Fanfics Brasil - Capítulo 1 EVANESCENCE - O início

Fanfic: EVANESCENCE - O início | Tema: Evanescence


Capítulo: Capítulo 1

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         Uma manhã ensolarada de sábado, os pássaros cantarolavam, as folhas das árvores brilhavam com um verde vívido graças à fina chuva que caíra naquela madrugada. Ali, parada diante da janela de madeira do quarto em que estava, admirava a bela paisagem, muito verde, muito vívida, a grama era um convite a correr por aqueles longos campos. Algo chamou sua atenção, eram coelhinhos que pareciam brincar, brancos e cinzas, alguns com as duas cores, próximo a eles a piscina, ao longe vinham um grupo de amigos conversando e sorrindo, garotas e garotos, pareciam se divertir, Se aproximavam da piscina, isto fez com que os coelhos se espantassem, fugindo o alcance dos olhos azul-cinzentos da jovem.


         Aquele era o primeiro dia do acampamento, mas, o que estava fazendo ali? Pensou; Não conhecia ninguém. Acabara de mudar com os pais para o povoado de Little Rock no Arkansas, e por incentivo destes acabou concordando em participar daquele evento local. Certa manhã chamaram-na:


- Amy querida, desça aqui, queremos mostrar algo para você.


         Ela, que estava no quarto, desceu a escadaria vindo em direção à sala onde os pais a aguardavam sorridentes e com uma revistinha nas mãos. O ambiente ainda estava bagunçado, resultado da mudança recente, caixas de papelão estavam empilhadas por toda parte, na estante de madeira, algumas fotografias de família, livros, objetos de porcelana dentre os quais algumas bonequinhas, e vários outros objetos espalhados por ali.


         Sentou-se no sofá, entre os pais, e estes dando-lhe a revistinha, começaram a falar sobre a noite passada. Haviam visitado a igreja da cidade, conheceram o reverendo Peter, um senhor com seus quarenta e cinco anos, baixo, pele enrugara, cabelos brancos e aparência simpática. No meio da conversa foram interrompidos de repente por um grupo de adolescentes. Eles estavam tão empolgados com o final de semana próximo, que simplesmente chegaram com toda a energia juvenil enchendo o reverendo de perguntas sobre o evento. O reverendo envergonhado com a situação chamou-lhes a atenção desculpando-se no mesmo instante com o casal Lee.


         - Temos uma filha adolescente e sabemos quão enérgicos são os jovens. Exclamou o Senhor Lee.


         - Eles estão empolgados assim já faz alguns dias, nossa cidade organiza um encontro, um acampamento com os jovens todo fim de ano, é uma forma deles se envolverem e descansarem do período escolar preparando-se para o início do novo ano. Exclamou o reverendo Peter. Se quiserem, a filha de vocês está convidada, Peguem... Neste momento virou-se para um balcão perto da porta de entrada, tomou a revistinha e entregou ao Senhor Lee. - Este é o folheto demonstrativo do local onde será o acampamento deste ano, Se a filha de vocês quiser ir teremos o prazer de recebê-la, sairemos daqui sexta-feira à noite.


         Os Lee ficaram muito empolgados com a proposta, seria uma ótima oportunidade para a filha criar vínculos e acostumar-se com a nova cidade. Já há algum tempo perceberam que Amy estava mudada, não era mais como outrora, podia até disfarçar, mas os pais sabem quando existe algo de errado, principalmente com ela, uma garota tão família. Achavam que talvez isto fosse resultado do início da adolescência, Amy estava com 14 anos, logo passaria.


         Ela ainda no sofá estava a folhear o livreto, ouvia atentamente o que os pais diziam-lhe, estava pensativa, quem sabe seria mesmo uma idéia legal, o local parecia muito bonito e agradável. Ela precisava realmente de um lugar para refletir, um lugar calmo, calmo como as músicas que gostava de tocar ao piano.


         Amy esboçou um pequeno sorriso meia face, disse que esta poderia ser uma boa idéia, enquanto falava, olhava para uma das fotografias do local, nela um casal de patinhos Brancos andando livremente pelos campos verdes... Neste momento os olhos de Amy fitavam quem sabe o mesmo casal de patinhos lá embaixo, andando lado a lado tranquilamente no pátio do camping, seu campo visual foi fechando, fechando até que ela pode reparar seu próprio reflexo no vidro daquela janela de madeira, abriu-a, deixando entrar no quarto uma leve brisa matinal que beijou-lhe a face, soprando delicadamente seus cabelos lisos castanho claro, isto fez com que esquecesse aquele desânimo inicial, precisava descer, precisava saber o que aquele dia ensolarado reservaria.


