Fanfic: Digimon - Um Caos A Ser Controlado | Tema: Digimon
Ivan olhou para o dispositivo em suas mãos, depois para BlackRenamon e voltou para o objeto de novo. “Acho que isso significa que estamos presos um ao outro, certo?”
BlackRenamon, que ainda estava focada nos pensamentos dela, saiu de seu transe e encontrou o olhar do garoto. “Acho que sim. Estou até surpresa porque você não ficou louco depois de uma experiência dessa.”
Por pouco, não tinha ficado. Se não fosse seu grande controle de sanidade, provavelmente teria entrado em pânico agora. Claro, não era todo dia que um objeto inanimado atira um feixe branco em você e te deixa paralisado. Por um momento, Ivan achou que iria morrer ali. “No meu mundo, fazemos algo parecido só que não... assim.” Disse.
“Entendo. Bem,” BlackRenamon voltou sua atenção para o céu. Estava escurecendo e ela sabia que quando a noite chegava, os Digimon grandões saiam para caçar algo. “É melhor sairmos daqui, não é seguro caminhar à noite. Minha casa não fica longe daqui e tem espaço para convidados, então você pode ficar lá por um tempo.” BlackRenamon não tinha problemas em ficar na floresta de noite, mas o garoto provavelmente não gostaria tanto como ela, e a última coisa que queria fazer era tomar conta dele toda noite aqui.
“Parece bom pra mim, quanto tempo de caminhada?”
“Ah, mas nós não vamos caminhando.” Disse assim que se virou mostrando as costas para o garoto antes de se ajoelhar. Ela olhou pelo ombro e indicou-o a chegar perto. “Se segure. Só não me enforque no processo, okay?”
Ivan parecia ter uma ideia vaga do que ela estava planejando e não pareceu gostar nem um pouco, no entanto, quando comparado com a ideia de caminhar em uma estranha floresta cheia de monstros na noite; o garoto logo chegou a uma decisão rápida.
Timidamente, atravessou a pequena distância entre os dois e passou os braços em volta do pescoço dela assim como BlackRenamon segurou suas coxas em cada mão.
“Pronto?” Ela perguntou.
“Não.” Ele respondeu estremecendo.
“Quase lá.” Respondeu, e com um impulse de suas poderosas pernas, saltou navegando através das árvores. Bastou mais um salto fora de um galho grosso para se livrar do dossel e mandá-los ao ar livre. Ivan, que gritou no primeiro pulo caiu no silêncio, mas o aperto no pescoço dela piorou. Não estava machucando-a, mas era um pouco irritante.
Para um Guerreiro Lendário, ele com certeza é um chorão. Ela pensou. Mas, acho que não posso culpá-lo por ser a primeira vez dele, contanto que não puxe meus pêlos. Se fizer, vou deixá-lo cair.
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Ivan tinha fechado os olhos o quanto podia; se colocasse mais força, poderia até arriscar a abrir as pálpebras de novo. Mantendo-os lacrados enquanto BlackRenamon saltava de copa para copa era quase tão difícil quanto mantê-los fechados em uma montanha-russa; não havia jeito de prever o que havia na frente e antecipar as subidas e descidas. Sentiria ao se atirar para o céu, onde parecia que ia ficar imóvel antes cair de novo.
Finalmente, ousou a abrir os olhos sem outra razão a não ser para se preparar para as subidas e descidas que estavam assolando seu estômago.
O garoto abriu os olhos enquanto estavam no meio do ar e o que viu deixou-o boquiaberto. As árvores se espalhavam em torno deles em uma vasta e densa floresta que parecia se estender até o horizonte. No norte, havia montanhas onde parecia ser onde eles estavam indo. E no leste, podia ver uma linda campina que refletia a luz solar em um esplendor laranja.
