Fanfic: Como eu era antes de você - Laliter | Tema: Laliter
Cheguei na casa de Benjamin às quinze para as dez. Meus planos de viagem, espantosamente, tiveram total aprovação de Eugenia. Ela não acrescentou sua usual frase “sim, mas seria ainda melhor se você...”. A certa altura, imaginei se ela estava apenas tentando ser simpática, pois, obviamente, eu estava ficando meio doida. Mas ela continuou a dizer coisas como “uau, não acredito que você descobriu isso! Precisa tirar montes de fotos dele fazendo bungee jumping!” E: “imagine a cara que ele vai fazer quando você contar do voo de paraquedas! Vai ser o máximo.” Quem nos visse no bar acharia que éramos duas amigas que realmente se gostavam muito.
Ainda remoendo isso, entrei silenciosamente. Visto de fora, o apartamento estava às escuras e pensei que Benjamin tivesse ido dormir cedo como parte do treinamento intensivo. Larguei minha mochila no chão do hall e empurrei a porta da sala, pensando, enquanto fazia isso, que tinha sido simpático da parte dele deixar uma luz acesa para mim. Então, eu o vi. Estava sentado à mesa, que fora posta com dois lugares, um castiçal com vela acesa no meio. Quando a porta se fechou atrás de mim, ele se levantou. A vela estava queimada pela metade.
Benja: Desculpe — disse ele. Fiquei olhando para ele. — Fui um idiota. Você tem razão. Esse seu trabalho é só por seis meses e eu tenho me comportado feito uma criança. Deveria me orgulhar por você estar fazendo algo de tanto valor e levando tudo tão a sério. Fui um pouco... exagerado. Me desculpe. Mesmo. — Ele estendeu a mão. Segurei-a. — É ótimo que você esteja tentando ajudá-lo. É admirável.
Lali: Obrigada. — Apertei a mão dele. — Ele só voltou a falar depois de tomar fôlego, como se tivesse conseguido fazer o discurso que ensaiara.
Benja: Preparei o jantar. Mas é salada de novo. — Ele passou por mim em direção à geladeira e tirou dois pratos. — Prometo que, quando o Norseman acabar, vamos sair para comer algo incrível. Ou quando eu voltar aos carboidratos. É só que... — Ele esvaziou o ar das bochechas. — Acho que nos últimos tempos não tenho conseguido pensar em muita coisa além disso. E eu acho que isso deve ser parte do problema. E você tem razão. Não há por que você ficar me seguindo. É uma coisa minha. Você tem todo o direito de trabalhar enquanto faço isso.
Lali: Benjamin... — comecei a dizer.
Benja: Não quero discutir com você, Lali. Você pode me perdoar? — Ele estava com o olhar ansioso. — Mas, sente-se — disse ele. — Vamos jantar e depois... não sei. Aproveitar a companhia um do outro. Falar sobre alguma coisa. Não sobre corrida. — Deu um sorriso forçado. Sentei-me e olhei a mesa. Depois, sorri.
Lali: Está realmente ótimo — falei.
Benjamin realmente era capaz de fazer mil e uma coisas com peito de peru. Comemos a salada verde, a salada de frutos do mar e uma salada de frutas exóticas que ele fez de sobremesa e bebi vinho enquanto ele se manteve na água mineral.
Demorou um pouco, mas começamos a relaxar. Ali, na minha frente, estava um Benjamin que eu não via há algum tempo. Era um homem engraçado, atencioso. Ele se policiou rigidamente para não falar nada sobre corrida ou maratonas e riu todas as vezes que notou que a conversa ia nessa direção. Os pés dele encontraram os meus por baixo da mesa, nossas pernas se entrelaçaram e aos poucos o sentimento tenso e desconfortável começou a se afrouxar no meu peito. Minha irmã estava certa. Minha vida tinha ficado estranha e desligada das pessoas que eu conhecia — o estado de Peter e seus segredos tinham me engolido. Eu precisava me assegurar de que não perderia de vista o restante de mim. Comecei a me sentir culpada pela conversa que tinha tido mais cedo com minha irmã. Benjamin não me deixou sair da mesa, nem para ajudar a lavar os pratos. Às onze e quinze, ele se levantou, levou os pratos e tigelas para a pequena cozinha e começou a dispô-los na máquina de lavar louças. Fiquei sentada, ouvindo-o falar comigo através da porta. Eu esfregava o ponto onde meu pescoço se encontrava com o ombro, tentando desfazer alguns nós que pareciam firmemente entranhados ali. Fechei os olhos, tentando relaxar com aquilo, de modo que levei alguns minutos para perceber que a conversa tinha parado. Abri os olhos. Benjamin estava na soleira da porta, segurando meus folhetos de viagem. Ele segurava várias folhas.
Benja: O que é tudo isso?
Lali: É... a viagem. Aquela de que eu falei. — Eu o observei folhear a papelada que eu tinha mostrado para minha irmã, vendo o itinerário, as fotos, a praia na Califórnia.
Benja: Pensei... — A voz dele, quando veio, soava estranhamente estrangulada. — Pensei que você estive falando no Santuário de Lourdes.
Lali: Por quê?
Benja: Ah... não sei... ou Stoke Mandeville, onde ocorreram as primeiras competições de cadeirantes... algum lugar assim. Quando você falou que não podia ir porque precisava ajudá-lo, parecia um trabalho de verdade. Fisioterapia, cura através da fé, algo do tipo. Isso parece... — Ele balançou a cabeça, incrédulo. — Parece a viagem de uma vida.