         A manhã estava agitada, ouviam-se conversas por todas as partes, risadas de adolescentes, algumas risadas de piadas, outras risadinhas de meninas que estavam gostando dos meninos com os quais conversavam; os corredores do bloco dos dormitórios estavam muito movimentados, eles não eram tão espaçosos. Ouviam-se muitos passos no piso de madeira, portas sendo trancadas, eram as meninas que saiam sempre em conjunto.


         Não havia apenas adolescentes naquele acampamento, entretanto a maior parte dos participantes era jovem. Amy saiu pelo corredor cheio de portas em direção à escadaria que dava acesso ao térreo, lá embaixo a mesma cena, muitos grupinhos.


         Era café da manhã, ela se aproximou de alguns garotos que conversavam perto da escada, não prestou muita atenção no assunto, mas ouviu mencionarem algo sobre competição de basquete, apenas aproximou-se e de forma gentil perguntou se sabiam onde era servido o café, um deles, um garoto alto, disse-lhe que estavam servindo em um espaço que ficava no fim de um dos blocos. Ela agradeceu e antes que seguisse para o local indicado recebeu um estender da mão do rapaz que se apresentou como sendo Josh, Ela igualmente estendeu a mão cumprimentando-lhe: prazer Josh, sou Amy Lee, sorriu e retirou-se, indo em direção ao fim do bloco indicado; que bom, pensou, o dia começara bem.


         A caminho do espaço onde estavam servindo o café, Amy admirava a paisagem, o sol já estava ficando quente, o frio matinal do campo estava passando.


         Entrou no local indicado, já não havia fila, era um refeitório espaçoso, com mesas de madeira e cadeiras destas que fechamos quando queremos guardar. Pegou seu lanche, sentou-se perto da janela que tinha vista para o outro lado do Camping, um lado que ela não podia ver da janela do quarto, lá ao longe uma quadra coberta, que por sinal àquela hora da manhã já estava cheia de gente, ela mastigou seu lanche, tomou um pouco de café e continuou a observar lá fora, enquanto ainda olhava a quadra de longe pode ouvir novamente algumas conversas altas sobre basquete.


Ali no chão, perto da mesa onde estava, havia um livreto azul que alguém deixara cair ou simplesmente jogara fora, ela abaixou-se, pegou o livreto que estava um pouco sujo e começou a folheá-lo, era a programação do acampamento, Recebera igual na noite em que tomara o ônibus para o evento, mas estava tão nervosa que nem chegou a lê-lo, abriu um sorriso meio rosto, pensativa, onde será que coloquei o meu livreto? Isso explicava o porquê dela não ter pego fila para o lanche, chegara atrasada. A conversa sobre basquete continuava, então folheando o livreto azul encontrou entre a programação, menção a uma competição de basquete que aconteceria ali, era um evento especial por isso muito comentado.


Lee terminou seu lanche, levantou-se e saiu do refeitório. Vestia uma calça jeans azul desbotado e uma blusa branca com estampa de flores, Amy é apaixonada por flores. Saiu a caminhar pelo campo, em direção à quadra. Estava se sentindo estranha, um peixinho fora d´água, um ratinho entre gatos. Ratinho, quando pensou assim sentiu um aperto no coração, lembrou-se da infância quase recente.


Quando menor ganhou dos pais um ratinho, ou melhor, um hamster, ao qual deu o nome de Gracie. Gracie era oficialmente a melhor amiga e confidente da menina, um hamster amarelo com manchinhas brancas, ou seria branco com manchinhas amarelas? Ele era pequeno, cabia na palma da mão, os dentinhos roendo alguma semente era o que mais impressionava a garota, as prediletas dele eram as sementes de girassol, ela gostava de assisti-lo fazendo suas refeições. Morava em uma gaiola que ficava em cima de uma cômoda vermelha ao lado da cama em sua antiga casa.


