Fanfics Brasil - Ensaios Um amor pra recordar Portiñon

Fanfic: Um amor pra recordar Portiñon | Tema: RBD Anahi e Dulce Maria


Capítulo: Ensaios

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            Subi outra vez para o meu refúgio feliz e me joguei em minha cama. Como a Bia teve a ousadia de dizer isso? – Eu não posso gostar, amar, ou seja lá o que for, uma mulher! – Isso é errado! Eu, definitivamente, estou ficando louca. Mas a Anahi é tão... tão linda, fofa, perfeita. É uma coisa incontrolável. Eu mal respiro quando ela me olha. Meu corpo reage ao toque dela de uma forma que não reage nem mesmo quando o garoto mais lindo da escola me beija. Resolvi esquecer completamente tudo e qualquer pensamento que envolvia aquela loira de olhos, que agora eu sei que são azuis.


– Filha? – chamou minha mãe.


– Oi mãe! Tá cheirosa. – apertei os braços envolta dela e cheirei os seus cabelos.


– Acabei de sair do banho. – sorriu. – Com foi ensaio? – quando eu acabei de esquecer a garota, minha mãe me faz lembrá-la.


– Ah, na verdade foi só pra gente se conhecer. – pausei. – No musical só tem eu, o Landon e a Any.


– Quem é Any? – perguntou ela.


– É Anahi mãe. Ela vai ser a pianista e a diretora. Ela faz faculdade de artes cênicas e é amiga da Lê. Ai a Fernanda escolheu ela e tal.


– Mas já tem intimidade assim com ela?


– É que na verdade, eu já conhecia. Lembra da festa da Jéssica sexta? Então, a Lê tinha nos apresentado naquele dia. Eu e ela levamos maior susto quando nos vimos hoje.


– Mas isso é bom. É mais fácil trabalhar com amigas.


Amigas né? – Meu sentimento poderia ser esse por ela, certo? Seria tudo tão mais fácil.


– Mãe? – a chamei quando estava saindo do quarto.


– Sim filha?


– É que... A Anahi se ofereceu para me ajudar a ensaiar a música fora da escola. Digo, ela vai vir todas as terças e sextas aqui. Ela vai me ajudar a tocar a música tema do musical no piano e ensaiar a voz. Tem problema?


– Claro que não. É bom saber que você está voltando a tocar. Eu fico muito feliz, e tenho certeza que seu pai também ficaria.


– Eu sinto falta dele. – suspirei cabisbaixa.


– Eu também sinto meu amor. – se aproximou e me abraçou colocando minha cabeça em seu peito. – Eu sinto muita falta! Mas saber que ele me deixou você é o meu conforto. Você é a coisa mais importante da minha vida! – beijou o topo de minha cabeça.


– Eu sei mãe!


– Agora deixa eu ir lá. A Sueli me disse que tem mousse de maracujá, e você sabe o quanto eu gosto disso né. Sinto raiva dela por isso. Não me agüento com as guloseimas que ela faz e depois me sinto uma baleia. – gargalhou.


– Você não tem nada de baleia. Seu único mal e ser uma carioca não bronzeada. – gargalhei.


– Olha quem fala morenona. Quem vê pensa que você é bronzeada. Você é tanto ou mais pálida do que eu. Depois a gente se fala. – saiu e me deixou sozinha em meu quarto.


            Falando em palidez. Anahi também é bastante pálida. Mas isso a deixa diferente, bonita. – Mas que merda! Por que eu não paro de pensar nela? Que droga! Que ódio!


Na sexta de manhã o meu único pensamento era: Hoje tem ensaio na minha casa e vou ficar praticamente toda à tarde, sozinha com a Anahi. Pense em uma pessoa pirando. – Pois é, sou eu!


– Que horas ela vai pra sua casa? – perguntou Bia indo para a escola.


– Mais ou menos as três.


– E ai, como se sente?


– Louca! Completamente louca!


– Só isso?


