Fanfic: Wallbanger | Tema: Vondy

– Dulce, é segunda de manhã. Como você pode já estar bocejando?

Ela repreendeu e eu ri.

– Quando foi a última vez que você dormiu lá, Maria?

Eu olhei para ela por cima da borda da minha xícara de café. Já era o meu terceiro. Eu estaria pilhada em breve.

– Oh querida, já faz um tempo. Talvez um ano atrás? Benjamin estava fora da cidade, e eu ainda tinha uma cama lá. Às vezes, quando eu estava trabalhando até tarde eu ficava por lá durante a noite. Por que a pergunta?

Benjamin era seu noivo. Um milionário, capitalista de risco, e lindo. Minhas amigas e eu tivemos uma quedinha assassina por ele.

– Você ouviu alguma coisa do vizinho do lado?

Eu perguntei.

– Não, não. Acho que não. Tipo o quê?

– Hmm, apenas ruídos. Ruídos noturnos.

– Não, não pelo menos quando eu ainda morava lá. Eu não sei quem mora lá agora, mas acho que alguém se mudou no ano passado, talvez? Um ano antes? Certamente nunca conheci. Por quê? O que você ouviu?

Corei furiosamente e bebi meu café.

– Espere um minuto. Ruídos noturnos? Dulce? Sério? Você já ouviu algumas transas?

Ela meio que me alfinetou. Eu bati minha cabeça sobre a mesa. Oh, Deus. Flashbacks. Não mais batendo minha cabeça na mesa, olhei para ela, e ela jogou sua cabeça para trás em gargalhadas.

– Ah caramba, Dulce. Eu não tinha idéia! O último vizinho que me  lembro tinha seus oitenta anos, e o único barulho que eu ouvi proveniente desse quarto foi reprises de “O Vento Levou”. Mas agora que penso sobre isso, eu podia ouvir aquele ladainha do filme todo muito bem.

Ela parou.

– Sim, bem, “O Vento Levou” não é o que está vindo através daquelas paredes agora. Sexo é o que vem através daquelas paredes agora. E não é doce, muito menos sexo chato também. Estamos falando de .. interessante.

Sorri.

– O que você ouviu?

Ela perguntou, seus olhos se iluminando. Eu não me importo com quantos anos você tem, ou de onde quer que você tenha vindo, mas existem duas verdades universais. Nós vamos sempre rir ... de algum peido, se isso acontece na hora errada, e nós somos sempre curiosos sobre o que se passa entre as quatro paredes de outras pessoas.

– Maria, é sério. Eu juro que nunca ouvi nada igual antes! Na primeira noite, eles estavam batendo na parede tão forte que uma imagem caiu e me acertou na cabeça!

Seus olhos se arregalaram, e ela se inclinou para frente na minha mesa.

– Fala sério!

– Então eu ouvi .. Jesus, eu ouvi uma surra.

Eu estava discutindo surras com minha chefe. Você percebe por que eu amo a minha vida?

– Nããão ..

Ela respirou, e rimos como aluninhas de ensino médio.

– Sim .. E fez a minha cama se mexer, Maria. Fez mexer! Vi ela na manhã seguinte, quando a queridinha estava indo embora.

– Você a chama de queridinha?

– Pode apostar que sim! E depois de ontem à noite ..

– Duas noites seguidas! A queridinha foi espancada de novo?

– Oh não, ontem à noite eu lidei com uma aberração da natureza eu tenho chamado de Felina.

– Felina? Eu não entendo.

Ela fez uma careta franzindo a testa.

– Uma russa que fez miau na noite passada.

Ela riu de novo, fazendo com que Derick, da contabilidade enfiasse a cabeça na porta.

– Sobre o que vocês estão cacarejando aqui?

 Ele perguntou, balançando a cabeça.

– Nada.

Respondemos ao mesmo tempo, então ela gargalhou de novo.

– Duas mulheres em duas noites, isso é impressionante.

Ela suspirou.

– Qual é, impressionante? Não. Galinha safado? Sim.

– Uau, você sabe o nome dele?

– Eu, bem .. na verdade.. Seu nome é Christopher. Eu sei disso porque era só o que a queridinha e a felina gritavam durante a noite . Eu pude ouvir mesmo apesar das batidas na parede.. aquele barulhento estúpido..

Eu murmurei. Ela ficou em silêncio por um momento, e então sorriu.

– Christopher, o vizinho barulhento.. Nem preciso dizer que já amei não é?

– Você o ama porque não tem o seu gato tentando acasalar com a felina através da parede na noite passada.

Eu ri com tristeza e coloquei minha cabeça para trás em cima da mesa, enquanto continuávamos a rir.

– Ok, vamos começar a trabalhar!

Maria finalmente disse, limpando as lágrimas dos olhos.