


– Não!


– Chocolate quente?


– Chocolate quente, garota? Com esse calor?


– Já sei. Vou te fazer um suco de laranja. – soltou o saquinho no mesmo lugar em que havia pegado, e foi na geladeira.


– E minha mãe? – perguntei me sentando.


– Ontem quando chegamos, ela ainda não estava. Então depois que te demos um banho fomos dormir. Você mal deitou na cama e apagou. E hoje cedo ela foi até o quarto e se despediu dizendo que estava indo trabalhar. – fazendo o suco.


– Hum. Bia, e a Letícia? Ela veio também? Não me lembro muito bem. – coloquei a mão na minha cabeça como se tentasse me lembrar.


– Sim! Aquela cachorra te deixou beber e depois ficou toda arrependida e nos trouxe. – irritada.


– Não fale assim dela! Eu bebi porque quis! – só não aumentei o tom de voz porque aquilo fazia a dor piorar.


– Tá bom Dulce, tá bom! – colocando o suco em dois copos. – Beba, isso vai te fazer bem! – me entregando.


– Ai, minha cabeça dói demais. – virei o mínimo do suco possível. Fazendo o menor movimento com a cabeça.


– Dulce, me responde uma coisa? – ela sentou ao meu lado.


– Já to respondendo. – ironizei.


– Boba! – riu – É sério!


– Fala! – bebi mais um gole.


– Sei lá, isso pode soar muito estanho, mas, já reparou na forma como Letícia te olha e se preocupa contigo? – perguntou insegura.


– É normal. – nem me preocupei.


– Eu não acho muito não. Ás vezes parece que você é a comida preferida dela e ela quer te comer. – disse séria.


Engasguei na mesma hora. Não sabia o que falar. – Tá louca garota? Dá onde você tirou isso? – perguntei atônita.


– Eu vejo. – se inclinou para frente e me encarou. – Você nunca pensou na possibilidade de ela ser...


– Ser? – encorajei-a.


– Você sabe. – se endireitando na cadeira de novo.


–Não, não sei! – bufei.


– De ela gostar de meninas. – soltou insegura.


– Quer dizer, de ela ser lésbica? – perguntei em um sopro.


– Isso! – gesticulando que sim.


– Não! Quer dizer. Sei lá! Ela não parece!


– Eu tenho minhas dúvidas. – terminando o suco. – Mas então, o que faremos hoje? – mudando completamente de assunto.


– Que tal, deitar e dormirmos para sempre? – deitei sobre meus braços.


– Credo Dulce! Que coisa mais... mais... emo e depressiva. – gargalhou. – Levanta vai. Anda logo e troca de roupa. Coloca um biquíni. Vamos à praia. – me levantando.


– Que praia o que. Eu aqui morrendo e você pensando em praia. – me segurei na cadeira.


– Se não for por bem eu juro que irá por mal. – me fuzilou com os olhos.


– Nossa! É pra já! – levantei correndo e segui para o quarto.


            Em vez de só trocar de roupa, preferi tomar um banho. Não sei se era impressão a minha, mas meus cabelos fediam a bebida. – Não dava nem para entender, eu nem tinha bebido tanto assim. – pensei em baixo d’agua.


– Saí já daí! – berrou Bia batendo na porta. –Já é quase meio-dia.


            Demorei mais alguns minutinhos dentro do banheiro e saí vestida nos trajes praianos.


– Tem certeza que isso é um biquíni? – perguntei quando a vi da mesma forma. Ela usava um biquíni amarelo.


– E o que mais poderia ser? – respondeu colocando seu short jeans.


– Tapa sexo? – disse irônica.


– Vai à merda! – me jogou o travesseiro.


– É mentira? – gargalhei colocando também meu short jeans surrado e uma blusinha branca por cima do biquíni azul.


– Olha quem fala. Já viu o tamanho do seu? – sorriu maliciosa.


– Vamos logo vai! – disse encabulada.


– Temos que esperar os meninos. – sentou-se na cama.


– Que meninos? – sentei ao seu lado. – Minha cabeça ainda dói. – disse.


– Primeiro vou te dar um remédio. Onde tem?


– Na cozinha. Do lado do microondas.


– Eu já venho. – foi em um pé e voltou no outro ignorando minha pergunta anterior.


