Fanfic: A garota da web (Lésbica) | Tema: Rebelde; Portiñón

• Giovana

Tudo ainda era bem recente na minha cabeça, ainda doía muito, eu ainda tinha muitas duvidas, mas o fato de ter Mari sempre ao meu lado me passando toda a segurança do mundo me deixava muito mais tranquila, embora o caos tivesse se instalado na minha vida sem querer sair dela.

Depois que as meninas chegaram comemos algo e me despedi do meu amor, preferi não dizer as meninas mas fui dormir cedo para trabalhar no dia seguinte. A ultima coisa que eu precisava na minha vida era ver o crápula que arruinou com ela, mas para meu desespero maior, esse crápula era meu chefe, então não teria jeito, não só iríamos nos encontrar quase todos os dias como ele iria me dar ordens todos os dias, mas eu iria ter de superar isso, não poderia e nem iria deixar o trabalho que tanto sonhei, o que tanto batalhei para ter simplesmente porque tive a sorte de ter um idiota daqueles como chefe, jamais iria fazer isso.

Acordei praticamente de madrugada e aproveitei para rever o processo que estava em minhas mãos, eu me lembrava bem do caso, era sobre o divorcio de um importante político que não queria de forma alguma que o caso chegasse aos meios de comunicação, por isso todo o sigilo era pouco. Revi o processo e não demorei até me aprontar e saí na ponta dos pés para não acordar as meninas que pelo que parecia ainda deviam estar dormindo, como não queria assustá-las achei melhor escrever um bilhete e deixá-lo sob a minha cama, assim só saberiam que saí se me procurassem, mas de qualquer forma não informei no bilhete para onde eu havia ido. O escritório era um pouco longe da minha casa, mas não tão longe da casa das meninas, porém como meu lindo irmão estava com meu carro eu teria que ir de ônibus até lá.

Apesar da viagem ter sido demorada, não tardou muito para eu chegar ao escritório, para minha sorte Renato ainda não havia chegado, fiquei algum tempo em minha saleta estudando o processo no qual eu estava e um novo processo que chegou enquanto eu estava fora, mas esse era bem tranquilo e facilmente eu o ganharia. Era incrível o quanto o processo que venci na Argentina ajudou na minha carreira, com ele ganhei muito mais credibilidade e alguns novos contratos, mas sem dúvidas o mais importante de todos era o do divorcio do político, não posso ser hipócrita a ponto de dizer que não havia um interesse pessoal meu pelo caso, afinal de contas não se tratava de qualquer pessoa qualquer, não era minha intenção ‘puxar o saco’ do deputado Sanader, mas esse tipo de pessoas é bem influente e é sempre bom termos a ‘amizade’ de pessoas assim.

- Então você voltou, descobriu que tinha um emprego? - Em meio aos meus devaneios escutei uma voz conhecida, a voz que eu não queria voltar a ouvir jamais na minha vida, olhei para a porta e lá estava ele com sua roupa impecável e seu ar arrogante e prepotente de ser superior. Dessa vez ele estava até mais arrumado do que o de costume, deveria ir a tribunal, até pude reparar que seu rosto estava um pouco maquiado. - Espero que a senhorita não se esqueça de que trabalha e que esse é um escritório sério que possui os maiores casos do pais, então não traga sua vida pessoal para cá.

- Não se preocupe, chefe. Em momento algum eu me esqueci ou deixei de lado qualquer um dos meus casos, então não vejo motivos para tais reclamações e quanto ao único - dei ênfase na palavra único - dia que eu faltei, foi por motivo de doença, mas pode descontar do meu salário. - A cara dele se fechou ainda mais, ele me olhava com ódio.

- Pode ter certeza de que será descontado! Mas não vim aqui pra discutir, vim por que preciso te passar um dos meus casos, não é efetivo, é apenas temporário já que terei de fazer uma viagem hoje a São Paulo e passarei uma semana fora, o processo não é um dos mais importantes, mas preciso que alguém se apresente na vara amanhã para tentarmos um acordo, será a melhor opção para o cliente, consiga isso a qualquer custo.

- Pode deixar,o meu trabalho eu sei fazer com toda a eficiência do mundo!

