Fanfics Brasil - Capítulo 34 - O telefonema A garota da web (Lésbica)

Fanfic: A garota da web (Lésbica) | Tema: Rebelde; Portiñón


Capítulo: Capítulo 34 - O telefonema

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  • Maria Eduarda


 


- O que se passa na sua cabeça? Me diz vai? Qual seu problema? - Ela estava sentada no sofá com a cabeça para baixo como uma criança pequena, enquanto eu andava de um lado pro outro a sua frente, ainda pensando no que aconteceu e sem acreditar. - Vai Maria Cristina, fala algo!


 


- Dudinha, olha irmãzinha não foi minha intenção, eu juro. Só que aconteceu sabe, poxa a garota já entrou me agarrando e você viu como ela era gostosa né. - Quase a fuzilei com os olhos, parei a sua frente e cruzei os braços. - Poxa vai, eu não sabia que você gostava dela. Me desculpa, vai?


 


- Deixa de ser besta Cris, é claro que não gosto dela, muito pelo contrário. Mas, essa mulher é perigosa Cris, escuta sua irmã mais velha vai!


 


- Duda, você é dez minutos mais velha do que eu!


 


- Mas ainda assim sou mais velha e sei do que estou falando. Até denunciar essa louca eu denunciei.


 


- Duda eu te entendo, mas eu sei me cuidar. Te garanto isso ta, não precisa se preocupar comigo.


 


- Cris, olha bem o que você vai fazer. - Me sentei ao seu lado pensativa e o silêncio reinou entre nós. - E nossos pais? Como estão?


 


- Preconceituosos! Como sempre.


 


- É, - Claro que sim, como sempre e não poderá nunca ser diferente porque é um absurdo um deputado federal ter uma filha gay, imagina então duas filhas gay’s. Nunca vão mudar! - olha Cris, você ainda ta trabalhando?


 


- Sim, estou. Estou no mesmo hospital, mas já como médica formada agora. - Sorrimos juntas. - Olha Duda, eu vir pra cá é algo temporário ta, não precisa se preocupar, é que não agüentava mais aquela casa e saí do nada nem deu tempo de ver um lugar pra mim, mas amanhã mesmo eu começo a procurar.


 


- Que isso Cris, não perguntei por isso e sim porque te ajudaria a arrumar algo se necessario, você pode ficar o quanto precisar irmã.


 


- Obrigada Duda, mas eu quero mesmo ter o meu lugar, não devo ficar muito tempo por aqui. Mas, obrigada mesmo e desculpa por não ter ficado do seu lado quando você precisou. Desculpa mesmo!


 


- Que isso Cris, esquece isso vai. Nós somos irmãs e estaremos sempre juntas ta! - Nós abraçamos por alguns instantes até que meu celular tocou, era Juliana.


 


- Oi Juh, quanto temp... O que? ... Mas ela ta bem? ... Ela ta aí? ... Ok ... Ok ... Daqui a pouco tô chegando aí, me espera ta! - Desliguei o celular e corri em busca da minha bolsa. - Cris, eu tenho que sair agora, a minha namorada brigou com a mãe e ta precisando de mim, fica a vontade que a casa é sua. Tchau! - Saí correndo de casa e nem mesmo me lembrei de pedir o endereço de Juliana, lembrei apenas depois de entrar no carro. Liguei de novo pra ela já nervosa e ela me passou seu endereço, aí sim ‘voei’ com meu carro pelas ruas do Rio até o apartamento da Juh. O porteiro interfonou para ela e após a mesma liberar a minha entrada eu subi.


 


Juliana me recebeu e disse que Carla estava no quarto com Giovana, que estava muito nervosa e chorando muito, ela arrumou uma maneira de chamar Carla e eu entrei no quarto. Me deu uma dor enorme no peito ao ver meu amor daquela maneira, com os olinhos vermelhos e inchados de tanto chorar, largada na cama, sem sapatos e de olhos fechados, como uma mãe pode fazer uma coisa dessas com uma filha apenas por preconceito? E justo minha sogra, de quem eu estava começando a gostar, isso é realmente revoltante, não tem explicação.