            Tomei a água que ela me deu para fazer o remédio descer mais facilmente. Mal havia lhe entregado o copo com o resto da água e o interfone tocou.


– Oi Seu Lucas. – disse para o aparelho.


– Seus amigos chegaram senhorita.


– Ah, claro. Diga que já estamos descendo. Obrigada. – desliguei olhando para a Bia que já estava arrumada com a mão na maçaneta da porta.


– Quem veio? – perguntei entrando no elevador.


– O Ju, a Cris e o Landon. – Ai meu Deus, quase pirei ao ouvir esse nome. Coloquei minha mão na cabeça tentando controlar a dor que piorava ao reprisar as imagens de ontem.


– Não! – gritei e ela levou um susto.


– Meu Deus, o que foi? – com a mão no coração.


– O Landon não, ele não. Por favor. – soprei cabisbaixa.


– Que foi que aconteceu? Ele sempre sai com a gente, por que esse escândalo todo? – olhei para monitorzinho e marcava o segundo andar.


– Ele me beijou ontem. – soltei rápida.


– O quê? – foi à vez de ela gritar.


– Shiu garota. – tapei sua boca.


– Quando foi que isso acon... – ela de repente mudou o raciocínio – Ei, por que não me disse? – irritada.


– Foi ontem! Acho que tava bêbada demais para contar alguma coisa. – sorri envergonhada. – Depois eu conto direito, o que eu lembrar... – fiz uma careta – Mas você me pega garota!


– Tá bom, eu espero agoniada por essa história. – sorriu e a porta do elevador se abriu nos dando passagem para chegar à portaria.


– Ei meninas. – Cris nos saudou se aproximando para nos cumprimentar.


– Oi gente. – dissemos em uníssono enquanto os abraçava.


– Oi Dulce. – ouvi a voz de Landon após encará-lo sem reação.


– Ah... O-oi! – constrangida e insegura naquele momento eram meus dois sobrenomes.


– Não vai me dar um abraço? – perguntou com um meio sorriso.


– C-claro. – no abraço mal me encostei a seu corpo e já me afastei.


            Reparei em um rapaz estranho encostado em um carro igualmente estranho.


– Deixe-me apresentar. Esse é o Gustavo. Ele é meu irmão. – disse Juliano.


– Muito prazer. – sorri e apertei sua mão.


– O prazer é meu. – retribui meu sorriso e foi cumprimentar Bia enquanto eu o analisava.


            Antes não tinha dado tempo para perceber a semelhança entre os dois. Gustavo também era moreno, tão alto quanto o irmão, cabelos curtos e penteados desajeitadamente para cima, e por mais jovial que parecesse, imaginei que deveria ter uns vinte e oito anos.


– Vamos. – disse o rapaz mais velho. – Vai ficar um pouquinho apertado, mas damos um jeito. – sorriu envergonhado.


– Sem problema. – respondeu Bia.


            Fiz de tudo para ficar o mais longe de Landon naquele cubículo de carro. Bia deu uma enrolada e conseguiu me ajudar dizendo que eu precisava sentar na janela já que não passava bem. Então fui atrás do bando do motorista, com Bia, Cris e Landon do meu lado direito, respectivamente. Gustavo foi dirigindo e seu irmão no carona.


            Não demorou muito que para estacionássemos em frente à praia de Copacabana. Minha casa não era tão longe dali comparada a Ipanema e Botafogo, onde Bia morava. – Tá certo. Botafogo nem é tão distante assim.


– E sua cabeça? – perguntou-me Bia ajeitando sua canga sobre a areia.


– Tá passando. – repeti seu gesto e me sentei de baixo de um guarda-sol que Gustavo havia colocado na areia pouco antes.


– Sumiu ontem! – disse Cris e Landon como se tivessem ensaiado.


– Hã... Eu não t-tava muito b-bem. – balbuciei.


– Vocês ficaram até muito tarde? – Beatriz perguntou.


– Na verdade, logo que vocês sumiram Landon também quis ir e fomos embora. – disse ela vendo que o primo já havia partido para a água junto com os outros garotos.


– É, já estava tarde mesmo. – sorri.


– Vamos? – Cris apontou para a água.


– Mais tarde. Vai lá que daqui a pouco vamos. – respondi.


