Fanfic: O Bilhete - Adaptada (Concluída) | Tema: Vondy

Dul não poderia suportar isso. O nó do tamanho em sua garganta a impedia de falar e até mesmo se ela pudesse falar não sabia o que diria. Tudo que ela sabia era que não podia ficar sentada ao lado dele e se manter calma por isso empurrou sua cadeira e correu para fora.

Os alunos estavam começando a sair do refeitório para o início da próxima aula, então ela decidiu ir para o único lugar onde sabia que podia desmoronar sem ser incomodada, no mesmo lugar que ela tinha ido naquela manhã para ler o bilhete—o banheiro das meninas. Mas assim que virou a esquina para entrar, viu a cabeça das duas vadias da escola em frente a ela.

Merda. Ela não queria enfrentá-las também. Então, se virou e, surpreendentemente, bateu direto no peito de Ucker.

- Dul, o que há de errado? - Ele estendeu os braços a segurando.

- Nada. - Sua voz soava embargada e quase inaudível.

Christopher bufou e revirou os olhos, mas não retirou as mãos dela.

- Sim, certo. Venha aqui comigo. - Ele puxou-a para uma sala vazia, fechou a porta, e em seguida afastou-se para a mesa de professores.

- Agora o que aconteceu? - Encostou-se a mesa da professora para que pudesse ficar no nível dos olhos dela. Ele ainda estava segurando seus braços. O nó estava de volta em sua garganta e ela não podia falar. Dulce apenas balançou a cabeça, abaixou o queixo, e apertou os olhos bem fechados tentando não chorar na frente dele.

- Oh, Dul. - Sua voz era um sussurro quando ele a puxou para perto e passou os braços em torno dela. Ela ficou surpresa com o quão bem se sentia nos braços dele e o quão bom era caber em seu ombro. Ela não ficou tão surpresa, no entanto quando explodiu em lágrimas. Foi mais do que ela poderia suportar.

Ele a segurou enquanto ela chorava, não dizendo nada apenas esfregando suas costas e fazendo barulhos suaves. Levou alguns minutos até que percebeu que ela estava chorando/soluçando no ombro de Ucker, que pode não ser o C do bilhete, mas estava começando a perceber que ele era o seu C. Ele provavelmente sempre tinha sido, mas ela se recusou a permitir-se considerá-lo até hoje. Porém, sabia que era pouco provável que ela fosse a sua D.

A não ser que... lá estava ela afinal, em seus braços, braços que pareciam perfeitos para ela, mas chorando grossas lágrimas, sujando toda a sua camisa. Esta era definitivamente a coisa mais legal e a mais constrangedora que ela tinha experimentado. Não admira que estivesse tão confusa hoje. Dulce realmente precisava parar de chorar.

Com um pequeno soluço, ela foi capaz de se afastar para trás.

- Eu sinto muito. Eu não devia ter chorado em cima de você assim.

Ele deu a volta indo na mesa da professora e encontrou uma caixa de lenços de papel. Entregando-o para ela, ele sorriu.

- Eu não me importo. Mas por que você está chorando?

Tomando os lenços, ela limpou os olhos e assuou o nariz tão delicadamente quanto podia.

- Eu só ouvi algo na biblioteca. – disse enquanto encolhia os ombros. Esperava poder sair disso como se não tivesse importância.

- O que você ouviu?

- Provavelmente não é nada. - encolheu os ombros novamente e balançou a cabeça.

- Isso não foi “nada” se te fez chorar. - Uckermann tinha uma específica expressão dura em seu rosto, que lhe disse que era melhor falar à verdade ela querendo ou não.

- Vamos, me diga. Você não é de simplesmente chorar à toa.

- Você está atrasado para a aula.

- Nós estamos atrasados para a aula, mas a Sra. Lopez sabe onde estamos. Quando você saiu da sala, ela estava entrando. Expliquei que não estava se sentindo bem e que eu iria me certificar de que estava tudo bem. Ela me disse para tomarmos o tempo que fosse necessário.

- Oh, isso é bom. - Dul olhou para a camisa e viu os estragos que suas lágrimas fizeram e tentou outra distração.

- Eu baguncei a sua camisa.

- Não se preocupe. Olhe. - Abotoou a camisa que ele usava por cima escondendo as manchas de umidade.

- Bom como sempre. Agora, Dulce, me diga o que você ouviu. - Ele cruzou os braços sobre o peito e deu um olhar firme para ela.

Suspirando, ela percebeu que precisava lhe contar pelo menos alguma coisa. Não queria que ele soubesse de sua suspeita sobre o falso bilhete em seu armário.

- Eu ouvi Marian e Belinda falando sobre brincar com alguém hoje e pensei que elas estivessem falando de mim. - disse rezando para que isso o convencesse.

- Marian e Belinda? Você não devia dar nenhuma importância a essas idiotas. Elas estão cheias de merda na cabeça.

- Eu sei. Você está certo. Deixe-me ir ao banheiro e lavar o rosto. Estou pronta para voltar para a aula.

- Certo. - Ele parecia relutante em deixá-la ir naquele momento, mas como ela estava a meio caminho para fora da sala a seguiu.

- Eu vou esperar por você aqui. – disse parado na entrada do banheiro.

- Você não precisa me esperar Christopher.

Ele abriu um largo sorriso, por algum motivo.

- Eu sei que não tenho, eu quero. Sempre vou estar com você, Dulce. – disse sussurrando a última parte.