 


- Amor! - Ela se levantou na hora e correu para os meus braços, ela chorava e soluçava cada vez mais e eu nem mesmo sabia o que dizer ou fazer para acalmá-la. Preferi não dizer nada, apenas a segurei no colo com as pernas envoltas a minha cintura e me deitei com ela na cama. - Calma amor, eu tô aqui com você, e vou estar sempre. - Ela se abraçou mais a mim, ainda chorando muito e eu não agüentei apenas vê-la chorar, não consegui mais me segurar e choramos juntas. Depois de muito chorar ela adormeceu nos meus braços, os meus sentimentos erram uma loucura, eu sentia compaixão, amor, tristeza, raiva, ódio, tudo ao mesmo tempo. Resolvi ir respirar e deixá-la descansar, me soltei de seu abraço com toda a delicadeza do mundo e saí do quarto.


 


Assim que fechei a porta não agüentei e caí no choro novamente, só de vê-la naquele estado acabava comigo. Procurei por um banheiro na casa das meninas e logo o encontrei, era no mesmo corredor do quarto onde Giovana estava, então não foi nada difícil. Fiquei por alguns minutos com as mãos apoiadas na pia pensando em como acalmar Giovana, eu passei praticamente a mesma coisa com meus pais, então sabia que não seria fácil pra ela, eu sabia bem a sensação de ser desprezada pelas pessoas que mais amamos por puro preconceito. Lavei minhas mãos na pia e enchi um punhado para molhar meu rosto, repeti o movimento mais algumas vezes e em seguida sequei o rosto na toalha que estava sobre a pia. Refiz a maquiagem para tentar passar segurança a Giovana, não queria chorar na frente dela, queria que ela visasse uma pilastra em mim, depois de refazer a maquiagem saí do banheiro e fui em direção a sala onde Carla e Juliana conversavam desanimadas.


 


- E aí? Como ela está? - Carla me perguntou assim que me viu aparecendo na sala. - Fala Mari!


 


- Mal, ela... - Comecei a falar ainda com dificuldade - ela ta péssima, e eu não sei o que fazer! - Eu falava segurando o choro e as meninas estavam no mesmo clima que eu. - O pior de tudo, é saber que estou de mãos atadas, é ver a mulher que eu amo chorar e soluçar assim e não poder fazer nada além de ficar ao seu lado. Se eu pudesse fazer qualquer coisa, quem sabe se eu falasse com a Dona Camila, talvez ela entendesse mais e... não sei!


 


- Olha Mari - Carla chamou minha atenção enquanto apertava mais forte Juliana entre seus braços. - eu sei que suas intenções são as melhores, mas acho que pelo menos por enquanto é melhor darmos um tempo a tia, pelo menos pra ela ir digerindo essa nova informação, e eu sei que meu tio vai tentar conversar com ela também. Então, vamos esperar um pouco e depois podemos ir juntas falar com ela.


 


- É, você está certíssima Carla, vou esperar sim. Mas... eu prefiro ir só. Não que eu não queira sua presença, mas acho que essa tem de ser uma conversa entre sogra e nora. - Ela assentiu e logo em seguida ouvi Gi chamar por meu nome. - Vou vê-la meninas, depois conversamos mais.


 


Cada passo que eu dava em direção a porta do quarto era mais doloroso, me doía saber que iria vê-la triste, me doía saber que ela estava pra baixo, que ela estava mal e me doía mais não poder arrancar esse sentimento ruim de dentro dela e jogá-lo longe.


 


Quando entrei no quarto, ela estava sentada na cama, com a coberta cobrindo as pernas e com um lenço de papel nas mãos, não precisei ser nenhuma vidente para saber que a lixeira ao lado da cama estava repleta deles. Ela esticou um dos braços pra mim, dei a volta na cama e me sentei de frente pra ela segurando sua mão esticada e a puxei para um abraço. No mesmo instante em que meus braços circularam seu corpo frágil ela se pôs a chorar baixinho novamente. Nos separamos segundos depois e ela tentou se acalmar, achei melhor não falar nada e apenas ficar ao seu lado para que ela visse que eu estava ali e passasse o que passasse era ali que eu sempre estaria... ao seu lado.


 


- Mari, foi horrível!


 


- Eu sei amor, acredite, eu sei bem como é isso. Mas eu estou aqui ta, sempre vou estar aqui amor. Sempre!


 


- Obrigada, obrigada por você existir. Obrigada por entrar na minha vida, obrigada por tudo. - Uma lágrima solitária caiu pelos seus olhos e eu a sequei, a ultima coisa que eu queria era vê-la chorando novamente. Ouvimos duas batidas na porta e Carla apareceu com uma xícara de chá na mão.


