Fanfics Brasil - Foto Um amor pra recordar Portiñon

Fanfic: Um amor pra recordar Portiñon | Tema: RBD Anahi e Dulce Maria


Capítulo: Foto

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            Na terça quando voltei para a casa, fui direto para eu quarto. Precisava urgentemente dormir. Não vi minha mãe, não vi Sueli, só fui acordar quando senti uma dor aguda em minha cabeça.


– Ai! – gritei com a pancada.


– Acorda! Sabe que horas são?


– Você está louca? Qual o seu problema? Como você chega e me acorda assim? – berrei para a Bia enquanto massageava a minha cabeça.


– É uma da tarde, já passou da hora de acordar. – sentou-se na beira da minha cama.


– Deixe-me dormir. To cansada! – cobri minha cabeça com o edredom.


– Que dormir o que. Levanta vai! Quero saber tudo que aconteceu ontem. – puxando o pano que tampava meu rosto.


– Que saco! – sentei e recostei minhas costas na cabeceira da cama.


– Fala vai! Ela gostou das surpresas? – perguntou acariciando meus cabelos.


– Só porque quer saber as coisas você está fazendo carinho? Interesseira! – bradei.


– Fala vai. To aqui que não me agüento mais.


– Tá bom. Ela gostou! Pronto. – disse.


– Só isso? Só gostou? – levantou uma sobrancelha e disse desanimada.


– Não exatamente. A gente tipo... eu beijei ela. – sussurrei.


– O quê? Você... Beijou... Ela? – berrou com os olhos dilatados.


– Cala essa merda da sua boca! – gritei. – Fala baixo idiota!


– Desculpe, desculpe, desculpe. Mas como assim você a beijou?  - sussurrou.


– Beijando ué. Beijar de beijar. Na boca. Com língua!


– Éka, não fala assim. – pediu fazendo careta.


– Você quem perguntou. – revirei os olhos


– Mas ela gostou? Não brigou com você? Fala mais caramba!


– Você não me deixa falar. – suspirei. – Eu achei que ela não fosse gostar sabe. Eu pedi desculpa, mas ela disse que não precisava e de repente ela me beijou de novo. Ai foi meio que esquentando, porque nós estávamos deitadas na areia e tal. Quando eu comecei a perder a noção de onde eu tava, passou um carro com o som alto e interrompeu a gente. – bufei.


– Meu Deus. – colocou a mão tampando uma boca.


– Fiquei com medo de ela não ter gostado. Ela poderia ter dito que tinha sido um erro e tudo mais, só que ela disse que gostou. Aí não perdi tempo e disse que amava ela. No fim, sei que a gente ficou a noite inteira.


– Mas ficaram de ficar mesmo? – indagou.


– Bia. Deixa eu te perguntar. Você é lerda porque é lerda, ou porque se faz de lerda? – cerrei os olhos.


– Sua ignorante! – deu-me a língua. – Não posso nem fazer uma pergunta mais. – cruzou os braços e virou a cara.


– Oh meu Deus. Tadinha dela. Vem aqui vem. – puxei sua cabeça e comecei a esfregar minhas mãos.


– Vai embaraçar. Pára!


– Oi meninas. – apareceu o rosto da minha mãe na fissura da porta.


– Mãe. Eu não te vi hoje. – disse.


– Você passou direto e veio dormir, e eu também estava deitada, mas acordei faz tempo. Aí liguei pra Biazinha vir te ver. – sorriu.


– Como se ela não fizesse isso sempre. – revirei os olhos.


– Você é uma ingrata mal agradecida. – me bateu.


– Ai! Mãe, você vai deixar ela me bater? – perguntei massageando meu braço espancado pela minha amiga.


– Pelo menos você acorda. – respondeu.


– Ótimo! Arrumei um belo circulo de convivência. – bufei. – Todo mundo fora do meu quarto. Vou tomar banho. – disse me levantando. – Chispa, fora. Vai, vai, vai.  – fui batendo nas duas até saírem do meu refúgio feliz, mesmo que por contragosto delas.


– Será que ninguém me deixa mais viver em paz? – disse em voz alta e fui para meu banho.


            Hoje não teria ensaio nem em casa e nem na escola. Anahi pediu que fosse amanhã. Não me disse o porquê e, eu também nem perguntei.