– Ok! – saiu correndo me deixando sozinha com Bia do meu lado direito me encarando.


– Que foi? – também a encarei.


– Hã? Anda! Fala logo! – soltou.


– Falar? – questionei.


– É. Falar! Sobre o negocio do Landon.


– Ah, entendi. – sorri desajeitada. – Ontem, uma das vezes que vocês todos... – fiz um movimento com as mãos rodopiando – me deixaram sozinha... – interrompeu-me.


– Epa. Você é que tava em uma de “Não quero dançar. Não quero ficar. Não quero andar. Não quero isso, não quero aquilo” – fez uma imitação horrível de minha voz. – Eu queria me divertir, poxa.


– Isso não vem ao caso. Então... – suspirei – Uma dessas vezes o Landon se sentou do meu lado e ficou conversando. Perguntando-me porque eu estava daquele jeito, se eu estava bem e tal. Ai do nada ele disse que eu estava linda, se aproximou e me beijou. Simples assim. – joguei meus braços para o ar em indignação.


– Ai meu Deus. Então você beijou mesmo ele?– com um sorriso de orelha a orelha.


– Não boba! Eu estava mentindo para você! – disse irônica. – É lógico que fiquei. Sei lá. Quer dizer. Não sei se aquilo pode ser considerada uma ficada. – gargalhei coçando minha cabeça com uma das mãos. Já estava perdendo a vergonha contando isso para a minha amiga.


– Como assim? – confusa.


– Tipo. – me ajeitei para ficar de frente para ela. – Ele me beijou. Primeiro foi só um toque dos lábios e tal, mas quando senti que ele ia enfiar aquela língua dele dentro da minha boca, abri meu olho e chamei a Lê desesperada com uma das mãos. – nem reparei na forma como havia descrito.


– Meu Deus. Garota, você é doente? – pasma.


– Foi estranho sabe. Não consegui corresponder, mas também não o parei. Acho que não tava preparada para beijar ele naquela noite.


– Dulce! Você sempre estava preparada para beijar qualquer um em qualquer momento. Por que agora veio com essa história?


– Eu não sou tão vadia assim! – retruquei.


– Não disse que era. Só disse que você nunca foi ligada nesse troço de preparada para ficar.


– Mas então. Continuando. Letícia me chamou e ficou toda irritada porque eu tinha a feito passar aquela vergonha e tal. Eu pedi desculpa e pedi que ela não me deixasse sozinha. Acabou que fui para a mesa com os amigos dela e o resto você já sabe.


– Até eu iria ficar irritada se você tivesse me chamado. Mas foi só por isso que encheu a cara?


– Não. Na verdade a bebida que a Lê tinha pegado que era muito boa. – sorri maliciosa.


–Você bebe e eu me lasco né? – me teu um tapinha na mão.


– Eu te amo! – me joguei em cima dela mordendo seu ombro.


– Cretina! Vem aqui que eu te mato! – correu atrás de mim que ia direto para a água.


            O sol já estava quase se pondo e ainda estávamos nos divertindo feito crianças. Todo mundo estava na água, só Cris resolveu ficar na areia tentando dar uns pegas em um carinha vizinho ao nosso local. De repente ouço alguém me chamando:


– Dulce! Seu celular! – Cris me grita do meio da praia.


            Saí correndo em disparada pela água e ela me entregou meu aparelho.


– Alô? Alô? – disse ofegante para o celular que parecia mudo.


– Sua besta, já desligaram. – disse ela rindo junto com o carinha idiota.


– Quem era? – irritei-me.


– Sua mãe. Pediu pra ligar de volta. Ei Ri, vamos dar uma volta? – Ri? Nossa que intimidade com o garanhão. Eles se levantaram e saíram andando.


– Alô?


– Mãe? – disse após ouvir o tilintar da sua voz no celular.


– Por que não me avisou que ia a praia com os meninos? – perguntou calma.


– Pensei que não fosse necessário. Achei que íamos voltar cedo e você ainda não estaria em casa. Desculpe? – pedi.


– Tudo bem. Você ainda vai demorar? Digo, não se preocupe, não precisa voltar logo. Mas queria terminar de assistir o filmezinho com você. – disse toda melosa.


– Não mãezinha, já, já estou indo.


– Tá bom. Qualquer coisa me liga. Beijo.


