Fanfic: Como eu era antes de você - Laliter | Tema: Laliter

Fui atrás dele até a sala. A cadeira de Peter Lanzani tinha se movido até a janela e ele estava de costas para nós, olhando para fora, ouvindo algo no rádio.

Gaston: Acabei, Peter. Quer alguma coisa antes que eu saia?

Peter: Não. Obrigado, Gaston.

Gaston: Deixo você sob os eficientes cuidados da Srta. Esposito, então. A gente se vê no almoço, companheiro.

Com uma crescente sensação de pânico, vi o simpático cuidador vestir seu casaco.

Gaston: Divirtam-se, pessoal. — Gaston piscou para mim e então se foi. Fiquei no meio da sala, mãos enfiadas nos bolsos, incerta sobre o que fazer. Peter Lanzani continuava a olhar pela janela, como se eu não estivesse ali.

Lali: Quer que eu lhe prepare uma xícara de chá? — perguntei, enfim, quando o silêncio ficou insuportável.

Peter: Ah. Sim. A garota que faz chá para viver. Estava pensando quanto tempo ia demorar para você mostrar suas habilidades. Não. Não, obrigado.

Lali: Café, então?

Peter: Nada de bebidas quentes para mim agora, Srta. Esposito.

Lali: Pode me chamar de Lali.

Peter: Isso vai te fazer ficar quieta? — Pisquei, minha boca ligeiramente aberta. Fechei-a. Papai sempre dizia que aquilo me fazia parecer mais boba do que eu realmente era.

Lali: Bom… posso lhe preparar alguma coisa? — Ele virou-se para mim. Seu rosto estava coberto por uma barba por fazer de várias semanas e os olhos eram indecifráveis. Ele virou-se para o outro lado. — Vou… — dei uma olhada no cômodo. — Vou ver se tem alguma coisa para lavar, então.

Saí da sala, o coração batendo forte. Na segurança da cozinha, saquei meu celular e digitei uma mensagem de texto para minha irmã.

É horrível. Ele me odeia.

A resposta veio em segundos.

Você só está aí há uma hora, sua covarde! Mãe e pai muito preocupados com dinheiro. Segura a onda e pense em quanto ganha por hora. Bj

Fechei o celular e suspirei. Fui até o cesto de roupa suja no banheiro, tentando calcular meio quilo de roupa, e fiquei alguns minutos verificando as instruções da máquina de lavar. Não queria desprogramar nem fazer qualquer coisa para Peter ou a Sra. Lanzani me olharem de novo como se eu fosse idiota. Liguei a máquina e fiquei lá, pensando o que mais poderia fazer. Tirei o aspirador de pó do armário e limpei todo o corredor, mais os dois quartos, pensando que, se meus pais pudessem me ver, insistiriam para tirar uma foto comemorativa. O quarto extra estava quase vazio, como um quarto de hotel. Desconfiei de que Gaston não costumava dormir lá.

Hesitei em entrar no quarto de Peter, e enfim concluí que o local precisava ser aspirado como qualquer outro lugar da casa. Uma das paredes era coberta por uma estante embutida com uns vinte porta-retratos.

Enquanto aspirava ao redor da cama, eu me permiti dar uma olhada nas fotos. Havia um homem saltando de bungee jump de um abismo, os braços abertos como uma estátua do Cristo. Uma foto de um homem que poderia ser Peter numa espécie de selva, e outra dele em meio a um grupo de amigos bêbados. Os homens estavam de smoking, uns com as mãos nos ombros dos outros.

Lá estava ele numa rampa de esqui, ao lado de uma garota de óculos escuros e longos cabelos louros. Parei para vê-lo melhor de óculos de esqui. Estava com o rosto barbeado e, mesmo na luz intensa, exibia aquela luminosidade cara que os endinheirados conseguem ter ao saírem de férias três vezes ao ano. Tinha ombros largos e fortes, o que dava para ver mesmo sob o casaco de neve. Coloquei a foto com cuidado na mesa e continuei a aspirar ao redor da cabeceira da cama. Finalmente, desliguei o aspirador e comecei a enrolar o fio. Quando me abaixei para tirar o plugue da tomada da parede, notei um movimento pelo canto do olho e pulei, dando um gritinho. Peter Lanzani me olhava da porta.