            Logo após o crepúsculo, minha mãe disse que estava saindo e deu uma piscadela para Bia. – Segredinho. Segredinho. Segredinho. Que diabo de segredinho é esse que eu não posso saber? – pensei. Minha amiga resolveu que dormiria em casa essa noite, então ficamos assistindo filme até tarde. Passamos desde terror, comédia, romance e filmes da Disney. Quem olhasse para a minha sala diria que a terceira guerra mundial teria acontecido ali. Tinha milho de pipoca espalhado por todo o tapete e sofá. Copos e garrafas amontoadas com refrigerante, papéis de chocolate, e tudo mais que engorda espalhados pelo cômodo. Tivemos que fazer uma mega faxina antes de minha mãe chegar.


            No dia seguinte, a tortura para ir para escola parecia pior. Meus olhos insistiam em querer ficar fechados. O despertador não parava de roncar e minha cabeça parecia que iria explodir a qualquer momento. Beatriz não me largava, ficava me batendo, fazendo cócegas, pulando em cima de mim, mas nada dava certo. Só consegui levantar, depois de a cretina da minha amiga jogar um copo com água gelada no meu rosto. Só não a espanquei porque minha querida mãezinha não deixou.


– Oi. – cumprimentei Anahi e Landon quando cheguei ao auditório.


– Dulce. – Any produziu um enorme sorriso ao me ver.


– Oi Dulce. – Landon se aproximou indo me beijar, mas virei meu rosto lhe dando minha face ao qual recebeu seu beijo a contragosto.


– Any. Será que você pode esperar um pouquinho? – pedi quando a abracei. – Você está linda e eu te amo! Vou falar com ele. – sussurrei em seu ouvido.


– Claro Dulce. – sorriu mais largamente e me soltou.


– Landon, vamos até lá fora comigo? – pedi.


– Vamos sim. Eu preciso mesmo falar contigo. – deu-me um sorriso malicioso e começou a ir para fora do auditório.


– Pode falar. – disse quando estávamos indo para os banquinhos coloridos.


– Diga-me você Dulce. O que quer? – perguntou sorrindo.


– Tem certeza que quer que eu diga primeiro? – indaguei. Enrolei para tentar criar coragem.


– Ok. Se é isto que quer, eu digo. Serei breve. – suspirou. – Quer namorar comigo?


            Dilatei os olhos e gritei no meu interior. – Oh meu Deus. Eu não ouvi isso. – Porque esse idiota tinha que pedir isso justo agora? – Pensa rápido. Pensa rápido. – disse a mim mesma em pensamentos.


– Sabe o que é? Sinceramente? Não! – também fui breve não me dando ao trabalho de ser nenhum um pouco educada. Foi à forma que achei de acabar logo com isso.


– O quê? – indagou atônito. – Acho que não ouvi direito. Repete. – pediu.


– Eu não quero namorar você! Eu tinha pedido para vir falar com você agora, pelo simples fato de não querer mais ficar com você. Desculpe-me. – sussurrei a última frase.


– Você não pode estar falando sério. – berrou andando de um lado para o outro enquanto passada uma de suas mãos no seu rosto. – Você tem noção do que você disse? Tem? – parou em minha frente e agarrou nos meus dois braços.


– Landon, você está me machucando. – disse.


– Tem noção? – berrou mais alto e seu aperto ficou mais forte.


            Eu via as veias saltarem de seu pescoço. Seu olhar era fulminante. Deu-me medo esse Landon. É diferente do amigo que eu tenho. Havia um vermelho cintilante em volta da sua íris verde, ao qual mostrava ira. O seu aperto em meus braços era tão forte, que podia ver os nós dos seus dedos ficarem brancos.


– Landon. – choraminguei.


– Landon. Larga ela. – ouvi a voz de alguém atrás de mim.


– Por favor, Landon. – agora era uma voz diferente.


            Houve alguns segundos de silêncio enquanto eu ainda via o lampejar de seus olhos me fuzilando. Ele sacudiu a cabeça como se estivesse se focalizando e tentando apagar a raiva.


– Oh Dulce. Me d-desculpe. Eu não s-sei o que h-houve c-comigo. D-desculpe. – balbuciou me largando. – E-eu não quis. Eu j-juro. – seu olhar era desesperador.


– Tudo bem Landon. Vamos voltar para o ensaio. – olhei para trás e vi de quem eram as vozes que tiraram Landon de seu transe. – Anahi? Letícia?