– Não! Detesto admitir, mas, meu peito parece pequeno comparado a minha felicidade. – sorri amarelo.


– Olha só, aceitou o seu carma? – rindo.


– Ela não é meu carma! Eu juro para você, eu não queria que fosse assim.


– Eu sei amiga. Mas saiba que tem o meu total apoio.


– Tenho medo de encará-la agora que eu estou pensando por esse lado.


– Seja normal. Não mude com ela, só vai piorar se fizer isso.


– Você vai sempre ser minha amiga? Independente de como eu seja? – perguntei guardando a bicicleta e indo para o portão.


– Eu sou sua amiga, não sou? Te aceito da forma que é. – sorriu.


– Bom dia garotas. – disse Letícia.


– Oi Lê. – respondeu Bia e foi abraçá-la.


– Bom dia Lê. Tudo bem? – perguntei abraçando-a.


– Melhor agora! – sussurrou em meu ouvido.


– Isso é uma cantada? – ri.


– Talvez. – disse séria me encarando.


            Fitei-a completamente confusa. Ela tava com uma cara séria demais para o assunto.


– Qual o cochicho? – perguntou Bia.


– Que cochicho o que. Só estava comentando com a Lê que eu já sei sobre a Anahi.


– É verdade. E ai, gostou da surpresa?


– Adorei! – sorri. – Por que não me disse que era ela?


– Eu tentei te dizer na segunda, mas você saiu correndo. – gargalhou. – Na quarta eu não te vi e ontem tive folga. – levantou os braços para o ar.


– Gente, eu preciso conhecer essa talzinha aí. – disse Bia.


– Não é talzinha Beatriz. O nome dela é Anahi. – cerrei os dentes.


– Ai, desculpe. – disse sarcástica.


– Defendendo ela é? Nossa. – disse Lê.


– Melhor a gente ir indo. – falei e puxei Bia pela mão.


– É TPM? – perguntou Lê em um gritinho.


– Coisa pior. – respondeu Bia rindo. – Você tá louca, ficar defendendo a menina assim? Ainda mais perto da Letícia? – murmurou.


– Ah, fazer o quê? Você reparou como falou dela? E o que tem demais falar isso perto da Lê?


– Tá na cara que ela gosta de você.


– Engraçadinha. Não tem nada haver isso.


– Ué, eu acho que tá. Parece que ela tá te dando maior mole. Lembra aquele negocio que eu disse de que você parece à comida preferida dela? Então. Ela te olha faminta. – gargalhou.


– Que horror Bia! – bati em seu braço.


– As aparências enganam. – sibilou. – E se eu não fosse sua amiga, nunca que ia imaginar que você era lésbica. – sussurrou em meu ouvido.


– Eu não sou... – tapou minha boca devido ao meu alterado tom.


– Shiu garota. Não fala alto assim.


– Mas é que você me estressa. – esbravejei. – Eu não sou lésbica. – soprei a última frase.


– A ta. Você praticamente admitiu que está “apaixonada” por uma mulher, e não quer ser lésbica? – sorriu e sentou em sua cadeira.


– Fica quieta agora. Não se fala mais nisso enquanto estivermos na sala de aula. – fuzilei-a. Ela fez um gesto com a mão como se tivesse fechando a boca. – E como você disse: As aparências enganam! – soltei.


– Mas eu quero conhecê-la. – disse Bia quase no final da aula.


– Vai conhecer. Só tem que esperar um pouquinho.


– Me deixe ir à sua casa hoje? – perguntou com um cintilar nos olhos.


– Não! Quando eu quis que você fosse ao ensaio não quis ir, agora se quiser conhecê-la, só na segunda aqui na escola. Não quero você na minha casa enquanto ela estiver lá.


– Nossa. Ciuminho já?


– Shiu! Quieta! Cala essa boca! – coloquei o dedo indicador em sua boca.


            Depois dessa ordem, Beatriz Nogueira não teve o desgosto de abrir mais a sua boca até pelo menos se despedir de mim.


