Fanfics Brasil - Conquista Um amor pra recordar Portiñon

Fanfic: Um amor pra recordar Portiñon | Tema: RBD Anahi e Dulce Maria


Capítulo: Conquista

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        O dia do musical estava chegando, por isso passávamos mais tempo ensaiando. Eu não achava ruim, até porque, ficava muito mais tempo ao lado de Anahi. Em um dos ensaios em minha casa, Bia foi e acabou conhecendo Anahi.


– Amiga, vim te ver. – gritou ela entrando em casa.


– Quem é? – pergunto Anahi parando de tocar e olhando para mim.


– Só pode ser a Bia. – cerrei os olhos e abri a porta do quarto do piano.


– Ah, você está ai. – veio em minha direção e me abraçou.


– O que está fazendo aqui agora? – sussurrei em seu ouvido.


– Vim conhecer ela. – sussurrou e soltou-se de meus braços.


– Deixa eu te apresentar minha amiga. – continuei olhando para a Bia com as sobrancelhas franzidas enquanto ela tinha uma cara de completa cínica. – Essa daqui é a Bia e, Bia, essa daqui é Anahi.


– Muito prazer. A Dulce fala muito de você. – foi de encontro a Any e a abraçou.


– Fala é? – perguntou a mais velha.


– Fala sim. – deu uma piscadela para mim. – Eu estou indo já.


– Hã? Como assim? Você vem, atrapalha, e já vai? – perguntei incrédula. – Você é louca!


– Era só saudade de você! – apertou minha bochecha e me puxou para fora. – Foi um prazer Anahi. Nos vemos qualquer dia. – acenou para ela e saímos.


– Já volto. – gritei para a Any. – Você é louca? Como assim você aparece aqui assim? – murmurei.


– Meu Deus, ela é linda mesmo hein. Pelo menos você se apaixonou por alguém bonita. – sorriu.


– Fica quieta! Não fala assim, alguém pode escutar. – bati nela.


– Ai! Eu aqui falando bem dela e você me bate. Fala sério. Estou indo. Beijo. – abraçou-me e me deixou atônita parada em frente à porta fechada.


            Balancei a cabeça negativamente e voltei para o quarto de onde vinha uma suave melodia.


            Continuamos o ensaio de onde a Bia nos atrapalhou. Ficamos lá por mais ou menos mais uma hora. Depois disso, ela acabou faltando em mais dois ensaios, mas nunca disse para mim nem para o Landon o porquê, e nós nem nos arriscávamos a perguntar. Em uma das vezes, ela acabou pedindo para que o ensaio fosse a casa dela, pois não poderia ir até a minha casa. Eu prontamente aceitei. Não ia perder a oportunidade de conhecer o seu cantinho. Ela me passou o endereço e por coincidência, ficava duas ruas depois de onde Bia morava: Botafogo.


            Ela morava em uma casa bem confortável. Era dividida em dois andares. Verde, e com um jardim imenso na frente. Um lugar super aconchegante. Apertei a campanhinha umas duas vezes, e quem foi me atender era um senhor com um cabelo preto, mas que não negava a idade. Devia ter uns sessenta anos. Era alto, corpo magro e olhos negros. – Não foi por ele que Anahi puxou. – pensei.


– Pois não. – disse ríspido.


– A... a... Ana-Anahi está? – gaguejei.


– Sim. Você é?


– Meu n-nome é Dulce. Ela é a pianista do nosso musical, e disse que o ensaio iria ser hoje. – disse rápida.


– Ah sim, me desculpe. Pode entrar, ela está no quarto dela. – abriu o portão e deu passagem para que eu passasse.


– Obrigada. – esperei que ele fosse à frente e o segui.


            Quando entrei na casa, percebi que não era tão luxuosa, mas era bem decorada e aconchegante. Tinha um espaço amplo, e quase tudo era decorado em madeira. Era legal!


– O quarto dela é lá em cima. É só subir as escadas e virar à esquerda. Pode ir, ela deve estar te esperando.


– O-obrigada. – sorri para ele e subi completamente acanhada, as escadas.


