Fanfics Brasil - Capitulo I O Feitiço da Lua

Fanfic: O Feitiço da Lua


Capítulo: Capitulo I



Bosque de Whit Hurch, Inglaterra, 1821


 


  A bala do mosquete atingira o ombro de Christopher Wulf. O sangue escorria, quente e grosso, por sua pele. Os camponeses de Whit Hurch eram, em sua maioria, lunáticos supersticiosos, e o perseguiam naquele momento, vociferando com olhos chispando de ódio e vontade de vê-lo morto. O povo do vilarejo acreditava que Christopher era algum tipo de besta - homem durante a luz do dia, lobo quando a lua se sobressaia e encorpava o céu ao anoitecer.


 Pobres homens... Eles estavam... Certos.


  - Lá está ele!


  O mosquete foi engatilhado de novo e uma bala lascou uma arvore à centímetros da fase de Christopher. A lealdade parecia ser sua única dádiva, em meio a uma vida amaldiçoada.


  - Jamais meu rosto, seus desgraçados! - gritou. - Qualquer coisa, menos meu rosto!


  Outro projétil cruzou o ar, mais abaixo.


  - Ai também não! - Christopher parou por um instante com sua desabalada carreira, tomou fôlego e voltou a correr.


  Uma mulher falava algo, logo atrás:


  - Papai, não o mate! Eu o amo!


  Era Angelique Hollis, uma garçonete da taverna que Christopher freqüentara nas ultimas cinco noites. Seu pai era o proprietário do estabelecimento e de alguns dos quartos no andar de cima. Christopher havia ocupado um deles na semana anterior.


  Angelique servira uma ou duas doses a Christopher sem o conhecimento do pai, e deixara claro que não se importava em receber algo em troca. Christopher se sentiu tentado; mulheres pareciam ser uma de suas fraquezas, mas estava determinado a prosseguir com sua busca. Elas eram o ponto crucial de seus problemas, sempre.


  Um ano atrás, quando viajava país afora, entregara por completo seu coração à uma jovem da alta sociedade. Lady Belinda Baldwin tinha tudo o que um homem decente desejava em uma esposa. Era bela, graciosa, gentil. Por fim, a dama nunca ficou sabendo que conquistara o amor de Christopher, trazendo, assim, a maldição da família Wulf sobre sua cabeça.


  Séculos atrás, os homens Wulf foram amaldiçoados por uma bruxa. A esperança de Christopher era de que, com a morte dela, pudessem se livrar da maldição. Seguindo as pistas que os rumores lhe deram, alcançou o vilarejo de Whit Hurch, onde se dizia morar uma bruxa em meio aos camponeses. Lançando mão de muitas indagações - sempre feitas com muito cuidado -, entendeu que a mulher havia deixado o local alguns meses antes, procurando refugiar-se no bosque que circundava a região.


  Christopher não a achara ainda, mas jurara que o faria. Seu futuro e o de seus irmãos poderia estar atrelado à morte dela. Um enigma, escrito com um poema do primeiro Wulf amaldiçoado, instruía futuros descendentes a procurar seus inimigos, serem valentes e jamais fugirem. Se Christopher pudesse achar a bruxa malévola e mata-la, poderia, quem sabe, pôr fim à praga. Isso, se conseguisse permanecer vivo.


  Tiros continuavam soando a suas costas. Christopher correu até estar banhado em suor. Seu ombro doía muito, e a perda de sangue deixava-o tonto.


  Olhando para cima, notou que a noite demoraria para chegar. Normalmente, não desejava a lua cheia no zênite, mas naquele momento, buscando sobreviver a tão precária situação, precisava da intervenção do lobo que despertava dentro de si.


  Christopher não podia se controlar. Talvez soubesse como lidar com a transformação se pudesse, mas, assim como sua fraqueza por bebida e mulheres, no fim sempre se rendia àquela estranha força que o tomava por completo. Mas decidira-se a não mais aceitar isso.


  Seu irmão mais velho, Alfonso, se casara. Fora um casamento por conveniência, reivindicado por ele, e Christopher o sabia muito bem. Se Alfonso ainda não estava completamente apaixonado por sua esposa, era apenas uma questão de tempo para que isso acontecesse. E Christopher se decidira por salvá-los a todos.


  Era imprescindível pôr fim àquele horror, que roubou sua vida tranqüila e a de seus irmãos, e que também os afastou de suas famílias e da sociedade londrina. Essa era a prioridade de Christopher, e sabia que venceria. Encontraria e mataria a bruxa, se isso de fato significasse o fim de tanto sofrimento. Embora o bosque fosse enorme, suas habilidades em trilhas e rastros haviam de leva-lo à mulher que buscava.


  Exausto, tornou a parar, encostando-se ao tronco de uma arvore. Enxugou a testa com a manga do casaco, fechou os olhos e deixou que a leve brisa o reanimasse.


  Um odor familiar logo chamou sua atenção. Era um aroma feminino. Mesmo enfraquecido com a perda de sangue, reconhecia o cheiro de uma mulher quando o sentia.


  Sua audição também se tornara muito mais aguçada do que a de um homem comum. Por isso ouviu um leve lamentar, um gemido, e em seguida o som áspero de uma respiração, sons que só uma mulher poderia fazer ao estar com um homem. Seria a bruxa? Christopher não duvidava. A imagem que tinha em sua mente era  a de uma mulher idosa, e nada atraente.


  Ainda assim, seu aroma o atraia.


  O som de passos fortes que seguiam através dos arbustos, as vozes altas que o perseguiam, nada disso importava mais. Tudo que ouvia eram os sons dela. Sentia-se inebriado. Estava ciente de sua presença, encantado com seus murmúrios. Assim, dirigiu-se sem receio em direção a ela, como se o destino quisesse que assim fosse.


  Ao rumor do vento balançando as arvores, lutou contra a dor de seus ferimentos, ignorando o sangue que lhe escorria pela camisa, e foi em frente.


  O chalé com o qual deparou era pouco maior que uma cabana, cercado de vinhedos e quase invisível em meio à densa vegetação. Não experimentou o cheiro de fogo cozinhando algo, nem viu fumaça subindo pela chaminé. Não havia sinais de vida ali, nem mesmo de animais ao redor. O silencio era assustador.



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Autor(a): gatitarebulera

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  A mulher estava lá dentro, não havia duvida. Christopher tentou pegar a faca que guardava em seu cinto, mas, para sua surpresa, não a encontrou. Sem facas, sem armas... Os camponeses o haviam surpreendido; portanto, não houve tempo para se vestir por completo e então escapar. Se tivesse oportunidade, iria matar a feiticeira com as pr ...



Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 10



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  • bellarbd Postado em 09/04/2009 - 13:01:56

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  • bellarbd Postado em 09/04/2009 - 13:01:55

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  • bellarbd Postado em 09/04/2009 - 13:01:55

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  • bellarbd Postado em 09/04/2009 - 13:01:55

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  • bellarbd Postado em 09/04/2009 - 13:01:39

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  • bellarbd Postado em 09/04/2009 - 13:01:38

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  • bellarbd Postado em 09/04/2009 - 13:01:38

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  • bellarbd Postado em 09/04/2009 - 13:01:34

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  • bellarbd Postado em 09/04/2009 - 13:01:30

    1º leitoraaaaaaaaaaaaa
    mto legal a sua web
    apaixonei nela, vc tem um dom inesquecivel de escrever!
    Parabens!
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  • gatitarebulera Postado em 09/04/2009 - 12:22:41

    Pessoal confiram minha web adaptada O FEITIÇO DA LUA é web Vondy. confiram e comentem please. O livro é bem legal. Besitos


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