Fanfic: Hidden by chance | Tema: One Direction

Eu estava nervosa. Até o tiozinho da banca de jornais podia perceber isso. Tinha passado o dia quase todo impaciente, contando os minutos no relógio. E quando eles finalmente passaram, me irritei por não ter tempo suficiente para parecer apresentável.

                Bipolaridade é uma droga, sinceramente.

                Saí de casa para não correr o risco de me olhar mais uma vez no espelho e desistir de tudo. Tinha que manter meus pensamentos longe do que talvez acontecesse hoje, senão eu ia acabar voltando para casa e assistiria “Friends” com a Lyla. Liguei meu ipod no aleatório, suspirando aliviada quando uma melodia entrou pelos meus ouvidos, fazendo com que eu me concentrasse em lembrar a letra da música e cantá-la baixinho no ritmo. Peguei um metrô. Não havia muita gente e eu agradeci mentalmente por isso. Batuquei os dedos, nervosamente, no banco o caminho inteiro. Tanto que uma senhora começou a olhar esquisito para mim. Desculpe, mas eu estou a beira de um ataque de nervos aqui, pode me dar pelo menos um olhar compreensivo? Não? Ah, vai se fuder então. 

                Ignorei-a e desci na parada certa, enfiando as minhas mãos nos bolsos do casaco para protegê-las do frio. Ou para esconder as minhas mãos em punho.  Dá no mesmo. Andei calmamente pela calçada, tentando normalizar os meus batimentos cardíacos. Mas o que droga estava acontecendo comigo? Eu só ia jantar na casa de um garoto. Não sabia porque estava tão nervosa. Na verdade, eu sabia, mas preferi ignorar. Eu estava tentado me acalmar aqui e não tornar as coisas mais difíceis ainda.

                Cheguei à sua esquina e de lá pude ver a casa, com as luzes exteriores acesas. Parei por um momento, mordendo o lábio. O que eu não daria para ter a certeza de que o que estava fazendo agora era o certo. Exterminar todos os “E se...” que se formavam na minha cabeça. Eliminar todas as dúvidas. O que eu não daria. Mas bem, eu nunca saberia se não tentasse. Talvez não desse certo mesmo. Talvez ele me esquecesse na semana seguinte. Mas pelo menos ninguém pode dizer que eu não tentei.

                Andei até a porta calmamente, tentando normalizar a minha respiração antes de tocar a campainha. Como foi inútil, toquei mesmo assim. Meus olhos percorreram toda a porta de entrada nervosamente, enquanto o meu pé batia nervosamente no chão. Cinco segundos sem ele abrir a porta. Olhei para trás, observei o movimento da rua rapidamente e quando voltei, ele abriu a porta, parecendo meio surpreso por me ver ali.

                - Você veio mesmo.

                - Eu não tinha nada melhor para fazer, então... – menti levemente, dando de ombros.

                - Sei, sei. – disse Liam com uma risada, dando-me espaço para entrar na casa. Entrei com um sorriso de canto, e observei que a casa estava mais arrumada em comparação com a última vez que eu tinha vindo.  – Deixa que eu fico com isso.

                Senti minhas bochechas corarem levemente, ao sentir os dedos dele me ajudando a tirar o casaco. Mandei um sorriso amarelo para ele e puxei as mangas, retirando o casaco por completo e vendo o Liam colocá-lo pendurado perto da porta. Esfreguei minhas mãos nos braços, me sentindo de repente meio que... Sem roupa alguma. Eu sei que era completamente imaturo eu me sentir envergonhada agora, mas eu não podia evitar. Eu estava envergonhada. E com o coração querendo sair da caixa torácica.

                - Gosta de Fettuccine com camarão? – disse ele, me puxando pela mão até a cozinha. Droga Liam, não complica as coisas não cara.

