Fanfic: A garota da web (Lésbica) | Tema: Rebelde; Portiñón

• Giovana

Ela mexia comigo. Isso era fato, mas eu não sabia o porque e nem mesmo o que era, então dei o nome de curiosidade. Não entendi absolutamente nada com ela dizendo que precisava me ver de novo, afinal de contos, quem era ela? Isso não saia da minha cabeça. Conheci algumas mulheres, algumas até mesmo leitoras da minha web que conheci pela internet e algumas namoradas, mas ninguém me vinha a cabeça, não sei se eu não estava pensando direito ao procurar alguém ou se estava muito ocupada pensando na minha Mari, mas eu realmente não tinha ideia de quem poderia ser aquela ‘fã’, ainda mais com aquele nome de usuário, o que poderia ser M.E.? Eu não sabia mesmo.

Me desliguei dos meus pensamentos quando ouvi as vozes de Carla e Juh já próximas ao meu quarto e fui até a porta de encontro a elas sem nem me preocupar em fechar a janela do meu site. Assim que eu estava saindo do escritório Carla havia me ligado dizendo que passaria na minha casa com Juliana para conversarmos, eu amava demais as minhas amigas mas confesso que estranhei o fato delas aparecerem na minha casa ainda no meio da semana e aquela da noite me deixava meio receosa pensando que algo poderia ter acontecido.

- Hey, sua linda. - Carla entrou no quarto pulando em cima de mim e me jogando na cama com ela em cima.

- Podem parar com isso aí hein, essa namorada é minha Dona Maria Eduarda. - Juliana fez um bico de criança e Carla e eu, quase ao mesmo tempo esticamos um braço pra ela que logo pulou na cama conosco.

- E então meninas, a que devo essa visita? - Perguntei ainda sem ar me sentando na cama, enquanto elas continuavam deitadas uma ao meu lado e a outra do outro lado.

- Ué, não podemos visitar nossa amiga? - Carla falou também se sentando na cama.

- Claro que podem suas bobas, mas achei que estivessem trabalhando e que pudesse ter acontecido algo.

- Não se preocupa não Gi, apenas estávamos morrendo de saudades da nossa amiga que passou tempo demais longe. - Juh se levantou e me abraçou e Carla fez o mesmo.

- Ah amigas, senti muita saudade de vocês. Apesar de que me sinto uma vela aqui no meio. - As duas bufaram ao mesmo tempo.

- Nós também, alias Gi nós precisamos arrumar uma namorada pra você e aí podemos sair em quarteto.

- Super apoiada Juh, vamos procurar alguém no Google. - As duas começaram a rir e Carla se levantou se sentando na minha escrivaninha e mexendo no meu notebook, o qual quase acertei quando taquei uma almofada nela e outra na Juliana.

- Ah meninas, vocês sabem que no momento a minha cabeça está o tempo todo pensando numa só pessoa. - Me lembrei na hora de Mari e meu coração se apertou, como eu gostaria de ter tido mais tempo com ela ou ao menos ter pego um número de telefone, um e-mail, qualquer coisa com a qual pudéssemos manter contato.

- É Juh, sabemos disso. - Carla me disse ainda fuxicando meu notebook enquanto eu encostava minha cabeça nos ombros de Juliana. - Mas me diz uma coisa, quem é essa garota que tanto quer te ver?

- Ah, eu sabia que você estava mexendo nas minhas coisas. Não faça nada de errado aí hein, você sabe que o meu site é sagrado. - Ela me deu um sorriso de quem estava aprontando algo e perguntou novamente sobre a menina. - Bom, essa é uma das leitoras das minhas web’s.

- Mas pela maneira como ela falou, parece que ela te conhece.

- Sim, mas eu não tenho ideia de quem seja. Ela já havia me dito que me conhecia mas não sei quem é.

- Hum. - Foi a única coisa que ela disse antes de começar a digitar algo.