Quando Renato saiu da sala, me levantei calmamente e fui até a porta para trancá-la. No instante em que me vi sozinha e trancada em minha sala não pude deixar de dar pequenos pulos de emoção e até inventar alguns passos de dança bem loucos. Me livrar do Renato por uma semana era tudo que eu precisava, essa viagem não poderia ter vindo em melhor momento, claro que ele tinha que me ferrar uma ultima vez e me dar um caso para apresentar defesa e procurar uma conciliação no dia seguinte, mas isso pouco estava me importando, se fosse necessário eu viraria a noite estudando o caso, mas eu iria jogar na cara dele assim que ele voltasse. Do meu potencial eu não duvidava, agora era só por a mão na obra.

A semana passou voando como num sonho bom, consegui conciliação em dois dos meus casos e tudo ocorria maravilhosamente bem para a separação do deputado Sanader, a mulher não queria de forma alguma lhe dar o divorcio, mas eu tinha certeza de que iria dobrá-la com algumas fotos particulares tiradas por um detetive que contratei. Mari passou na casa da Juh quase todos os dias, as vezes almoçávamos juntas em algum restaurante, outras apenas passeávamos juntas na hora do almoço, ou víamos um filme a noite, como eu disse, tudo estava maravilhosamente bem, como num sonho bom, sua única preocupação era com as misteriosas saídas de sua irmã que sumia do nada, passava dias fora e vez ou outra chegava com algum machucado, mas Mari ficou de falar com ela e ter uma conversa franca, então estava tudo as mil maravilhas. É uma pena que uma hora nos acordamos dos sonhos e somos obrigados a viver a realidade e logo esse sonho terminaria com a volta de Renato na segunda-feira, mas eu aproveitaria todos os momentos possíveis longe dele, alias, nem sei o porque de eu estar lembrando dele.

No domingo Mari me disse que não poderia me encontrar pois iria ajudar uma amiga que estava precisando de sua ajuda, aproveitei e combinei de almoçar com meu irmão em algum restaurante, ele passaria para me buscar e depois eu o levaria em casa e pegaria meu carro de volta, ir trabalhar de ônibus a semana inteira foi um verdadeiro tormento.

Quando a hora do almoço se aproximou Douglas me pegou em casa e para minha surpresa ele estava acompanhado por seu novo namorado. O rapaz era muito simpático e extrovertido, e bonito também, seu rosto me era familiar de algum lugar, mas de forma alguma me vinha a cabeça de onde eu o conhecia. Almoçamos num restaurante escolhido por ele, era bem confortável e possuía algumas mesas do lado de fora - onde nos sentamos -, nossa conversa foi realmente incrível, ele também me disse que eu era familiar, mas igualmente não se lembrava da onde me conhecia.

- Ahhhh! - Ele soltou um gritinho de repente.

- O que foi? - Eu e Douglas falamos quase que ao mesmo tempo.

- Aquele é o carro de uma grande amiga minha, - Ele apontou para o outro lado da rua - faz um bom tempo que não nos vemos, que saudades dela, acho que vou falar com ela. - Ele fez menção de se levantar, mas logo sentou de novo. - Ih gente, não vou mais não. Achei que ela tivesse terminado com aquela histérica, mas pelo visto já voltaram de novo, não acredito nisso.

- Qual é o carro amor? O branco? - Olhei na direção dos carros estacionados do outro lado da rua e a vi entrando no carro, nem mesmo me lembrava de seu nome apenas daquele maldito apelido no celular que eu atendi: Bia!

- Não, o preto. É da Maria Eduarda, uma amiga minha. - Parecia que uma faca havia invadido meu peito, aquela ordinária, sem vergonha estava entrando no carro da minha mulher, queria correr atrás dela e dar na cara dela até não poder mais, nas duas, mas eu fiquei tão sem reação que logo em seguida o carro deu a partida.

- Gi, mana o que houve? Você ta bem? - Douglas balançou a mão na minha frente para chamar minha atenção.

- Amore, o que houve com você? Você está pálida! - Diogo exclamou pra mim.

