Fanfics Brasil - (CAPÍTULO 1) A MORTE DO GUERREIRO FÉLIX: A OUTRA FACE

Fanfic: FÉLIX: A OUTRA FACE | Tema: Seriado


Capítulo: (CAPÍTULO 1) A MORTE DO GUERREIRO

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         Sou um quase tudo ou um quase nada. Ou sou tudo? Ou sou nada?


         Bom, pelo menos sei o meu verdadeiro nome. Félix. Félix Borges, muito prazer. Para efeito de maiores detalhes, posso dizer que tenho cabelos pretos e assanhados – o que contrasta com a minha profissão de advogado. Olhos negros, estatura mediana e tímido. Sim, sou totalmente introspectivo. Apesar de isso ser uma característica mais emocional do que física, ainda não sei separá-la na seção correta. Uso a minha agressividade fictícia para argumentar quando estou no tribunal, defendendo ou condenando. Nem 20, nem 30. Tenho 26 anos de idade.


         Saindo do meu escritório, guio agora pela Avenida Principal de Gramado, a cidade onde moro. Aliás, toda a família Borges, a tão famosa linhagem dos Borges, reside ou residiu aqui.


         O vento gélido e o tempo nublado me confortam, dando a certeza para mim de que Gramado é a minha real cidade. Adoro frio, odeio calor. Pelo menos até o mês de outubro, esse clima chuvoso não sairá daqui.


         Chegando em uma bifurcação, dobro a direita e vou até o cume. Lá, no topo, está a conhecida casa de Edgar e Elena Borges, os meus pais.


         O meu carro, um modelo simples, que não possui um porta-malas espaçoso ou poltronas extras na parte traseira – elementos que a maioria dos meus amigos possuem nos seus automóveis – é simplesmente perfeito para mim. Não gosto de grandes pompas. Prefiro sempre o mais simples de tudo.


         _ Droga! – não sou de falar palavras inapropriadas, mas o motivo é coerente.


         Estou usando uma calça jeans, tênis surrados e uma jaqueta preta. Sei que não é muito apropriado para um traje de advogado – e o que me deixa mais nervoso, é saber que os meus pais desaprovam isso. – Neste momento, para minha tristeza, cheguei à casa sabendo do sermão que irie levar.


         Ok. Você deve está pensando o que um rapaz de personalidade tímida, como tinha dito antes, faz usando roupas no mínimo desleixadas. Infelizmente, não terei resposta. Sou uma dúvida, até para mim mesmo. Um ponto de interrogação que nem os mais íntimos conseguem responder.


         Mas não sou estranho, daqueles caras esquisitos que se escodem por causa de algum segredo. Sou uma dúvida natural. Riso


         _ Moderninho demais, não acha? – Elena foi logo se aproximando do filho, antes que ele descesse, e soltando o velho sermão.


         Elena é uma mulher de 54 anos, cabelos quase grisalhos, olhos profundos e pele bem cuidada. Nada de plásticas ou recursos artificias para manter a beleza. Ela é contra isso. Prefere os cremes e outros métodos naturais. Usando uma túnica estampada, é um pouco mais baixa do que o filho.


         Félix deu um abraço na mãe, que sorriu. Elena assumia uma expressão séria com os olhos, mas nunca tirava o sorriso dos lábios.


         Edgar Borges estava sentado na sua cadeira, na área externa da casa. Ele é um homem de 60 anos, feliz com a vida, mas enfadado com o trabalho. Uma das pessoas mais respeitadas da cidade, Seu Ed, como é chamado, é exemplo de força e superação. Sozinho, montou a fábrica de vinhos mais famosa da América Latina, a São Tomás, e ficou dono de vastas terras com o intuito de venda. Verdadeiramente bondoso, criou os filhos na união e colheu os frutos disso. Hoje, os seis progenitores são pessoas exemplares.


         Depois de beijar a testa do pai, Félix entrou em casa e encontrou os cinco irmãos conversando ao longo de uma mesa de madeira.


         Débora, a Deb, é a filha mais nova. Com apenas 22 anos, é a promotora de justiça mais bem sucedida de Gramado. Cabelos negros e escorridos até o meio das costas, olhos pretos e penetrantes, pele muito branca e sempre vestida alinhadamente, Débora é o exemplo ideal da mulher independente. Ou do indivíduo que luta e consegue o seu objetivo. Aos 16 anos, apenas, saiu de casa e foi morar na Alemanha, voltando ao Brasil para se realizar profissionalmente na sua atual carreira.


