Fanfic: Como eu era antes de você - Laliter | Tema: Laliter
Lali: Ah, vamos lá, Benjamin. Não podemos parar um instante e discutir isso? — O tom da voz era obstinado:
Benja: Não. Vai desperdiçar meu tempo.
Lali: Então vamos parar o relógio. Por apenas cinco minutos.
Benja: Não. Preciso fazer isso de um jeito que simule a realidade. — Ele começou a correr mais rápido, como se tivesse ganhado um novo ímpeto.
Lali: Benjamin? — chamei, me esforçando para alcançá-lo. Meus pés escorregaram nos pedais, xinguei, chutei o pedal para trás e recomecei. — Benjamin? Benjamin! — Olhei para a nuca dele e as palavras saíram da minha boca antes que eu percebesse o que estava dizendo. — Está bem. Peter quer morrer. Quer se suicidar. E a viagem é minha última tentativa de fazer com que ele mude de ideia. — Benjamin diminuiu o passo e andou mais devagar. Parou mais adiante na estrada, as costas eretas, ainda sem olhar para mim. Virou-se aos poucos. Tinha, finalmente, parado de correr.
Benja: Repita.
Lali: Ele quer ir para a Dignitas. Em agosto. Estou tentando fazer com que mude de ideia. É minha última chance. — Ele ficou me olhando como se não soubesse se devia acreditar.
Benja: Parece loucura, eu sei. Mas tenho de fazer com que mude de ideia. Por isso... por isso não posso ir ao Norseman.
Benja: Por que não disse antes?
Lali: Prometi à família dele que não contaria a ninguém. Seria horrível para eles se isso se espalhasse. Horrível. Olha, nem Peter sabe que eu sei. Isso tudo tem sido... complicado. Desculpe. — Estendi a mão para ele. — Se pudesse, eu teria contado para você. — Ele não respondeu. Pareceu arrasado, como se eu tivesse feito algo terrível. Ficou com as sobrancelhas levemente franzidas e engoliu duas vezes em seco, duro.
Lali: Benja...
Benja: Não. Eu... preciso correr, Lali. Sozinho. — Passou a mão pelos meus cabelos. — Combinado? — Engoli em seco.
Lali: Certo.
Ele me olhou um instante, como se tivesse esquecido até mesmo por que estávamos ali. Depois, correu de novo e eu o vi desaparecer na estrada diante de mim, sua cabeça olhando resolutamente para a frente, as pernas comendo a estrada abaixo dele.
Eu tinha enviado a mensagem um dia depois que voltamos do casamento.
Alguém sabe um lugar onde um tetraplégico possa participar de aventuras? Procuro atividades que uma pessoa fisicamente normal possa realizar, coisas que possam fazer o meu amigo deprimido esquecer um pouco que tem uma vida meio limitada. Não sei exatamente o que quero, mas todas as sugestões são bem-vindas. É um pouco urgente. Abelha Atarefada.
Quando liguei o computador, olhei a tela, incrédula. Tinha oitenta e nove respostas. Rolei a tela para baixo e para cima, sem acreditar, a princípio, que todas poderiam conter respostas ao meu pedido. Depois lancei um olhar ao redor, para os outros usuários na biblioteca, desejando ardentemente que um deles me visse e eu pudesse contar. Oitenta e nove respostas! Para um só pedido!
Havia histórias sobre bungee jumping para tetraplégicos, natação, canoagem e até equitação com uma sela especial. (Quando olhei o site, fiquei meio desapontada por Peter ter dito que não suportava cavalos. Parecia ótimo.)
Havia também nado com golfinhos e mergulho submarino com pessoas dando suporte. Havia cadeiras flutuantes que permitiriam que ele pescasse; bicicletas adaptadas para que pudesse fazer trilhas. Algumas pessoas postaram fotos ou vídeos de si mesmas praticando essas atividades. Algumas, inclusive Ritchie, se lembraram das minhas mensagens anteriores e queriam saber como Peter estava.
Essa parece ser uma boa notícia. Ele está se sentindo melhor?
Respondi imediatamente:
Talvez. Mas espero que essa viagem faça realmente a diferença.
Ritchie respondeu:
Grande garota! Se você tem dinheiro para tudo isso, o céu é o limite!
Motoqueira escreveu:
Lembre-se de mandar fotos dele aproveitando o bungee. Adoro a cara que os homens fazem quando estão de cabeça para baixo!
Gostei de todos eles — os tetra e seus cuidadores — pela coragem, generosidade e criatividade. Naquela noite, passei duas horas anotando as sugestões, acessando os sites que eles experimentaram e aprovaram, até conversando com alguns deles nas salas de bate-papo. Quando saí de lá, tinha uma meta: iríamos para o Rancho Four Winds, na Califórnia, um centro especializado que oferecia ajuda para “que você se esqueça de que precisa de ajuda”, segundo o site. O Rancho em si era uma casa térrea, de madeira, numa clareira próxima a Yosemite, construída por um ex-dublê que se recusava a permitir que uma lesão na coluna limitasse o que poderia fazer. Os depoimentos na internet estavam repletos de pessoas alegres e agradecidas que juravam que ele havia mudado a maneira como elas encaravam a deficiência — e a elas mesmas. Pelo menos seis dos usuários da sala de bate-papo tinham estado lá e todos afirmavam que o lugar mudara a vida deles.