– Sueli! – gritei e fui para a cozinha.


– Oi menina.


– Hoje uma amiga minha vai vir em casa me ajudar a ensaiar o musical da escola. Ela vai ser a pianista. Deve chegar umas três horas. Aí, como eu se que você é a melhor pessoa desse mundo, vai preparar uma coisa bem gostosa para a gente comer. – sorri descarada e dei um beijo estalado na bochecha dela.


– Eu vou pensar no seu...


– Obrigada! Eu te amo! – interrompi-a e fui para o meu quarto correndo.


            Estava tão concentrada na vinda dela que nem me lembrei de almoçar, fui direto para o banho. Como de costume, o calor era absurdo aqui no Rio. Peguei um dos meus melhores shorts jeans e coloquei uma batinha azul clara, prendi meus cabelos em um rabo-de-cavalo bem alto, uns brincos de prata e uma rasteirinha. Olhei para o espelho e constatei que estava simples, mas bonita. Não podia me arrumar toda que ela provavelmente acharia estranho. – Não é?


– Que horas são? – perguntei a Sueli me sentando à mesa.


– Deixe-me ver. – olhou para o seu relógio de pulso e depois voltou sua atenção para alguma coisa que fazia. –São duas e vinte.


– Vou comer aqui rapidinho. Quando ela chegar você me chame ok?


– Pode deixar.


– O que tá fazendo de bom? – perguntei enquanto comia.


– Tá almoçando ainda e já pensando no que estou fazendo para vocês comerem. Vai ficar gorda! – gargalhou.


– Ai Sueli, assim você me traumatiza! – passei a mão por cima de minha barriga. – Só não paro de comer porque realmente estou com fome. – sorri. – Mas é sério, o que tá fazendo?


– Ela gosta de chocolate?


– E eu é que vou saber? Faz só uma semana que nos conhecemos. Mas deve gostar. Todo mundo gosta! – afirmei.


– Então, eu to fazendo torta de chocolate com morango e uns sanduíches simples.


– É! Acho que terei que correr durante uma semana inteira para emagrecer só o que eu comi essa semana. – sorri.


            Levantei-me para ir para meu quarto esperar Anahi chegar. Sentei na cama, peguei a folha que ela me dera ontem e li por algumas vezes a música.


– Sueli. – gritei por entre a fresta da porta.


– Que foi? Não consegue viver sem mim, não é?


– Não! Sabe o que é? O meu piano tá limpo? – silvei.


– Tá sim. Você sabe que eu sempre limpo.


– Ufa. – suspirei. – Tá bom, brigada. Não se esquece de me chamar quando ela chegar. – fechei a porta e voltei a ler a música.


            Não me lembrar o ritmo, tom e nada do que a música era composta. Queria poder cantar, mas não conseguia. – Que droga! Quase não prestei atenção na música quando ela tocou e agora não consigo cantar nem acompanhando a letra. – bufei e me levantei andando de um lado para o outro. – Mas também, quem é que ia prestar atenção na música quando a musicista é Anahi? – Eu deveria ter prestado mais atenção.


– There`s a song that`s


inside of my soul


It`s the one that I`ve tried to write over and over again. – cantarolei.


– Não é assim! – reprimi-me. – Eu to cantando diferente. Tenho absoluta certeza.


            Fiquei nessas tentativas frustradas por mais ou menos uma meia hora, até que eu ouço Sueli me chamando.


– Já estou indo. – gritei.


            Olhei para o relógio e eram três e dez. Saí do meu querido refúgio feliz e fui para a sala. Anahi estava em pé ao lado de Sueli, com uma cara super sem graça. – Ela ficava tão linda quando estava assim. – pensei.


– Oi Dulce. Desculpe o atraso. – me sorriu descarado.


– Oh, não se preocupe. Nem foi tanto assim. – fui ao seu encontro e senti o leve arrepio percorrer minha espinha ao abraçá-la.


– Podemos começar? – perguntou-me.