– Beijo.


– Sua mãe? – ouço uma voz masculina enquanto guardava o celular em minha bolsa e me sentava.


– Oi? – me virei atônita.


– Sua mãe no celular? – perguntou Landon outra vez.


– Ah sim. Era sim. – sorri desconfortável.


– Posso? – indicou o lugar ao meu lado.


– Sim. – agora é que eu tava desconfortável mesmo.


– E então... – me encarando. – Ontem na festa você foi embora porque tava passando mal mesmo?


– É c-claro. O que mais s-seria? – gaguejei.


– É que você sumiu depois que eu... – suas bochechas ficaram ruborizadas. – te beijei.  Não for por isso? – completou.


– Não, não, não. C-claro que não. – respondi rápida.


– Tem certeza? – indagou.


– T-tenho.


– Então por que não correspondeu meu beijo? – ainda me encarando.


– Eu não sei te dizer. Mas, acho que não tava preparada pra te beijar ainda. Entende? – perguntei olhando para as minhas mãos.


– Como assim?


– Como disse, não sei exatamente. Não é que eu não queria ter ficado contigo, mas, acho que aquele momento ainda não era O MOMENTO. – enfatizei a última palavra.


– Entendi. E agora?


– Agora o quê? – olhei para ele.


– Agora pode ser o momento. Não? – morri com a pergunta.


– L-landon, eu... é... – não deu tempo de terminar de falar. Ele outra vez me agarrou.


            Dessa vez o beijo não foi calmo como o de ontem na festa, ele já foi logo explorando toda a minha boca com a língua. Por um momento cheguei a correspondê-lo. Algumas vezes, aquele sorriso, aqueles olhos indefinidos de Anahi passaram em minha cabeça. Mas, aquele não era o melhor momento para tentar analisar o porquê desse pensamento. Enquanto isso, o beijo ia ficando cada vez mais voraz, mas quando senti suas mãos subindo de encontro ao meu biquíni, foi como um estalo. Com minhas mãos empurrei o seu peito me afastando dele com a respiração ofegante.


– O que foi? – tentando me beijar de novo.


– Não faça mais isso! – respondi e me levantei quando ele me segurou.


– Dulce, por favor. Fica! – suplicou.


– Não desse jeito. Não consegue ficar do meu lado apenas conversando. – protestei.


– Mas é que você é perfeita. Não me agüento. E olha, dessa vez você também me beijou. – sorriu.


– E me arrependi! – grunhi e me soltei de seus braços berrando por Bia. – Garota, vem logo.


            Ela me olhou, de dentro da água, sem entender nada. Voltei para de baixo do guarda-sol, que já não servia mais nada porque tinha escurecido, e arrumei minhas coisas e as dela pegando-as. Landon ainda sentado me encarava de um jeito estranho


– Tchau. – disse e me virando indo de encontro a Bia ainda molhada. Entreguei-lhe uma toalha seca e comecei a andar.


– Espera. O que houve? – segurando meu braço.


– Ele me beijou de novo. Cretino! – berrei para que ele ouvisse.


– E você de novo não quis ficar? – perguntou ela.


– A gente conversa segunda na escola. To indo embora. Suas coisas, toma! – soltei sua bolsa em suas mãos e me virei para ir embora.


– Eu vou com você! – disse me seguindo.


– Não! Você vai voltar com eles. To sem paciência e não quero descontar em você. Minha casa nem é tão longe assim, então até segunda. – dei um beijo em sua bochecha antes de me virar para ir embora. Deixei uma Bia atônita parada na praia.


            Caminhei em passos largos na Avenida Atlântica. Queria sumir daquele lugar o mais rápido possível. – Meu Deus, o que está acontecendo comigo? Me ajude! Eu não sei o que fazer. Isso é novo demais para mim. Eu te imploro, me diz o que eu faço? – suspirei olhando para o céu negro com os braços abertos. Depois de alguns minutos andando, deparo com a frente de meu prédio. Acenei para o porteiro do turno da noite, provavelmente já passava de sete horas, e subi para meu refúgio feliz. Subi para encontrar a minha mãezinha querida estendida no sofá olhando alguma coisa que passava na TV.


– Oi mãe. – fui até onde ela estava.


