Fanfic: A garota da web (Lésbica) | Tema: Rebelde; Portiñón

Giovana

Cheguei ao Rio ainda a tarde e bem cansada, quando cheguei em casa foi aquela festa, todos me abraçando e perguntando como foi a viagem, contei bem rapidamente pulando algumas partes e omitindo outras e fui tomar um banho. Eu estava realmente exausta e na manhã seguinte seria o meu primeiro dia no trabalho, então não tinha como eu me atrasar, precisava estar completamente pronta na hora certa. Acabei de tomar banho e me deitei, como ainda era cedo rezei pra que eu não acordasse no meio da noite, mas de nada adiantou.

Comecei a girar de um lado pro outro e a pensar na garota linda que eu conheci em Rio das Ostras, foi realmente incrível, foi tudo maravilhoso, como vi que não iria conseguir dormir resolvi desistir, olhei pela janela do meu quarto e ainda estava bem escuro deveria ser de madrugada ainda, entrei um pouco no meu blog, eu não estava com muita vontade de escrever então fiquei apenas conversando com algumas meninas que visitam o blog. Era realmente engraçado conversar com as meninas, já conversei diversas vezes com elas, muitas chegavam a se dizer apaixonada por mim graças as minhas web’s, mas eu não acho que o amor e até mesmo a paixão possa surgir assim. Sempre surgiam também alguns convites pra sair e alguns já até cheguei a aceitar, mas nunca deu em nada. Quando todas as meninas se foram e eu estava saindo a menina do dia anterior, o dia no qual fiquei sem sono de tanto tesão pensando na minha Mari, e eu louca já a chamando de minha, enfim, não tinha conversado muito com a menina no outro dia e eu não tinha o menor sono, então desisti de ir dormir e fiquei conversando com ela. Não foi muito surpresa quando ela me chamou pra sair, outras já o fizeram mas ela disse que já me conhecia e eu fiquei com aquilo na cabeça, tentando imaginar quem seria, e como sou curiosa aceitei logo o convite e ficamos de marcar mais tarde já que ela teve que ir. Desliguei o notebook e tentei dormir, mas novamente não consegui, ainda pensando em Mari eu tentei pensar em como encontrá-la novamente, algum jeito deveria ter, mas eu não sabia nada dela, não sabia nem sequer o seu nome completo, ela começou a falar mais foi interrompida, mas Mari pode ser qualquer coisa, Mariana, Marina, Maria, e muitas outras combinações. Ainda com aquilo pesando sobre a minha cabeça, o sol nasceu e eu me arrumei para o meu primeiro dia de trabalho num dos maiores escritórios de advocacia do Brasil.

Eu estava realmente nervosa, não sabia nem o que vestir então pus uma calça social com uma blusa de manga e gola v branca e um blazer preto por cima. Quando cheguei no escritório tudo estava uma loucura, parece que haviam muitos casos para poucos advogados e muitos deles internacionais ou de outros estados e os advogados não estavam querendo aceitar devido a necessidade de passar algum tempo longe. Avistei Thiago, fora ele que havia feito quase todas as minhas entrevistas e me contratou, ele fez um gesto de mão me chamando para uma sala.

- Pode entrar Giovana. – Ele me deu passagem e com outro gesto de mão pediu que eu me sentasse em uma cadeira a frente da mesa e se sentou do outro lado da mesa, de frente pra mim. – Pode ficar tranqüila, eu sei que o primeiro dia a loucura daqui assusta mas com o tempo você se acostuma, aqui é sempre assim, muitos casos mas infelizmente pouca gente qualificada.

- Pois é, infelizmente essa é a realidade do nosso pais.

- Bom Giovana, eu vou ser bem direto, nós precisamos muito de você aqui. – Ele respirou fundo como se fosse falar sobre algo delicado. – Nós temos muitos processos importantes fora do pais e como você é fluente em outras línguas, além é claro de ser uma ótima advogada, precisamos que você passe um tempo na Argentina pra resolver um caso de um brasileiro que se meteu em confusões por lá e quer voltar ao Brasil.

- Nossa! – Eu nem sabia o que dizer, era complicado, mas pra um primeiro caso importante seria muito bom pra minha carreira. – E quando eu viajaria? Seria por quanto tempo?

- Bom, você iria imediatamente, no máximo até o final da semana. Mas não sabemos ao certo quanto tempo duraria o processo, isso depende do seu trabalho. Não precisa se preocupar com nada, todas as acomodações serão pagas pela empresa assim como, além do seu salário, você vai receber um bônus pra qualquer coisa que precise.