- Já sei de onde te conheço! - Falei para ele e comecei a limpar o rosto com as mãos tentando impedir as lagrimas de caírem. - Te conheci na boate, não conversamos muito lá. Eu estava com a Mari.

- Ah! - Ele exclamou ainda pensativo e foi visível sua percepção rápida de quem eu era pelo modo como seu rosto mudou. - My good! Você é a garota da web!

- Sim, sou eu. - Eu não sabia o que fazer, minha mente estava girando e minha cabeça doía de tanta raiva, como ela pode? Como ela pode fazer isso comigo? Por isso estavam juntas na boate, é claro. E eu como idiota que sou engoli toda aquela história louca de perseguição, como pude ter sido tão burra? Por isso toda aquela perfeição, todos aqueles mimos, clero, só podia ser culpa. Que ódio de mim mesma por nunca ter notado as verdadeiras intenções dela. - Meninos, eu tenho que ir pra casa. Me desculpem, mas eu não estou bem! Douglas, me dá a chave do carro por favor!

- Olha gatinha, não fica assim ta. Eu tenho certeza de que a Duda tem alguma ótima explicação pra te dar quanto a isso.

- Gente, alguém pode me dizer o que está havendo? - Meu irmão me passou a chave ainda querendo entender toda a história, mas como ele iria ficar com Diogo, nem me preocupei em contar nada e sai direto pra casa da Maria.

Quando cheguei a porta estava trancada e tudo estava apagado, certamente ela ainda deveria estar com a piriguete, mas eu queria pega-la no flagra e não iria sair de lá enquanto ela não chegasse, passasse o tempo que fosse, eu iria esperá-la. Estacionei meu carro na garagem da Maria e fiquei dentro dele esperando, quanto mais tempo se passava sem que ela chegasse, mais longe minha imaginação voava, será que elas teriam ido pra algum hotel? Será que foram para o mesmo hotel onde aquela cadela me levou? O relógio corria lentamente e minha mente vagava rapidamente.

Alguns minutos depois, que pareceram horas eternas, ouvi o carro dela se aproximando, sai do meu carro e fui para o lado de fora, assim que sai pelo portão da garagem a vi descendo do carro pelo lado do motorista.

- Amor! - Quando ela me viu abriu um sorriso e veio em minha direção com a pretensão de um abraço. Claro que eu iria abraçá-la. Quando ela se aproximou o suficiente juntei todas as minhas forças e espalmei minha mão direita na sua cara de uma forma que com certeza deixaria marcas. - O que foi isso Giovana?

- Duda! - A porta do lado do carona se abriu e eu já estava esperando pra esbofetear aquela infeliz, mas não foi ela quem desceu do carro. - Amiga, você está bem? - Ela foi ao encontro de Maria a puxando para si e se virou pra mim. - Porque você fez isso? Sua louca!

- Olha aqui garota não se mete no que não lhe diz respeito. - Mas quem era aquele ser abusado, será que era mais uma das amantes de Maria Eduarda? - E você Maria, como pode me trair? Como você teve coragem? E ainda por cima com aquela desclassificada, agora sim entendi o porque de você te-la lavado da bota, entendi os telefonemas, entendi tudo.

- Como assim Gi? Meu amor, eu não sei do que você está falando! Gi, vamos conversar ta. Essa aqui é a minha amiga que estava mal, eu passei o dia todo com ela meu amor.

- E o que você vai me dizer? Mais mentiras? Sua amiga, sei bem disso.

- Renata, olha toma aqui. - Ela pegou a chave de casa e a entregou para a piriguete 2. - Vai entrando que eu vou ter uma conversa com a Giovana.

- Ok! - A outra pegou a chave e entrou.

- Não tenho nada pra falar com você Maria Eduarda, pelo menos não agora, você não imagina o ódio que eu estou sentindo. Acabou Maria! Acabou!

Continua...

Meninas, desculpem mais uma vez pela demora, mas além da falta de tempo agora estou sem internet, então a vida está complicada, mas vou tentar postar mais até a próxima semana. Obrigada pela compreensão.

Anne... obrigada amore, espero que esteja gostando. Portinon... porque te superei? rsrs Pois é né, todos nós temos nossas duvidas interiores! Espero que continue gostando!