Fanfic: Cara Metade (Laliter) | Tema: Laliter

Ele era inexplicavelmente e irrevogavelmente: maravilhoso! 

Seus pensamentos estavam estagnados e confusos. Seu coração batia tão forte que ela podia o ouvir. Seus sentidos não reagiam. Aquilo que ela sentia era tão incomum quanto ele. Hipnotizada olhava fixamente nos olhos impenetráveis do belo moreno á sua frente. Juan Pedro estava acostumado com o que causava nas meninas, principalmente, nas que ele dizia de ‘’primeira viajem’’. Sabem, as tais santinhas. Infelizmente a criatura que para ela até agora era perfeita, mudou completamente já nas primeiras palavras do primeiro diálogo, ou melhor, da primeira briga entre os dois.

Juan Pedro: Hum, estão aqui ás suas coisas. – falou sem entonação na voz.

Mariana: Obrigada. – agradeceu timidamente quando um riso debochado brotou em seu rosto. – aconteceu alguma coisa?

Juan Pedro: Digamos, que antigamente tinham um gosto melhor para escolher alunas novas, principalmente, bolsistas. – gargalhou.

Mariana: Eu não estou compreendendo! – exclamou receosa.

Juan Pedro: Realmente não existem mais bolsistas como antigamente... – riu novamente enquanto continuava. – além de feia e estranha é burra? – percebia-se pelo tom de voz que aquilo era muito mais uma afirmação do que uma pergunta.

Mariana: E com certeza não fazem mais cavalheiros como antigamente. Além de mal educado, é petulante. Querido se existe alguém burro entre nós não sou eu, se é que me entende! - franziu o cenho.- E mil vezes estranha e educada do que alguém como você, agora me dê licença!

Sem pensar duas vezes, ela o empurrou com força. Mariana aprendera a se defender muito bem em todos esses anos no orfanato. Afinal, lá tinha que lidar com pessoas de todo o tipo e apesar do menino do corredor ser o mais lindo que ela já vira em toda a vida, ela nunca deixaria que a humilhasse daquela maneira. Até porque ele não a conhecia para falar assim com ela.

Pisando firme, seguiu para o quarto cheia de raiva, as coisas não estavam dando tão certo quanto ela queria, digamos que não era bom ser inimiga do primeiro adolescente com que teve contato. Seguiu pelo dormitório até achar a ala feminina. Teve sorte já que a primeira porta era a que levava até o seu quarto. Na parede ao lado, uma placa que trazia dois nomes: Maria Eugênia Suarez e Candela Vetrano. É claro que agora a placa aumentaria com um nome a mais, o seu.

Com cuidado abriu a porta tentando conter a raiva e equilibrando os pertences que segurava. Lentamente abriu-a, deparando-se com o quarto mais lindo que já vira na vida. As paredes brancas e iluminadas traziam desenhadas sobre elas flores. As duas camas postas uma ao lado da outra estavam ocupadas, uma tinha um cobertor cor de rosa. A outra recebia tons de roxo e a última era um pouco mais separada, o que ela deduziu ser sua já que não tinha nenhuma decoração na escrivaninha, diferente das outras.

Não havia ninguém ali, por isso Laly tentou arrumar o mais rápido possível todo o seu espaço. Duas horas se passaram até que ela terminasse e se esparramasse sobre a cama.

Maria Eugênia: Porta aberta? – franziu o cenho. – Candela é você quem está aí? – soltou um gritinhohistérico enquanto trancava a porta. – Quem é você? – a expressão no rosto de Maria Eugênia não era nem um pouco amigável.

Mariana: Olá, eu sou a Mariana Espósito, a nova aluna! – exclamou com um sorriso simpático no rosto enquanto recompunha-se para cumprimentar a loira.

Maria Eugênia: Não se dê ao trabalho de vir até aqui! Só me responda uma coisinha, quem mandou você vir para o meu quarto? – Laly já tinha se dado conta que aquilo com certeza não era um sinal de que estava sendo bem recebida, mesmo assim respondeu cautelosa.

Mariana: O diretor mandou que viesse.

Maria Eugênia: Pois eu já vou tomar as providências para que não fique neste quarto! – exclamou com as sobrancelhas arqueadas.

Mariana: Mais porque? Eu não te fiz nada! – enfrentou-a.

Maria Eugênia: No meu quarto não pode ter uma bolsista e além de tudo você não sabe se vestir. Olhe pra você! Parece um patinho feio, está toda descabelada. Caipira, feia e bolsista. – gargalhou sarcástica. – destino cruel o seu querida!

``Se ás pessoas soubessem que as palavras são o que mais machucam, pensariam mil vezes antes de abrir a boca.``