         Carlos é o filho mais novo, de 17 anos. Diferentemente dos outros irmãos, ele possui características físicas próprias. Cabelos loiros caídos até a nuca, olhos castanhos e nariz pontudo, Carlos é o sucesso entre as garotas do colégio. Porém, ele tem consciência que isso não está de acordo com os seus interesses. Internamente, Carlos sabe que é homossexual e busca um jeito de revelar aos parentes esse segredo.


         Sarah é a filha do meio, a segunda mais velha. Dona de cabelos meio preto e meio loiro, Sarah é atenciosa à família, dedicada ao marido e ao filho. Médica e orgulho dos pais, ela é a que possui a personalidade mais parecida com Félix.


          Thiago é o filho mais velho. Cabelos pretos e rapados, olhos negros e confusos, barriga saliente. Thiago é uma incógnita mais relevante do que Félix. Casado com Victória, uma mulher sem escrúpulos e ambiciosa, ele se torna, aos poucos, uma cópia da esposa.


          Jane é a filha mais velha. Decidida e potencialmente focada nos seus objetivos, ela é a mais afastada dos seus familiares. Prefeita de Gramado, Jane é dona de cabelos pretos curtos e olhos castanhos marcados pelo cansaço.


          Félix sentia amor por todos eles. E seria capaz de tudo para protege-los.


          _ Félix! – cumprimentou Jane e Thiago, de maneira mais formal.


         Débora deu um abraço no irmão e Sarah foi a mais empolgada com a sua chegada. Carlos, por ser o mais novo, estava sempre no seu cantinho, ao lado do seu iphone e das sua papeladas de desenhos. Félix deu uma assanhada carinhosa no cabelo dele.


         _ Que horas vamos começar? – indagou Jane, visivelmente apressada.


        Aos domingos, Edgar e Elena reuniam os seis filhos para uma reunião familiar.


        _ São cinco da tarde, em ponto. – disse Félix.


       Edgar e Elena entraram, fecharam a pesada porta de madeira e caminharam até a sala. Sentaram-se, ambos em cada pontada da mesa e o restante dos filhos, dividiram-se entre as cadeiras laterais.


       _ Fiz o meu testamento. – foi logo falando Edgar, sério e olhando para o vazio.


       _ O quê?! – gritaram os filhos, em uníssono.


       _ Sim. – respondeu ele, levantando a mão em sinal de silêncio. – É uma medida necessária, apesar de que criei vocês para a união. Sua mãe me convenceu disso...


       _ Tudo bem, papai. Sabemos que é importante um atestado... Mas... Na nossa família... – começou Deb.


       _ Mas a nossa família, Débora, - iniciou o patriarca. – Não é somente essas oito pessoas que estão presentes aqui. Existe os esposos e esposas de alguns, netos...


       _ Que serão a causa de uma possível discussão? – ponderou Jane, receosa.


       _ Talvez, minha filha.


       _ Está se referindo a minha mulher, papai? – sugeriu Thiago, de cabeça baixa.


      Se tem uma coisa que nenhum daqueles filhos tinha coragem de fazer, era enfrentar o pai. Para eles, Edgar era um exemplo.


      _ Victória? – interrompeu Elena. – A pior nora que eu jamais pude desejar!


      _ Elena! – gesticulou Edgar.


      _ Vocês nunca respeitaram ela. – começou Thiago, em um tom indeciso.


      _ De qualquer forma, o testamento não é só por isso. – voltou Edgar. – Tenho Carlos, o vosso irmão mais novo. Ele tem todo um futuro pela frente, coisa que os outros já conseguiram. E Arthur... – se referia ao filho de Sarah. – 15 anos, apenas, também é por ele.


     _ Ok, mas... – disse Deb.


     Antes que Edgar pudesse falar novamente, a sua mão foi diretamente ao peito. Seus olhos arregalaram-se e sua boca pendeu para um lado. Jane correu para segurá-lo, mas o peso do pai foi maior. Caindo no chão, já morto, Edgar é um guerreiro que perdeu essa luta para a vida.


     Os filhos ficam em choque. Elena está fitando o vazio. Gramado ficará em luto.


     Foi-se. O guerreiro morreu.


     E é a partir daqui, que toda a trama de mistérios vai se desenrolar.



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Autor(a): lucasf200

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Comentários do Capítulo:

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  • josyanemello Postado em 25/07/2013 - 03:02:54

    posta mais.


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