– Escutamos a gritaria e viemos ver o que estava acontecendo. – respondeu Letícia. – Eu estava na sala da Fernanda.


– E eu ouvi do auditório.


            Automaticamente corri para a direção de Anahi e aninhei-me em seu ombro enquanto ela me rodeava com seus braços.


– Podemos voltar para o ensaio? – pedi.


– Tem certeza? – indagou Anahi beijando o topo de minha cabeça.


            Por um milésimo de segundo, pude reparar a reação de Letícia me vendo aconchegada em Any. Era uma expressão de dor, mas ainda sim de alívio. Senti um aperto no coração por saber sobre ela. Não queria que ela sentisse isso.


– Tenho sim. – respondi após a análise em Letícia.


– Acha que pode ensaiar Landon? – perguntou Anahi.


– Se a Dulce achar que tudo bem. Sem problema.


– Vamos então. – pedi e comecei a caminhar.


            Antes voltei para trás e dei um leve abraço em Letícia agradecendo. Mas logo voltei para o abraço de Anahi, ao qual caminhamos juntas com Landon calmo atrás de nós.


– Você está bem? – perguntou ela em meu ouvido.


– Estou abraçada com você, tem como estar melhor? – sorri fitando os seus olhos.


– Boba. – sorriu. – Falando sério. Ele te machucou?


– Na hora doeu um pouquinho, mas já passou. Agora... – suspirei. – Deixe isso para lá.  Eu estou bem. O importante é que terminei com ele e agora tem ensaio.


– Estou feliz por isso. – sorriu.


            Depois de tudo o que aconteceu, é claro que o ensaio não foi tão produtivo como nos outros dias. Sentia-me incomodada com a presença dele tão próxima de mim. Sempre que estávamos pertos, um leve arrepio, ruim, subia por minha espinha.


– Vou ao banheiro. Esperem só um minuto. – disse Landon se retirando.


– Claro. – respondemos em uníssono.


            Acompanhei todo o movimento do corpo de Landon passando pela porta de saída. Numa fração de segundos, e eu já estava em pé abraçando Anahi pelas costas.


– Que saudade! – sussurrei em seu ouvido.


– Nem me fale. – ofegou e se virou de frente para mim.


– Achei que não ficaria sozinha com você nunca. – sorri maliciosa e inclinei meus lábios.


– Aqui não. – virou seu rosto me entregando suas bochechas.


– Qual é Any? Não tem ninguém. Prometo que será só um selinho. – sorri.


– Esse é o problema. Ser somente um selinho. Não sei se eu agüento. – cabisbaixa mordeu o lábio inferior.


            Levantei seu queixo com meu indicador e depositei um leve e carinho beijo em seus lábios. Sentir toda a sua maciez era inebriante. Acariciei seu rosto com minhas mãos ao mesmo tempo em que ela invadia minha boca com sua língua. Era um beijo apaixonado.


– Pára. – suspirou. – O Landon já vai voltar. – se afastou com um as bochechas enrubescidas.


– Ok, ok! Você venceu! – levantei meus braços em sinal de paz.


– Senti medo. – disse indo se sentar no banquinho do piano.


– Pelo o quê? – perguntei agachando ao seu lado.


– De ele fazer algo que te machucasse. – segurou uma de minhas mãos e levou ao seu peito.


– Ele não me machucou. Fique tranqüila. – sorri e puxei sua mão até meus lábios, beijando dedo por dedo. – Eu te amo. – sussurrei através de sua palma.


            Eu mal terminei a minha frase e Landon apareceu na porta caminhando até onde estávamos já separadas.


– Pronto. Já podemos continuar. – por um segundo senti um sorriso maquiavélico surgir em seus lábios. Resolvi que era coisa de minha cabeça e voltei ao meu posto de musical.


            Dessa vez Landon não se ofereceu para me levar para casa, ao contrário de Anahi, que fez questão. No caminho, ia acariciando cada pedacinho de seu rosto. Prestava atenção na forma como que seus rosados lábios se moviam, como suas mãos seguravam o volante e passavam a marcha. Absorvi cada pequeno detalhe de sua imagem, e antes que ela parasse em frente ao meu prédio, tomei uma grande decisão.


– Chegamos. – avisou.


– Antes de eu subir, queria falar com você. – disse.


– Pode falar.