Certo dia ao sair com os pais descuidou-se do rato, de alguma forma ele se enfiou na ventilação do carro e ali morreu, um vento frio sopra por trás da adolescente e os olhos lacrimejam, um pensamento vem à mente, que porcaria de pessoa sou, incapaz de cuidar de um simples ratinho? O pensamento dramático da adolescente foi interrompido por um grito masculino chamando-a... Amy, Amy... Espere.... Ao ver de quem se tratava, vira-se rapidamente esfrega os atraentes olhos, esboça um sorriso tímido, vira-se e espera a chegada do rapaz, Josh, o mesmo que mais cedo lhe dera a informação sobre a localização do refeitório.


 


***


 


Sorrisos baixinhos de deboche ecoavam no quarto ainda frio, os cochichos começavam a incomodar. Inesperadamente com um rápido puxão Martin e Zack retiram o cobertor que cobria o branquelo dorminhoco em um dos beliches. Ele se assusta, seus amigos começam a caçoar com brincadeirinhas: acorda bela adormecida ou vai esperar o beijo do príncipe encantado... observam sua cara de desorientado e caem na gargalhada.


Ele levanta bravo, ninguém gosta de ser acordado daquele jeito, senta-se no beliche, esfrega os olhos ainda murchos de sono e solta uma frase nada educada: “vão pra p...” droga, neste momento passa a mão pelos cabelos louros, e os dois companheiros de quarto caem na gargalhada, mas, do que esses dois idiotas estão rindo, levanta-se e em um supetão finge que vai partir pra cima de um deles, idiotas, ele exclama com um sorriso indicando que o mau humor não era sério.


Agora os três estão a sorrir, igual a três patetas, Benjamim, ou melhor, Ben como ele gosta de ser chamado, acabou de ser acordado. Como gosta de dormir esse branquelo preguiçoso!


- Vamos... Acorde logo bela adormecida, o dia só está começando, quero aproveitar ao máximo... Exclama Zack.


- Isso mesmo, não fica de enrrolação, pois estou com muita fome, retruca Martin.


Ben, segue em direção ao pequeno banheiro do quarto, mas antes de entrar sente frio, era cedo demais, havia chovido na madrugada e estavam no campo, ele volta à cabeceira do beliche e pega uma camisa preta com a qual estava vestido no dia anterior quando chegaram ao local.


Sacode a camisa, ela tem um bolso do lado direito. Com a sacudida algo pequeno de plástico deixa o bolso e voa em direção a um dos colegas... Martin, o amigo baixo, loiro de olhos azuis, abaixa-se e pega do chão de madeira o objeto semelhante a um triângulo de cor vermelha...


- Maneiro, ele exclama, posso ficar com ela?


- Claro que não, essa ai é de colecionador – retruca Ben enquanto veste a camisa.


- Deixa eu ver, Exclama Zack puxando o objeto minúsculo das mãos de Martin. Cara, muito legal, quem te deu?


- Deu? Ninguém dá nada pra ninguém não cara, eu comprei um revista e veio junto de brinde. Responde Ben.


Eles falavam sobre uma “palheta”, um objeto utilizado pelos tocadores de instrumentos de corda. Ben estava aprendendo a tocar guitarra, por isso colecionava aquelas coisinhas.


Agora vestido com a camisa, Ben segue para o banheiro, antes de entrar pega a palheta das mãos de Zack e guarda na mochila na parte superior do beliche. O quarto era cor de pérola, com janela e portas de uma madeira antiga envernizada. Não era tão espaçoso, em ambos os lados estavam um beliche, dois no total. Ben dormia na parte baixa do beliche a esquerda, frente à porta que dava para o corredor, a parte de cima, estava sem colchão, então os três amigos guardaram suas mochilas ali. Guardaram é uma forma culta de descrever, porque naquele quarto nada estava arrumado. Mal chegaram já parecia que usavam aquele quarto a pelo menos uma semana sem tê-lo arrumado uma só vez. Meias jogadas no chão, as mochilas abertas deixando as roupas saírem para fora, tênis virados em baixo dos beliches, uma anarquia só, resultado de três rapazes adolescentes convivendo juntos em um quarto. Dois dias, esse seria o tempo que passariam longe dos pais.


O outro beliche ficava do lado direito, Zack que era magrinho e alto, dormia na parte superior e Martin um pouco mais, digamos, pesadinho, dormia na parte inferior. Na mesma parede, ficava a porta do banheiro.


