Fanfic: Change My Mind | Tema: One Direction

Se passaram uns dez minutos desde que cheguei aqui, Math trouxe meu cappuccino e disse que iria sair do seu turno dali à uma hora, eu disse que iria voltar para o hospital para ver minha mãe e talvez passava ali mais tarde para conversármos, me despedi dele e corri para o hostital novamente, parei em frente da recepcionista e ela me olhou de lado

-Já posso ver minha mãe? -Perguntei impaciente

-Qual o nome dela mesmo? -Perguntou com a voz rouca

-Joana Kinsley! -Disse bufando

-Segundo andar terceiro quarto à esquerda... -Não a deixei terminar a frase, peguei minhas coisas e fui para o elevador, ele abriu e um monte de gente em cadeiras de rodas entrou, resolvi ir pela escada mesmo. Cheguei ao quarto dela e bati duas vezes na porta de leve e entrei, ela ergueu o olhar do livro que estava lendo e sorriu imediatamente ao me ver

-Oi mãe! -Disse e corri até ela

-Annie! Que saudades meu amor! -Ela disse em meu ombro, senti lágrimas brotarem nos meus olhos ao me afastar dela e ver todos aqueles aparelhos ligados ao seu redor e aqueles tubos presos em seu braço, continuei os encarando por mais um tempo e minha mãe notou que eu não estava confortável com eles e ergueu me rosto para vê-lo -Como você cresceu, nem parece meu bebê! -Rimos juntas 

-Eu estava centímetros menor do que estou agora mãe... -Ri me sentando ao seu lado

-Não importa! Ainda assim cresceu, mas vai sempre ser minha caçula! -Disse em tom de bronca e eu ri -Quando voltou? -Perguntou agora no mesmo tom de brincadeira e seriedade que tinha sempre com um leve sorriso no rosto

-Faz dois dias que eu e os meninos voltamos... -Disse e ela ficou com uma cara indignada -Não brigue comigo! Foi o pai e a Nanda que não me deixaram vir te visitar! Acho que eles não querem que eu te veja assim... -Falei de cabeça baixa

-Mas se eles não te deixaram vir, como é que está aqui? -Perguntou colocando as mãos na cintura fingindo estar brava

-Fugi ué! -Disse dando de ombros e ela riu -Precisava ver você mãe! -Disse baixando a cabeça novamente

-Vem cá minha menina, vem! -Disse erguendo os braços para mim ir abraçá-la, me levantei e a abraçei forte

-Senti muito sua falta mãe! -Disse agora com lágrimas escorrendo do meu rosto, Puta merda! Não gosto de chorar na frente dos outros, principalmente na frente da minha mãe! Faço o máximo para não chorar, mas as vezes não da pra segurar... -Droga! -Disse limpando minhas lágrimas rapidamente e ela sorriu de lado

-Por que? -Disse se referindo as minhas lágrimas -Por que não chorar? -Perguntou ainda com o meio sorriso

-Não gosto de chorar! Faz parecer que sou fraca e indefesa, e eu não sou isso! -Disse agora com um tom irritado, estava irritava comigo mesma, por que fui chorar?!

-Sabe Aly, chorar não significa que você seja fraca, nem indefesa, mas sim que tem sentimentos! Sentimentos lindos e preciosos, que são especialmente seus, não à mais ninguém com os sentimentos como os seus, eles são especiais e você pode muito bem demonstrá-lo as vezes! -Disse colocando a mão em meu ombro, a olhei e sorri a tranquilizando 

-Você e suas frases filosóficas! -Disse rindo e balançando as mãos, ela riu junto

-Esta é a minha garota! Firme e forte! -Disse em tom de orgulho, sorri para ela -Mas mudando de assunto, como vai a faculdade? -Perguntou se encostando na cabeceira da cama, onde tinha seus dois travesseiros fofos e macios

-Indo! O conteúdo não está tão difícil quanto eu esperava! Daqui a dois anos eu me formo! -Sorri me lembrando do Brasil

-E você tem uns amigos lá, não? -Perguntou colocando o livro grosso em cima de mesinha ao lado da cama

-Sim, tenho meu grupinho! O pessoal brasileiro é bem legal mãe, aposto que você iria gostar deles! -Falei pegando o livro da mesinha e vendo sua capa -Desde quando está lendo este livro? -Perguntei apontando para o livro Guerra e Paz -Por que você está quase no final, tipo, faltam umas 40 páginas e essa é a versão original! Tem... Sei lá... Umas mil páginas?! -Perguntei em um tom abismado enquanto ia procurar quantas páginas o livro tem, realmente, tem mais de mil páginas! 

-Estou lendo à alguns meses já, e, finalmente, estou acabando! Eu juro pra você Annie, eu não vou morrer antes de terminar este livro! -Disse rindo, a encarei séria, eu não encarei aquilo como uma brincadeira e sei que ela também não!

-Mãe... -Começei séria a encarando, mas ela me interrompeu

-Você sabe que eu não estou bem querida. E sabe também que minha doença é grave, eu não posso andar, estou fraca demais, não consigo me alimentar muito bem, vomito tudo o que como... Não quero ficar o resto da minha vida em uma cama de hospital ou em uma cadeira de rodas tomando soro toda hora! -Disse agora séria também, eu susoirei e baixei a cabeça -Eu vou estar melhor Annie! E você sabe disso! Eu só não vou estar aqui com você fisicamente, mas sempre vou estar ao seu lado! -Disse baixo e levantou minha cabeça

-Eu sei... Mas não gosto quando você fala assim, me sinto mal por não ter estado com você nesses anos... -Falei baixo e ela riu fraco

-Você não deve se sentir mal! Seguiu sua vida e viajou para conhecer novas culturas! Isso é ótimo! -Falou rindo e sorriu para mim -Você quer fazer uma coisa por mim, me dar um presente? -Perguntou e eu ergui meu olhar para ela -Cante para mim! Sempre adorei sua voz e você sabe muito bem disso! Esse seria o melhor presente que você poderia me dar enquanto estou aqui! -Sorriu e eu sorri também

-Com licença... -Uma enfermeira entrou na sala, nós duas olhamos para ela -Desculpa interromper, mas é que a senhora Kinsley tem que tomar a medicação e o horário de visitas esgotou a cinco minutos! -Disse, ela realmente se sentia culpada por não deixar eu ficar mais tempo -Sinto muito, mas tenho que pedir que venha amanhã para a visita novamente, hoje Joana vai fazer alguns exames para ver o estado que está o câncer... -Disse sorrindo de lado e olhou para minha mãe que fez uma careta e bufou, ri dela

-Tenho mesmo? Rebeca... Já fiz muitos exames... Não quero mais fazê-los... -Minha mãe resmungou parecendo uma criança

-Você parece uma criança! -Disse a abraçando -Ta tudo bem mãe, e vai ficar tudo bem! Amanhã eu trago o violão e lhe dou seu presente! -Ri e dei um beijo em sua testa -Te amo Joana! -Disse me levantando, ela me eu um beijo na bochecha e um abraço forte

-Também te amo Alicia! -Disse rindo e eu saí de lá já com lágrimas nos olhos.