Fanfic: Wallbanger | Tema: Vondy

—   Sério, o que diabos tem no seu bolso, Anny? É uma embalagem? - exclamou Mai, sacudindo a cabeça para longe enquanto Anny pressionou a chapinha nos seus cabelos.

Eu sorri do meu lugar na cama, calçando minhas sandálias. Eu coloquei meu próprio cabelo naqueles rolinhos antes das meninas estarem aqui, então eu tinha sido poupada do tratamento completo. Anny pra se arrumar ainda parecia que estava no ensino medio, ela poderia abrir uma loja em seu quarto, tive essa cuidadosa reflexão.

 Anny tirou uma espécie de escova do seu bolso e mostrou pra Mai numa espécie de provocação. Nós estávamos fazendo praticamente uma pré-festa igual na faculdade, tomando bem uns copos de vodka barata naquela época. Mesmo que tivéssemos melhorado no quesito dinheiro pra se comprar bebidas mais caras, ainda continuávamos com a mesma reação daquela época, agitadas e abobalhadas.

—   Vamos, voce nunca sabe quem vai encontrar hoje a noite! Voce não quer encontrar seu príncipe encantado com o cabelo estragado certo? – Anny pontuou pra Mai enquanto forçava o cabelo de Mai num penteado estranho. Enfim, você não discuti com a Anny, apenas a deixa fazer o que quiser, era assim que funcionávamos.

—   Eu não sou estragada em nenhum lugar. Se eu estiver com tudo em cima, o Principe encantado nem vai reparar que tenho cabelo. – Mai se calou abruptamente, bufando, o que me fez ter uma crise de riso.

E então, além da minha risada, ouvi vozes no apartamento do lado. Me coloquei de pé na cama e me aproximei da parede pra que eu pudesse ouvir melhor.Dessa vez, além do Christopher, tinha outras duas vozes masculinas distintas. Mas do nada, começou a tocar Guns N’ Roses, praticamente fazendo as paredes tremerem e Anny e Mai pararam o que é que fosse que elas estavam fazendo.

—   Que /porra é essa? – Mai soltou de supetão, olhando muito, muito feio em volta do quarto.

—   Christopher é um fã de Guns N’ Roses eu acho. – falei praticamente cuspindo as palavras mas secretamente adorando ser bem vinda a selva. Peguei um pano qualquer e fingi ser uma headband e comecei a me balancar como se realmente estivesse encarnado o Axl em mim, fazendo a Mai e a Anny gargalharem muito.

—   Não sua idiota, não é assim! – Mai pegou outro pano qualquer e fingiu que estava tocando uma guitarra. Então a Anny começou a gritar e sorrir enquanto eu e Mai estávamos numa espécie de guitar hero invisível. Até que Mai começou a bagunçar seu cabelo. Então Anny enlouqueceu. Começou a pular atrás da Mai enquanto ela corria pela cama e começava a se juntar a nós. Começamos a pular igual a três loucas pela cama, cantando alto e dançando igual umas selvagens. Comecei a sentir a cama meio que se balancar embaixo de nós e então me toquei que dessa vez era eu quem estava socando a parede. A parede do Christopher.

—   Toma essa! E essa .. E mais essa! Não tem ninguem me batendo contra a parede não é ? hahahahah! seu "bate-parede" dos infernos – comecei a falar igual uma psicopata enquanto as meninas me olharam quase rindo da minha estranheza.

Mai saiu da cama e Anny a seguiu, meio que a cutucando, insinuando o que aconteceria em seguida. Eu comecei a socar a parede enquanto elas apenas riam. Fingia que estava praticamente numa prancha de surf, só que a onda dessa vez era bem na direção da parede, de novo e de novo.

Então, do nada, a musica parou e eu cai na cama como se tivesse tomado um tiro. Mai e Anny colocaram suas mão sobre a boca meio que pra forcar a parada de seus risos estridentes enquanto eu mordia praticamente meu lábio pra impedir a gargalhada de vir. O frenesi na sala era tipo quando você foi pego na casa de alguém batendo a campainha a toa, ou rindo na parte de trás da igreja. Você não podia parar, e você não podia não parar.

 Bang bang bang.

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