            Segui para o caminho direto até o quarto dela. Parei em frente a sua porta e suspirei umas três vezes até ter coragem para bater. Os toques soaram tímidos, mas era possível serem ouvidos.


– Dulce. – disse após abrir a porta. – Já ia te ligar, estava demorando. – me deu um leve abraço e pediu para que eu entrasse.


– Oi. – sorri amarelo e pus-me a observar o quarto enquanto ela ia em direção a cama.


            Era bem simples. Não era um cômodo grande, mas era super planejado e decorado de uma forma que deixava o espaço mais amplo. Sua cama de solteiro era encostada na parede do lado esquerdo com um pequeno criado mudo do outro lado, ambos nas cores mogno. Havia um guarda-roupa na parede contraria da cama, perto da porta tinha um armarinho onde uma TV com DVD e um pequeno minisystem ficavam. O quarto era na cor pastel, o que deixava o lugar bem aconchegante. Na parede em minha frente havia uma janela, e embaixo dela ficava um lindo telescópio.


– Vai ficar ai em pé? – perguntou ela me encarando e me tirando do meu devaneio. – Sente aqui. – apalpou seu lado na cama.


            Não discuti, apenas fiz o que ela me pediu. Fiquei calada e ela só me olhava.


– O que foi? – indagou.


– Estou sob efeito da vergonha. – disse cabisbaixa.


– Hã? – riu.


– Seu pai. Que vergonha dele. – disse e ri.


– Relaxa, ele é assim mesmo. Eu não sabia que você era uma pessoa envergonhada. – ela arqueou uma das sobrancelhas e me olhava.


– Não sou! Mas ele tem um ar imponente. – ri.


– Boba. – se levantou. – Acho que deixei umas músicas lá na sala. – disse enquanto fuçava em umas caixas. – Vou ter que ir lá pegar. Você me espera?


– Claro. Mas não demora. – sorri.


– Já venho. – fechou a porta do quarto e me deixou sozinha.


            Voltei a reparar mais detalhadamente no local. Quando dei atenção à cama, percebi que de baixo do travesseiro tinha um caderno fechado. Minha curiosidade foi mais forte que eu. A tentação era muita! Estiquei meu braço afastando o travesseiro e pegando o objeto. Sua capa era listrada em vários tons de roxo, lilás e rosa. Abri mais para o meio e percebi que ali se tratava de um caderno de anotações musicais. Tinha pedaços de harmonias, letras de músicas, solos e tudo mais. Continuei folheando ele aos poucos. Olhei a capa de trás do lado de dentro e percebi que tinha uma pequena lista.


 


OBJETIVOS DURANTE A VIDA


 


TESTEMUNHAR UM MILAGRE


PASSAR A LUA DE MEL NO MESMO LUGAR EM QUE MEUS PAIS.


ESTAR EM DOIS LUGARES AO MESMO TEMPO


TER UMA TATUAGEM


OBSERVAR SATURNO DE UM LUGAR DIFERENTE DO MEU QUARTO


 


 


                Li e reli aquele pedaço de papel umas três vezes, nem percebi a presença de Anahi ao meu lado me observando.


– Eu fiz isso há uns seis anos. – disse isso e se sentou ao meu lado.


– Ai que susto! – gritei e joguei o caderno em cima do travesseiro.


– Calma. – gargalhando e passando uma das mãos em meus ombros. Aquele simples toque serviu para arrepiar os pêlos em minha nuca, e mandar uma corrente elétrica pelo meu corpo.


– Desculpe. – sorri amarelo.


– Tudo bem. Pelo menos me ajudou. Era esse caderno que eu estava procurando. Onde estava? – perguntou ao mesmo tempo em que gesticulava para que eu pegasse o caderno de novo.


– Em baixo do seu travesseiro. Tava só com uma pontinha de fora. – entreguei o objeto para ela. – O que era aquilo que eu tava lendo? – Não agüentei e tive que perguntar sobre a tal listinha.


– Como eu disse: Fiz há uns seis anos atrás. É uma lista de objetivos, metas. Queria concluí-las antes de eu morrer. – sorriu, mas era um sorriso triste.


– Você tem tempo! Isso vai demorar! – sorri e ela retribuiu com um apertar de lábios e um levantar de sobrancelhas.