***

                - Santa nutella Liam, isso ‘tá delicioso. - disse, depois de provar um pouco receosamente. Não demorei a colocar outra porção na boca, coisa que fez o Liam rir um pouco da situação. – Não acredito que está rindo de mim! – disse indignada e ele riu ainda mais.

                - É engraçadinho. – rolei os olhos e ele continuou – Que bom que gostou.

                - Eu estou seriamente pensando em te sequestrar e te fazer de meu cozinheiro pessoal.

                - Bem, você não precisa me sequestrar, basta pedir.

                - Não, prefiro sequestrar e manter em cativeiro. – disse e ele riu novamente, me fazendo sorrir instantaneamente.

                - Então... – ele começou – Como vai a faculdade?

                - Puxada. – eu ri. – E como está a sua vida de astro adolescente?

                - Puxada. – ele repetiu e nós rimos. Estendeu a garrafa de vinho na minha direção e continuou – Vinho?

                - Só um pouquinho. – disse, estendendo a taça. – Minha tolerância ao álcool consegue ser menor que eu.

                Ele riu, enchendo tanto o meu copo quanto o dele. O tempo foi se passando e eu via como era fácil conversar com o Liam. Em pouco tempo eu já me via falando da reunião fracassada em família, enquanto ele me contava sobre umas fãs malucas que apareceram depois que saí do show. Eu estava gostando de ouvir a voz dele ecoando pela casa, ás vezes tão rápida que eu tinha que me esforçar para entender o que ele estava falando. Assim como a risada, que fazia com que eu mesma risse sem nem me dar conta disso. Por outro lado, receava a sensação de ter aqueles olhos castanhos me observando, atenciosos a cada movimento que eu fazia. Fazia-me pensar que talvez algo em mim estivesse errado.

                - Porque você fica olhando pra mim assim?

                - Assim como? – ele perguntou confuso.

                - Como se, sei lá, meu cabelo estivesse desarrumado ou houvesse algo sujo no meu dente. – ele riu do meu comentário e eu continuei – Tem algo assim não é?

                - Não, pode ficar tranquila. – ele me tranquilizou, mas pareceu analisar mais profundamente e continuou – Na verdade, está sujo aí.

                - Onde?

                - Aqui. – ele levantou-se um pouco da cadeira, limpando uma sujeira que estava no meu queixo. E ficando perigosamente perto demais.

                Estava bem claro o que aconteceria dali em diante. Seus olhos estavam fixos nos meus lábios enquanto eu observava a tudo atônita. O problema era se eu queria que isso acontecesse. Eu não tinha certeza. Meu coração batia acelerado, coisa que eu tinha certeza que ele ouviria, e o oxigênio que eu inspirava nunca parecia ser suficiente, de modo que eu me vi quase hiperventilando naquele momento. Estava muito claro que todo o meu corpo parecia implorar por aquilo. Mas a parte da minha mente que me fazia negar tudo que meu corpo pedia, dizia que era cedo demais para isso.

                Mas bastou aqueles olhos castanhos entrarem no meu campo de visão para essa parte da mente ser completamente esquecida. Eles me diziam que aquilo era o certo. E enfim, me deixei levar pela emoção, que nunca quis tanto uma coisa como queria sentir os lábios do Liam pressionados nos meus. Fechei os olhos devagar, baixando as minhas defesas uma por uma, deixando o caminho livre para que ele entrasse na minha mente e mexesse com ela como bem quisesse. Porque quando os lábios dele pressionaram os meus num selinho demorado, eu não me importava se era errado ou passageiro. Naquele momento, eu só queriasentir. Sentir a delicadeza dos lábios dele, sentir o polegar acariciando a minha bochecha, me causando arrepios. Xinguei-me mentalmente. Como eu pude demorar tanto para experimentar isso? 

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boom gente esse foi o ultimo, se mais de 4 pessoas pedirem capitulo bonus eu poosto um, foi mt bom o tempo que eu passei com vcs I love you so much