- Ah Giovana, estou com uma vontade louca de tomar um vinho. Por acaso tem algum aí? - Juliana me perguntou.

- Juh na verdade eu não sei mesmo, mas se não tiver podemos comprar. Tem aquele mercadinho na outra rua que ainda deve estar aberto, podemos ir lá rapidinho.

- Claro que sim, vamos lá.

- Vamos, vamos sim. Vamos Carla? - Perguntei a ela que estava muito concentrada mexendo aonde não deveria. Ela apenas se virou pra mim e acenou negativamente com a cabeça.

- Podem ir, eu vou ver algumas coisas aqui, espero vocês.

- Tudo bem, vamos então Gi. - Antes mesmo que eu pudesse tentar convencê-la a ir conosco Juliana saiu me puxando porta a fora.

Como era perto preferimos ir a pé mesmo, no lugar de usar o carro da Juliana. Chegamos ao mercado e mesmo com pouquíssimas opções Juliana conseguiu demorar quase 40 minutos escolhendo um simples vinho. Depois que ela enfim se decidiu, optando por dois vinhos diferentes, nós pagamos e voltamos pra casa. Quando chegamos pegamos as taças na cozinha e subimos para quarto onde encontramos Carla deitada na cama, totalmente a vontade sem blusa e sem sapatos e com o notebook já fechado.

- Chegamos, amor! - Juliana falou tirando os sapatos e a blusa. - Sentiu minha falta?

- Claro que sim minha linda. - Ela puxou Juliana pra cima dela e elas trocaram um selinho. Elas eram realmente um casal lindo e eu as amava demais mas confesso que era meio chato quando toda esse carinho começava, eu sempre me sentia um pouco excluída e sozinha. Abri o vinho enquanto elas se levantavam e servi as nossas taças.

- Vamos brindar? - Carla perguntou assim que eu entreguei a sua taça a ela. - Vamos brindar a Giovana! A volta da nossa amiga ao país e... - ela fez uma pequena pausa dramática. - ao seu encontro.

- Eu sabia! Eu sabia que você estava aprontando algo, o que você fez Carla? - Juliana apenas sorria e observava.

- Poxa Gi. - Ela fez uma carinha de pobre coitada. - Não fiz nada demais, apenas marquei um encontro no seu nome com a sua fã.

- Eu não acredito nisso, porque você fez isso? Eu não quero conhecer ninguém agora, já falei isso.

- Eu sei Gi mas olha, vai ser melhor pra você. Confia na sua amiga ta?

- É Gi, eu concordo com a Carla, sair e conhecer gente é o melhor pra você. - Juliana falou pela primeira vez. No fundo eu concordava com elas mas não conseguia, não tinha como conhecer alguém com o pensamento longe, em Rio das Ostras num certo show ou melhor até, num certo carro.

Ficamos um tempo ainda nessa conversa, elas achando que eu deveria sair e eu tentando me esquivar, mas no fim elas me ganharam.

- Então, pra quando você marcou o encontro? - Eu disse já rendida enchendo mais uma vez minha taça de vinho.

- Bom, pra daqui a três dias. É sábado, você não vai trabalhar no domingo, se precisar virar a noite pode ficar a vontade. - Ela me disse com a maior cara de safada do mundo e eu tive que rir.

- Tudo bem, eu vou a esse encontro. Só espero que não seja uma furada.

- E quando foi que te colocamos em furada querida? - Rimos as três ao mesmo tempo, sabíamos que sem duvidas já passamos por várias furadas juntas, algumas culpa minha, outras delas.

Conversamos um bom tempo até que elas resolveram ir embora, já estava meio tarde e as três trabalhariam no dia seguinte, assim que elas se foram eu fui tomar um bom banho para lavar todo o vinho absorvido e depois enfim fui pra minha tão amada cama. E que saudades que eu senti da minha cama, mesmo com todo o conforto do hotel realmente não existia lugar melhor que a nossa casa.

Continua...