– Posso te ajudar com eles? – perguntei. Ela me olhou meio assustada e assentiu. – Vejamos. – disse e coloquei uma mão no queixo como se estivesse pensando. – Eu posso te ajudar no... Deixa eu ver? – pedi o caderno para ela que me entregou sem ponderar. – Posso te ajudar na cinco. Podemos ir observar o saturno da praia. – sorri.


– Faria isso? – indagou.


– Te levar lá?


– É. Me levar lá só para observar um planeta idiota. – sorriu.


– Não é idiota. Se você quer ver, isso significar que é importante pra mim. Podemos ir quando você quiser.


– Seria uma meta alcançada.


– Seria. – concordei. – Posso copiar? – pedi.


– Para quê?


– Porque aí eu vou poder pensar em como te ajudar com os outros. – sorri.


– Tá, pode. – fez uma careta e me entregou uma caneta.


– Como pretende fazer isso? – perguntei enquanto escrevia.


– Eu não sei. Apenas escrevi os meus sonhos. – sorriu olhando para a minha mão segurando a caneta.


– Pois então espere e verá. Te ajudarei a realizar cada um deles! – sorri arrancando a folha que acabara de copiar e lhe devolvendo o caderno.


– Vamos ao ensaio? – perguntou com as bochechas ruborizadas.


– Vamos, vamos. – sorri e me levantei.


            Depois desse ensaio, fui para a casa ainda pensando em como faria para ajudá-la com cada item da lista. Abri a porta do apartamento e minha mãe estava esparramada no sofá assistindo alguma coisa na TV.


– Oi mãe! – abracei-a e deitei na pontinha do sofá junto com ela.


– Ei, onde estava? – perguntou dando um beijo em meus cabelos e rodeando minha cintura com uma das mãos.


– Tava na casa da Anahi. O ensaio foi lá hoje.


– A Bia te ligou. Pediu para assim que chegasse para você ligar para ela.


– Ela me ama. Não vive sem mim nem por um dia. – bufei e levantei indo para o quarto. – Mãe, queria te mostrar um negócio depois. – gritei.


– Depois que falar com a Biazinha, vem aqui.


– Vou sim. – respondi antes de fechar a porta.


            Peguei o telefone em cima do meu criado mudo e me deitei na cama ligando para minha amiga.


– Oi amiga. – disse.


– Dulce. Que demora viu. – resmungou.


– Não reclama vai. Não faz nem cinco minutos que cheguei e já te liguei.


– Tá, tá, tá. Tenho que te contar um negócio que aconteceu hoje. – exclamou.


– O que houve? – indaguei.


– Estava eu, aqui no meu humilde apartamento, pensando na morte da bezerra...


– Anda logo Bia. – interrompi-a.


– Como você é chata! – bradou. – Tá, continuando. De repente meu porteiro diz que um amigo meu está lá em baixo me esperando. Desci depressa pelo elevador, e me deparo com uma figura forte, alta e morena me esperando na portaria.


– Quem, quem? – perguntei.


– Juliano. E tipo, logo que eu fui cumprimentar ele, deu um troço do menino.


– Eita, o que aconteceu? – estava começando a ficar preocupada.


– Eu fui beijar o rosto dele, e ele simplesmente agarrou a minha cintura e lascou um beijo na minha boca. Tem noção?


– Aaaaaaaaa. – gritei. – Ele te beijou? – continuei gritando.


– Não grita, não grita! Ai meu ouvido! É, é. Ele me beijou. Mas não para por aí. Ele me pediu em... em... – balbuciou.


– Fala logo Bia.


– Ele me pediu em namoro. – disse rápida.


– Que lindo amiga! E o que você disse? Anda logo, estou desesperada aqui.


– Calma – berrou. – Aceitei.


– Ai meu Deus. Ai meu Deus. Minha amiga desencalhou. – gritei enquanto saltei da cama e dava pulinhos.


– Ei. Ninguém estava desencalhada aqui não. – protestou.


– Ai amiga, falando sério. To tão feliz por você. O Ju é tão legal e tudo mais. E tipo, eu já tinha percebido há muito tempo o carinho excessivo contigo. Espero que dê tudo certo para vocês. Os dois merecem, de verdade.