– Oh meu amor. Que saudade de você. – me puxando para um abraço.


– Não mãe. Não faz isso! Eu to suja. – disse sem sucesso.


– E quem liga para isso? – sorriu me soltando.


– E ai, filme ainda de pé? – me dirigindo para meu quarto.


– Claro. Amanhã só trabalho depois das seis da noite.


– Então vou ali tomar um banho e já volto tá? – colocando a cabeça de volta na sala.


–Tá bom. Vai lá. – continuava sorrindo e retribui com um beijinho me virando para meu quarto.


            Terminei o sábado assistindo o finalzinho do filme com minha mãe e depois indo deitar. Estava cansada demais; sexta festa, sábado na praia, não há pessoa que agüente. Mas após me deitar, lembrei-me de novo daqueles olhos.


– Será que são azuis ou verdes? – perguntei a mim mesma em um sopro.


– Independente dos dois. Eles são lindos! – era um monólogo.


– O sorriso era mais bonito que o do Ju! Achei que fosse impossível.


– Ela era linda! – suspirei.


– Garota? Você tá louca? Olha o que você tá pensando! Vai dormir que você ganha mais. – reprimi-me.


– Ela nem lembra que você existe sua besta! – soltei.


            Virei para o canto e dormi. Tentei não pensar em seu rosto e olhos, mas foram todas tentativas frustrantes. – O que me restava? Aceitei a sua imagem e dormir com um sorriso estampado no rosto ao lembrar-me dela.


            No domingo acordei tarde, já se passava de uma hora. Deitei-me no sofá e acompanhei minha mãe nos programas chatos que só passavam naquele dia da semana. Os ponteiros do relógio mudavam lentamente e cada vez mais parecia demorar. O dia não foi nada comprado ao de ontem. Foi tranquilíssimo e calmo até demais. Novamente quando deitei na cama, lembrei-me daquela loira e adormeci com ela no pensamento.


            Meu Deus, como eu odeio as segundas-feiras. Esse dia deveria ser considerado um belo feriado: “Dia internacional da preguiça”. – Me diz quem é que gosta delas? Ninguém! Não deveriam nem existir! – revoltada olhei para o relógio do despertador que soava insistentemente para que eu me levantasse.


            Levantei-me agoniada só por ser uma segunda. – Odeio esse dia! – As piores coisas sempre acontecem neles. Arrastei meu corpo mole e cansado para o banheiro. Depois de quase pronta, estranhei minha mãe não ter vindo me acordar. Pequei minhas coisas e fui para a cozinha.


– Bom dia flor dia! – silvou Sueli colocando o café na mesa.


– Dia! – me joguei em uma das cadeiras. – Por que de bom não tem nada. – resmunguei.


– Dia internacional da preguiça? – me serviu com o mesmo suco de laranja que Bia tinha feito ontem.


– Pois é. – tomei um gole. – Cadê minha mãezinha?


– Trabalhando. Ela deve chegar só na hora do almoço.


– Verdade! Tinha me esquecido do horário dela. – tomei o resto do meu suco em um único gole e me levantei. – To indo Su! Hoje não posso me atrasar se não Bia me mata.


– Mas meni... – foi o que pude ouvir antes de fechar a porta e ir para o elevador.


– Bom dia senhorita Dulce. – disse Seu Lucas de seu posto após eu passar com a bicicleta.


– Bom dia! – sorri e caminhei até a minha esquina.


– Ora, ora. Hoje não teve atraso. – ironizou Bia.


– Nem sempre isso acontece, minha querida! – cumprimentei-a e saímos em direção à escola.


– Só na maioria das vezes. – gargalhou.


– Dá para parar?


– Ainda faltam dez para as sete. É cedo demais para você. – sorriu. – Isso tudo é vontade de me contar o que aconteceu? – perguntou ficando séria.


– Podemos deixar para mais tarde? – pedi.


– Posso até deixar, mas você não vai me enrolar. Nem que a gente tenha que fugir, mas, você vai me contar. Eu só quero te ajudar. – olhou-me e sorriu.


– Oi meninas. – cumprimentou Lê parada no portão.


– Oi! – Bia disse secamente.


– Oi Lê! – fui até ela e a abracei. – Obrigada por sexta, e desculpe os constrangimentos. – ruborizei.