Quando Ben entrou no banheiro, usou o sanitário e foi até a pia jogar água no rosto, neste momento os amigos caíram na gargalhada... Quando Ben olhou-se no espelho, seu rosto branquelo estava todo sujo por uma pasta esverdeada, cretinos, haviam feito um trote com o colega; Ben, soltou um berro: seus safados... e partiu para cima dos dois; Começaram então a brigar. Brigavam e sorriam, brincadeira de meninos; enlaçavam o pescoço um do outro, davam pequenos golpes na região do tórax e os três que eram branquelos ficaram vermelhinhos em alguns instantes. Agora sim, finalmente havia começado o acampamento de fim de ano.


A algazarra terminou. Ben lavou seu rosto enquanto os outros dois amigos se arrumaram para descer, não havia muito barulho no corredor, o sol estava apenas começando a raiar, Saíram juntos. Eles vestiam jaquetas, pois a manhã estava fria, nos corredores, uns poucos rapazes conversavam parecendo mortos vivos, estes também acabaram de acordar. Ouvia-se por toda parte o bocejar de bocas sonolentas, mas ninguém queria dormir, afinal, o acampamento dura apenas dois dias e temos o resto do ano para dormir, quem sabe durante o período escolar.


No térreo alguns rapazes altos trajavam shorts e camisas largas, as camisas não tinham mangas, isto fez a maioria colocar por cima uma jaqueta para se aquecer. Zack trajava as mesmas roupas, era um uniforme, uniforme para jogar basquete. Haveria uma competição no fim da tarde.


Seguiram a direção que a maioria seguia, estavam indo para o fim de um bloco a fim de tomar o café da manhã, de preferência bem quente. Ao chegar depararam-se com uma fila em formação, era a fila do café.


Como estavam em um acampamento, não havia muita escolha de cardápio, eles serviam biscoitos, alguns pães, café, leite ou suco. Naquele momento o que mais saia eram bebidas quentes. Cada um pegou seu lanche e seguiu para uma mesa.


Martin serviu-se de dois pães e café com leite, graças a essa gulodice não conseguia segurar com as mãos o lanche e o livreto informativo contendo a programação prevista para aqueles dias, assim, este escorregou das suas mãos caindo ao chão, Zack que vinha logo atrás pisou no livreto, deixando impresso a marca da sola de seu tênis e amassando algumas páginas.


Sentaram-se em uma mesa no centro do refeitório e conversaram sobre várias coisas, Zack o magrelo alto não parava de falar de basquete, estava ansioso pela competição. Ele iria jogar, era um armador.


O refeitório foi enchendo, a fila do lanche crescendo, o sol já estava ficando alto. Outros rapazes entre 14 e 16 anos uniram-se ao grupo de Ben e passaram a conversar sobre várias coisas de garotos. Foram juntando as cadeiras, mesas e virou uma conversação, o ambiente calado, frio e sonolento acabara, estava completamente contagiado pela energia juvenil já em explosão.


A turma terminou o lanche e saiu dali subindo em direção ao ginásio, o jogo seria apenas no fim da tarde, mas ainda assim, já havia vários outros jogadores reunidos. Alguns deixaram suas jaquetas, o sol estava quente, agora o dia começara.


 


***


 


Ela respirou fundo, pretendia disfarçar os instantes melancólicos que acabara de ter. Não queria que a vissem triste, não queria que ficassem com pena dela. Respirou mais fundo, enquanto esboçava um sorriso que destacava suas bochechas.


 Precisava fingir mais uma vez, o rapaz educado estava vindo ao seu encontro, mas, qual era o nome dele mesmo, J... J..., Josh, sim este era o nome, Josh.


Mas, o que será que ele queria? Seus pensamentos mais uma vez foram interrompidos, Oi, Ele disse aproximando-se dela. Ambos estavam sob a sombra de uma árvore alta. O sol dava um tom mais belo àquela árvore, seus raios entravam pelos espaços entre as folhas, e um brilho era refletido sobre os dois.


– Oi. Amy exclamou.


– E ai, conseguiu encontrar o refeitório? Percebi que você não é da cidade; Perguntou Josh.


– Encontrei sim, foi fácil, você é um bom informante, mas... – neste momento abriu outro sorriso envergonhado – porque você acha que não sou da cidade? – Os raios do sol por entre as folhas começam a incomodar seus olhos e ela coloca a mão por sobre eles, Josh responde:


– Ahh, sei lá, nunca te vi por aqui, nem na escola, nem na igreja.


Amy muda de posição, fica contra a luz refletida por cima da árvore.