Nunca em sua vida esteve tão alto ou pelo menos, visto o mundo dessa maneira. Passou sua vida inteira dentro Aspertia e tinha se acostumado a ser menor comparado a coisas maiores que ele: prédios, ônibus, postes, adultos, Pokémon. Agora, no entanto, era ele o gigante e era o resto do mundo debaixo de seus pés. A pura e repetina alegria de uma criança que enchia seu coração era algo que não podia ser mensurado e, pela primeira vez na vida naquele dia, não sentiu medo.
Foi então que Ivan soube que esse não podia ser próprio mundo; nunca foi tão bonito assim.
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BlackRenamon, que estava focada BlackRenamon exclusivamente em se mover de uma segura aterrisagem para outra, ouviu de repente um som estranho atrás dela; era Ivan. Estava rindo. Era tão inocente e fofo que nem mesmo ela podia deixar de sorrir também. O aperto, agradecidamente, no pescoço dela se soltou um pouco, o que a ajudadou a respirar melhor.
“Se divertindo?” Ela o chamou. Apesar de sua personalidade solitária, BlackRenamon sempre sentiu a necessidade de ter pelo menos alguém para conversar; embora sua reputação na floresta provava mostrar que era uma tarefa difícil. Essa era sua primeira vez em iniciar uma amizade, então não podia esculhambar.
“Aqui em cima é tão massa! Nunca vi nada igual! Até meu mundo não é tão bonito assim.”
“Se você gostou, então olhe isso.”
BlackRenamon se preparou assim que eles aterrissaram em outro galho de árvore e então, ganhou o maior impulso que podia. O resultado mandou os dois voando mais alto e também mais rápido do que antes. Ivan gritou de medo, mas também alegre na mesma respiração.
Bem a frente havia um monte que, para novatos, parecia ser como dúzias de outras, mas BlackRenamon o reconheceu quase que imediatamente. Era sua casa.
“Se segure.” Ela avisou. “Minha casa fica dentro daquele monte.”
Ivan dirigiu seu olhar ao lugar e percebeu o que queria dizer. Alguns metros acima do chão, havia uma entrada de uma caverna. Pelo que podia ver daquela distância, a caverna parecia ser larga o bastante até para abrigar um casal de Beartics; embora os mesmos não podiam morar ali já que não havia um caminho para leva-los até a entrada.
Assim que eles começaram a descer no próximo galho de uma árvore que ficava próxima à caverna, BlackRenamon se concentrou em outro impulse direcionado à entrada. Quando pronta, pulou diretamente adentro. Por um momento, Ivan pensou que ia bater a cabeça no topo assim que entrasse, mas ela já havia calculado a força necessária antes de fazer o pulo. Assim que atingiram o chão, o passeio já tinha acabado.
“Chegamos.” Ela disse enquanto se ajoelhava. “Pode sair de cima de mim agora.”
Ivan recuou das costas para um chão poeirento enquanto observava o lugar. Descobriu que a caverna não se estendia bem profundamente como tinha pensado; só havia uma aproximada distância de 10 metros entre a entrada e o fundo. Como uma caverna normal, as paredes e o teto eram realmente de pedra. Quanto a decorações, não sequer uma. Um pouco mais adentro, havia uma rede feita de cipós pendurada entre as paredes. Era a cama de BlackRenamon. Perto da entrada, tinha uma mesa feita de tronco de árvore no meio de dois outros menores que serviam de cadeiras improvisadas.
“Esse é o lugar onde você vive?” Ele perguntou de confirmar tudo o que viu. “Bem modesta, mas também legal.”
"Bem, nunca fui muito de luxúrias, então tenho só o que preciso. Mas obrigada pelo elogio." Ela riu.
O garoto sorriu. Era difícil de acreditar que estava agora na casa de uma raposa humanoide em outro mundo. Mas precisava parar de pensar nessas coisas. Aceitaria o que lhe era oferecido. "Opinião sincera. Então, onde durmo?”
BlackRenamon apontou para a rede com a cabeça.
Com exceção da própria cama dela, é claro. "Opa não, por favor. Não posso tomar sua cama.” Ivan protestou. “Não seria certo para mim.”