– Eu sabia que você ia ficar feliz. Eu te amo! – gritou.


– Também. Tá, mas agora eu tenho que te contar um negócio e preciso da sua ajuda.


– Estava bom demais para ser verdade. Fala vai.


– Hoje no ensaio na casa da Anahi, encontrei uma listinha que ela tem em um caderno de anotações musicais e tal. E eu queria que você me ajudasse a fazer ela realizar cada itenzinho, entende?


– Como é essa lista? – perguntou.


            Passei um bom tempo conversando com a Bia sobre essa lista da Anahi. Ela me ajudou a pensar em várias coisas. Depois fiz o mesmo com minha mãe. Fiquei encantada com as pequenas e, incríveis, coisas que eram os sonhos daquela loira. Com a ajuda de Dona Anita (minha mãe) e Bia, conseguimos achar formas de realizar pelo menos três dos cinco itens.


Primeiro: Estar em dois lugares ao mesmo tempo;


Segundo: Ter uma tatuagem;


Terceiro: Observar saturno.


 


Lógico que isso custou no mínimo uma longa semana de horríveis dores de cabeça. Não me importei muito com isso. Lascava uma neosaldina garganta abaixo e voltava meus pensamentos nas coisas que estava prestes a realizar para alguém. – Digamos, alguém muito especial. – pensei.


            Faltavam menos de duas semanas para a musical acontecer. Os preparativos estavam a todo vapor. Enquanto Landon fazia a primeira e única prova do seu traje, eu experimentava a primeira de muitas vezes o vestido escolhido por Anahi. Era um vestido longo, prata, que se prestasse bem atenção de alguns ângulos, poderia se passar por um azul cintilante. Fiquei vário segundos ali parada com Anahi me olhando, ela não dizia nada. – Estava ficando angustiada já.


– Então? – disse.


 – Ficou fantástico! – soltou Anahi pedindo para que eu desse uma voltinha. – Você está linda!


– O-obrigada. – senti o sangue subir para meu rosto. – Você gostou mesmo? – perguntei.


– Amei. Você está mais bonita que o normal. – me sorriu.


– E coloca bonita nisso. – apareceu Landon subindo no palco.


– Ah, obrigada. – disse sem ânimo.


– Ficou lindo, não acha? – indagou Any para ele.


– Maravilhoso! – sorriu malicioso.


– Posso tirar? – perguntei.


– Ah, sim, claro. Pode sim. – respondeu Anahi.


            Depois que o assunto “vestimenta” estava concluído, o nosso ensaio do dia também.


– Vamos? – perguntou Landon.


– Eu vou sair com a Anahi. – disse.


– Legal. Posso ir? – indagou.


– É que... que... é... – balbuciei.


– É que vamos para a minha casa e meu pai estará lá. E eu também não estou a fim de ficar de vela. – Anahi mentiu e ainda por cima disse que não queria ficar de vela?


– Ah claro. Deixa para outro dia então – disse Landon. Ele se despediu de mim com um selinho, que fiz questão de ser quando Anahi estivesse de costas. Em um instante estávamos apenas eu e ela.


– E ai, pronta para hoje? – perguntei.


– Sim. O telescópio está no carro. – sorriu e pegou suas coisas.


– Deixa que eu ajudo. – estendi as mãos para que ela colocasse algumas coisas em meus braços. – Por que mentiu para ele? – perguntei.


– Não queria ficar de vela! – respondeu rápida.


– Não iria ficar. Já disse que não gosto dele.


– Mas ele ainda gosta de você. – disse abrindo a porta do carro e colocando as coisas no banco traseiro.


– Sinceramente? Não me importo. Ele sabe muito bem que não gosto dele. – repliquei e entrei no carro.


– Tudo bem. Não precisa falar. Eu não tenho o direito de ficar te dando palpite.  – sorriu amarelo e sentou-se ao meu lado, no banco do motorista.


– Você é minha amiga. Pode palpitar quando quiser. – sorri e ela seguiu com o carro para a praia do Leme.