– Sou nova na cidade, me mudei a pouco menos de duas semanas, quase não saí de casa ainda, muitas coisas para colocar no lugar e...


– Que maneiro, então você mora aqui – Ele interrompe-a – Neste momento fica vermelho, envergonhado por interrompê-la.


Amy vendo que ele ficara sem graça, ficou com as bochechas vermelhas e não conseguiu segurar um sorrisinho voltando-se para o chão que ainda estava úmido pela chuva da madrugada.


– Nos viemos do estado de Illinois, meu pai é radialista e recebeu uma proposta de emprego na rádio local, então, fizemos as malas e pegamos a estrada.


Um instante de silêncio, pode-se ouvir o barulho que vinha do ginásio, Josh voltou ao assunto:


– Já que você é nova no camping, não pode perder a competição de basquetebol.


Amy ficou sem graça, esportes não era o seu forte. Josh repara isto e prossegue:


– Perdão. Eu fico aqui falando de Basquetebol e tudo mais, e nem pergunto se você gosta ou não. Amy novamente solta um sorrisinho simpático.


– Na verdade – volta a sorrir – não entendo nada sobre o jogo, apenas sei que a bola é laranjada com listras pretas e que os jogadores são altos. Ambos sorriem juntos, ela pergunta:


– Mas e você, joga em algum dos times? Neste instante repara na roupa que o rapaz usava e pensa, que sonsa, claro que joga, está de uniforme.


– Sim, ele responde. Sou um armador. Fazemos as jogadas ofensivas – Ele sorri – E você, o que gosta de fazer nos momentos livres?


Então começaram a andar em direção ao ginásio. No caminho, de forma ainda tímida, Amy começou a falar um pouco sobre seu gosto musical, de alguma forma isto era bom para ela, porém estranho. Como podia uma amizade começar com apenas um pedido de informação. Prossegue-se a conversa:


– Piano. Nos momentos livres gosto de tocar piano, é como um esporte para mim, minha malhação para os dedos – ambos sorriem.


Alem do movimento no ginásio, haviam vários outros grupinhos realizando diferentes atividades. Alguns cantarolavam a sombra das árvores (era possível ouvir os violões e vozes desafinadas), outros aproveitavam o sol (o frio matinal e as chuvas anunciavam o início do inverno), alguns jogavam voleibol, futebol, ou então, simplesmente caminhavam papeando ao ar livre como faziam os dois. Atividades para aquele fim de semana não faltavam, era só escolher uma e entrar; o problema é que Amy Lee era muito tímida, não sabia ou não queria se enturmar.


Os dois chegam ao ginásio, uma construção grande de concreto. O teto tem um formato arredondado. Todas as extremidades são fechadas por paredes altas, a entrada de ar e de luminosidade natural dar-se a retangulares espaços abertos de uma extremidade a outra nas paredes laterais, estas aberturas ficam a altura do teto e são protegidas por grades verdes.


O Ginásio é cercado por uma média calçada; ali na sombra, estavam sentados alguns garotos a conversar.


Amy e Josh sobem na calçada e seguem pela lateral até chegarem à porta de entrada. Eles entram e Amy lembra-se que vira fotos daquele local no folheto que os pais lhe mostrara. É um local grande e espaçoso, ótimo para a realização de formaturas, festas escolares, bailes de quinze anos. Um local construído para eventos. Aquele camping era utilizado para diversas finalidades.


Havia duas grandes arquibancadas de concreto, elas tomavam toda a parede das duas laterais da construção, com exceção de um pequeno espaço em frente às portas de entrada. Cada arquibancada possuía seis grossos degraus, eles estavam pintados de amarelo e verde, amarelo o local para se sentar e verde a lateral frontal.


No centro estavam pintados os campos dos jogos. Haviam traçados para: futebol, basquete e vôlei. Este espaço era pintado de amarelo e azul.


Não se esqueçamos das traves de futebol e cestos de basquetebol, enfim, era um comum ginásio de esportes americano.


Amy e Josh sentaram-se no último degrau de uma das arquibancadas, continuaram a conversar observando garotos a jogar.


A manhã está passando rápido. Eles conversavam bastante. Amy Lee repara que nos fundos do ginásio havia uma construção não tão comum àquele ambiente. Era um palco.


Josh virasse para ela:


– Vem comigo, quero mostrar um lugar, você vai gostar.