O Rancho tinha todas as facilidades para cadeirantes, mas com os serviços que você poderia esperar de um hotel de luxo. Havia banhos de imersão ao ar livre com discretos içadores, e massagistas especializados. Havia assistência médica treinada no lugar e um cinema com espaços para cadeiras de rodas ao lado das poltronas normais. Havia uma banheira de água quente ao ar livre, acessível, na qual era possível se sentar e ficar olhando as estrelas. Íamos passar uma semana lá, e depois alguns dias num complexo hoteleiro na praia, onde Peter poderia nadar e apreciar o litoral. E o melhor de tudo, eu tinha achado um ponto alto para as férias que Peter jamais esqueceria: um salto de paraquedas com instrutores especializados em tetraplégicos. Tinham um equipamento especial que lhes permitia prender Peter a eles (aparentemente, o mais importante era prender bem as pernas para o vento não jogar os joelhos em seus rostos).
Eu poderia mostrar a Peter o folheto de propaganda do hotel, mas não queria contar nada sobre o assunto. Ia apenas lá com ele, vê-lo saltar. Naqueles poucos e preciosos minutos, Peter estaria leve e livre. Poderia fugir da maldita cadeira. Poderia fugir da gravidade.
Imprimi todas as informações e deixei essa folha por cima. Sempre que eu olhava para ela, sentia crescer uma animação — tanto por aquela ser minha primeira viagem de longa distância quanto porque podia ser aquilo.
Porque podia ser aquilo que mudaria a cabeça de Peter.
***
Autor(a): Lee CasiAngeles
Este autor(a) escreve mais 2 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Na manhã seguinte, mostrei os papéis para Gaston. Nós dois nos debruçamos, furtivamente, sobre nossos cafés na cozinha, como se fizéssemos algo realmente clandestino. Ele folheou o material que eu tinha imprimido. Lali: Falei com outros tetraplégicos sobre o lance do paraquedismo. Não há impedimento do p ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 178
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
imdreamer Postado em 02/10/2013 - 17:53:04
Você é malvada! Chorei horrores por sua culpa! Mas, mesmo assim, foi perfeito! A história foi perfeita! E até mesmo o modo como o Peter morreu... Eu não queria que ele tivesse morrido. Não queria mesmo! Mas, tudo isso, de alguma forma, fez com que eu me apaixonasse por ele... Imagine se todos tivessem um amor como esse, se pudessem sentir um sentimento com tamanha intensidade e ternura... Ir a Paris e tomar um bom café lá, com certeza, vai entrar na minha lista de ambições u-u Ok! Talvez eu seja melancólica demais :P Enfim, obrigado por nós apresentar e adaptar essa história! Tenho muito o que agradecer! Te espero pra próxima, e espero que escreva uma sua u-u (já fico imaginando as barbaridades que você pode escrever, opaksop). Se escrever tão bem quanto escolhe livros, haha, estaremos bem u-u Até a próxima, se cuide, e bem, besos!
-
dricaesposito Postado em 02/10/2013 - 09:07:25
Vou chorar;(;(, sua ruim. Amei a webb, bjs até a proxima.
-
aniinhaesposito Postado em 01/10/2013 - 13:43:08
chorei ate. nunca pensei que o peter ia morrer achei que no ultimo momento a lali fosse conseguir mudar ele mas foi lindo a web. to chorando ate agora. que nos volvamos a ver hija
-
maresposito Postado em 30/09/2013 - 22:42:34
FALA SÉRIO TÔ CHORANDO AQUI GATITA:( VOU SENTIR SAUDADES MUITAS SAUDADES.BOM EU QUERO TE DIZER QUE ESSA WEB É UMA DAS MELHORES QUE EU JÁ LI.E TIPO ASSIM EU TÔ CHORANDO AQUI E DAQUI A POUCO VOU FICAR COM OLHEIRAS POR CAUSA DISSO MAS VALEU A PENA TER LIDO CADA CAPÍTULO.SÉRIO EU É QUE AGRADEÇO POR VOCÊ TER ADAPTADO ESSA HISTÓRIA TÃO LINDA.
-
viilaliter Postado em 30/09/2013 - 22:27:22
nem vou comentar nada pq vc sabe o quanto to chorando aqui
-
aniinhaesposito Postado em 30/09/2013 - 13:26:07
obrigada eu vou sim hahaha ai Deus o peter ta vivo?? posta mais sabe como sou curiosa hahaha
-
dricaesposito Postado em 30/09/2013 - 10:57:06
ahhhhhhhh eu vou chorar, n pode acabar assim tão rápido. tadinha da Lali estou com pena dela. tomara q ela consiga impedir o Peter de se matar. posta mais
-
imdreamer Postado em 30/09/2013 - 10:11:54
ooh meu Deus! Não me diga que ele ainda está vivo?! Ele quer se despedir dela?! Ele é um príncipe! Cara, no começo Euge parecia tão egoísta... E agora ela está tão mais.. ah, não sei! Ela está sendo um anjo! Um anjo ainda um pouco egoísta u.u exijo os capítulos ainda hoje u-u estou meeeeeeega ansiosa pelos últimos capítulos! Sua fã sim u-u
-
viilaliter Postado em 30/09/2013 - 07:31:18
pode ate parecer que sou chorona, mas nem sou. posso ate ter cara de chorona, mas nao sou. so choro em ultimo recurso, em emoções mt fortes e as vezes ainda me seguro ok? ha diversas possibilidades e eu so quero pensar na melhor e mais linda: Lali vai pra Suíça e impede ele de fazer essa besteira.então o Peter só quer morrer se ela estiver la junto? gENTE! Scrr! deixa eu dar um beijo nesse gostoso antes do final! eugenia tem sido uma diva com a Lali, serio. ain cara, ja ta no final? agora sim vou chorar. posta hoje plmdds! quero começar outubro chorando u-u
-
maresposito Postado em 30/09/2013 - 01:21:19
POIS É,É BOM A LALI PEGAR AQUELE VOO PRA SUÍÇA ANTES QUE O PIOR ACONTEÇA.DE NADA,ESSE SITE É UMA LOUCURA ISSO SEMPRE ACONTECE