BlackRenamon ficou sentida com a gentileza do rapaz. Mesmo assim, ela já tinha tomado sua decisão. Até porque, já tinha se acostumado a dormir nas árvores perto da caverna antes. O humano provavelmente não. Era melhor ele ficar aqui onde o risco de cair e quebrar o pescoço era quase zero.
“Bem, é melhor se acostumar rápido.” Ela dispensou. “Porque é onde você vai ficar essa noite. Tente descansar e acordar cedo. Amanhã, vamos preparar nossas coisas e adentrar mais na floresta. Tem um sujeito nessa floresta que vive saindo e voltando em suas jornadas. Ele pode ter a informação que queremos sobre essa ameaça.”
“Você diz isso como se nunca tivesse saído dessa floresta.” Ivan notou.
“Sim, nunca precisei, pelo menos não até agora. Por quê?” Ela se virou e perguntou.
“Nada, só espero que esse Digimon esteja na floresta ou não chegaremos a lugar nenhum.” O garoto respondeu enquanto suspirava.
“Verdade. Mas, podemos sempre perguntar aos viajantes nessas bandas.” Explicou.
“Nesse caso, sem problema. Só espero que sejam legais que nem você.”
Se não fosse por seus pêlos, BlackRenamon certamente iria ficar envergonhada ao mostrar ao rapaz que estava corando. Era o primeiro elogio que lhe direcionava direcionado a ela. “Vou ficar perto caso precise de mim, Madman. Boa noite.”
“Boa noite, Foxie.” Ele disse o que fez BlackRenamon riu um pouco.
“Esse é meu apelido agora?”
“Se não se importar, é claro. Afinal, sei que de agora em diante vai me chamar Madman só por causa do meu sobrenome. Sem falar que ficar te chamando de BlackRenamon toda hora daria uma dor na língua. Então, parece justo para mim.”
“Sem problema comigo.” Ela disse.
E com aquilo dito, saiu da caverna.
Ivan viu-a pular em uma árvore próxima por um segundo e depois, sumir dentro das folhas e galhos.
O garoto ficou ali por um bom período de tempo, tentando olhar as copas, mas não conseguia mais ver a moça.
Desistindo, se arrastou até a rede e se deitou. Assim que encontrou uma posição confortável, ficou pensando: estava longe de casa, em um mundo totalmente diferente. Tinha apenas visto um desses Digimon por agora, mas tinha certeza que havia mais, muito mais. E todos eram assim… tão legais como BlackRenamon, agora conhecida como Foxie? Ivan pensou que nunca iria dormir naquela noite.
Menos de 10 minutos depois, BlackRenamon conseguia ouvir os roncos leves do garoto no galho em que estava descansando próximo da caverna. Ela não indo tão longe como ele havia pensado. Antes de dormir, pensou no apelido que Ivan deu a ela. Foxie,… Nunca foi chamada assim tão informalmente por alguém na vida. Os sujeitos da floresta somente a conheciam por Rainha das Sombras da Floresta Chip, graças a sua habilidade em camuflagem e combate. Parecia que seu desejo estava sendo realizado afinal.
Após alguns minutos pensando, sentiu seus olhos pesar e bocejou o que logo a levou a dormir também.
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Na mesma noite e mesma floresta, outro Digimon estava correndo desperado tentando escapar de seu perseguidor. Já estava nesse processo faz alguns minutos e nem sabia o que queria com ele. Havia pensando em contra-atacar mas, seu perseguidor era do nível Campeão e ele era apenas um Novato, então provavelmente não iria vencer uma batalha com um guerreiro habilidoso. E para piorar, era um Leomon que estava o seguindo.
Então, continuou correndo até suas pernas falharem. Pouco sabia que o lugar onde estava indo seria sua salvação e mudaria seu destino para sempre.