– Eu sei que já fiz declarações melosas de amor e tudo mais. Mas, ainda sim gostaria de dizer que para mim, você é como ar ou água. É necessário para que eu viva. – peguei sua mão a apertei forte entre as minhas. – Sendo assim, não há melhor forma de que eu viva feliz, do que se você ficasse comigo para sempre. – suspirei. – Anahi. Quer namorar comigo?


            Durante todo o meu discurso ela não pronunciou nenhuma palavra. Quando fiz o pedido, seus olhas cintilaram e um sorriso maravilhoso nunca visto antes por mim, desenhou-se em seus lábios. O silêncio tomou conta do pequeno automóvel. Continuei encarando-a por alguns segundos. Meu coração batia descompassado.


– Anahi? – cutuquei seu ombro já não agüentando mais o silêncio.


– Sim, sim, sim meu amor. – me tomou em seus braços e me apertou junto ao seu corpo.


– Ufa. Você quase me matou. – disse com o rosto mergulhado entre seus cabelos.


– Como poderia recusar a ter a mais bela mulher para mim? – indagou.


– Estou começando a ver avanços. – ri. – Primeiro: lá na praia disse que sou importante. Segundo: hoje se preocupou comigo. Terceiro: agora disse que sou a mais bela mulher. – gargalhei.


– Falta uma. – soltou-se de meus braços e me encarava com um meio sorriso.


– E qual seria minha queria namorada?


– Eu te amo! – disse acariciando minha face.


            Subi para meu apartamento em um completo transe. Tudo me parecia mais feliz. As plantas me pareciam mais verdes, os sorrisos de meus intrometidos vizinhos pareciam mais simpáticos, a comida de minha mãe parecia melhor.


– Comida de minha mãe? – pensei enquanto a via cozinhar diante do fogão.


– Ué, cadê Sueli? – perguntei olhando-a.


– Oi para você também. – virou-se para me encarar.


– Ah, oi mãe. – sorri e fui de encontro ao seu abraço.


– Oi. Hoje é dia de folga da Sueli. Coitada, tem trabalhado  muito. Aí, como sei que a senhorita é uma pessoa muito faminta, resolvi fazer um bolo de chocolate.


– Oh, como eu te amo! – lhe dei vários beijinhos na bochecha.


– Como foi o ensaio? – perguntou-me.


            Desde o momento que percebi que amava Anahi, nunca pensei de fato em como minha mãe reagiria. Na verdade, nuca tinha passado pela minha cabeça, a possibilidade de contar-lhe algo parecido. Minha mãe sempre me apoiou em tudo, mas saber que ela poderia me julgar acabou por me entristecer.


– O que foi filha? Foi um dia ruim? – indagou vendo minha mudança de humor.


– Não mãe. Na verdade, foi o melhor dia da minha vida. – sorri amarelo.


– E porque de repente você me pareceu triste? – sentou-se ao meu lado na mesa.


– É porque eu preciso te contar uma coisa. E tenho medo que você não me ame mais. – cabisbaixa.


– Minha filha, como pode pensar isso de mim? – levantou meu rosto com sua mão. – Eu sou sua mãe. Você é o ser mais precioso da minha vida. Eu te amo mais do que qualquer coisa. Nunca, nunca mais ouse deixar passar isso outra vez pela sua cabeça. Confie em mim.  – pediu me encarando.


            Olhando em seus olhos, vi todo o amor que sempre tive. Vi toda a confiança que se deve ter. Minha mãe nunca me deixou. Mesmo que trabalhasse por horas durante a semana, ela nunca se deixou ser ausente. Pelo contrário. Acho até que é muito mais presente do que pais de amigos meus.


– Mãe. – chamei-a de novo. – É que eu e a Anahi...


– Vocês se amam? – interrompeu-me.


– O quê? – perguntei atônita.


– Minha filha, se for isso que você quer me contar. Poupe-me. – levantou-se e voltou a dar atenção ao que estava fazendo no fogão.


– Como assim mãe? – indaguei confusa.


– Dulce, você acha mesmo que eu nunca percebi? Você é uma ótima atriz quando se trata de estar em palcos, mas quando é em casa, diria que nem mesmo em novela mexicana você atuaria. Você é péssima para disfarçar. Até Sueli já percebeu. – riu.


– V-você não está zangada? – perguntei.


– Por que estaria? Você está feliz. Quando vocês estão ensaiando, seus olhos brilham. Você a olha tocando com uma cara de completa boba. E olha que vi poucos ensaios. Não se preocupe, seu pai também ficava assim quando me via. – riu mais excessivamente.