Lali: Bom... é tipo isso. Mas não para mim. Para ele. — Benjamin sorriu.
Benja: Não... — ele disse, balançando a cabeça. — Você não ia gostar de nada disso. Banhos quentes à luz das estrelas, nadar com golfinhos... Ah, olha só, “luxo de hotel cinco estrelas” e “serviço de quarto vinte e quatro horas”. — Olhou para mim. — Isso não é uma viagem de trabalho. É uma maldita lua de mel.
Lali: Não é justo!
Benja: Mas isso é? Você... você realmente espera que eu fique aqui sentado enquanto você desfila com outro homem numa viagem assim?
Lali: O enfermeiro dele também vai.
Benja: Ah. Ah, sim, Gaston. Então está tudo certo.
Lali: Benjamin, pare com isso... é complicado.
Benja: Então me explique. — Empurrou os papéis em minha direção. — Explique para mim, Lali. Explique de um jeito que eu consiga entender.
***
Autor(a): Lee CasiAngeles
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Lali: É importante para mim que Peter queira viver, que enxergue boas coisas no futuro. Benja: E essas coisas boas incluiriam você? Lali: Não é isso. Escute, alguma vez eu falei para você parar de trabalhar com o que gosta? Benja: Meu trabalho não envolve banheiras quentes com homens estranhos. Lali: Bom, não me importo se e ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 178
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imdreamer Postado em 02/10/2013 - 17:53:04
Você é malvada! Chorei horrores por sua culpa! Mas, mesmo assim, foi perfeito! A história foi perfeita! E até mesmo o modo como o Peter morreu... Eu não queria que ele tivesse morrido. Não queria mesmo! Mas, tudo isso, de alguma forma, fez com que eu me apaixonasse por ele... Imagine se todos tivessem um amor como esse, se pudessem sentir um sentimento com tamanha intensidade e ternura... Ir a Paris e tomar um bom café lá, com certeza, vai entrar na minha lista de ambições u-u Ok! Talvez eu seja melancólica demais :P Enfim, obrigado por nós apresentar e adaptar essa história! Tenho muito o que agradecer! Te espero pra próxima, e espero que escreva uma sua u-u (já fico imaginando as barbaridades que você pode escrever, opaksop). Se escrever tão bem quanto escolhe livros, haha, estaremos bem u-u Até a próxima, se cuide, e bem, besos!
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dricaesposito Postado em 02/10/2013 - 09:07:25
Vou chorar;(;(, sua ruim. Amei a webb, bjs até a proxima.
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aniinhaesposito Postado em 01/10/2013 - 13:43:08
chorei ate. nunca pensei que o peter ia morrer achei que no ultimo momento a lali fosse conseguir mudar ele mas foi lindo a web. to chorando ate agora. que nos volvamos a ver hija
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maresposito Postado em 30/09/2013 - 22:42:34
FALA SÉRIO TÔ CHORANDO AQUI GATITA:( VOU SENTIR SAUDADES MUITAS SAUDADES.BOM EU QUERO TE DIZER QUE ESSA WEB É UMA DAS MELHORES QUE EU JÁ LI.E TIPO ASSIM EU TÔ CHORANDO AQUI E DAQUI A POUCO VOU FICAR COM OLHEIRAS POR CAUSA DISSO MAS VALEU A PENA TER LIDO CADA CAPÍTULO.SÉRIO EU É QUE AGRADEÇO POR VOCÊ TER ADAPTADO ESSA HISTÓRIA TÃO LINDA.
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viilaliter Postado em 30/09/2013 - 22:27:22
nem vou comentar nada pq vc sabe o quanto to chorando aqui
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aniinhaesposito Postado em 30/09/2013 - 13:26:07
obrigada eu vou sim hahaha ai Deus o peter ta vivo?? posta mais sabe como sou curiosa hahaha
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dricaesposito Postado em 30/09/2013 - 10:57:06
ahhhhhhhh eu vou chorar, n pode acabar assim tão rápido. tadinha da Lali estou com pena dela. tomara q ela consiga impedir o Peter de se matar. posta mais
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imdreamer Postado em 30/09/2013 - 10:11:54
ooh meu Deus! Não me diga que ele ainda está vivo?! Ele quer se despedir dela?! Ele é um príncipe! Cara, no começo Euge parecia tão egoísta... E agora ela está tão mais.. ah, não sei! Ela está sendo um anjo! Um anjo ainda um pouco egoísta u.u exijo os capítulos ainda hoje u-u estou meeeeeeega ansiosa pelos últimos capítulos! Sua fã sim u-u
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viilaliter Postado em 30/09/2013 - 07:31:18
pode ate parecer que sou chorona, mas nem sou. posso ate ter cara de chorona, mas nao sou. so choro em ultimo recurso, em emoções mt fortes e as vezes ainda me seguro ok? ha diversas possibilidades e eu so quero pensar na melhor e mais linda: Lali vai pra Suíça e impede ele de fazer essa besteira.então o Peter só quer morrer se ela estiver la junto? gENTE! Scrr! deixa eu dar um beijo nesse gostoso antes do final! eugenia tem sido uma diva com a Lali, serio. ain cara, ja ta no final? agora sim vou chorar. posta hoje plmdds! quero começar outubro chorando u-u
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maresposito Postado em 30/09/2013 - 01:21:19
POIS É,É BOM A LALI PEGAR AQUELE VOO PRA SUÍÇA ANTES QUE O PIOR ACONTEÇA.DE NADA,ESSE SITE É UMA LOUCURA ISSO SEMPRE ACONTECE