De volta ao monte, Foxie acordou depois ouvir um farfalhar bem alto a 100 metros de sua posição. Durante seus anos na floresta, passou a depender em seus sentidos auditórios para ser pega em uma armadilha de Digimon selvagens; poderia até dizer que ela já era uma mestra nessa arte. Se ajoelhando, tirou sua cobertura vegetal para poder ver o que estava acontecendo. Assim que conseguiu uma boa visão da área, viu um Digimon pequeno correndo em direção ao monte. Pelo que podia notar no padrão de como estava correndo, ela imediatamente soube que o estranho não estava apenas fazendo exercícios. Quase evitando obstáculos, sempre olhando para trás como se estivesse esperando um Bakemon aparecer. Não, esse cara estava sendo seguido.
Sentiu um impulso de defender o pobre coitado de quem estivesse o perseguindo, mas em suas meditações, aprendeu que era melhor esperar e analisar a situação antes de qualquer ação. Afinal, o mesmo pobre coitado podia ser um assassino fugitivo.
Assim que o fugitivo chegou ao monte, parou um pouco para respirar e olhou ao redor. Não havia caminho para seguir adiante, apenas contornando as laterais para continuar. Cada segundo que desperdiçava, o inimigo chegava mais perto. Foi então que Foxie notou uma árvore sendo cortada na periferia de seu olho direito. Foi tão rápido que mal conseguiu registrar o movimento da lâmina do perseguidor. Pela forma dele, Foxie facilmente o reconheceu como Leomon. Digimon Campeão com a forma híbrida de um humano em esteroides e um leão. Normalmente, era reconhecido também por ser um justiceiro e um guerreiro nato. Mas ainda não reconhecia o outro menor.
O estranho tentou escapar, fugindo pela lateral do monte. Leomon, no entanto, foi mais rápido e parou bem na frente dele. Não havendo outra escolha, o Digimon pequeno atacou com um ataque chamado Canhão de Metal; uma habilidade que faz o usuário atirar pequenas bolas de metal no oponente. Leomon contra-atacou com Punho do Rei das Feras; o golpe de assinatura de Leomon que lança várias caras flamejantes de leão em cima do inimigo. O ataque dele anulou as bolas de metal e acertou o pequeno Digimon, o que o fez voar a alguns metros de distância.
Não vendo alternativa, o Digimon desistiu e esperou Leomon, que encurtava a distância passo a passo. Foi então que Foxie decidiu se intrometer na luta, se colocando entre os dois.
“Já chega.” Direcionou a palavra a Leomon que ainda segurava sua lâmina.
“Ora ora, se não é a Rainha das Sombras... Já começando a me perguntar se você iria aparecer. A propósito, por que está defendendo logo ele?” Leomon respondeu.
“Você espera mesmo que te ajude a lutar contra uma criança!?” Reagiu notando pela primeira a aparência do Digimon pequeno. Era bípede e tinha a forma de um dinossauro. Seus pêlos eram roxos, com exceção das patas, ponta da cauda, estômago e focinho onde eram brancos. Na testa, estava acoplada uma espécie de diamante vermelho e nas costas, tinha pequenas asas pretas. Foxie nunca visto essa espécie de Digimon antes.
“Esse Digimon... Ugh!” De repente, Leomon se ajoelhou rangendo os dentes como se tivesse sido atingido por uma coisa. “Acho que não adianta mais a essa hora.” Depois, olhou para o Digimon roxo e disse. “Você quer viver, não é?”
Ele respondeu apenas com um aceno. “Eu... Mesmo que retira-se seu Anti-X... Eu ainda não sobreviveria por muito tempo.”
“O que tá acontecendo com você, Leomon? E o que é esse Anti-X?” Foxie perguntou alarmada com o jeito que Leomon estava falando. Parecia que estava dizendo suas últimas palavras.
“Esse jovem... Vírus X... salvação...” Com isso, o leão deixou-se cair no chão. Antes mesmo que BlackRenamon pudesse ajudá-lo, seu corpo logo foi decomposto em uma chuva de dados que se dispersou pelo ambiente.