 


- Olá meninas, eu trouxe um chá pra você amiga! - Ela falou mirando Giovana e entregou o chá pra ela. Achei melhor deixá-las conversando enquanto eu ligava pra Ana, era mais que óbvio que eu não apareceria pela escola então teria que passar meu trabalho pra ela.


 


No instante em que me lembrei disso, me lembrei também do trabalho de Giovana e de como seria insuportável para nós duas que ela continuasse vendo aquele palhaço e o pior é que isso aconteceria todos os dias e o tempo todo e isso me matava. Claro que ela não iria querer largar o trabalho, principalmente pela dificuldade de chegar onde ela chegou por mérito próprio e por não precisar pedir nada a ninguém, meu amor, era muito trabalhadeira e eu sei o quanto ela batalhou por isso, eu mesma conhecia o escritório onde ela trabalhava e sabia que era complicado pra qualquer um chegar onde ela chegou, principalmente sem conhecer ninguém lá dentro. Eu conhecia algumas pessoas que trabalhavam no escritório, meu pai é um dos maiores clientes de lá então acho que não se importariam em faze um favorzinho pra mim... hum... mas Giovana nunca iria concordar com isso, além de toda sua perfeição ela era honesta e não sem escrúpulos que nem aquele imbecil do Renato, mas...eu poderia não contar a ela... não, uma relação é feita a base de confiança e eu não quero que esse imbecil mais uma vez nos atrapalhe, não posso mentir pro meu amor. Mas que ele vai ter o que merece, com certeza vai.


 


Passei pelo banheiro e percebi que o chuveiro estava ligado, Juliana deveria estar no banho. Aproveitei meu momento só e da sala mesmo fiz uma ligação rápida para Ana, preferi não entrar em detalhes e somente pedi para que ela cuidasse de tudo na escola e me procurasse apenas se houvesse ocorrido algo muito sério. Já estava me preparando para voltar ao quarto quando meu celular tocou novamente, achei que pudesse ser Ana pra falar algo que ela esqueceu ou algo do tipo e atendi no primeiro toque sem ao menos olhar o visor.


 


- Alô!


 


- Onde está minha filha? - Gelei! O susto era tanto que nem sabia o que fazer, no mesmo instante que ouvi aquela mesma voz pesada, fria, cruel e tantos outros adjetivos piores, pareceu que eu havia esquecido o que era respirar e meu corpo estremeceu sozinho! - Quantas vezes terei que perguntar isso garota? Onde está minha filha?


 


- E... - Eu não tinha ideia do que dizer, essa audácia de falar comigo, de mandar em mim, como se ela ainda tivesse esse direito, como se ela um dia tivesse tido esse direito,me deu ódio, raiva e todo o rancor que eu tinha guardado e fingia não ter para mim mesma voltou a tona, voltou a tona no momento em que eu atendi o telefone, no momento em que ouvi sua voz, no momento em que lembrei do momento, alias no mesmo jogo de palavras, eu nunca esqueci do momento e a todo momento eu relembrava, mesmo que tentasse não lembrar, eu lembrava... do pior dos momentos. - Eu não sei quem você e muito menos do que está falando, não sei quem é essa sua filha, mas uma víbora como você não tem filhos e nunca terá, porque você nunca poderia ser chamada de mãe, você não sabe o que é isso, não sabe o que é ter um filho, não sabe o que é amar um filho, não sabe o que é cuidar de um filho, então não volte a chamar alguém de filho sem antes ter sido mãe dessa pessoa. - Uma sensação de alívio invadiu minha alma, como se tudo que estava preso a anos fosse liberado. Como se finalmente, eu pudesse me sentir livre. - E por favor, não volte a me ligar mais, nunca mais. Adeus!


 


Desliguei o celular me sentindo a pessoa mais poderosa do mundo, mas nem mesmo fez com que eu conseguisse segurar o choro que já está vindo, um choro de raiva, de ódio, de desprezo, no mesmo instante olhei para a tatuagem que marcava a parte de dentro do meu braço, a frase que eu havia ouvido numa de minhas músicas preferidas e que me marcou tanto dizia em espanhol, ‘Desculpa, mas eu nunca esqueço!’, não vou ser hipócrita e mentirosa e dizer que não doía em mim, doía sim e muito e doía mais ainda por eu não conseguir esquecer, por eu não querer esquecer, amá-la eu já não amava mais, é uma verdadeira perda de tempo amar quem não te ama mas esse ódio que se mantinha vivo dentro de mim de uma certa forma me lembrava dela e era isso que me dava mais ódio ainda. O celular que ainda estava em minha mão tocou novamente e sem ao menos ver quem era eu o estilhacei na parede.