– Claro. Vem comigo. – com um movimento involuntário, puxei-a pela mão até o quarto onde ficava meu piano.


– Vejo que estava treinando. – disse olhando para a folha em minha mão.


– Sou um fracasso. Não me lembro nem um pedacinho de como canta. – sorri amarelo.


– Tudo bem, por isso que vamos ensaiar. – paramos em frente ao quarto. Abri a porta e entramos.


– Meu Deus, ele é lindo! É um Fritz Dobbert? – perguntou olhando admirada para o instrumento. Os olhos dela brilhavam lindamente.


– Uhum. Modelo C-185. Esse é o meu segundo. O mais antigo mandei para uma casa que temos em Paraty depois que nos mudamos para o apartamento.


– Posso? – pediu ela apontando para o banquinho.


– É todo seu! – sorri.


– Antes de tocar, eu preciso falar uma coisa muito séria com você. – olhou-me com uma face fechada. Fiquei assustada com o que poderia ser.


– Eu fiz alguma coisa? – perguntei de imediato.


– Não. Mas é que... – suspirou. – Antes que a gente comece com os ensaios, você me promete uma coisa?


– Depende. – sorri mais não ouvi reposta da parte dela.


– Me prometa que você nunca irá se apaixonar por mim e nem criar um vínculo muito forte comigo! – morri. O que foi isso que ela disse? Será que ela sabe? Fiquei totalmente sem ação.


– Eu... é... é... – balbuciei palavras sem nexo.


– Prometa-me. – pediu outra vez.


– Eu não posso! – disse rápido e olhei para as minhas mãos.


– Por quê? – perguntou assustada.


– Primeiro: Você não pode me pedir algo assim. Segundo: é que, acho que já tenho um vinculo forte com você. Terceiro: gosto de homens. – tentei brincar com a última frase e consegui pela menos fazê-la esboçar um sorriso. Mal sabe ela o que se passa verdadeiramente em minha cabeça.


– A parte do apaixonar era brincadeira. Mas, tente não se aproximar tanto de mim ok? – afagou meu rosto e logo se voltou para o piano. – Toque para mim. – pediu.


– Anahi. Me diz o porque disso. – ignorei a mudança de assunto dela.


– Podemos falar sobre outra coisa? Ou melhor, vamos começar. Não posso ficar muito tempo. – me sorriu e tomou a folha de minha mão.


– Mas...


– Não insista Dulce. Por favor! – pediu em um tom mais elevado e voltou à atenção para o piano.


            A partir disso não perguntei e não comentei mais nada. Dizia poucas palavras. Como ela pode achar que tem o direito de me pedir isso? É completamente insano. – Insana sou eu! – pensei. Tenho certeza que tem alguma coisa errada nessa estória toda. – E eu vou descobrir!


– Então é isso. – sorriu e me encarou parando de tocar.


– Obrigada. – agradeci e me levantei.


– Dulce?


– Pode falar Anahi.


– Pode me chamar de Any. – sorriu.


– Claro, Anahi. – ironizei.


– O que acontecendo com você? – indagou.


– Não aconteceu nada.


– Você está diferente. – ela inclinou sua cabeça para o lado e me fitava.


– Você mal me conhece, não pode dizer que eu estou diferente. – rosnei.


– Mas pelo pouco que conheço você está diferente. – levantou e foi em minha direção. Quando ela ia tocar em meu ombro, me esquivei.


– Vamos comer alguma coisa. – me livrei de seu toque e abri a porta gesticulando para que ela saísse.


– Eu te fiz algo? – perguntou parada na porta.


– Não Anahi. – suspirei. – Podemos ir? – pedi.


            Ela assentiu e saiu do quarto. Passei em sua frente a guiando até a minha cozinha, onde Sueli já havia colocado a mesa com o doce e os sanduíches.