Foxie ficou um tempo parada, observando os flocos de dados navegarem até o céu. O que aconteceu a Leomon? Se perguntava. Ele parecia tão bem em um momento e no outro, morre sem mais nem menos. Não fazia sentido. Além disso, o que era esse Anti-X? Talvez fosse a resposta, ou pelo menos uma pista, sobre a ameaça que ela falava a Ivan. Só havia um jeito de descobrir.
Foi então que ela olhou para o jovem atrás dela. Ele parecia estar surpreso quanto ela ao ver Leomon daquele jeito. Talvez, poderia ter as respostas para suas perguntas. No entanto, não era a hora de bancar a interrogadora.
Foxie se aproximou do garoto. “Você está bem?”
“Sim... V-Você não vai me machucar, vai?” Respondeu com um tom baixo. Ela notou que ainda estava se tremendo de medo.
“Calma, não vou machucá-lo. Qual é o seu nome?”
“Dorumon...”
“Certo, Dorumon. Mora aqui perto? Sabe onde estão seus pais?” Foxie perguntou.
“Não... Acho que nunca tive uma casa para morar, nem pais. Eu tava andando pela floresta quando Leomon me atacou, depois fiquei correndo até chegar aqui.” O jovem disse meio cabisbaixo. BlackRenamon sentiu pena dele. Pelo que podia notar em suas feridas, parecia que ele tinha passado por muita coisa lá fora e se o que Leomon disse fizesse sentido, esse jovem poderia ser a conexão com o que estava acontecendo no DigiMundo.
Como havia pensado antes, ainda não era a hora de bancar a interrogadora. Notou que o rapaz estava cansado, mal conseguindo manter o fôlego. Portanto, não seria uma boa ideia.
“Escute, o que acha de passar a noite aqui na minha casa? Fica logo ali.” Perguntou apontando para a caverna logo acima no monte.
“Certeza? Não serei um incômodo para você?” Que educado, ela pensou.
“Bem, só se você não machucar meu parceiro. Ele está dormindo lá também, e a propósito ele é um humano.”
“Humano? Que Digimon é esse?” Ficou um pouco surpresa ao ver a ignorância do jovem Digimon. Ela pode não ter lembrado na primeira vez que viu Ivan, mas certamente já tinha ouvido falar de humanos antes. Pelo menos, esperava que a maioria dos Digimon soubessem das histórias dos DigiEscolhidos. Talvez, esse tenha nascido há pouco tempo e, como disse que nunca teve pais, provavelmente nunca deve ter ouvido tais histórias.
Foxie apenas acariciou a testa dele. “Você vai descobrir logo. Já que vai ficar na minha casa, vou ter que te carregar até lá em cima. A não ser que você saiba chegar lá.”
Dorumon olhou para a caverna por um instante, depois voltou seu olhar à raposa. “Não, é muito alto.”
“Então, vamos lá.” Foxie colocou as mãos de baixo dele e, com um pouco de força, o levantou sem menores problemas. Do mesmo jeito que havia entrado na caverna com Ivan, entrou com Dorumon.
Quando chegou, ficou surpresa ao ver Ivan acordado na entrada. Pela cara dele, parecia estar preocupado. Será que tinha ouvido o barulho dali?
“Foxie, o que aconteceu? Acordei com o barulho de uma árvore caindo e depois, vi você lá embaixo com dois...” Ele parou assim que notou Dorumon. “Oh, esse era um deles?”
BlackRenamon acenou. “Sim, esse é Dorumon. Ele estava sendo perseguido por um Digimon chamado Leomon, aparentemente querendo um Anti-X dele. E antes que pergunte, também não sei o que se significa.” Depois, se virou para o Digimon. “Dorumon, você pode ficar ali perto da rede onde ele dorme. A propósito, esse é o Ivan, ou Madman como passei a chamá-lo, o humano que te falei.”
“Prazer, moço.” Dorumon cumprimentou timidamente.