– Ah, que isso. Eu que tenho que pedir desculpas. – disse ela.


– Podemos ir? – perguntou Bia sem sorrisos.


– Ei, calma aí. Espera. – pedi.


– Eu estou indo, se quiser pode ficar. – virou-se e saiu andando.


– Ih, o negocio tá feio pro seu lado viu. – disse para Lê. – Ela ficou brava com você. Boba ela, relaxa. – sorri.


– Não ligo para isso. Bia é muito nova, não entende as coisas direito. Todo pirralho é assim mesmo. – gargalhou.


– Ei sua vaca, não fala assim ok?! Eu tenho a mesma idade que ela. – dei-lhe um tapa no ombro.


– Já disse que você é diferente. – me olhou profundamente e ficou quieta.


– Ah... então... é... é... E-eu tenho que ir. – balbuciei envergonhada coçando minha cabeça em constrangimento. – E não se preocupe com ela. – dei-lhe uma piscadela e fui correndo atrás de Bia.


            Entrei na sala e encontrei minha amiga sentada na sua carteira de braços cruzados e, com uma cara não muito boa. Fui até o seu lado direito e me sentei em silencio.


– Você ainda a trata normal! – disse ela quebrando o silêncio.


– E como poderia tratar? Ela não fez nada errado, na verdade até me ajudou. Não tem outra forma de tratá-la. – fitei-a com a cara fechada.


– Mas... – não a deixei terminar.


– Mas nada Bia. Poxa, ela não fez nada. Trate-a normal você. Por favor. – pedi – A Lê é minha amiga.


– Tudo bem! Só por que você tá pedindo. – sorriu.


– Ei garotas. – disse nosso grupo em uníssono indo para seus respectivos lugares.


– Oi. – dissemos e sorrimos juntas.


            Cumprimentei Ju e Cris da mesma maneira de todos os dias. Já Landon apenas me olhou e sorriu, tentei retribuir mais creio que saiu muito falso.


As aulas até que passaram rápidas, e logo o sinal estridente tocou nos avisando do intervalo. Fomos para a cafeteria e o pessoal nos seguiu. Sentamos-nos à mesa e Bia me olhava constantemente como se me pedisse alguma coisa. Balançou a cabeça em direção ao banheiro umas duzentas vezes. Demorei algum tempo, mas acabei entendendo.


– Bia, vamos no banheiro? – perguntei.


– Tá ok! – sorriu aliviada e nos levantamos.


            Fomos em direção ao banheiro apenas para disfarçar, porque chegando lá perto Bia virou-se e caminhou para os banquinhos no pequeno parque. Sentamos em um banquinho azul e ela começou.


– Achei que nunca fosse entender. Tô a mais de meia hora lá balançando a merda da minha cabeça e você, lerda, nem entende. – reclamou.


– Ei, calma aí. Se quiser saber alguma coisa, pode ficar calminha. – ameacei-a e sorri maliciosa. Sabia que aquilo ia funcionar.


– Ok. – suspirou. – Primeiro, por que você não quer ficar com o Landon? Todas as meninas aqui morrem por ele. Inclusive você já foi dessas. – sorriu com o pensamento.


– Pois é... – pausei. – Eu também não sei dizer. Mas acho que o fato de ele ter me beijado duas vezes sem pedir que foi ruim.


– Só por isso? Mas ele só te beijou, não ia te estuprar.


– Vira essa boca lá! – fiz o sinal da cruz. – Mas se eu deixasse, era capaz de ele me abusar lá na praia. – disse.


– Mas é sério. Me conta o que tá havendo. – pediu.


– Eu tenho vergonha. – pensei nas palavras certas – Fora o fato de que eu não consigo beijar ele, eu fico pensando em alguém. – dissipei as palavras.


– O quê? Você tá gostando de alguém e não me contou? – esbravejou.


– Xiu. Fala baixo. E eu não to gostando de ninguém. – disse baixo.


– Então, porque fica pensando nessa pessoa? E quem é ela? – perguntou em um sussurro.


– Essa parte é que tenho medo. – murmurei para mim mesma.


– Confia em mim. – pediu segurando em uma de minhas mãos.


– Tá bom. Lembra na festa, quando uma garota foi chamar a Letícia em nossa mesa? – perguntei.