            Depois desse ensaio, vieram os outros mais. Ensaios em casa e no auditório da escola. Já tinha camuflado minha curiosidade de saber o que a fez me prometer aquilo no primeiro ensaio. Ela me ensinara a cantar perfeitamente a sua versão da música. Até mesmo nos finais de semana, me pegava tocando a música em minha casa. Sabia décor cada passo que deveria dar naquele palco. Mas, ainda não tinha a segurança toda para apresentá-lo para qualquer pessoa que não fosse Landon e Anahi.


            Bia sempre arrumava um jeito de me tirar do meu refúgio feliz. Não havia um dia sequer que entre nossas conversas, Anahi não terminava como assunto final. Por mais difícil que era, acabei por aceitar o que eu estava começando a sentir por ela. Mas, da mesma forma que ela me escondia o verdadeiro motivo por detrás da promessa, eu escondia o que sentia por ela.


Cada dia mais Bia insistia em dizer que Letícia se mostrava mais disposta a estar comigo. E eu temia por esse sentimento... – Se é que ele realmente existia. –... que pudesse magoá-la. Beatriz teimava em dizer que eu é que era cega demais. Dizia que estava super na cara. Landon também não largava do meu pé. Tentando esquecer o que sentia por Ela e por ele ser chato de tanto insistir, acabei por ficar com ele mais duas vezes. Enquanto minha amiga dizia que tinha dois caindo aos meus pés, quem eu queria mesmo não demonstrava nem um milímetro sequer de reciprocidade de sentimentos.


Minha melhor amiga ainda não havia conhecido a garota de meus sonhos. – Tá legal, nunca havia sonhado em querer estar com uma garota. – Mas era por quem eu descobri um sentimento de amor. Sempre me pedia para ir aos ensaios e tudo mais, mas nunca deixei. Sempre arrumava a desculpa de tentar arrancar dela alguma coisa que fizesse sentido, e também, porque queria passar o máximo de tempo sozinha com ela.


– Meu Deus, eu não agüento mais! Preciso saber o que está acontecendo. – dizia para mim mesma, ao mesmo tempo em que olhava angustiada o relógio e percebendo o seu atraso.


– Não quero saber das desculpas e das desconversas dela, hoje eu descubro! Ah, mas descubro!


            Tentava criar coragem e, a cada movimento que o ponteiro fazia, a coragem ia diminuindo, se desfazendo. Comecei a ficar desesperada, já fazia mais de meia hora que a estava esperando e nenhum sinal de vida. Normalmente ela me mandava uma mensagem no celular, pelo menos, para avisar sobre atraso ou contratempos.


            Passei a tarde inteira a esperando. Esperando nem que fosse um “Eu não vou hoje”. Mas a falta de notícias estava me deixando maluca. Tentei ligar várias vezes para ela, mas sempre chamava até cair na caixa postal. Xingava de todas as formas aquela gravação idiota, rezando para que Ela atendesse na próxima ligação.


– Vou ligar para a Letícia. – pensei. – Ela deve saber.


            Tive que ligar umas três vezes para ela. Quando minha paciência estava se esgotando e ia desligar, ouço sua voz falando.


– Oi Dulce.


– Lê. Até quem fim.


– Desculpe, estava ocupada.


– Cadê Anahi?


– E por que eu tenho que saber? E ligou só para isso? – cuspiu.


– Desculpe. É que eu to preocupada com ela. Fiquei a tarde inteira esperando ela e nem sinal. Nem me avisou que faltaria.


– Não deve ser nada demais. Teve algum compromisso, deve ser isso. Não se preocupe. – dizia calmamente.


– É, deve ser. – concordei desacreditando.


            Ficamos alguns segundos em silêncio. Eu escutava sua respiração ao fundo e de repente me veio uma idéia na cabeça. – Se eu quero conquistar a Anahi, quem melhor do que Letícia para me dizer como fazer? Ela é a melhor amiga dela, deve saber. – pensei.


– Então tá Dulce. – ela quebrou o silêncio. – A gente se fala amanhã.


– Não, espera. – pedi.


– Pode falar.