Ivan ficou sem palavras por um momento. O jeito que o novo integrante do grupo falava, a tamanha inocência, lembrava alguns de seus colegas que também eram tímidos. Isso o fez corar um pouco, porque ele mesmo era assim com estranhos. No entanto, naquele ponto, se perguntava como tinha se dado bem com Foxie logo de cara. Talvez, as circunstâncias o ajudaram a adotá-la como uma amiga afinal de contas.
“O prazer é meu, Dorumon. Não se deixe enganar pelo meu apelido, não sou louco como todos pensam. Pelo menos, na maioria das vezes.” Sorriu um pouco. Essa era sempre sua resposta quando conhecia um dos conhecidos de seus colegas. Era um pouco vergonhoso, mas também era engraçado para algumas pessoas.
Que também parecia incluir Dorumon, que gargalhou um pouco. “Pode deixar.”
Enquanto isso, BlackRenamon observava-os com interesse. Impressionante como Ivan se adaptava bem mesmo quando estava falando com outro Digimon. Parecia até que esquecia que estava em um mundo diferente. “Bem, sem mais delongas, vou voltar a dormir. Se precisar de alguma coisa, é só chamar, okay?”
“Okay.” Dorumon respondeu. Por um momento, viu-a sair da caverna e pular floresta, sumindo entre as folhas. Quando não podia mais vê-la, retornou sua atenção a Ivan. “Ela não vai dormir aqui?”
“Não, acho que ela é do tipo que prefere ficar sozinha por um tempo. Também, não é de se surpreender que tenha passado a vida inteira nesse lugar.” Até mesmo Ivan achava isso estranho, porque normalmente as pessoas não aguentam ficar no mesmo lugar por muito tempo e se mudam. Pelos menos era assim com humanos, não sabia se a mesma regra era aplicada aqui.
De repente, a chegada de uma brisa fria o fez bocejar. A noite não tinha terminado ainda. “Bem, eu e Foxie vamos viajar. Você quer vir com a gente?” Ofereceu, o que Dorumon pular de alegria.
“É claro!”
“Então, acorde cedo amanhã.” Com isso, voltou para a rede e se deitou. Dorumon se juntou logo depois, deitando o corpo perto de Ivan.
Enquanto procurava relaxar antes de dormir, Ivan escutou um som estranho vindo de Dorumon. Parecia estar fungando. Quando se virou para ver o que era, notou que ele estava chorando.
“Dorumon, o que foi?” Se preocupou.
O Digimon apenas esfregou os olhos com sua cauda. “Ah, não é nada. Vocês dois são os primeiros a me aceitarem desde que nasci.” Disse ainda fungando.
Isso abalou o rapaz até no estômago. Só conseguiu apenas uma coisa. “Sem problema. Agora, tente dormir um pouco.”
“Tá bom.” Com isso, Dorumon abaixou a cabeça e se pôs a dormir.
Ivan, no entanto, ficou acordado por mais um tempo, pensando no que Dorumon disse. Não fazia ideia do que o pobre coitado tinha sofrido esse tempo todo, nem queria saber. Mas, pelo menos, alguém deveria ter o adotado e fazer parte de uma família; se é que o pessoal desse mundo soubesse o que era adoção. Foi então que percebeu que as criaturas daqui não eram muito diferentes de seres humanos afinal. Todos pareciam ter sinal de inteligência e personalidade, algo também presenciado em Pokémon.
Bocejando novamente, voltou a se concentrar a dormir. Hoje tinha sido um dia tanto, e amanhã teria mais pela frente.
Autor(a): nightingale93
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
A matriz do DigiMundo era o lugar onde todos os dados eram processados e transportados para formar o mundo que os Digimon conheciam. O lugar era apenas feito barramentos verdes de dados num chão todo preto e um céu com um mistura de azul e roxo, que também nebuloso. Esse era o domínio dos Cavaleiros Reais. Digimon poderosos na forma Extrema ...
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