– Mãe. – reprimi-a. – Você não vai falar nada? Nada mesmo?


– Meu Deus Dulce. Dá para parar? Eu vou acabar me desconcentrando na porcaria da cebola. Se eu cortar o dedo, eu juro que te corto também.


– Caramba! Não se pode nem ter mais uma conversa entre mãe e filha. – bufei.


– Querida, não se preocupe. Apenas seja feliz ok? – olhou-me e sorriu.


– Eu a pedi em namoro. – disse rápido.


– O quê? Como assim? Estão vocês já se beijaram? Como não me contou antes? – correu para meu lado outra vez.


– Hã? Agora eu é que não entendi. Você não disse que tava na cara? – olhei-a incrédula.


– Eu disse que tava na cara que você a ama. Mas não disse que já sabia que tinham se beijado.


– A ta. – sorri. – A gente ficou aquele dia lá na praia. Aí hoje eu terminei com o Landon e a pedi em namoro. – suspirei. – Falando nele. Ele não aceitou nadinha eu ter terminado. Quando eu disse, ele agarrou meus braços e já estava até me machucando se não fosse Letícia e Anahi terem chegado.


– Peraí. Ele te machucou? – indagou.


– Na verdade, ele só estava surpreso. Deixa para lá. – sorri e mudei de assunto. – Mas então. Pedi-a em namoro agora, antes de subir. Ela me trouxe em casa e resolvi pedir. Ela aceitou. – disse com um brilho nos olhos.


– Ela beija bem?


– Mãe. Não fala assim. Não vou te responder. – disse e me levantei.


– Qual é filha. – gargalhou. – Estou brincando. – suspirou. – Também tenho uma coisa para te contar.


– O que é hein dona Anita?


– Eu também estou ficando.


– Ai meu Deus. Agora é a minha vez de ficar surpresa. – disse com os olhos dilatados.


– Tem algum problema? – perguntou séria.


– Não mãezinha. Claro que não. Só estou surpresa. – sorri. – Quem é ele? Ou... ela? – perguntei irônica.


– Querida. Deixo elas para você. Eu prefiro eles! – gargalhou. – Mas você não conhece.


– Traga-o em casa porque tem que vir pedir a sua mão.


– A gente só está ficando. – sorriu amarelo.


– Eu te conheço. – ri. – Mas quando tiver que namorar, tem que vir pedir. Então era esse o seu segredinho com Bia né? – indaguei.


– P-pois é. – levantou-se e foi para o fogão outra vez.


– Aquela garota mau caráter. Ela não vale nada. Os nossos segredos estão todos nas mãos dela. – rimos juntas.


            O resto do dia não passou disso. Liguei para Beatriz e ela quase me deixou surda de tanto gritar. Minha amiga é a melhor de todas. Ficou super feliz com o meu mais novo namoro. – Falando em namoro. – Foi com a íris azuis e madeixas loiras que eu me deixei levar por Morfeu.


            Meu despertador em cima do criado mudo começou a gritar. Olhei para o relógio irritante e percebi que já estava na hora de levantar. Como de costume, acabei demorando um pouquinho para me arrumar e tive que descer correndo para me encontrar com Bia.


– Você não aprende nunca não é? – indagou ao me ver.


– Desculpe. – pedi.


– Então vamos. Já estamos atrasadas DE NOVO por SUA causa. – enfatizou a minha culpa.


            No caminho ela não cansava de me fazer perguntas sobre ontem, e eu é claro, respondia com um cintilar nos olhos. Era incrível que tudo isso estivesse acontecendo.


– Dulce. Espere. – disse Letícia a nos aproximarmos.


– Bom dia para você também. – disse tentando passar.


– É sério. Não entra agora. – pediu.


– O que está havendo? – perguntou Bia.


– Por favor, não entre. É melhor você ir embora.


– Espera aí. Por que eu não posso entrar na escola? – indaguei. – O que houve? – tentando ver pela fissura do portão.


– Letícia. É melhor falar. – disse Bia entredentes.


– Por favor, façam o que eu estou pedindo. – suplicou.


– Quer saber. Deixe-me passar agora. – forcei o portão dando passagem para uma escola completamente coberta por papéis.


– O que aconteceu aqui? – perguntou Bia para Letícia. – Que papéis são esses?