 


- Nossa Mari, o que houve? - Olhei para trás e pude ver Juliana recém saída do banho, ainda com os cabelos molhados me observando. - Eu também estou mal pela Gi, mas não precisa quebrar a casa.


 


- Desculpa Juh, recebi uma péssima ligação.


 


- Sem problemas, eu estava brincando. Vou fazer algo pras meninas comerem, a Gi ta precisando muito e a Carla daqui a pouco deve estar morrendo de fome.


 


- Tudo bem, eu te ajudo. - Ficamos conversando e cozinhando por algum tempo e achei melhor Giovana dormir por lá mesmo, queria levá-la pra minha casa, mas eu sabia que a ajuda das meninas iria animá-la muito mais.


 


Jantamos as quatro no quarto, tentando fazer brincadeiras e falar coisas boas e engraçadas para melhorar o animo da Gi, ela não comeu muito, mas sorriu algumas vezes com as nossas brincadeiras e eu me senti melhor. Decidimos dormir as quatro na sala e ver algum filme juntas. Liguei para Christina e a avisei que não iria passar a noite em casa, pensei ter ouvido uma voz conhecida ao fundo, mas deveria ser coisa da minha cabeça, achei melhor não entrar em detalhes sobre o telefonema que recebi apenas a contei que sua mãe queria falar com ela e sabe se lá como ela tinha conseguido meu telefone, alias nem havia parado pra pensar nisso já que eu havia trocado de telefone graças a louca da Bianca, mas não seria agora que iria me preocupar com isso, antes de tudo eu iria cuidar da mulher que eu amo.


 


 


Continua...


 


Leitoras lindas, peço mil perdões pela demora, mas estou tendo prova direto na faculdade e tem ficado cada vez mais complicado escrever, mas não vou parar com a web, vou tentar escrever pelo menos uma vez por semana, obrigado pela paciência de vocês e espero que não tenham desistido da web. Tefe eu sou bissexual, mas não sou assumida, apenas poucas pessoas da minha família sabe rs Não me importo com as perguntas e obrigado pela parte da amiga! ;)



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Autor(a): extranjera_

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

Maria Eduarda     Quando acordei no dia seguinte já eram quase oito da manhã e as meninas já haviam saído, eu nem ao menos as ouvi, também não era pra menos, ficamos até altas horas assistindo filmes e jogando conversa fora. Giovana estava dormindo abraçada a mim, me desvencilhei dela com todo o cuidado ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 30



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  • kaahs Postado em 01/07/2014 - 09:32:50

    Posta o último capitulo, por favor D:

  • cmilla Postado em 08/03/2014 - 15:18:50

    li toda sua fanfic e adorei , pfv termina o ultimo cap

  • mahri Postado em 09/01/2014 - 03:34:46

    Gente da uma passada nessa web so contos Les,vcs vao gostar fanfics.com.br/fanfic/29278/prazer-multiplo-contos-lesb

  • portinons2vondy Postado em 30/12/2013 - 22:46:16

    adorei você ter voltado ;) continuaaaaaaaaaa

  • annecristine Postado em 30/12/2013 - 03:05:46

    Nossa q bom q voltou! Amei o cap. ficuou muito bom! Nao some mais em! Hahaha.. Esperando pelo proximo cap... Bjao

  • juliaporto Postado em 10/10/2013 - 19:32:02

    posta posta !

  • annecristine Postado em 09/10/2013 - 23:51:02

    To gostando sim amore.. Mas ja ta acabando!? :/ Ansiosa pelos ultimos caps... Que bom q vai ter outra fic.. :)

  • portinon_vondy Postado em 05/10/2013 - 20:24:13

    kkkkkkkkk superou na demora de postar. kkkkk mas eu entendo as vezes é corrido essa vida de escritora de web e trabalhadora estudante kkkkkk mas escrever tem me ajudado sabe, essas duvidas são fodas

  • annecristine Postado em 22/09/2013 - 00:56:27

    Postou tava com sdd! Torcendo pra q de tudo certo pra elas! s2

  • portinon_vondy Postado em 22/09/2013 - 00:01:14

    nossa achei que era a unica com duvidas aqui. ñ se apavore Tefe eu estou com 20anos e agora q começou a passar pla cabeça q posso ser bi. que louco isso enfim né. aaaa falando da fic agora tá bm legal o dona sumida kkkkkk me superou kkkkkkk


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