            Chegamos à praia, e como era uma segunda-feira, Dia internacional da Preguiça, a praia não tinha praticamente ninguém. O que era de se estranhar, por sem Rio de Janeiro. Achei que até seria melhor assim.


– Que estranho, não tem quase ninguém. – comentou ela.


– Eu achei também. Mas pelo menos vai dar para ficarmos mais tranqüilas. Sem ninguém correndo, bebendo ou algo do tipo. – sorri saindo do carro. – Deixe que eu levo. – disse pegando o telescópio no porta malas.


– Eu trouxe umas informações que vai nos ajudar a ver ele melhor desse ângulo.


– É melhor mesmo. – concordei e seguimos para a areia.


Paramos a uns dez metros da água. A maré estava baixa, então seria um ótimo lugar.


– Adoro esse clima. – disse.


– Nem parece. Você é super branca. – riu.


– Olha quem fala. Você também nem parece carioca. – sorri.


            Enquanto eu segurava o objeto nas mãos, ela arrumou a toalha na areia para que pudéssemos colocá-lo e também se deitar. Afinal, ficaríamos uma longa noite ali. Mesmo sendo segunda-feira. São nesses momentos que eu gosto de escola, amanhã terá conselho, então terça estou livre dela.


– Já podemos sentar. – disse se agachando.


– Nada disso. Vem comigo. – puxei seu braço em direção a água.


– Não. Por favor. – pediu tentando puxar seu braço de volta.


– Eu juro que não vamos entrar na água. Eu só quero te mostrar uma coisa. O máximo que vamos molhar serão os pés.


– Promete? – perguntou parando de fazer força no braço.


– Prometo! – sorri e voltei a puxá-la pelas mãos.


            Caminhamos até chegar à beirinha da praia. Aos poucos fui deixando aquela água salgada inundar nossos pés. Estava quente.


– Deixe um fora d’água. – pedi.


– Para quê?


– Só deixe um fora tá?


– Tá bom. – sorriu.


– Agora me diga, onde está? – perguntei.


– Hã?


– Perguntei onde você está. – disse com um sorriso.


– Ué, na praia do Leme. – respondeu como se fosse uma coisa obvia.


– Resposta meio certa. – ri.


– Como assim? Estou ficando confusa. – sorriu e elevou uma sobrancelha.


– Digamos que você está metade na praia do Leme e a outra metade no Oceano Atlântico. Ou seja, está em dois lugares ao mesmo tempo. – toquei seu rosto e pude ver seu sorriso crescendo gradativamente rápido.


            Continuei afagando sua face por mais alguns segundos. Ela não dizia nada, apenas me sorria de orelha a orelha.


– Gostou? – perguntei.


– Eu... e-eu...


– Você?


– Não sei nem o que falar. Ninguém nunca fez nada desse tipo por mim.


– Isso não importa. O importante é se você gostou.


– Se eu gostei? Eu... Eu amei! Como você pensou nisso? – indagou.


– Pedi ajuda para a minha mãe e para a Bia. Demorei, mas consegui. – sorri.


– Obrigada. – me abraçou forte.


            Não sei dizer se nessa hora o meu coração disparou tão rápido que eu nem pude sentir, ou se ele realmente havia parado. Sei que automaticamente passei meus braços ao redor dela e a apertei com força. Encostei meu queixo em seu ombro e inalei o seu perfume. – Era tão inebriante que perdi toda a noção do lugar, hora, tudo!


– Tenho mais uma coisa para você. – disse em seu ouvido, e por um instante, pude sentir seu corpo tremer.


– O que é? – se afastando de mim.


– Vem. Está na bolsa. – apontei para a minha bolsa em cima da toalha.


            Fomos caminhando até os nossos objetos e sentamos nas tolhas que ela havia arrumado. Comecei a fuçar na minha bolsa sentindo um olhar curioso em cima de mim. Mesmo tendo encontrado o que eu queria, fiz questão de demorar só para que a ansiedade dela aumentasse.


– Vai demorar? – perguntou.


– Não, não. Já achei. – sorri retirando o que queria.


– Me mostra.


– Não. Feche os olhos. – pedi.


– Primeiro fale o que é.


– Você não confia em mim? – indaguei.


– Confio, mas...


– Mas nada. Feche os olhos e fique de costas.