            A escola tinha todas as paredes, bancos, portas e o chão cobertos por pequenos folhetos que não dava para ver do que se tratavam. Andei alguns metros e agachei-me para poder pegar uma das folhas que estavam espalhados no chão.


– Oh meu Deus. – disse com os olhos arregalados tampando a boca com uma das mãos enquanto a outra segurava o papel.


– O que é is... Oh meu Deus. – gritou Bia vendo o mesmo papel que eu.


– O que significa isso? – gritei para Letícia.


            Os folhetos se tratavam de uma enorme foto em que aparecíamos Eu e Anahi aos beijos no auditório. Estava nitidamente claro que era eu uma das mulheres na foto, não tinha como negar. As pessoas me encaravam com vários tipos de expressões. Consegui ver nos seus rostos incredulidade, nojo, safadeza, tristeza e até felicidade pelo meu estado. Todas elas cochichavam enquanto me fitavam.


– E-eu não sei. Chegamos aqui hoje e estava assim. – respondeu Letícia.


            De repente me dei conta de que a única pessoa que teria motivos sérios para tal ato e que poderia ter feito isso era Landon.


– Eu mato esse desgraçado! – gritei atraindo a atenção do resto do pessoal.


– Calma Dulce. Quem você acha que foi? – pergunto Bia.


– Foi o Landon. Eu mato ele! – gritei outra vez. – Cadê esse cretino? – perguntei para Letícia.


– Ele deve estar no p-pátio. Fica calma Dulce. Não faz nada sem pensar. – pediu ela.


– Eu o mato! – berrei começando a andar com passos longos.


            Percebi que Beatriz e Letícia andavam lado a lado comigo tentando me acalmar sem sucesso. Além de minhas duas amigas, metade da escola vinha atrás de nós. Eu não ouvia bulhufas do que elas diziam. Estava mais concentrada maquinando várias formas que eu pudesse estrangular aquele cretino.


– Seu desgraçado! – explodi quando vi sua forma sentada em dos bancos.


– Gostou da surpresinha meu amor?


– Quem você pensa que é? – continuava gritando.


– É melhor você baixar o tom. – pediu ele.


– Você é um cretino! Me diz. – suspirei. – Me diz por que fez isso?


– Porque você me ignorou. – respondeu ríspido.


– E por que você acha que eu ficaria com você?


– Eu sou o Landon. Todas querem ficar comigo. – sorriu orgulhoso.


– Errado. Todas não. EU... NÃO... QUERO! – enfatizei cada palavra.


– O que está havendo? – perguntou Fernanda chegando ao nosso lado.


– Deixe-a fazer isto. – pediu Letícia.


– Você é um mal amado que não merece ninguém. Você não é nada além da sua beleza. Ou melhor, você é sim. Você é um corpo seco, frágil, carente que não tem amor, não tem nada. Você é um nada! Você não tem nada! – disse lentamente apontando o indicador para ele.


– Ora sua...


– Sua o quê? Qual o problema comigo? Só por que eu não te quis? Isso não lhe dá o direito. – grunhi.


– Você me largou. – gritou ele.


– Errado. Eu nunca estivesse com você. Eu sempre fiquei com você por pena. Ouviu bem? PENA. – soletrei cada sílaba da última palavra. – Está tristezinho porque foi trocado por uma mulher? Oh que pena. O grande Landon foi trocado por uma mulher. – gargalhei.


– Sua lésbica! – gritou ele.


– Acho que todo mundo aqui já sabe disto. Não precisa ficar gritando. – respondi. – O que tem demais nisso? Anahi é muito melhor do que você!


– Ela é uma vadia! – gritou.


            Fui em sua direção e espalmei minha mão no lado esquerdo do seu rosto deixando que fluísse um enorme eco no pátio.


– Nunca mais ouse em se dirigir a ela dessa maneira.  – disse ríspida entredentes. – Nunca mais ouviu? Seu desgraçado. Minha vontade é de enfiar as mãos na sua cara até elas ficarem dormentes.


– Já chega! – esbravejou Fernanda.


– Landon, já para a diretoria. Agora! E você Dulce... – apontou para mim. – Peço que vá com Letícia.


– Mas...


– Mas nada Landon. Agora para a diretoria. Venha. – chamou-o. – Leve-a para casa. – disse fitando Letícia.


– Pode deixar.


– Posso ir também? – pediu Bia.