– Não lembro direito como ela era. Mas lembro de ela chamando sim. – disse.


– É ela! A Lê nos apresentou aquele dia. E sei lá, não paro de pensar nela. – soprei cabisbaixa.


– Pera aí. – disse. – Você tá pensando em uma mulher? – soltou com um tom mais elevado.


– Já disse para falar baixo. – franzi o cenho.


– Desculpe. Mas, como assim, você pensando em uma mulher que mal conhece?


– Eu não sei. E o pior de tudo, quando Landon me beijou lá na praia, eu pensei nela. E desde sábado, eu durmo com ela nos pensamentos. – suspirei em desespero. – Ela é linda! E muito simpática. – disse ainda cabisbaixa. – Senti uma coisa estranha quando ela me abraçou. Foi à única que fez isso, dos amigos de Lê. – sorri me lembrando.


– Amiga, você não é... – cortei-a.


– Não! Lógico que não! Eu só penso nela. – nem eu mesmo acreditei em minhas palavras.


– Mas isso não é normal.


– Anahi. – disse.


– Quem é Anahi? – perguntou.


– O nome dela. Ela se chama Anahi. – disse com um meio sorriso.


– Meu Deus, você já viu a sua cara no espelho dizendo esse nome? – ela tinha um olhar arregalado.


– Hã?


– Você! Sua cara de boba. Amiga eu acho que você é... – o sinal quebrou nosso diálogo e nos levantamos para ir para a sala.


– Vamos. Depois continuamos essa conversa. – disse. – E, por favor, não comenta com ninguém. – pedi.


– Lógico que não! Você é minha amiga. O que me conta, morre aqui. – disse e sorriu.


            O resto do dia não teve nada demais. Durante as aulas Beatriz não tocou mais no assunto: “Anahi e Landon”. Fui para a casa e minha mãe já havia chego. Ficamos conversando durante a tarde até ela ir deitar para dormir. Sem minha mãezinha e sem nada para fazer, fiquei importunando Sueli. Quando nem eu mesma estava me agüentando, segui para meu quarto e deitei na cama. Novamente Anahi tomou conta de meu pensamento. – Por que comigo? O que eu tenho de errado? – me perguntava. – Fique calma Dulce, você só a achou bonita. Só isso! – tentava me convencer. E foi com seus olhos... – Verdes ou Azuis? – ... que outra vez Morpheus me acomodou em seus braços.


            No dia seguinte, consegui encontrar Beatriz no mesmo horário de ontem. Fomos para a escola, e dessa vez ela tratou melhor Letícia. Fiquei feliz com isso. Não era a mesma forma de antes da festa, mas estava melhor.


– Dulce. – chamou Letícia quando já estávamos indo para a sala. – Tenho uma novidade para você.


– O que é? – voltando para o lado dela.


– O seu parceiro foi escolhido ontem em vez de hoje. Eu já sei o nome de quem é ele, e de quem irá produzir o teatro! – deu um sorriso maquiavélico.


– Quem? – perguntou Bia.


– Olha ele lá! – sorriu e apontou para ninguém mais e ninguém menos do que Landon.


            Senti uma eletricidade percorrer toda a minha espinha quando vi que era ele. Aquilo não ia dar certo. – Com tantos garotos na escola, por que logo ele? Que ódio! – pensei.


– Não acredito! – boquiaberta.


– Ficou feliz? – perguntou Letícia ainda ao meu lado.


– Não! Pelo contrário! – disse cabisbaixa e desapontada.


– Não acredito. Metade da escola ficaria feliz em estar no seu lugar. – disse Lê fazendo uma careta.


– Mas... E-eu... é... – balbuciei ainda desapontada.


– Ela não gosta muito dele né? – perguntou Lê para Bia.


– Ultimamente tem gostado menos. – respondeu a pergunta dela.


– Bia! – reprimi-a.


            O sinal tocou e fomos à sala. Quando o mesmo sinal tocou informando o intervalo, comecei a arrumar o material e lembrei-me de uma coisa.


– Esqueci de perguntar quem ia ser diretor ou sei lá o que. – disse a Bia enquanto andávamos no pátio, indo para a cafeteria.


– Verdade! – concordou.


– Só espero que não seja ninguém chato. Não suporto ninguém mandando em mim, a não ser minha mãe. – resmunguei.