– Será que a gente podia conversar, sei lá. Qualquer dia. – soltei.


– Nós? – perguntou incrédula.


– É, o que tem demais? Somos amigas não somos? – perguntei.


– Somos. – suspirou. – Claro, podemos sim. Quando?


– Sei lá. Quando pode?


– Amanhã, pode ser? A gente podia ir em um barzinho na avenida da praia.


– Pode ser.


– Que horas eu passo te pegar?


– Oito, pode ser? É que no dia seguinte tem aula né, e se eu chegar tarde acabo me atrasando na escola.


– Pois é. Aí sobra para mim e para a Fernanda. – gargalhou. – Eu passo ai na sua casa as oito então.


– Tá bom. Beijo.


– Beijo amorzito.


            Desliguei meu telefone e pensei que talvez acabara de fazer um dos piores impulsos da minha vida. – Isso pode acabar estragando tudo! – pensei.


            Liguei para a Bia para saber o que ela achava disso.


– Oi amiga.


– Oi lindona. – disse ela.


– A Any  não veio ensaiar hoje.


– Por quê? – eu mal ouvia a voz dela, tinha uma barulheira horrível.


– Bia, aonde você tá?


– Ah, to na... na...


– Beatriz Nogueira, que barulho é esse? Aonde você tá? – esbravejei.


– Calma garota. Eu to na b-boate do pai da J-jéssica. – gaguejou.


– Ah. – pensei. – O que você tá fazendo aí em plena terça-feira?


– O J-ju me chamou para sair. – sussurrou.


– O quê? – berrei. – O Ju, Juliano? – gritei.


– Ai, não grita!


– Meu Deus. Eu sabia! Eu sabia! – continuei gritando.


– Sabia? Como assim? – perguntou.


– Esquece.


– Então, o que quer amor? – indagou.


– Hã? – até tinha esquecido o que queria.


– É ué. Não queria alguma coisa? Você ligou para mim e tal.


– Ah, verdade! Acho que fiz besteira. – sibilei.


– Agora eu é que pergunto: Dulce Maria, o que foi que você fez? – sorri com o desespero dela.


– Eu liguei para a Letícia pra perguntar se ela sabia o porque da Anahi não ter nem avisado que ia faltar hoje. Aí, acabei pedindo pra “sair”... – enfatizei a palavra sair –... na intenção de perguntar tudo sobre a Anahi. Tentar arrancar alguma coisa que faça com que eu a conquiste. Entendeu? Afinal, a Lê é a melhor amiga dela, deve saber de algo.


– Não acredito! – berrou. – Como assim você espera perguntar para a garota que tá afim de você sobre coisas da outra garota a quem você quer ficar?


– Hã?


– Você é louca! – gritou.


– Valeu! Eu sei! Amanhã a gente se fala. Manda beijinho para o Ju. – pensei. – Espera aí, como assim você fala perto dele eu quero ficar com alguém? Endoido? – gritei mais alto.


– Calma né, eu não ia falar isso perto dele. Ele foi ali pegar algo para a gente beber. Falando nisso ele está voltando.


– Então tá. Beijo e manda beijinho para ele. Juízo.


– Eu tenho. Beijo.


            No dia seguinte, Bia me deu maior sermão sobre o interrogatório que eu pretendia fazer para a Letícia. Disse que eu era doida, louca, alienada e tudo mais. Dizia que eu provavelmente devia ter caído no banho e batido minha cabeça. Eu ria das besteiras que ela falava, mas sentia um calafrio em meu peito.


            Na quinta o ensaio era aqui na escola, então pensei em aproveitar para tentar arrancar da mesma, o que a Anahi escondia. – Como uma segunda chance. – Se eu conseguisse alguma informação sobre, esqueceria as perguntas que faria a Lê e fingiria ser apenas um “encontro casual”.


 –Any, será que eu poderia falar com você? – pedi quando estávamos guardando as coisas para ir embora.


– Eu vou indo então. – disse Landon e me deu um selinho. Aquilo era totalmente desconfortante.


