Fanfic: O Bilhete - Adaptada (Concluída) | Tema: Vondy

- Nós estamos identificando os estágios dessas moléculas. – Ucker disse empurrando o microscópio para Dul.

- Estamos? - Ela olhou duvidosa.

- Você não leu o que eu te mandei ontem à noite? Essa era a preparação para a análise.

- Ler, eu li. Agora, eu entendi? Essa é outra questão.

- Eu vou ajudá-la, Parceira. É realmente muito óbvio.

- Tenho certeza de que é para você, Sr. Eu-Vou-Ser-Um-Doutor.

O relacionamento de Dul e Ucker era difícil de descrever. Era um cruzamento entre uma brincadeira, competitividade, irmão/irmã e outra coisa do tipo. Ele foi o primeiro amigo que ela fez quando se mudou para a cidade no ano passado.

Claro, ele era lindo. E, é claro Dul estava intimidada por sua aparência em primeiro lugar. Ela sabia desde o começo que ele estava totalmente fora de seu alcance ao ponto de nem sequer considerar tal hipótese. Na antiga cidade em que morava, ela havia sido uma das "pequenas pessoas"—uma das crianças que pairavam nas bordas, nem gostavam, nem desgostavam, a maioria simplesmente não a percebia—e então ela foi notada no seu primeiro dia na nova escola por esse cara quente. Ela não soube o que fazer por cerca de dez segundos. Então, decidiu ser ela mesma e percebeu que o que ele estava realmente observando era sua total incapacidade de jogar vôlei, podendo causar perigo mortal para si mesma e para os outros. Mas pelo menos ele era bom nisso, porque quando ela inevitavelmente tropeçou em nada, além dos próprios pés, ele estendeu a mão para ajudá-la e perguntou: “- Você está bem Parceira?”.

E assim, o apelido nasceu.

Eles pareciam estar em muitas das mesmas aulas, mas provavelmente era um fator comum já que eram do mesmo ano escolar. Quando o novo ano letivo começou, ela ficou feliz ao descobrir que ele era seu parceiro em Biologia. Nessa época ela já estava bastante acostumada à sua gostosura e trabalhar com ele era ótimo. Ele era engraçado e inteligente—uma combinação mortal em sua opinião—e ele realmente parecia saber tanto quanto o professor sobre o assunto. Ela imaginava que o “sabe-tudo” de Ucker havia vindo de seu pai por ele ser chefe de medicina na sala de emergência do Hospital. Na verdade, ela sabia que ele se voluntariava muito quando não estava na escola. Logo, ele era mais do que útil para se ter por perto na aula de biologia.

Eles logo terminaram suas análises e isso deu a Dul alguns minutos para analisar e se perguntar sobre o bilhete.

Quem diabos era C? Olhou ao redor da sala de aula e ficou desanimada com o número de C’s em potencial que havia, somente dois ou três em sua sala. Ela deu a cada um, um olhar inspecionador tentando descobrir se algum deles era o escritor misterioso do bilhetinho.

Havia o Carlos Henrique, que realmente se assemelhava a um cãozinho. Ele era pequeno, ansioso, e superanimado, algo um pouco agitado demais para Dulce. Ela quase se imaginava lançando um jornal e mandando-o ir pegar.

Suspirando, ela examinou a próxima fila de mesas de sua sala. E, oh meu Deus! Caio Diaz era um C. Santo Batman! Ele não poderia ser seu escritor do bilhete. Ele e Daniela Flores eram inseparáveis. Se por algum estranho alinhamento das estrelas (e talvez notório senso de humor de Caio) fosse ele quem tivesse enviado a nota, ela ia perguntar a seus pais se poderiam matriculá-la em um programa de proteção a testemunhas. Essa era a única maneira de que ela pudesse escapar do simples fato de que Daniela iria bater a merda fora dela, esperar que se cure e, em seguida, fazer tudo novamente. Ela não era de aturar esse tipo de coisa. E Dulce tinha amor à vida.

Tremendo em pensamento, ela olhou para a última fila. Ninguém ali tinha nome com C, exceto... EXCETO por Carla Marquez.

Oh meu deus, não poderia ser Carla, não é? Não que ela tivesse alguma coisa contra meninas que gostavam de meninas, só que ela gostava de rapazes. Além disso, tinha quase certeza de que Carla gostava de caras também. Quase. Uma menina teria escrito o bilhete?

Sorrateiramente, ela enfiou a mão no bolso e tirou o papel dobrado. Verificando para ter certeza que Gonzalez estava outro lado da sala, ela discretamente abriu e estudou a escrita, mas não adiantava. A caligrafia não dava nenhuma dica sobre o sexo do escritor anônimo.

- O que você tem ai, Parceira? - a voz de Ucker cortou seu devaneio.

Ela amassou o bilhete mais debaixo da mesa.

- Nada.

- Não, você tem alguma coisa ai sim. É um bilhete?

- Não! - Dul tinha certeza que estava corando em doze tons de vermelho. Ela amassou o bilhete e tentou enfiá-lo no bolso da blusa.

Ucker riu e puxou uma mecha de seu cabelo vendo-o cair por suas costas.

- Parceira, você tem um admirador?

Sim, é uma mini-web. Mini mesmo! Obrigado a todos que estão lendo.

xoxo ;**