Eles descem os degraus e abeirando o limite do campo do jogo seguem em direção ao fundo, rumo ao palco. Do local baixo onde estavam conseguiam ver algumas caixas de som, cadeiras e outras coisas que não sabiam bem o que era. Havia também um longo objeto coberto por um pano.


– Que bom, ainda está aqui! Disse Josh.


Seguiram até uma escadinha que dava acesso ao palco, localizava-se a direita deste. Ela dava acesso a uma porta de cor preta. Parecia trancada, Josh fez um pouco de pressão, movimentou a maçaneta e pááá... a porta emperrada abriu.


Amy assustou-se, caramba, que barulhão, será que ele arrombara a Porta? Josh virou-se para ela:


– Não esquenta Amy, não estamos fazendo nada de errado. Esta porta é assim, emperrada mesmo. Os responsáveis não a trancam e já vimos porque, com o trabalho que dá para abrir qualquer curioso desistiria de primeira já que parece estar trancada.


Amy olha para ele com olhar de aprovação.


Eles entram, Josh puxa a porta deixando-a encostada.


Ali no palco, num cantinho, estava o objeto coberto, Josh aproxima-se e puxa o pano, revelando um piano marrom.


– Nossa, Ele é muito legal. Veja Amy, o que achou? –  enquanto falava foi na direção oposta ao piano e de lá trouxe um banquinho de madeira marrom com estofado vermelho. Este banquinho era de largura mediana, cabiam duas pessoas sentadas e estava saindo algumas lasquinhas da madeira lateral. Era antigo.


Neste instante entram alguns monitores no ginásio e começam a gritar:


– Hora do almoço pessoal, todo mundo indo se lavar e direto para o refeitório, nada de atrasos, vamos, vamos. – Enquanto falavam recolhiam as bolas utilizadas pelos rapazes e guardavam-nas em algumas caixas nas laterais do ginásio.


Um dos monitores aproxima-se da área do palco, também com algumas coisas para guardar, deviam ser objetos utilizados em alguma atividade na parte externa.


– E vocês dois Josh, o que estão aprontando? Ele pergunta.


– Estava mostrando o piano pra a Amy, tem algum problema? Respondeu.


– E você sabe tocar mocinha? Perguntou o monitor.


Josh responde por ela:


– Sabe sim, ela já fez aulas.


O monitor termina de guardar os objetos e volta a olhar para os dois:


– Ok, então. Só tomem cuidado para não danificá-lo. Mas agora vamos, hora do almoço e a fila deve está grande. Disse o monitor virando-se e indo em direção a alguns casais de namorados ainda sentados nas arquibancadas.


– Poxa, Que pena Amy, não poderei ver você brincando de pianista – disse Josh – Precisamos ir almoçar.


Amy pega o pano e ajuda o colega a cobrir o piano marrom, guardam o velho banquinho e voltam para a porta por onde entraram. Seguem juntos até o bloco do refeitório. No caminho ela diz que passaria no quarto, eles se despedem com um aperto de mãos e ela segue em direção ao bloco onde ficavam os dormitórios femininos.


 


***


 


 


         Ben já estava enjoando-se de ouvir Zack e os demais falando sobre basquetebol, ele gostava do jogo e até jogava, mas, o grupo de amigos não mudava de assunto, parece que não havia outra conversa naquele acampamento.


Chegavam ao ginásio, quando uma garota ruiva o chamou:


- Ben, Ben...


Ele olhou para a direção de onde vinha a voz e viu a garota ruiva chamando-o com um aceno de mão.


Ela estava sentada sobre algumas pedras e acompanhada de um grupo de amigos à sombra de uma árvore, ele pensou, esta é minha oportunidade para escapar desta conversa chata, então virou-se para os amigos e disse-lhes:


- Ae galera, depois nos vemos, vou ali ver o que a ruivinha quer.


Os amigos com um tom de zombaria começaram a rir dele e a assoviar, as atitudes sugestionavam que Ben estava mantendo alguma relação “especial” com a tal “ruivinha”.


Ben se despede dos amigos Zack e Martin dando-lhes um soco de leve no ombro. Logo após caminha até a árvore onde se encontrava a garota. Ela chama-se Alice, uma colega que estudou na mesma classe durante o período escolar que se encerrara a algumas semanas.