– To ficando com medo. – disse deixando suas pálpebras se fecharem com um pequeno sorriso nos lábios.


            Ela ficou de costas e eu comecei a descer a alça de sua blusinha. Ela tremeu outra vez, quando houve um ligeiro contado de meus dedos em sua pele.


– O que está fazendo? – perguntou quando o seu ombro direito estava à mostra.


– Vou ter que usar um pouquinho de água. Mas não se vire. – pedi outra vez.


             Com uma garrafinha de água molhei um pouco o objeto que estava em minhas mãos, delicadamente, pressionei-o contra a pele dela. Um minuto de espera depois, retirei ele deixando a mostra uma pequena e bonita borboleta. Antes de ela falar algo, não pude evitar meus dedos percorrerem de leve a sua pele pálida azulada sobre a lua. Senti os pêlos de sua nuca se eriçar, mas apenas me virei voltando a atenção a minha bolsa.


– Pronto. – disse arrumando a alça.


– O que você fez? – perguntou.


            Peguei dois espelhos também dentro da minha bolsa, e pedi que ela segurasse um enquanto eu posicionava o outro em um ângulo em que ela pudesse ver o desenho em suas costas.


– Isso é uma tatuagem. – sorri.


– Ai meu Deus.


– Calma. Isso sai. – levantei as mãos em paz rindo da cara dela.


– Ai meu Deus. – repetiu. – Tatuagem? – perguntei tentando ver melhor.


– Sim. O quarto item da lista era que você queria ter uma tatuagem. Como não tinha nada explícito dizendo que tinha que furar a pele com uma agulha, coloquei essa que sai. – sorri.


– Obrigada, obrigada, obrigada. – agradeceu e se jogou em cima de mim. Não pude evitar a surpresa com seu ato, e acabei por cair deitada sobre a toalha com o seu corpo sobre mim. – Eu... eu... é... – balbuciava ela com o rosto na altura do meu.


– Shi. Não fala nada. – disse.


            Sentia seus curtos cabelos encostarem-se a minha face e intercalava a direção dos meus olhos entre os seus e sua boca. Com um pequeno levantar de cabeça e fechando os olhos logo em seguida, senti meus lábios roçarem os seus. Meu corpo inteiro se arrepiou e meu coração parou de bater. Fiquei por uns vinte segundos só com nossos lábios encostados. Aos poucos, pressionei minha língua na ponta de seus lábios, aos quais ela deu passagem entreabrindo-os para que eu explorasse cada pedaço de sua boca. Foi um beijo longo, carinhoso, ao qual eu pude deixar fluir cada gotícula do meu amor. Nossas línguas faziam um bailar sensual. Levantei uma de minhas mãos e posicionei em seu rosto. Sentia ela entregue, e eu também estava completamente e incrivelmente entregue a ela, ao meu amor. O ar começara a faltar, mesmo que por contrariedade, afastamos nossos lábios. Com a respiração ofegante ela encarava meu rosto, seus olhos brilhavam enquanto viam os meus.


– Me desculpe. – sussurrei.


– Não peça desculpa. E-eu também b-beijei. – gaguejou.


– Eu não deveria ter feito isso. – disse virando meu rosto pra não encará-la mais.


– Por favor, não peça desculpa. – com a ponta dos dedos ela virou novamente a minha face frente a sua e, outra vez levou sua boca de encontro a minha.


            Juro que nessa hora eu não pensei em mais nada. Não pensei se isso que eu estava fazendo era errado, não pensei se amanhã continuaríamos a mesma coisa, não pensei no que as pessoas que passavam por ali diriam, em nada. Não me importava. Pensar era o que eu menos fazia nesse momento.