Peter: Estação de esqui de Courchevel. Há dois anos e meio. — Corei.

Lali: Desculpe. Eu estava só…

Peter: Você estava só olhando as minhas fotos. Pensando como deve ser horrível ter tido uma vida assim e depois virar um aleijado.

Lali: Não. — Corei ainda mais intensamente.

Peter: O restante das minhas fotos estão na gaveta de baixo, caso você fique de novo muito curiosa — disse ele.

Então, com um leve zunido, a cadeira de rodas virou à direita e sumiu.

A manhã resolveu durar anos. Eu não me lembrava da última vez em que as horas e os minutos tinham se esticado tão interminavelmente. Tentei encontrar o máximo de coisas para fazer e entrei na sala tão raramente quanto possível, sabendo que estava sendo covarde, mas não me importando com isso.

Tirei o pó de algumas prateleiras que não precisavam realmente ser espanadas e pensei em limpar umas janelas. O anexo estava silencioso, exceto pelo zunido baixo da TV na sala onde Peter estava. Não me senti segura o suficiente para ligar o rádio na cozinha. Tinha a impressão de que ele ia fazer alguma crítica sobre a minha escolha. Ao meio-dia e meia, Gaston chegou.

Gaston: Tudo bem? — perguntou.

Lali: Sim. — Poucas vezes na vida fiquei tão contente de ver alguém.

Gaston: Certo. Você pode parar meia hora, agora. O Peter e eu precisamos fazer algumas coisas nesse horário.

Praticamente corri para pegar meu casaco. Não tinha planejado sair para almoçar, mas quase desmaiei de alívio por deixar aquela casa. Levantei a gola do casaco, pendurei a bolsa no ombro e caminhei a passos ligeiros pelo caminho para carros, como se realmente tivesse algum lugar para onde ir. Na verdade, apenas andei pelas ruas ao redor durante meia hora, parei no estacionamento do castelo, certificando-me de que não seria vista da Mansão Lanzani, e liguei para minha irmã.

Lali: Oi.

Euge: Você sabe que não posso falar no trabalho. Você não largou o emprego, largou?

Lali: Não. Só precisava ouvir uma voz amigável.

Euge: O homem é tão ruim assim?

Lali: Euge, ele me odeia. Ele me olha como se eu fosse uma idiota. Estou fugindo dele.

Euge: Não acredito que eu esteja ouvindo isso. Fale com ele, pelo amor de Deus. Claro que ele se sente infeliz. Está preso a uma cadeira de rodas. E você certamente está sendo inútil. Apenas fale com ele. Conheça-o. Qual a pior coisa que pode acontecer?

Lali: Não sei ele é tão… estranho, não sei nem se aguento.

Euge: Não vou contar para mamãe que você desistiu do emprego depois de apenas metade do expediente. Não vão lhe pagar nada, Lali. Você não pode fazer isso. Não podemos deixar que você faça isso. — Ela estava certa. Percebi que odiava minha irmã.— Olhe, são só seis meses — disse ela. — Fique os seis meses, tenha algo útil no seu currículo e pode conseguir um emprego de que realmente goste. E, ei… veja as coisas por esse lado, pelo menos você não está trabalhando e uma boate de strip-tease?

Lali: Dançar apenas de calcinha não seria nada mal comparadas com…

Euge: Nem pense nisso. Estou indo, Lali. Nos vemos depois.

***

 Boa noite gente :D

Dedicado a:

aniinha: Ai que bom que voce ta gostando :)  Os dois não se deram bem no começo, mas já se conheceram. Ta postado.

drica: O Peter vai ser bem dependente aqi, ta postado.

vii: Humilde sim, sou a Deusa da Humildade. Peter-Bunda é só nossa e da Lali! Pronto eles ja se conheceram, e eu não vou sumir. Que bom que voce ja ta apaixonada, viu como foi melhor eu não ter te contado nada dessa web. Ta postado

lary: Caramba que coincidência? kkkkk  Ai que ótimo qe voce ta gostando da web, tipo não vou mudar muito as coisas do livro, até porqe acho qe nao tem necessidade de mudar uma historia tão linda. Espero que voce goste, ta postado!

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