– Acho que vai ser melhor. Ela vai precisar de você. – disse me encarando.


– Qual é? Acham que eu tenho problema? – indaguei olhando-as.


– Não é isso Dulce. Mas acho que você está um pouco nervosa.


– Ele é um demente cretino. Que ódio que eu estou sentindo dele. – bradei.


– Vamos. Levo vocês para casa. – disse Lê.


– Liga para a Anahi. Por favor. – pedi.


– Tudo bem. Eu ligo. – avisou a inspetora.


            Durante do trajeto até minha casa, ninguém disse nenhuma palavra. Entrei no carro no banco traseiro e encostei minha cabeça no vidro olhando desfocadamente a paisagem. Acabei por cochilar alguns minutos.


– Por que paramos? – perguntei ainda com os olhos fechados. – Já chegamos?


– Viemos buscar a Anahi. – avisou Bia.


– Hã? Cadê ela? – abri os olhos e olhei dentro do carro.


– Olha ela lá. – Letícia apontou para o portão da minha namorada.


            Nem esperei ela chegar perto do carro, abri logo a porta e corri de encontro a ela.


– Meu amor. – abracei-a com força.


– Fica calma Dulce. Vamos para a sua casa e lá conversamos. Está bem? – disse acariciando meus cabelos.


– Eu te amo tanto. E aquele desgraçado. – nesse momento, nos braços dela, não pude resistir e deixei que as lágrimas escorressem.


– Não chora meu amor. Por favor. – pediu ela secando as gotas salgadas com seus dedões. – Por favor. Não sabe o quanto isso me machuca.


– E-eu não sabia o que f-fazer. – solucei. – A culpa é minha.


– Não. Não é. E nunca mais repita isso. – me abraçando outra vez. – Não fique assim.


– Vamos. Vocês conversam lá na sua casa. – disse Letícia do lado do motorista.


            Entramos no carro com Anahi abraçada a mim. Fui o caminho todo deitada em seu ombro enquanto ela acariciava meus cabelos pedindo para que eu não chorasse. Aos poucos comecei a me acalmar. Às vezes olhava para o retrovisor, e via Letícia nos olhando. Algumas vezes, impressão a minha, acho, parecia que seus olhos estavam marejados. Ela me parecia triste. – Eu não queria causar isso a ela. – Quando tudo isso se acalmar, vou conversar com ela e colocar tudo em pratos limpos.


            Entramos em casa e graças a Deus minha mãe não estava. Dei um oi para Sueli sem olhá-la, e seguimos direto para meu tão esperado refúgio feliz.


– Conte-me o que aconteceu. – pediu Anahi quando todas já estávamos sentadas em minha cama.


– Eu e Bia chegamos à escola e a Letícia não queria nos deixar entrar... – comecei a soluçar outra vez.


– Deixa que eu conto. – pediu a mais velha. Anahi assentiu e ela continuou. – Eu não queria deixá-las entrar porque hoje quando Eu e Fernanda entramos, a escola estava completamente coberta de papéis. Havia nas paredes, chãos e tudo mais. Quando vimos do que se tratava, era uma foto de vocês duas... – apontou para mim e Anahi abraçadas. – Se beijando no auditório. Até pensamos em cancelar as aulas para que ninguém visse, mas já havia muitos alunos para isso. Logo depois chegou as duas, aí o barraco aconteceu. – eu e Bia não pudemos conter um leve riso. – Essa garota problemática, correu atrás do Landon e começou a falar um monte pra ele. Fernanda até queria parar, mas eu disse que era melhor deixar. Eu não gosto dele. Ele merecia! Agradeço-te por isso. – sorriu para mim. – Continuando. Ela humilhava o idiota enquanto metade da escola estava em volta. Aí ele acabou te xingando, o que prefiro não pronunciar por ter menores de idade aqui... - Bia deu um tapa nela.


– Continua inspetora. – disse minha amiga.


– Ai. Tá bem, tá bem. – sorriu massageando o braço. – E essa aí com você, deu o maior tabefe na cara dele. – começou a rir.


– Essa é a única parte engraçada. – comentei para minha namorada.


– Você bateu nele? – perguntou ele com os olhos arregalados.


– Lógico. Ele te chamou de vadia. – cerrei os olhos. – Que ódio dele! – bufei.


– Você tinha que ter visto. Teria orgulho dela. – disse Bia sorrindo.