Ao chegar à sombra da árvore, cumprimentou o pessoal. Deles conhecia apenas a “ruivinha” e Philip o irmão dela. Eles eram bem próximos, praticamente vizinhos. Os outros quatro conhecia apenas de vista, não tinham amizade.


Um dos rapazes que compunha o grupo, estava com um violão da marca strimberg cor de jumbo, tinha cabelos grandes, usava óculos, não falava gírias, um tanto chato de galochas.


Ao aproximar-se a cumprimentou com um abraço, e disse um “e ai” para o restante.


- Legal que você veio. Ela disse referindo-se ao acampamento. Vai passar o natal em casa?


- Este ano não. Respondeu Ben. Este ano vamos viajar e voltar somente no ano novo. Vamos para a casa de um tio, irmão da minha mãe. - Ele olha para o garoto de óculos:


- E este violão? Eu posso ver?


- Pode, mas cuidado, por favor. O garoto responde.


- Muito maneiro... Neste momento Ben começa a dedilhar uma música de rock da época...


         A música pareceu não agradar os ouvintes, seria a voz de Ben que estava estragando a canção?


         - E ai pessoal? Reconhecem?


         Um olha para a cara do outro, mas, como assim? Ninguém conhecia? Aquela música era muito tocada!


- Tudo bem, e essa aqui... começou a tocar uma canção calma dos rockeiros da banda Nine Inch Nails, Hurt:


“What have I become? My sweetest friend… Everyone I know, Goes away in the end. You could have it all, my empire of dirt, I will let you down, I will make you hurt…”


[O que eu me tornei? Meu doce amigo... Todos que eu conheço, Vão embora ao final. E você poderia ter tudo isso, Meu império de sujeira, Eu vou deixar você pra baixo, Eu vou fazer você sofrer...]


         Enquanto tocava, Alice o acompanhou, errando algumas linhas da música, mas acompanhou. Cantaram a música até o final, Moody tocava até legal.


         Os outros cinco olhavam um para o outro com uma cara de interrogação, mas, de onde esse cara tirou essa música? Talvez pensassem assim.


         Logo após tocar Hurt, Alice pediu para que ele tocasse outra música, Sugeriram algumas, mas, Ben não fazia a menor idéia de quais músicas eram aquelas.


         - Deixe me tentar. O dono do violão tomou-o da mão de Ben e começou a tacar uma das músicas sugeridas por Alice.


         Oras, todos conheciam pelo menos parte daquela canção. Ben ficou sem graça, apenas ouvia o pessoal cantando, e assim aconteceu com várias músicas. Algumas ele até conhecia, mas não gostava. Ben pensava: Será que este pessoal é de outro planeta? Tudo bem não conhecerem Nine Inch Nails, mas daí a não conhecer metálica! Todos conhecem metálica!


Ele ficou com o grupinho por um tempo, mas já estava entediado. Sentia-se um peixe fora d´água, todos ali cantando e só ele olhando. Qual seria pior, ficar ali boiando ou assistir os amigos jogando basquetebol?


Ben levanta-se, despede-se do pessoal e sai em direção ao ginásio, estava chateado, música é sua paixão, mas ninguém ali conhecia as bandas que ele gostava e nem sequer tinham vontade de ouvir-lhe falar sobre elas.


Ao chegar ao ginásio ele entrou, os rapazes já estavam jogando há bastante tempo, Zack estava com eles, de Martin ninguém sabia o paradeiro, alguns viram ele sair com uma garota a certo tempo. Agora Ben ficou só, os dois amigos estavam envolvidos com algo e ele ali, chateado com o episódio da árvore. Sentou-se em um dos degraus da arquibancada e ficou a pensar e pensar, pessoas entravam e saiam do ginásio, entravam e saiam dos times, e ele ali, chateado.


– Hora do almoço pessoal, todo mundo indo se lavar e direto para o refeitório, nada de atrasos, vamos, vamos. – Eram os monitores chamando os acampados para o almoço.


Ben levantou e dirigiu-se ao local do refeitório. Aquela manhã foi terrível, os outros acampamentos foram melhores, pensou.


 


 


 


 


 



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 2



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  • escritosdanoite Postado em 18/09/2013 - 13:31:56

    Estou um pouquinho sem tempo, mas já escrevi outro capítulo que após revisado postarei. Aguarde. Obrigado por ler.

  • annyemilly Postado em 28/07/2013 - 15:03:11

    Amo evanescence... Continuaaaaaaaaa


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