– Tchau. – dissemos juntas.


– Então, vocês dois estão namorando? – perguntou ela.


– Não, só ficando mesmo. Mas eu nem to afim dele, só ficamos porque ele fica insistindo.


– Vai machucar ele. Talvez ele realmente goste de você. – disse ela cabisbaixa.


– Eu sei. Mas, quem eu quero não me quer. – ops, escapuliu.


– Hã? – olhou-me atônita.


– É... que... A-Anahi, eu queria perguntar outra vez para você. Por favor me respon... – ela me cortou.


– Se for sobre o assunto daquele dia na sua casa, nem adianta insistir. – disse e começou a andar.


– Mas eu tenho o direito de saber. Me conta. Está acontecendo alguma coisa? Se tiver, eu quero te ajudar. – parei e segurei em seu braço obrigando-a me olhar. – Eu me importo com você.


– É disso. É disso que eu estava falando. Eu pedi para você não criar vinculo comigo. Você não escutou? – usou um tom mais elevado de voz.


– Caramba! Será que você não percebe? Se tudo fosse assim, se pudéssemos escolher de quem gostar, quem odiar, o mundo seria bom e feliz. Seria fácil. Mas não é fácil! Entendeu? – explodi.


– Se você não acha fácil, eu muito menos. – se soltou de meu braço e voltou a andar.


– Você não tem esse direito! – gritei quando a vi passar pela porta me deixando parada e sozinha.



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Autor(a): Miaagron

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– Que ódio! Que ódio! Que ódio! – esbravejei batendo a porta de casa. – Eu vou descobrir! Eu vou! Ai que ódio! – berrei indo para o quarto. – Meu Deus, que furacão é esse? – perguntou Sueli com uma cara de assustada. – Por favor, agora não Sueli. – pedi em um tom mais baixo. & ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 11



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  • AnBeah_portinon Postado em 02/04/2018 - 18:17:54

    Chorei horrores aqui! DEUS! quase morri por falta de oxigênio pelo meu choro compulsivo, ainda mais porque assisti os últimos capítulos ouvindo only Hope e You re missing It. No epílogo cry. Quase morri kkk. Amei!

    • AnBeah_portinon Postado em 02/04/2018 - 18:18:55

      Quer dizer, li os capítulos kk

  • flavianaperroni Postado em 06/10/2014 - 18:53:57

    Meu Deus eu chorei como um bb..não não eu chorei PIOR que um bb,que susto você me deu cara,Jurei que a Annie tinha morrido mesmo...Mais trando meu choro convulssivo eu AMEI DE PAIXÃO a web..ela é PERFEITA demais..Parabpens

  • brunamachado Postado em 02/09/2013 - 02:59:52

    Muito boa a história,emocionante,chorei igual uma cabrita pq pensei que ela tinha morrido mesmo,mais foi um lindo final feliz.

  • lunaticas Postado em 27/07/2013 - 04:19:25

    Nossa gostei demais ;)

  • Vondyreis Postado em 25/07/2013 - 21:55:03

    Que bom q a Any ñ morreu,vc conseguiu me enganar direitinho não foi?parabéns. pela fic ela é otima,ate a próxima eu espero!!!!

  • Vondyreis Postado em 24/07/2013 - 21:34:01

    Como vc pode matar a minha Any?!!!?!!?brincadeirinha!!serio eu chorei muito...E sua web é muito boa

  • lunaticas Postado em 24/07/2013 - 00:24:35

    amandooooooooo a Fic ;)

  • lunaticas Postado em 19/07/2013 - 03:40:50

    Adorei!!! Posta mais ;)

  • lunaticas Postado em 18/07/2013 - 04:00:09

    Oi adorando sua Fic!!! Espero q haja um milagre :( Ansiosa para os próximos cap.

  • rebecabel19hotmail.com Postado em 16/07/2013 - 10:05:02

    Posta mais...espero que continuem juntas;...


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