            Era incrível a maciez de seus lábios, eram doces e urgentes. Nossas bocas faziam um encaixe perfeito, pareciam ter sido feitas uma para a outra. Em uma manobra perfeita, virei nossos corpos fazendo com que seu corpo ficasse submisso ao meu. Afastei suas pernas e me encaixei melhor pressionando um de meus joelhos entre elas. Os beijos iam ficando mais profundos, mas rápidos. Dei uma leve mordidinha puxando o seu lábio inferior e pude ouvir um tímido gemido ecoar de sua garganta. Voltei a explorar a sua boca, queria conhecer e guardar cada centímetro dela. Pousei minhas mãos em sua cintura ao mesmo tempo em que ela enterrava as suas no meu emaranhado de cabelos. Comecei a descer os beijos para o seu pescoço enquanto uma de minhas mãos começava a subir por debaixo de sua blusa. Nesse momento ouvimos ao longe um carro com som alto, ao qual nos fez despertar de nosso transe.


– Dulce. – chamou ela.


– Eu... a... é... – disse levantando.


– O que foi isso? – perguntou se sentando.


– Um carro. Eu acho. – disse sem encará-la.


– Não estou falando do carro.


– A ta. Eu... e-eu... é... eu não consigo falar. – fiquei de costas para ela.


– Eu to confusa. – disse ela.


– Me desculpe. De verdade. – pedi cabisbaixa.


– Já disse que não precisa. Eu g-gostei. – disse a última palavra um pouco mais baixo.


– O quê? Repete. – pedi me virando para fitá-la.


– Eu gostei. – disse olhando para as próprias mãos.


            Sentei-me ao seu lado e passei meus braços ao seu redor. Puxei seu corpo para mais próximo de mim e ela repousou sua cabeça em meu peito. – Minha cabeça estava a mil! – Tenho medo de falar para ela tudo que sinto, mesmo depois de tudo que está acontecendo agora. Eu prefiro passar minha vida inteira com ela sendo minha amiga, mas estando ao meu lado, do que passar um único dia sequer sem ela. Apesar de que – Eu a beijei! Ela me beijou! Nada vai ser igual daqui para frente! Quer saber? Vou contar. Não tenho mais nada a perder! – pensei.


– Anahi? – chamei-a.


– Oi? – levantou seu rosto para me olhar.


– Eu não sei se o que aconteceu foi o certo ou não...


– Mas...


– Espere. – pedi quando ela me interrompeu. – Deixe-me falar primeiro. Depois você tem total liberdade para fazer o que quiser. Até me deixar aqui sozinha. – disse e ela sorriu.


– Tá. Prometo.


– Obrigada. Continuando. – suspirei. – Eu não sei se foi certo, meu cérebro insiste em me chamar de alienada, de louca, maluca, e derivados, mas meu coração me diz que essa foi à maior e melhor coisa que eu poderia fazer. Quando eu te vi a primeira vez lá na festa, eu juro, nunca havia achado uma mulher tão linda quanto você! Dá mesma forma que nunca havia reparado em tal. E a partir daí, em todas as vezes que nos vemos eu a olho como se sua imagem fosse meu alimento, como se fosse o ar que me faz viver, como se fosse à coisa e o bem mais precioso que ainda me mantém viva. Como se bastasse ter somente você no mundo e o resto que se danasse.


O que eu vou falar agora, não pense que é um equívoco, que é curiosidade, precipitação ou qualquer coisa do gênero, mas desde o momento que olhei a primeira vez em seus olhos, meu coração palpitou de uma forma como nunca antes. Eu amo você Anahi Portilla.


– Você prometeu! – disse com um sorriso.


– Não. Em nenhum momento eu prometi. Você me pediu e eu simplesmente ignorei. – sorri e dei um leve selinho em seus lábios.


– Tudo que você disse era verdade? – perguntou ainda encostada em meu peito.


– Você seria a última pessoa para quem eu mentiria. – passava as mãos em seus cabelos.


– Sabe... – pausou. – ... quando eu pedi que você prometesse, lá no fundo eu queria o contrário. Queria que tudo que está acontecendo agora tivesse sido antes.


– Você não acha que deveria me dizer o porquê da promessa?


– Um dia você vai saber. – suspirou.


– Por que não me diz? – indaguei.


– Porque você é importante demais para mim! – encarou-me e sorriu.


– Eu sou? – sorri e arqueei uma sobrancelha.


– Desde a primeira vez que te vi! – sibilou.


– O que acha de começarmos o que viemos fazer? Saturno nos espera!