– Oi Dulce! – de repente ouço uma voz conhecida do meu lado.


– Oi Landon! – fitei-o. Ele estava com um sorriso enorme de orelha a orelha.


– Tá sabendo? – perguntou quando eu e Bia paramos de andar.


– Depende do que. – disse friamente.


– Sobre nós.


– Sobre nós? Não estou sabendo nada sobre NÓS. E pra constar, não tem nenhum nós. – ainda séria.


– N-não exatamente sobre nós. Digo, s-sobre o teatro. – gaguejou e não tive como não rir.


– Ah ta. O que tem demais? – perguntei tapando uma risada com uma das mãos.


– Eu vou ser seu parceiro. – com superioridade e cabeça erguida.


– Não diga? Não me importo! – disse e saí andando.


– Como não se importa? – me seguiu junto com Bia. Cada um de um lado.


– Isso não me faz diferença! – parei de andar novamente e o encarei. – A propósito, uma coisa me importa.


– E o que? – perguntaram Bia e ele em uníssono.


– Você sabe quem será o diretor? – franzi o cenho e cerrei meus olhos.


– Ah sim. Sei sim. Na verdade, é diretora. Foi ela quem me escolheu. – sorri da modéstia dele.


– Que diretora boa que fomos arrumar. – disse debochadamente.


– Por quê? – perguntou confuso.


– Nada. Mas enfim, como era o seu nome?


– Eu a conheço como Srta. Portilla. Mas ela não me parece muito velha nada. Parece é bem novinha. É muito bonita. – comentou ele.


– Não diga? Olha, desculpe. Tenho que ir. Não quero perder meu intervalo. Até mais. – sorri e continue andando.


– Espera. O ensaio vai começar quinta às três da tarde. – gritou ele quando já estava longe o suficiente.



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Autor(a): Miaagron

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Voltei para a casa sabendo que depois de amanhã começaria meu martírio, carma, ou seja lá como queiram chamar. Logo quinta-feira chegou. Já acordei em um estado de aflição. – Mas que droga! – disse a mim mesma quando me lembrei da porcaria do musical. Quando cheguei à escola, estranhei a ausência de ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 11



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  • AnBeah_portinon Postado em 02/04/2018 - 18:17:54

    Chorei horrores aqui! DEUS! quase morri por falta de oxigênio pelo meu choro compulsivo, ainda mais porque assisti os últimos capítulos ouvindo only Hope e You re missing It. No epílogo cry. Quase morri kkk. Amei!

    • AnBeah_portinon Postado em 02/04/2018 - 18:18:55

      Quer dizer, li os capítulos kk

  • flavianaperroni Postado em 06/10/2014 - 18:53:57

    Meu Deus eu chorei como um bb..não não eu chorei PIOR que um bb,que susto você me deu cara,Jurei que a Annie tinha morrido mesmo...Mais trando meu choro convulssivo eu AMEI DE PAIXÃO a web..ela é PERFEITA demais..Parabpens

  • brunamachado Postado em 02/09/2013 - 02:59:52

    Muito boa a história,emocionante,chorei igual uma cabrita pq pensei que ela tinha morrido mesmo,mais foi um lindo final feliz.

  • lunaticas Postado em 27/07/2013 - 04:19:25

    Nossa gostei demais ;)

  • Vondyreis Postado em 25/07/2013 - 21:55:03

    Que bom q a Any ñ morreu,vc conseguiu me enganar direitinho não foi?parabéns. pela fic ela é otima,ate a próxima eu espero!!!!

  • Vondyreis Postado em 24/07/2013 - 21:34:01

    Como vc pode matar a minha Any?!!!?!!?brincadeirinha!!serio eu chorei muito...E sua web é muito boa

  • lunaticas Postado em 24/07/2013 - 00:24:35

    amandooooooooo a Fic ;)

  • lunaticas Postado em 19/07/2013 - 03:40:50

    Adorei!!! Posta mais ;)

  • lunaticas Postado em 18/07/2013 - 04:00:09

    Oi adorando sua Fic!!! Espero q haja um milagre :( Ansiosa para os próximos cap.

  • rebecabel19hotmail.com Postado em 16/07/2013 - 10:05:02

    Posta mais...espero que continuem juntas;...


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