- Também vou ser sincera com você. – Aquilo me animou muito, um caso em outro pais traz fama e credibilidade ao advogado, então não tive dúvidas. – Eu aceito.

- Sério? – A expressão do rosto dele foi de preocupação a alívio em segundos. Eu assenti com a cabeça. – Giovana, você não tem ideia do favor que está me fazendo, estamos lotados de trabalho e eu não tenho mais ninguém pra encaminhar nesse processo e o cliente é muito importante.

- Não se preocupe com isso. – Eu realmente havia gostado da proposta, sabia que meus pais iriam falar um pouco, mas não teria problemas em viajar. – Eu só preciso arrumar minhas coisas, saber os detalhes do processo e estou  pronta pra viajar quando você quiser.

- Será que isso poderá ser depois de amanhã? – Ele fez uma cara de pidão bem engraçada.

- Tudo bem, pode sim.

- Ótimo. – Ele se levantou e eu fiz o mesmo. – Vou te entregar tudo sobre o processo, você pode estudá-lo hoje na sua mesa, minha secretária vai te acompanhar até ela. Leve tudo pra casa, amanhã você arruma tudo e passa aqui pra pegar as passagens e saber de mais detalhes e depois de amanhã você viaja.

- Combinado! – Trocamos um aperto de mãos e ele me levou até uma porta dentro de sua sala que dava para uma subsala onde ficava sua secretária. – Dona Tânia, entregue a Giovana todos os dados do processo de Buenos Aires e leve-a até a sua mesa, por favor.

- Claro que sim senhor – Ele se retirou e me deixou com ela.

Tânia era uma senhora muito bacana, me ajudou em tudo, me mostrou todo o processo com riqueza de detalhes e me deixou inteirada de todo o que se passava no escritório. Ela já trabalhava lá há anos e sabia cada detalhe de cada processo, afinal todos passavam por suas mãos antes de chegar aos advogados, exceto os contratuais, ou seja, os de clientes fieis a certos advogados de lá, como não era preciso ‘escolher’ um advogado para defende-lo, os contratos eram entregues diretamente a quem os clientes queriam que os defendessem e isso fazia com que não passassem pelas mãos dela.

Finalmente cheguei em casa já bem tarde, por mim eu iria direto pra cama mas ainda teria que falar com meus pais sobre a viagem, então tomei um banho e fui preparar algo para comer enquanto os esperava chegar nem sei de onde. Não passou muito tempo até que eles chegaram com algumas sacolas de supermercado, o que respondia a minha pergunta sobre onde teriam ido.

- Oi querida, chegou cedo. – Minha mãe me deu um beijo no rosto enquanto eu pegava algumas sacolas da sua mão e ajudava a levar até a cozinha. – Como foi o primeiro dia de trabalho?

- Foi ótimo mãe, na verdade eu já comecei pegando um trabalho meio complicado. – Minha mãe me olhou com uma cara de assustada, enquanto meu pai deixava algumas sacolas sobre a mesa e parava para me ouvir.

- Como assim complicado? – Meu pai percebeu que eu estava procurando as palavras e perguntou de vez. – Fala Giovana!

- Bom pai, é que... vou falar de uma vez. Eu fui contratada para fazer a defesa de um brasileiro que mora na Argentina, só que para isso eu preciso viajar pra lá.

- Ah, era isso? – Meu pai deu um longo suspiro e sua cara de feliz me aliviou. – Isso é ótimo filha, vai ser muito bom pra sua carreira. – Ele veio na minha direção e me abraçou.

- Mas quanto tempo isso vai durar Gi? – Minha mãe também me abraçou mas com certo receio. – Filha, você vai sozinha pra outro pais, eu não gostei nada disso.

- Calma Camila, ela vai sozinha mas vai a trabalho. Isso vai ser realmente muito bom pra ela. – Meu pai se adiantou a mim. – E além do que não deve demorar muito, ou vai? – Ele se virou pra mim.

- Bom, na verdade eu não sei exatamente a data da volta os processos as vezes demoram mais do que achamos. – Eles me olharam meio receosos e eu tentei acalmá-los. – Mas, como eu confio no meu ‘taco’, acho que não vou demorar nada. – Nós três rimos juntos.

- Tudo bem filha, já que vai ser bom pra você, pode ir mas se cuida hein. – Minha mãe me abraçou meio chorosa, como quem vê um bebê crescendo.

Conversamos mais um pouco e depois finalmente eu fui dormir. Ainda era cedo, mas eu realmente estava cansada e precisaria arrumar muitas coisas amanhã, então achei melhor não entrar no blog e ir direto pra cama e foi o que fiz e dormi a noite inteira feliz e sonhando com a minha Mari.

Continua...