– Vamos, vamos. Deixe-me pegar as coisas aqui atrás. – ela se levantou e se virou para andar, mas puxei seu braço fazendo com que voltasse seu rosto para mim e selei nossos lábios.


– Agora pode ir. – ri.


            Pense na melhor noite da sua vida. – Pensou? – Agora multiplique por um milhão de vezes mais. – Pois é. Minha noite foi mil vezes melhor do que isso. – Tudo que eu pensei que pudesse acontecer de ruim com o fato de Anahi saber sobre o meu sentimento, foi ao contrário. O mais estranho e surpreendente, foi saber que ela sente a mesma coisa. Em nenhum momento ela mostrou indiferença, dúvida, ou outra coisa. Eu olhava em seus olhos e via certeza, via felicidade. – Talvez meus olhos estivessem cintilando da mesma forma que os dela. – Sua íris azul parecia nebulosa em contraste com a cinza luz da lua. Olhava bem fixamente para elas e me sentia mergulhada em um mar de sensações misteriosas e boas. Ver a felicidade que emanava dela com o fato de ver aquele planetazinho, era incrível. Meu corpo correspondia a cada sorriso, a cada riso seu. Era inebriante ficar ao seu lado. Sentia-me entorpecida. Seus toques mandavam uma corrente elétrica através de meus poros, o que fazia minha pele arder, queimar maravilhosamente.


            Ficamos por horas deitadas na praia com ela observando o céu. Muitas vezes, eu olhava pela lente de aumento do telescópio, só para retribuir um sorriso que ela me dava. Na verdade, eu preferia deixá-la observando os planetas, enquanto eu a observava. Seus movimentos majestosos e graciosos eram lindos de se ver. A delicadeza com que virava cada página das folhas, a forma como estava sentada sobre seus pés, como segurava as minhas mãos, era a mais linda imagem que havia visto. Suas madeixas loiras brilhantes com a luz, seu rosto pálido, sua íris azul acinzentada, o corpo com curvas, pernas delineadas. Não poderia existir um ser mais lindo e delicadamente perfeito como ela. – Como minha Anahi Portilla!



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Autor(a): Miaagron

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Comentários da Fanfic 11



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  • AnBeah_portinon Postado em 02/04/2018 - 18:17:54

    Chorei horrores aqui! DEUS! quase morri por falta de oxigênio pelo meu choro compulsivo, ainda mais porque assisti os últimos capítulos ouvindo only Hope e You re missing It. No epílogo cry. Quase morri kkk. Amei!

    • AnBeah_portinon Postado em 02/04/2018 - 18:18:55

      Quer dizer, li os capítulos kk

  • flavianaperroni Postado em 06/10/2014 - 18:53:57

    Meu Deus eu chorei como um bb..não não eu chorei PIOR que um bb,que susto você me deu cara,Jurei que a Annie tinha morrido mesmo...Mais trando meu choro convulssivo eu AMEI DE PAIXÃO a web..ela é PERFEITA demais..Parabpens

  • brunamachado Postado em 02/09/2013 - 02:59:52

    Muito boa a história,emocionante,chorei igual uma cabrita pq pensei que ela tinha morrido mesmo,mais foi um lindo final feliz.

  • lunaticas Postado em 27/07/2013 - 04:19:25

    Nossa gostei demais ;)

  • Vondyreis Postado em 25/07/2013 - 21:55:03

    Que bom q a Any ñ morreu,vc conseguiu me enganar direitinho não foi?parabéns. pela fic ela é otima,ate a próxima eu espero!!!!

  • Vondyreis Postado em 24/07/2013 - 21:34:01

    Como vc pode matar a minha Any?!!!?!!?brincadeirinha!!serio eu chorei muito...E sua web é muito boa

  • lunaticas Postado em 24/07/2013 - 00:24:35

    amandooooooooo a Fic ;)

  • lunaticas Postado em 19/07/2013 - 03:40:50

    Adorei!!! Posta mais ;)

  • lunaticas Postado em 18/07/2013 - 04:00:09

    Oi adorando sua Fic!!! Espero q haja um milagre :( Ansiosa para os próximos cap.

  • rebecabel19hotmail.com Postado em 16/07/2013 - 10:05:02

    Posta mais...espero que continuem juntas;...


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