– Você tinha que ter deixado. Ele só queria te irritar. – minha namorada acariciou minha bochecha.


– Então. – pigarreou Bia. – Chega de doce?


– Boba. – sorri. – O ruim vai ser ter que encará-lo no musical. – revirei os olhos.


– Se você quiser, eu peço para trocar de parceiro. – disse Any.


– Não meu amor. – ao pronunciar a última palavra percebi Letícia ficando cabisbaixa. Mas fingi não ter visto e continuei. – É semana que vem já, e não temos tempo de ensaiar. Não tem problema. Mas gostaria que não houvesse mais ensaios, pelo menos. – disse.


– Então... Vocês estão namorando? – perguntou Letícia mudando de assunto.


– Sim. – respondeu Any.


– Eu não sabia disso. – comentou a mais velha.


– É que na verdade, tudo aconteceu muito rápido. O namoro começou ontem. – sorriu Any  para mim.


– Oh, ótimo começo. – ironizou Lê. – Seus pais sabem disso? – olhando para a loira.


– Ainda não. Não tive oportunidade de lhes falar. Mas garanto que será o mais rápido possível.


– E sua mãe? – continuou perguntando, mas agora para mim.


– Contei ontem pra ela. – disse.


– Ela já está sabendo? – indagou Anahi com os olhos dilatados.


– Está sim. – ri. – Ela disse que já sabia. Ainda ficou tirando com minha cara. Vê se pode isso.


– Ela não perguntou ou falou nada? – perguntou.


– Depende do tipo de pergunta. – sorri.


– Como assim?


– Ela perguntou se você beijava bem. – gargalhei.


            Nunca vi Anahi tão corada igual agora. Ela ficou com tanta vergonha que escondeu seu rosto no meio de meus cabelos.


– Que vergonha. – disse ela. – Acho que nunca mais vou ter coragem de olhá-la.


– O que você respondeu? – perguntou Bia que até agora estava quieta, não sei como.


– Não respondi né. Óbvio! – fiz uma careta.



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Autor(a): Miaagron

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              As meninas foram para a casa, mas Anahi ficou comigo até que minha mãe chegasse. Minha mãezinha ficou toda carinhosa e fazendo meus gostos quando contei o que tinha acontecido. Sua primeira reação era matar o Landon, mas depois de um tempo digerindo, ela ficou calma ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 11



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  • AnBeah_portinon Postado em 02/04/2018 - 18:17:54

    Chorei horrores aqui! DEUS! quase morri por falta de oxigênio pelo meu choro compulsivo, ainda mais porque assisti os últimos capítulos ouvindo only Hope e You re missing It. No epílogo cry. Quase morri kkk. Amei!

    • AnBeah_portinon Postado em 02/04/2018 - 18:18:55

      Quer dizer, li os capítulos kk

  • flavianaperroni Postado em 06/10/2014 - 18:53:57

    Meu Deus eu chorei como um bb..não não eu chorei PIOR que um bb,que susto você me deu cara,Jurei que a Annie tinha morrido mesmo...Mais trando meu choro convulssivo eu AMEI DE PAIXÃO a web..ela é PERFEITA demais..Parabpens

  • brunamachado Postado em 02/09/2013 - 02:59:52

    Muito boa a história,emocionante,chorei igual uma cabrita pq pensei que ela tinha morrido mesmo,mais foi um lindo final feliz.

  • lunaticas Postado em 27/07/2013 - 04:19:25

    Nossa gostei demais ;)

  • Vondyreis Postado em 25/07/2013 - 21:55:03

    Que bom q a Any ñ morreu,vc conseguiu me enganar direitinho não foi?parabéns. pela fic ela é otima,ate a próxima eu espero!!!!

  • Vondyreis Postado em 24/07/2013 - 21:34:01

    Como vc pode matar a minha Any?!!!?!!?brincadeirinha!!serio eu chorei muito...E sua web é muito boa

  • lunaticas Postado em 24/07/2013 - 00:24:35

    amandooooooooo a Fic ;)

  • lunaticas Postado em 19/07/2013 - 03:40:50

    Adorei!!! Posta mais ;)

  • lunaticas Postado em 18/07/2013 - 04:00:09

    Oi adorando sua Fic!!! Espero q haja um milagre :( Ansiosa para os próximos cap.

  • rebecabel19hotmail.com Postado em 16/07/2013 - 10:05:02

    Posta mais...espero que continuem juntas;...


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